Não se pense contudo que a economia paralela é produto de pequenos intrujões que vigarizam o Estado e a sociedade pela via da fuga ao pagamento de impostos. Não são os biscateiros, os donos de tasca ou os pequenos empresários sempre na corda bamba que fogem a passar facturas. O Estado e a Sociedade são lesados pelos grandes vigaristas que usam e sugam os bens sociais mas fogem com os capitais para fora do país para não pagar impostos (praticamente todos os cotados do PSI20) - e a esses o Estado, no seu actual estado, conhece-os bem. Convive com eles, senão está subjugado por eles. A tal ponto que em 2010 o Estado fez aprovar uma Lei especial pela qual "os contribuintes que tinham posto dinheiro ilegalmente fora do país podiam trazê-lo de volta, sem perguntas incómodas e pagando um imposto de apenas 5%", ou seja, um autêntico perdão fiscal feito à semelhança de outros perdões concedidos por anteriores governos.Um dos grandes beneficiários do golpe foi o BES, que hoje, face às múltiplas indiciações em processos judiciais, vem dizer que "está tudo regular e esclarecido"
É neste contexto, e na disputa de influências e zanga de comadres entre o maior banco transnacional sediado em Portugal e os capitais angolanos refugiados fora do seu país, que chegam ao conhecimento público alguns dos sinistros meandros das economias paralelas a nivel global. E já agora, pretexto igualmente para uma lufada de ar fresco nos meios de comunicação mediáticos nacionais.
Parte do Editorial do Jornal "i" de 26 de Setembro:
3 comentários:
Até na economia paralela
a canalha opulenta é beneficiada
é precisamente esse o ponto - a economia paralela é gerida fundamentalmente pela canalha opulenta
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