três pressupostos
1. Existe uma Crise Nacional. Essa crise, endémica, é agravada pelo facto de Portugal não possuir autonomia para emitir moeda própria. Um país sem moeda própria é um país sem Soberania.2. a Europa agrava a crise. Um país com uma economia fraca não pode ter uma moeda forte.
3. a superação da crise depende, em primeira instância, da resposta que a República Portuguesa vier a dar à Europa.
Apesar de muito condicionada, Portugal ainda é formalmente uma República. Formalmente porque à maioria do povo nunca foi perguntado se estaria de acordo com a adesão do país à Europa do "euro". O referendo, onde foi realizado, França, Holanda e Irlanda, teve como resultado que a perda de soberania nacional foi rejeitada. A resposta da "Europa" foi contornar o referendo, ou repeti-lo tantas vezes quantas as necessárias até que as populações nacionais dissessem o contrário e "estivessem de acordo", mesmo por omissão, como viria a suceder.
Por troca com a decisão anti-democrática o que foi dado aos povos foi uma "Constituição Europeia", redigida à revelia das opiniões públicas e dada como "aprovada" na famigerada encenação do Tratado de Lisboa - uma tentativa de federar os Estados sob o poder centralizado dos Estados mais fortes. Aprovado em 2007, a resposta dos mais fortes (implacáveis na desonestidade pela exploração dos mais fracos) foi a a eclosão da Crise, primeiro importada do poder global do Dolar, a partir de 2011 forçando a "crise das dividas soberanas na zona euro", isto é, forçando a transferências dos dinheiros inexistentes que constavam nas contabilidades dos bancos privados para os Orçamentos dos Estados como Dívida Pública.
No caso de Portugal, se não houver resposta, se o regime republicano se tornar progressivamente mais autoritário, ditatorial, a crise i.e. o empobrecimento da maioria permanecerá. O carnaval das manifestações sem partidos nem programas de acção são completamente inconsequentes, senão nocivas. O 28 de maio começou assim. A apatia provocada pela degradação das condições de vida pode levar o povo a reclamar a ajuda de homens providenciais, como aliás já foi feito num passado não muito distante. Neste caso, a acontecer, convém lembrar que actualmente o clone do Salazar (o politico) está em Bruxelas, e outro Salazar, o da ditadura económica, está em Berlim e em Franckfurt.
A proposta politica que defende os interesses da classe trabalhadora e operária e seus aliados dentro do contexto mais geral do povo português, assenta do mesmo modo em três pontos:
1. Demissão do Governo que foi levado à custa de mentiras, depois da fraude de Sócrates, a uma eleição fraudulenta para fazer exactamente o contrário daquilo que constava do programa politico apresentado . Os portugueses elegeram vigaristas, essa é razão quanto baste para exigir a sua demissão imediata, bem assim como a demissão da triste figura de corpo presente em Belém que assinou por baixo esta desonestidade.
2. Eleição de um Governo Democrático e Patriótico que inscreva no seu programa que não devemos pagar uma Dívida que resultou de uma concertação ilegal entre as elites "donas de Portugal" e os interesses de especuladores estrangeiros. No minimo é exigivel uma imediata auditoria ao "endividamento" em nada transparente, que os portugueses estão a ser chamados a pagar. No minimo seguinte, citar criminalmente os responsáveis por actos de burla financeira e levá-los à justiça.
3. Reivindicar a saída do Euro. Apenas com moeda própria, que possa ser valorizada no contexto das nações, segundo o trabalho dos portugueses e não por critérios financeiros, o país poderá ter uma politica de re-industrialização própria que lhe permita ser autónomo. E acabar com um esquema de austeridade que tem como fito mediático "diminuir a dívida" quando a dívida de facto aumenta! Por último, tudo o que foi roubado deve ser devolvido, na forma geral de aumento dos salários de quem trabalha.
Apelando à formação de uma frente sociológica de combate democrático, dos trabalhadores, quais são os partidos que têm inscritos nos seus programas estes 3 principios? Nenhum dos partidos com assento no Parlamento burguês, incluindo o P"C"P, o qual apela apenas para "um governo de esquerda", ou seja, de menos de 18% dos eleitores. Ora farto desta esquerda trapaceira e omissa está o povo. É necessária a pulverização da actual coligação criminosa que está no poder e a implosão do Partido dito socialista, o que traria à defesa patriótica da nação um número considerável de dissidentes desse antro de vendilhões da Pátria, que lá vão dizendo estar contra, mas não inscrevem no seu programa o designio concreto de expulsar do país os interesses estrangeiros danosos e corruptos.
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