É raro o dia em que Ricardo Salgado não seja noticia por mais um qualquer punhado de trocos. Hoje são mais 14 milhõesitos de presente dados por um empreiteiro da construção civil ao presidente do BES, não comunicados em tempo perante o Banco de Portugal e depois justificados por dois pareceres de catedráticos de Direito da Univ. de Coimbra: o dinheiro foi entregue por "espírito de entreajuda e solidariedade - tal explicação foi decisiva para que Carlos Costa mantivesse o estatuto de idoneidade de Salgado" (fonte)Em tempos amargos, rir é o melhor remédio. Outra cena pitoresca passa-se na chamada "comissão de inquérito" ao BES. A auditora KPMG escondeu problemas do BES Angola ao Banco de Portugal. E o presidente da KPMG, senhor Sikander Sattar, sentou-se no Parlamento a prestar declarações:
... que sim "em 2013 a KPMG já sabia dos problemas existentes no BESA mas nunca os reportou ao BdP, inclusivé o facto do banco ter perdido o rasto a 5,7 mil milhões de dólares em créditos, que teriam sido concedidos sem garantias ou quaisquer colaterais, e em muitos casos sem a existência de um registo de quem os recebeu ou para que fim (...) não tinha a ver com o Banco português", balbuciou. Havia a obrigatoriedade de ter reportado o problema inquiriu o deputado João Galamba. Ao que o senhor Sikander Sattar respondeu dizendo estar ali na qualidade de auditor do BES em Portugal, não podendo portanto saber das questões de auditoria em Angola. Bem, disse João Galamba, nesse caso fica esta Comissão notificada para convocar o revisor de contas do BES-Angola, que no caso é a mesma KPMG igualmente presidida em Luanda pelo mesmo senhor Sikander Sattar... é uma pergunta que vale três mil milhões de euros
Garcia Pereira: a Audição a Vítor Bento
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