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domingo, março 01, 2015

Não pagamos... não poderemos pagar, mas vamos-lhes dizendo que pagaremos

o Partido Comunista da Grécia (KKE) apoiado na sua força eleitoral de 4,5 por cento promoveu uma manifestação contra o prometido acordo entre o Governo grego e os parceiros europeus (por via do Eurogrupo). Compareceram cerca de 7000 pessoas. Um dia antes outra manifestação convocada por um grupo anticapitalista 50 arruaceiros provocaram motins e partiram vidros de montras. Enfim, o KKE e outros extremistas elegeram o Syriza como o principal inimigo por terem dado um primeiro passo para fazer implodir a Troika ... e deram o mote para que o Syriza fosse ridicularizado pelas televisões, especialmente as dos seus mais encarniçados adversários, Espanha e Portugal, quando os encarregados da locução leram o texto: "acabou-se o estado de graça do governo da Grécia"!
Numa sondagem feita na última semana o apoio da população ao governo de Tsipras passou dos 36,5 por cento verificados nas eleições de 25 de Janeiro para perto dos 50 por cento que doravante suportam o programa de ruptura do Syriza (1) contra a ingerência estrangeira conluiada com a burguesia nacional (1) que colocaram o país à beira de uma catástrofe humanitária. 

O ministro das Finanças grego admitiu na última sexta-feira ter apresentado deliberadamente aos seus parceiros europeus um programa de reformas vago para assegurar o aval dos Parlamentos da zona Euro ao prolongamento do programa de "ajuda" a Atenas. "Estamos orgulhosos do nivel de imprecisão. Eu uso a expressão imprecisão criativa. Quero ser o primeiro ministro das Finanças a não referir números excepto se tiver a certeza que os vou conseguir. Eu disse aos parceiros da UE que se lhes desse um valor de receitas ou de receitas de evasão fiscal estaria a mentir-lhes" afirmou Yanis Varioufakis à AntennaTV. Na opinião de Varoufakis, com o acordo que saiu do último Eurogrupo, "o Memorando (da Troika) acabou e o comportamento inaceitável acabou (...) Estamos numa Europa que se sabotou a si própria. Disse antes que no Eurogrupo não há sequer discussão. Nós estamos a mudar a Europa (...)
(...) Eu estava em Franckfurt com cinco agentes da policia secreta alemã. Pedi para ir à casa de banho e um deles tinha de ir comigo - "queria agradecer-lhe porque a Europa precisa de mudar também por nós alemães" disse ele - contou o governante, garantindo que na Grécia não tem seguranças. "Se eu precisar deles então será a altura de me demitir"

Parlamento da Grécia decidiu-se por "usar duas ferramentas para reparar as injustiças que foram cometidas contra o povo grego": 1. Constituição de uma Auditoria à Dívida Pública e Inquérito sobre a forma como foram concertados os Memorandos da Troika... 2. Constituição de uma Comissão para reivindicar as reparações de guerra devidas pela Alemanha. (OkeaNews)

(1) Três pessoas presas na Grécia por deverem dois milhões de euros em impostos 


1 comentário:

Porto Santo disse...

Não são sondagens que poderão impedir que um governo seja criticado e combatido nas suas políticas... Os governos anteriores vende-pátrias tinham também maioria, ora...