,,, enquanto com roupagem moderna se utilizam velhas técnicas de arregimentação de massas,,,
,,, nos bastidores, lentamente, a Justiça tenta revisitar os caminhos obscuros do Vaticano, pelo próximo julgamento em Itália, mais de 20 anos depois, do chamado caso do “Banqueiro de Deus” – Roberto Calvi, gestor das contas off-shore (1)do Banco Ambrosiano, cuja falência foi declarada após o desaparecimento de 1,3 mil milhões de dólares de créditos oferecidos a investidores da Máfia Cosa Nostra. O “buraco” atingiu igualmente da mesma forma o “Instituto das Obras Religiosas”, o principal accionista do Ambrosiano.
O “mistério” sobre o inicialmente propalado “suicídio” de Calvi que durou 23 anos, veio agora finalmente a ser desmontado pela colaboração de vários mafiosos “arrependidos” que afirmaram ter colaborado no Crime! (2)
Estão indiciados para o julgamento, que começa a 6 de Outubro próximo:
- o capo da máfia Giuseppe “Pippo” Calo, de 73 anos, (já preso desde 1985 por outros crimes anteriores)
- o patrão do crime organizado da região de Roma, Ernesto Diotavelli, (desaparecido)
- o empresário Padrinho da Sardenha, Flávio Carboni,
- e a austríaca Manuela Kleinszig, (desaparecida),,,
O caso, mais um dos “mistérios” em que a Igreja é pródiga, poderá remontar à entronização do “revolucionário” cardeal Albino Luciani (3)como Papa João PauloI (1978),que possivelmente se teria empenhado em pôr a Igreja ao serviço dos Pobres, cujo reinado durou apenas escasso Mês e 1/2, tendo aparecido morto em circunstâncias, mais uma vez, “misteriosas”.
É preciso lembrar que, oficialmente, até hoje são desconhecidas as causas da morte do cardeal Luciani,,, o depois líder da Santa Sé, João Paulo I, foi vítima da Máfia Turca,tendo sido envenenado ao tomar chá (4). Luciani tinha decidido impedir a acção dos mafiosos turcos nos bastidores do Vaticano, que insistiam, juntamente com figuras nada santas do clérigo mundial, em usar o Banco Ambrosiano como braço financeiro do crime. E mais: o mesmo Banco Ambrosiano (o “Banco Santo”) apareceu em gravações da Operação Anaconda, quando um suposto representante do Vaticano, Carlo Nardi – que se vinha apresentando como Vaticanólogo – ofereceu ao juiz João Carlos da Rocha Mattos a abertura de uma conta no banco da Piazza San Pietro.Acusado de chefiar um esquema de venda de sentenças judiciais,na gravação Nardi dizia ao juiz que o banco da Santa Sé era um dos mais seguros no mundo das lavagens de dinheiro.(5)
Durante o papado do seu sucessor o polaco Karol Wojtyla,(6) viriam a ser assassinados também o Arcebispo de Manágua Óscar Romero e outros padres (1980), por coincidência párocos da chamada Teologia da Libertação em áreas da América Latina (onde o Papa JP2 foi posteriormente vaiado) e onde se encontravam sediadas as “empresas-fantasma” que deram origem á falência do Banco Ambrosiano.(6)
O Homem que sabe demais:
Após cumprir vinte anos de prisão na Itália, Ali Agca, o homem que tentou assassinar o papa JP2, foi extraditado para a Turquia onde cumpre pena por ASSASSINAR um jornalista e por ROUBO (e onde JP2 o visitou na prisão). Agora, a justiça turca decidiu que em 2005 Agca poderá conquistar a liberdade. Independentemente do que venha a acontecer com o algoz do papa, o facto é que a relação nefasta entre o Vaticano e a Máfia turca (7)até hoje não foi esclarecida. O escândalo que envolveu o Banco Ambrosiano e a loja maçônica P2 deixou para trás dúvidas sobre um dos mais polêmicos crimes financeiros da História. E não causará espanto algum se Ali Agca aparecer morto depois de conquistar a liberdade.
Links:
- (1)Isto é dinheiro:
- (2)Conspirações provadas:
- (3) Os caminhos da fé. O Liberal Albino Luciani
- (4)a morte do Cardeal Albino Luciani – Papa João Paulo I:
- (5)Follow the Money:
- (6)Por Cristo, sem Cristo – o Poder Corrompe
- um caso português: 2003 Corrupção Global – a Moderna, os Pilatos e os Fantasmas
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