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sexta-feira, abril 15, 2005

A Revolução Cultural na China


Muita gente,mesmo intitulando-se de “Esquerda”, têm uma visão negativa, e frequentemente deturpada pelos Media Corporativos, sobre a Revolução Cultural (1966-1976) dirigida na China contra o presumível abandono da via Socialista.O triunfo da revolução é apenas o 1º passo.
Nessa época, Mao TseTung tinha estudado cuidadosamente a politica económica e as relações sociais na União Soviética e desde logo ficou convencido de que o capitalismo seria aí restaurado.
A Revolução Cultural foi a resposta dada por Mao e seus seguidores no Partido Comunista chinês para evitar uma possivel regressão para uma via capitalista, numa altura em que a luta de classes subsiste, depois do primeiro momento da tomada do Poder pelas forças Socialistas. O método utilizado foi o de mobilizar a população comum, dezenas de milhões de trabalhadores, camponeses, estudantes e intelectuais para tomarem as instâncias do Poder a partir de baixo, por forma a estabelecer novas formas de governo e novos orgãos de liderança eleitos democráticamente. Por toda a China dezenas de milhares de Comités revolucionários nas fábricas, nas quintas agrícolas e nas escolas foram construidos. São estas estruturas de Base que se mantêm ainda intactas na China comtemporânea.
Depois da morte de Mao (1976) seguiu-se uma purga conduzida pelas forças combinadas das facções apoiantes de Deng-Xiao-Ping, um adepto convicto do regresso á via capitalista (a familia Deng é hoje quem gere as depois criadas Bolsas de Xangai e Pequim), e do moderado Hua-Guofeng contra a facção ultra-esquerdista com a prisão do Bando dos 4 (2 membros do Politburo de Xangai: Zhang-Chunqiao, Wang-Hongwen, o escritor Yao-Wenyuan e Jiang-Qing, a viuva de Mao) e a neutralização das células de Guardas Vermelhos seus apoiantes.
Em 1978 Deng ascende ao Poder dentro da estrutura do Partido Comunista, através de um golpe-de-estado em que o saneado desta feita é o seu antigo aliado socialista Hua-Guofeng. Terá sido esta a acção que terá posto fim em definitivo á Revolução Cultural.
Nos anos 80, resultante das reformas capitalistas, a produção agricola tinha estagnado, o desemprego atingia altos níveis, as “doenças sociais” davam origem a grandes migrações para as cidades, reabriam-se as prisões politicas.

Em cada 26 de Dezembro de cada ano, a data do nascimento de Mao-Tse-Tung, dezenas de milhar de manifestantes desfilam com as suas bandeiras vermelhas e os seus cartazes: “Mao será o nosso líder para sempre” apelando ao retorno ao Socialismo.É neste contexto, no seguimento de manifestações mais prolongadas, que uma célula de Base do Exército de Libertação de Sichuan (a provincia de Deng-Xiao-Ping) avança e procede ao massacre de centenas de estudantes e trabalhadores na Praça Tienanmen em Pequim, em Janeiro de 1989.
O futuro dos sucessores de Deng não se apresentava risonho.
As consequências da brutal estratégia de acumulação primitiva capitalista a nivel interno, visando o mercado exportador e a integração da China na Economia Global Imperialista, são devastadoras.
É isto a China de hoje: por um lado, a Direcção Politica do Governo centralizado do Partido Comunista levando a cabo uma politica económica externa que não irá permitir que a China volte a ser uma semi-colónia dominada pelo imperialismo Ocidental ou pelo seu tradicional inimigo, o Japão,,, por outro lado, as estruturas de Base intactas, Socialistas, que não esquecem as palavras de ordem da Revolução Cultural: -“Bombardeiem os Quarteis-generais” ou o slogan de Mao:-”Nunca esqueçam a Luta de Classes”

Petição Global para a Rejeição á pretensão do Japão (pró-Americano) para a obtenção de um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.

http://www.china918.net/

8/Abril - Protestos anti-Japoneses irrompem por toda a China
12/Abril - Disputa Sino-Japonesa sobre zona de Mar rica em petróleo

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