BE WORRED
A revista Time usa na capa aquela frase emblemática dos filmes de terror “Tenha Medo, Tenha Muito Medo”
Para impelir os leitores a estarem mais atentos ao problema do aquecimento global (como se de nós cidadãos comuns dependessem as iniciativas, e não aos Governos, para modificar o que quer que seja). Nesta edição dedicada ao tema, os editores da revista sublinham que o planeta ficou doente mais cedo do que se previa. As consequências do aquecimento global são já hoje visíveis em sintomas irrefutáveis, tais como as calamidades naturais cada vez mais frequentes e generalizadas e o desaparecimento de várias espécies animais e vegetais. Escreve-se ainda que, “se isto já é um pesadelo o pior ainda está para vir”, nomeadamente devido ao crescimento económico na Ásia. A revista aponta os malefícios deste problema para a nossa saúde e faz um tributo aos “heróis” do ambientalismo que tentam lutar contra a indiferença dos lideres políticos.
Apanhados
Decerto tendo em atenção o recente desastre ecológico provocado no Alaska, em Prudhoe Bay pela petrolifera BP, que derramou 760 mil litros de crude que cobriram vários hectares de tundra, o nosso ministro da Economia Manuel Pinho (esse mesmo proprietário que botou abaixo a Casa Garrett) apressou-se a anunciar novos investimentos em prospecções no Algarve e no Alentejo, em simultâneo com a betonagem anunciada da única costa ainda meio-selvagem da Europa.
O valor estimado das 11 maiores fortunas dos individuos mais ricos do mundo (217,2 biliões de dólares) é superior ao do valor combinado do Produto Interno Bruto da lista dos 49 paises menos desenvolvidos do planeta (194,6 biliões)
As coisas não tinham de ser desta maneira,,,
,,,mas como são,,, o crescimento é canalizado para criar ilhas de lazer para esta gente, filhos e enteados se divertirem, enquanto em redor destes paraisos a degradação alastra.
Bulimia Imobiliária – na mesma linha a nivel mundial, o investimento directo em imobiliário terciário, subiu em 2005 mais 21 por cento em relação ao ano anterior.
Promotores imobiliários e autarquias pretendem instalar mais 70 mil camas no litoral alentejano. Esperava-se que o governo de Sócrates mostrasse que um país não é uma camarata. Em vão - os empreendimentos cujos precedentes foram abertos pela Sonae, Banco BES, e outros tubarões menores foram rápidamente aprovados.
“Pagam-me para mexer com a cultura do país” disse (na Visão) António Mega Ferreira - enquanto na primeira entrevista que tinha dado logo após ser nomeado para gestor do CCB, tinha manifestado, no mais puro alinhamento com a filosofia do Cavaquismo que seria um crime não se construir já o ultimo Módulo que prevê a implantação de 1 Hotel e de 1 Centro Comercial nos anexos do Centro Cultural de Belem. (enquanto manda às urtigas o Museu de Design aí existente)
De cultura desta, comandada pelo pato-bravismo do lobie do Betão& Consumismo irresponsável, Lda, pensávamos nós que já estávamos fartos. Afinal, apesar da falência técnica das autarquias às mãos da Corrupção, parece-nos que o modelo continua a ter pernas para se afundar.
O projecto OPL da Mata de Sesimbra, um empreendimento turístico que prevê 30 mil camas, numa zona onde é proibido construir, mascarado de grande acontecimento eco-tecnológico, por troca decidida em tribunal com os investidores alemães na famigerada Urbanização da Praia do Meco, é o primeiro empreendimento sustentável turístico do mundo, de acordo com o que dizem os promotores – que conseguiram envolver a WWF (agit-prop s/a harmonia entre os povos e a natureza,blá,blá,blá) como fiador ecológico no processo. O maior empreendimento turístico-ecológico do mundo (tínhamos de ser nós os maiores) para já é apenas um acordo para a emissão da licença de construção – sendo a execução do restante projecto diluído nos tempos que o futuro trará – para já o que se vai licenciar são as 30 mil camas,,, Como diria Fernando Pessoa na hora da morte: “We know not what tomorrow will bring”
A nível mundial, a diferença entre o “Living Planet Index” – uma medida da biodiversidade e recursos naturais existentes – e a “pegada ecológica” – o impacto das actividades dos humanos tem vindo a crescer. Entre 1970 e 2000, o “Índex” diminuiu em 40 por cento, enquanto a pegada aumentou em 70 por cento.
Portugueses gastam três planetas no consumo dos recursos naturais
Entre nós, a área de terra necessária para produzir tudo aquilo que consumimos é equivalente a 1,8 hectares por pessoa por ano – mas os portugueses consomem o equivalente a 5,2 hectares – um padrão que tem vindo a crescer, visto que há três anos este valor era 4,5 hectares. Já não basta o que basta, senão a Wild World Fundation vir agora tambem apadrinhar a festa,,,
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