Quem disse a frase que serve de titulo a este post foi o “democrata” Bill Clinton em 1992.
A maior multinacional da distribuição mundial, a Walmart tornou-se agora a maior empresa do mundo em todos os sectores (em 2003 ultrapassou a Exxon-Valdez e é hoje o maior empregador privado nos EUA). A chave do seu sucesso é o dumping social que pratica e com que conseguiu contaminar toda a economia Ocidental. A Walmart acaba de sair de um processo judicial onde pagou 172 milhões de dólares de multa por ter recusado aos empregados uma pausa para almoçar; peanuts, quando comparado com os lucros obtidos com o monopólio global para que caminha. Baseados no seu exemplo, em nome da luta contra a Toyota, a General Motors, que anunciou já a supressão de 30 mil empregos, exigiu aos operários uma diminuição de salários e aos fornecedores uma redução de custos. A Wolkswagen faz o mesmo, inclusivé na fábrica de Palmela. A maior empresa de equipamentos americana, a Delphi, queria simplesmente pagar aos assalariados 9,50 dólares por hora em vez dos actuais 28 dólares. O modelo generalizou-se e tende a ser institucionalizado à força – se não for aceite pelos Governos, as empresas fazem as malas e deslocalizam-se. É a falência do sistema, em nome da manutenção (e aumento com lucros fabulosos) dos previlégios dos seus gestores.
¿Como foi que uma pequena empresa do Arkansas,no coração religioso e conservador dos EUA, se transformou na maior corporação do planeta?, ao rebaixar salários, reprimir sindicatos, chantagear governos e destruir pequenas empresas? – com a tentação do “preço baixo” veja-se então onde nasceu e quem esteve à frente deste aparentemente “trinfante” modelo de globalização neoliberal, que agora é seguido caninamente por toda a parte pelos governantes dependentes contra os interesses dos seus próprios povos.
(link para o livro de Amy Gooman)
A primeira loja Wal-Mart foi aberta em 1962, em Rogers, no Arkansas, numa zona rural abandonada. Nove anos depois, a empresa havia ampliado a sua esfera de influência, estabelecendo-se em cinco estados. As primeiras lojas que abriu, de fraca densidade, foram ignoradas pelos grandes distribuidores: a Wal-Mart estabeleceu solidamente o seu monopólio ali, antes de estendê-lo para outros lugares. Ela privilegiou a periferia dos centros urbanos para desfrutar ao mesmo tempo da clientela das cidades e dos preços mais baixos dos terrenos. Antecipando em 1991 o acordo de livre comércio norte-americano (Nafta, na sigla inglesa) que o presidente William Clinton, ex-governador do Arkansas, ratificou dois anos depois ,,,
,,, a Walmart chamada pelo diminuitivo de “o Pequeno Polegar de Bentonville”, onde Hillary Clinton pertenceu ao Conselho de Administração entre 1986 e 1992, internacionalizou-se e desembarcou no México. No Canadá em 1994. Em seguida no Brasil e na Argentina (1995), na China (1996), na Alemanha (1998), no Reino Unido (1999). Em 2001, as receitas da Wal-Mart ultrapassaram o PIB da maior parte dos países, entre eles a Suécia; a Carrefour, a segunda empresa do sector (72 biliões de euros em 2004), que a Wal-Mart pensou comprar em 2004, está mais presente internacionalmente. Mas a empresa fundada por Sam Walton orgulha-se de um trunfo soberano: os 100 milhões de norte-americanos que procuram toda semana os "everyday low prices" (preços baixos diariamente) que ela lhes propõe.
Lá mais baixos, são eles. Mas à custa de quê? – fazendo repercutir os custos sociais dos trabalhadores modelo Walmart pagos a ordenados minimos, nas despesas do Estado pagas pelos contribuintes,,, que pagam em impostos, com lingua de palmo, aquilo que ilusóriamente pensam que pouparam em preços baixos no consumismo desenfreado,,,
(Leia aqui o artigo completo de Serge Halimi, publicado em Janeiro/2006 no Le Monde Diplomatique)
Como fácilmente se adivinha, os patronos politicos das Corporações, são sempre repescados para o exercicio do Poder, por quem os pode pagar - que são aqueles a quem eles por sua vez tinham arranjado as situações - um circulo vicioso, repartido entre neocons "democratas" e neocons republicanos, e respectivos derivados nas periferias. Depois de Bush, espera-nos a paz - mas o que chamamos "paz" é pouco mais que a capitulação ao golpe corporativo. Até que seja preciso desencadear outras guerras e outras agressões,,,
www.billforfirstlady.com
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