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segunda-feira, outubro 31, 2011

o DOCLisboa, a "neutralidade apolítica" e os negócios com os Nazis

Num confrangedor ambiente despolitizado (quando alguém afirma que não tem nada a ver com Partidos estamos perante alguém de Direita) terminou o DOCLisboa que declarou vencedor da competição internacional o documentário português "É na Terra não é na Lua".

Uma estopada de 3 horas, salvas as boas intenções do jovem realizador Gonçalo Tocha ao pretender enfiar o espectador no tempo que não passa na monótona ilha açoreana do Corvo. Esticar a duração dos planos até ao limite do insuportável será aceitável para os 400 habitantes do Corvo, mas em termos cinematográficos para os espectadores de sala é uma seca do caralho. Como se viu aqui, o atrevimento de exibir comercialmente o objecto sairá caro - a debandada geral da malta que pagou bilhete - salvo se o jovem autor destes exercicios de belas imagens que não precisam da politica para nada, cortar ao filme no mínimo uma hora de película. O que sobrar converte-se num bilhete postal, sendo sem dúvida uma das poucas coisas notáveis a salvar as seculares ladainhas religiosas da população do Corvo que faz da ilha uma das regiões culturalmente mais atrasadas do país.

O que é um documentário politicamente activo, que toma partido? que pretende ser didáctico na perspectiva de transformação do pensar colectivo da sociedade? por exemplo este, que "relata uma época em que um regime, fascista, se aproveitou da sua falsa neutralidade para enriquecer à custa da exploração e fome de um povo"… (via Luta Popular)

"Em 1942, António Pinho Freitas era comandante na Guarda Nacional Republicana em Aveiro. Uma vez por mês deslocava-se a cavalo a Rio de Frades, um lugar perdido na Serra da Freita, em Arouca. Ia lá para garantir que nenhum homem do destacamento da GNR de Rio de Frades desertasse para entrar na corrida ao volfrâmio e fazer dinheiro rápido".

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sobre a divisão de Classes Sociais

A minha contribuição para o debate sobre as “Funções do Capital e do Trabalho: em torno da identificação económica das Classes Sociais”, despoletado por João Valente Aguiar, no 5 Dias
(1ª Parte aqui)

O grande problema com a falta de compreensão da expressão “classes sociais” (e a respectiva negação da sua existência) tem a ver com a alienação daqueles que pressupõem que a emissão de dinheiro e a sua manipulação por Wall Street, Banco Mundial, FMI, etc. e todas as estruturas que esse dinheiro ficticio constroem são um “modo de produção”. Efectivamente a emissão de dinheiro e o crédito não relacionado com a produção de mercadorias, o seu engorduramento em Bolsa, a apropriação do imobiliário construído fraudulentamente mas de facto existente, etc. sustenta uma determinada nova classe polarizada por diversas localizações, os gestores multinacionais empregues pelos capitalistas globais e a tropa fandanga que empregam, mas em boa verdade, do que estes tratam, embora detenham a sua quota de poder no controlo da classe de produtores, é do modo tradicional de apropriação capitalista. A introdução desta nova vertente de funcionários principescamente pagos da nova pequena burguesia produz a ilusão de que a contradição principal deixou de ser a “posição dominante dos capitalistas no controlo total dos meios de produção” e a subordinação da classe operária que não detém nenhum controlo sobre aquilo que produz. Na presente sociedade de grandes accionistas (que num total não ultrapassam os 300 milhões, com primazia para o capital norte americano) pode até parecer que a mera propriedade física de determinado meio de produção nada tenha a ver com as relações de produção real da propriedade: os estatutos dos conselhos de administração fazem a blindagem dos verdadeiros donos e proprietários – naquilo que Olin Wright e al (1989, 245) redefinem como : “the petty commodity mode of production” – não por acaso uma expressão originalmente cunhada por Friedrich Engels no século XIX

Esta teorização aparentemente "nova" nada mais é que uma optimização e actualização da teoria marxista, (como antes fizeram Nicos Poulantzas ou o supracitado Guglielmo Carchedi (1), e que nada possui que entre em contradição com as leis da acumulação do Capital descobertas por Marx na sua época.

(1) Carchedi "On the Economic Identification of Social Classes" (1977):
"Não são as leis económicas que asseguram a reprodução do sistema; tendo em vista a criação de mais valias que possam ser apropriadas pelos proprietários é fundamental que exista uma intervenção do elemento superestrutural. (para ler aqui)

Para que se enquadre a declaração de Francisco Louçã sobre o anunciado reajustamento da dívida:

tendo em conta o cenário macroeconómico e a evolução das principais variáveis desde o momento em que o programa foi desenhado e aprovado e o momento presente (...) esta medida é única e simplesmente para financiar os Bancos (...) até aqui o acordo com a troika era "sacrossanto", não se podia mexer uma vírgula, mas agora, se a banca exige fundos e liquidez, apoio e subsídios”, então já se está “na época de ajustamentos" (fonte)
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domingo, outubro 30, 2011

papar relvas

Este é um Governo que desgoverna por bocas bichanadas à comunicação corporativa para que esta as transmita às camadas sociais que vão ser atingidas pelas medidas que de seguida são anunciadas como lei. Como táctica é cobarde, eles sabem que são uns meros serventuários de outros poderes mais altos e obscuros que os nomearam (por votação secreta no interior dos partidos; e gente de tal forma parida nasce do útero neocon directamente para os penicos executivos; e até do conteúdo depositado num penico seria exigivel maior frontalidade). Desta vez é o ministro Relvas que vem preparar as massas para aceitarem o fim definitivo dos subsídios de Férias e de Natal: a Holanda e "muitos paises da UE só têm 12 vencimentos por ano" disse. Obviamente, tal facto é simplesmente mentira para além que a diferença abissal dos números fala por si:

A questão não está em 12 ou 14 salários, mas no valor do salário real
Salário médio bruto anual após divisão por 12 meses:


Noruega --------- 3.787,50 euros
Reino Unido ----- 2.924,90 euros
Holanda --------- 2.769,30 euros
Espanha --------- 1.631,30 euros
Eslovénia -------- 1.075,25 euros
Portugal ---------- 949,80 euros
Turquia ----------- 386,90 euros
Bulgária ----------- 157,75 euros
(fonte DN)

Banqueiros ganham mais em Portugal que na Europa do Norte. Segundo a consultora AlphaValue um administrador da banca em Portugal ganha mais do triplo de um belga e fica à frente de dinamarqueses, holandeses e noruegueses
Banqueiros portugueses recebem em média 845.000,00 euros/ano, ou seja, dividido por 12, "um "salário" médio por mês superior a 70 mil euros (fonte: DN)
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o corte permanente de um subsidio, um direito adquirido, exige uma alteração à Constituição. É para o exercicio dessas pequenas minudências que serve o tão badalado acordo de salvação dos privilegios da banca nacional consignado no entendimento entre PS-PSD-CDS
Sindicalismo na Europa
O esforço de equilibrio das contas públicas é sempre feito à custa dos salários dos trabalhadores
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sábado, outubro 29, 2011

a responsabilidade será nossa...



já viste o que te espera? arrepende-te!, senão vais fazer companhia ao outro

A analogia beata com o fascismo é efectivamente muito óbvia:
"Vaticano pede uma “autoridade pública global” e um “banco central mundial... como diz um comentador à notícia, "é uma técnica, (Problema...Reacção...Solução) em acção! a máscara vai caindo, um governo (Feudalismo esclavagista), um Banco (emissão livre de moeda), um Exército (os cruzados da NATO) e uma Religião, a católica pois claro! Mas do que na realidade precisamos é que os bancos centrais desapareçam..."
Hienas
No século XX os psicopatas financeiros substituiram os Exércitos de ocupação transformando os quartéis em Bancos Centrais, um meio muito mais barato para colectar tributos de todos aqueles que foram derrotados ou conquistados pelas mais diversas manobras e subterfurgios.
O povo da India acreditou que foi libertado por Gandhi das tropas de ocupação inglesas. Na realidade ele concordou em continuar a pagar tributos à banca internacional dos Rothschilds permitindo que se instalasse na India um banco central privado que controlou a emissão da moeda na India.
A mesmo se pode dizer da "revolução americana", cujos dirigentes permitiram uma sociedade comercial com banqueiros privados ingleses (60/40%) na formação do First National Bank. Desde 1913, a real dinastia privada da Rothschild Corporation passou a proprietária a 100% da emissão de dólares, sobre os quais cobra 6% ao ano em todas as emissões das notas da Reserva Federal. Depois de duas grandes guerras mundiais, com a supremacia global alcançada pelo Dólar, imagine-se o fabuloso negócio deste conglomerado financeiro, entretanto pulverizado por uma míriade de entidades mas centralizado no núcleo original, que atribui valor através da fixação de um preço, conveniente à sua supremacia, a tudo o que se produz no mundo. (Quanto maiores forem as Dívidas, maiores são os lucros)
Em vésperas de nova convulsão social grave, vem o Papa mostrar a sua lealdade e obediência à realeza da Banca imperialista, convidando a pirataria financeira, os saqueadores do FMI/Banco Mundial e os ladrões regionais a unirem-se para consolidar o poder da oligarquia sob um Banco Global Único na perspectiva de uma Nova Ordem Mundial
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sexta-feira, outubro 28, 2011

por trás das grandes fortunas há sempre um crime

confesso que sempre senti curiosidade em ver como é que este se ia safar desta. Amigo pessoal do Presidente da República, as expectativas mantêm-se incólumes... safa-se? (ia-se safando logo à primeira: o cadáver da vítima por um pouco que não foi sepultado como indigente por a sua identidade ser desconhecida)



clique nas imagens para ampliar
"Duarte Lima foi formalmente acusado de homicídio pelo Ministério Público (MP) brasileiro. Na acusação o ex-lider parlamentar do PSD é apontado como o autor dos disparos que mataram Rosalina Ribeiro. O Brasil quer a prisão preventiva de Duarte Lima e já pediu à Interpol para pôr o nome na lista dos procurados internacionais. Recusa de Rosalina Ribeiro em assinar um documento a negar qualquer depósito de 5,2 milhões de euros na conta bancária suiça de Duarte Lima esteve na base do assassinato. (fonte)

Previsto na Constituição nenhum cidadão nacional poderá ser extraditado para ser julgado noutro país, apesar da existência de um acordo mútuo de extradição entre Portugal e o Brasil. A Constituição tem sido alvo de toda a espécie de tropelias, em nome dos mais variados e suspeitos fins, mas para que se averigue um homicidio com graves repercussões políticas, já não pode. Pelo que a casa gasta, ou muito nos poderemos enganar, ou Lima será julgado e branqueado em Portugal por uma mera ilegalidade no "desvio de fundos", o que, evidentemente, nunca será provado

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quinta-feira, outubro 27, 2011

esquema "Ricos cada vez mais Ricos e os Pobres para a Prisão" a funcionar em pleno

























Já se sabia, os 17 ex-governos do Euro vão perdem soberania, face à instauração em curso do Governo Económico Único Europeu liderado pelo eixo Franco-Alemão. A consultora na EU Maria João Rodrigues disse ontem que “os lideres europeus devem estar totalmente desesperados, para estarem dispostos a considerar que a nova solução para salvar a economia europeia venha dos seus principais parceiros externos, via FMI. Se vierem a aceitar isto, entrarão na história mundial como aqueles que enterraram o projecto europeu e transformaram a Europa num actor de segunda linha”
(ler o resto)


O sistema (des)informativo neocon/neolib transmite as noticias gota-a-gota, avulso e independentes umas das outras, como se não existisse uma estrutura global de dominação de onde partem todas as decisões. Stiglitz afirma que as políticas de austeridade são “um pacto de suicídio” para a maioria das economias mundiais – e a razão de ser da austeridade, especialmente para as economias ocidentais, é apenas uma: continuar a absorver e a injectar no sistema financeiro global todas as emissões de moeda que a Reserva Federal dos Estados Unidos decidam imprimir para repor os valores fictícios (600 triliões) que se eclipsaram na crise do subprime desde 2008. Para já e como primeiro passo, os bancos portugueses vão ser obrigados pelo Estado a aceitar injectar perto de 11.000 milhões de dólares na nossa economia (7.800 milhões de Euros, como consta na primeira página do Público de hoje).

Após dez horas de reuniões, Merkel e Sarkozy acabaram por convencer a banca internacional a aceitar perdoar metade da dívida soberana grega. Os bancos privados que têm títulos da dívida da Grécia aceitaram perdas de 50% nos seus papéis sem préstimo: o equivalente a 100 biliões de euros (US$ 140 biliões de dólares). E o "fundo de resgate do euro" aumentará dos actuais 440 mil milhões de euros para 1 bilião de euros com o recurso a fundos do FMI. Obviamente, a galinha dos ovos ocos acabará num tremendo conflito na capoeira hiper-inflaccionária, de onde só se sairá através de uma formidável guerreia que mate o galo

Cercar o Parlamento, Expulsar os vendilhões do templo: Este não é o nosso Orçamento.
3 de Novembro


quarta-feira, outubro 26, 2011

"democracia" em Itália: resolvam lá isso da melhor maneira

Um debate na Câmara dos Deputados descambou esta quarta-feira numa cena de troca de estaladas entre dois parlamentares, todos membros da mesma coligação. Umberto Bossi, da fascista Liga Norte apresenta uma proposta para aumentar a idade de reforma. Gianfranco Fini, um extremista da direita conotada com Berlusconi, tinha afirmado na televisão que a mulher de Bossi se aposentou aos 39 anos. É um assunto a ser dirimido da melhor maneira entre os partidários das duas personagens. Seguiram-se os insultos e as agressões. O nosso desejo é que nenhum estalo caia no chão... (fonte)



Seguindo as pegadas de Portugal: Berlusconi fez um pacto secreto com os parceiros da extrema direita comprometendo-se a resignar em Dezembro havendo novas eleições em Março; e o cardápio da "escolha" permanecerá entre estas 3 sinistras personagens?

Por exigência do pacto UE: Coligação neocon aprova aumento da idade de reforma para os 67 anos
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um programa de realidade virtual

o ministro das finanças Vítor Gaspar voltou a recusar a reestruturação da dívida: "Se Portugal tivesse de reestruturar a sua dívida estaria em causa a capacidade do Estado de pagar salários e pensões" - É sabido que o Estado cobra muito mais impostos que o valor que paga em compomissos sociais; se "não podem pagar salários e pensões" o que é que fazem ao dinheiro colectado pelo Fisco? a longa lista de medidas anti-crise tomadas desde 2008 não lhes chega? a explicação é outra - para além do rebentamento da bolha imobiliária (estimada em 90 mil milhões) talvez aqui fossem convocados os compromissos que já somam 60 mil milhões assumidos com as parcerias público-privadas, politicas iniciadas com os governos de Cavaco Silva para empregar as clientelas partidárias do bloco central...



e mais disse o ministro que o "Orçamento do Estado para 2012 é um orçamento de esperança, que vai levar a um caminho de crescimento e prosperidade, e apelou a um consenso entre os 3 maiores partidos" - e aqui é que bate o ponto:

os mesmos que gastaram à tripa forra, usufruiram de privilegios nunca vistos e conduziram o país ao actual estado de contas que não estão pagas, são os mesmos que se preparam para empochar mais umas volumosas tranches das "ajudas a Portugal", a começar pelos 12 mil milhões que a Europa obriga os bancos a usar (incluidos na "ajuda dos 78 mil milhões do FMI/Troica) para proporcionar crédito a quem eles muito bem entendem. E disto entende o 1% dos ricos muito bem, pelo menos desde o novo-riquismo que foi dado à "nova vida da economia portuguesa" aquando da adesão à CEE (1986). Um tal manancial de fundos (falava-se em 450.000 contos por semana), passe a análise das puras burlas então verificadas, não trouxe, como se sabe, um desenvolvimento sustentável ao país. O que trouxe foi uma nova nomenklatura; por exemplo, os jipes e suvs toyota para fins agricolas passaram a ser conhecidos por Infadaps, enquanto a agricultura era desmantelada a favor das grandes cadeias de distribuição multinacionais.

Sempre a crescer: crescer para cima uns
(a minoria)
crescer para baixo outros (a grande maioria
)

Com a globalização as condições de base mudaram, hoje a coqueluche dos ricos é o avião privado. Se um qualquer funcionário da política (imaginemos um torres couto &associados do século XXI) quiser obter uma migalha do rico, documente-se e fale-lhe de marcas de jactos privados - o homem ficará extasiado com a conversa e é bem capaz de embarcar na canção do bandido. Mas os bandidos somos nós, o povo, os responsáveis pela economia estar a crescer abaixo de zero...

Os povos da Europa devem opor-se à tentativa de instauração do "Governo Económico Único Europeu", que mais não será que uma correia de transmissão das ordens do Imperialismo norte-americano no seu esforço para globalizar a CIA e a NATO

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terça-feira, outubro 25, 2011

pequenos nadas da miséria nacional (II)

Assunção Esteves reformou-se aos 42 anos e acumula a "subvenção" de reforma (2.230,00 euro) com o vencimento de presidente da assembleia da república. Mas estas altas personalidades privilegiadas da nação não funcionam individualmente segundo os cânones liberais da treta; uma vez privilegiadas à pala do Estado há que providenciar pelos privilegios do grupo que por sua vez faz de cada privilegiado um individuo com maiores privilegios. A repetição distributiva de benesses converteu-se numa missa, cujo deus para uns e o diabo para outros, é a economia financeira pública. Assunção Esteves mal se apanhou "eleita" interpares, promulgou em 21 de Junho de 2011 um despacho que atribuiu a João Bosco Mota Amaral, na qualidade de ex-presidente do Parlamento nomeado pelo PSD, um gabinete, uma secretária de carne e osso, um BMW 320 e um motorista (ler transcrição do despacho da AR aqui)

* onde se comprova que o mal de Portugal não é a estafada falta de produtividade, mas sim "a produtividade a mais" dos que não fazem nada: "Para acabar de vez com os mitos da narrativa austeritária"
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segunda-feira, outubro 24, 2011

Khodorkovsky

"Khodorkovsky", de Cyril Tuschi. Exibido em 22 Outubro, repete dia 27. É um documentário que, segundo a sinopse oficial, pretende representar a transformação do magnata russo de "socialista perfeito em capitalista perfeito e finalmente em mártir perfeito numa prisão da Sibéria". A investigação é conduzida na perspectiva da queixa que Mikhail Khodorkovsky apresentou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por achar que é vítima de perseguição politica pelo "sistema estatal" de Vladimir Putin, que o condenou a cumprir uma pena de prisão até 2017.















Mikhail Khodorkovsky é um empresário e magnata russo, ex-proprietário da petrolífera Yukos que em 2003 foi condenado por corrupção, fraude contabilística, fuga ao fisco e evasão de divisas. Principiou a carreira na Organização para a Juventude Comunista (Komsomol). Depois da queda do regime soviético em 1989 fundou diversos partidos, entre os quais, um partido comunista (da Federação Russa), o Yabloko e o pró-Kremlin Rússia Unida”, os quais competiam artificialmente uns com os outros. Como sempre acontece com a generalidade dos Jotinhas (que nunca trabalharam na vida) a sua esperteza e as circunstâncias da tragédia que estava a acontecer ao povo russo levaram-no a enriquecer rapidamente enquanto o desmantelamento da antiga URSS fazia cair o produto interno bruto para metade e a população sobrevivia plantando hortas em vasos nas varandas das cidades. Aproveitando a “abertura e transparência” (Glasnost) de Gorbatchev, em 1987 fundou o primeiro banco privado russo, o Menatep. Tornou-se milionário e filantropo e as suas aspirações politicas levaram-no a iniciar o movimento populista “Rússia Aberta”. Ao melhor estilo de Bill Gates, do qual aliás mais adiante se tornaria amigo pessoal, o magnata russo também ajudava os pobres.

Algures por aqui Khodorkovsky começou a frequentar o Forum Mundial de Davos e as suas convicções na adesão ao Neoliberalismo levaram-no rapidamente a estabelecer ligações com George Soros e a família de banqueiros Rothschilds – por outras palavras, Khodorkovsky é de ascendência judaica e não teve a menor dificuldade em conseguir financiamentos ocidentais para tentar instaurar o poder desse grupo financeiro global sobre um grande país como é a Rússia. Anatoly Chubais um economista simpatizante e com ligações ao neoliberalismo ocidental sob o governo de Yegor Gaidar foi encarregado de proceder às privatizações, tornando-se o mais influente politico e gestor empresarial da presidência de Boris Yeltsin. Na prática era Chubais quem decidia a que amigos eram entregues as empresas propriedade do Estado. Em 1995 Khodorkovsky e outros dois sócios judeus Platon Lebedev e Leonid Nevzlin, num leilão gerido pelo seu próprio banco, adquiriram a companhia petrolífera Yukos por uma pechincha de 309 milhões de dólares. Em 2003 a mesma Empresa foi avaliada em 45 mil milhões (US$45,000,000,000) ou seja, 145 vezes o preço inicial de compra, uma exorbitante mais valia decerto não obtida pelo simples génio do gestor.



A companhia Yukos era de facto o espólio do antigo Ministério dos Petróleos da URSS que fazia a gestão dos campos petrolíferos em função dos interesses nacionais. A Yukos seria a primeira gota de água. A partir de diversas subsidiárias Khodorkovsky organizou um poderoso grupo de individuos que tomaram o controlo accionista de inúmeras companhias russas, usando processos mafiosos, estabelecendo um incalculável império económico-financeiro. Em 2004, Mikhail Khodorkóvski foi considerado o homem mais rico da Rússia e o 16º do mundo. Até ser preso, era considerado um dos mais poderosos oligarcas da Rússia. Após a prisão o sócio Leonid Nevzlin tomou o controlo da Yukos com a criação de uma holding, mas, igualmente acusado pela justiça acabaria por voar para Israel onde ainda se encontra. O Estado acusou a administração da empresa de ter desviado para a bolsa de valores de Wall Street a quantia de 27 mil milhões de dólares. Para se fazer uma ideia do valor que isto significa (350 mil milhões de barris de petróleo) basta compará-lo com a verba de 108 mil milhões de euros que se pensa ser necessária para resgatar actualmente todos os bancos europeus.

O nada surpreendente caso dos amigos ocidentais

Num artigo recente intitulado “Como a Administração Obama deve comprometer a Rússia” a extrema direita judaico-americana reunida em torno da “respeitávelHeritage Foundation, cujo director é o judeu Ariel Cohen, brindou-nos com esta bela pérola:

A perseguição à Yukos minou a noção de que a justiça possa ser um valor universal, porque selectivamente ela teve por alvo uma corporação politicamente inconveniente. Outros oligarcas russos que estiveram muitas vezes envolvidos em práticas de negócios não legais, mas que eram politicamente leais ao regime não foram perseguidos”.

Ao tempo da sua prisão Khodorkovsky estava envolvido num processo de negociação com o seu amigo do grupo Carlyle George H.W. Bush, pai do então presidente George W. Bush, para a venda de 40% da Yukos a outra companhia cuja ex-directora tinha sido Condi Rice: a Chevron ou à Exxon-Mobil num lanço que teria desferido um golpe fatal para a débil recuperação económica da Rússia de Putin com o recurso aos recursos petrolíferos nacionais; ou seja, trocar petróleo usando os pipelines para ocidente trocando-o por dólares. A comissão anti-monoplista russa acabaria por forçar a fusão da Yukos com a empresa estatal Sibneft. O Procurador-Geral considerou que Khodorkovsky e os seus associados tinham sonegado ao Estado mais de 1 bilião em impostos não pagos. A adição ao grupo dos campos petrolíferos da Yukos resultou no consórcio Rosneft uma das maiores empresas petroliferas e de gás do Mundo. O governo russo é o maior acionista da empresa com 75% das acções, ao lado das congéneres Gazprom e LUKoil. Em 2005 tinha uma capacidade de extracção de 1,69 milhões de barris de petróleo por dia. Face ao roubo, embora aderindo ao capitalismo, apesar de tudo, o espírito de independência nacional russo não se havia perdido de todo.

Em 31 de Março de 2009 um novo julgamento de Khodorkovsky e Platon Lebedev começou em Moscovo, com mais acusações de fuga de capitais e lavagem de dinheiro. Em 27 de Dezembro de 2010 o juiz determinou-lhes cumprir 14 anos de prisão, agravando os 9 anos da primeira sentença. E os réus falharam as provas da queixa ao Tribunal Europeu de que teriam existido sérias violações dos direitos humanos num caso que teria motivações politicas. Mas uma testemunha que foi companheiro de cela de Khodorkovsky acrescentou algo que não era conhecido. Sergey Mavrodi acusou os réus do assassinio de Vladimir Petukhov, o presidente da Câmara Municipal da região onde se encontram os campos petrolíferos da Yukos. O autarca de Nefteyugansk tinha começado a exigir à administração de Mikhail Khodorkovsky o pagamento dos impostos locais devidos por lei. Petukhov foi abatido a tiro em Junho de 1998 e, nesse dia, a noticia foi transmitida a Khodorkovsky durante a festa em que comemorava o seu aniversário. Segundo uma investigação conduzida posteriormente o vice-presidente da Yukos Leonid Nevzlin teria ordenado a uma companhia de segurança dirigida por Alexey Pichugin para tratar dos pormenores da execução. Para contrapor às queixas de violação de direitos humanos, este crime ainda não faz parte do cardápio das acusações… (nem esta cena nem as ligações explicitas com o lobie Sionista fazem parte do filme de Cyril Tuschi)
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domingo, outubro 23, 2011

breve lista de pequenos nadas da miséria nacional

No livro ‘Como os políticos enriquecem em Portugal’, de António Sérgio Azenha explicam-se os casos de 15 figuras de proa da partidocracia portuguesa que enriqueceram no exercicio dos cargos. Mas são às centenas os governantes e deputados de todas as cores políticas, independentemente da sua idade ou da sua competência, que têm sido contemplados com bens extorquidos ao erário público; e que nós, os nossos filhos e os nossos netos iremos suportar por muitos e bons anos.

Antes de ingressar no Governo de António Guterres em 1995, Manuel Pina Moura, que enquanto ministro da Economia e das Finanças, teve em mãos a reestruturação do sector energético, tinha declarado 22 814 euros de rendimentos em 1994. Em 2006, após ter saído do Governo, "apresentou um rendimento anual de 697 338 euros". Em 12 anos, o seu rendimento anual sofreu "um aumento de 2.2956%" Manuel Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, terá ganho como ministro, em 1994, quase 65 mil euros. Em 2001, já como trabalhador independente, declarou 861 366 euros. Em sete anos, "a sua remuneração anual aumentou 1225%". O famoso Armando Vara, ex-secretário de Estado e ministro de Guterres, é um caso semelhante: em 16 anos, passou de um rendimento anual de 59 486 euros em conjunto com a mulher, em 1994, para 822 193 euros, em 2010. Foi, segundo o livro, um aumento de 1282% na remuneração anual. Fernando Gomes declarava 47.901 euros, no final do exercício do cargo politico declarou 515.000 euros. Numa dúzia de anos Faria de Oliveira, actual presidente da Caixa Geral de Depósitos, passou de 65010 euros para 700.874 euros. António Vitorino de 47901 euros para 515000 euros, etc. (ver lista mais detalhada aqui)

Poder-se-ia pensar que este escol de sobredotados espertalhões sacaram a massa e posições de privilégio, puseram-nas a render e fizeram-se à vida; mas não… estes e outros figurões ficam a auferir chorudas pensões de reforma do Estado – como lhes chamam “Subvenções” ficam livres do roubo do subsidio de férias e de natal de que a pelintragem dos assalariados vão ser vítimas. Vem no Diario de Notícias de hoje uma lista que atravessa transversalmente todo o espectro partidocrático. O multiministro Álvaro Barreto ficou a auferir 3.400 euros mensais. O maior truta da área soarista do PS, Carlos Melancia, ex-governador de Macau, aufere a pensão mais alta: 9150 euros por se ter sacrificado no escândalo dos Contos Proibidos do Fax. A “comunista” de toda uma vida Zita Seabra e Joaquim Ferreira do Amaral do PSD têm, cada um, 3.000 euros de subvenção mensal; e por aí afora até Duarte Lima que aufere 2.200 euros e Rui Gomes da Silva, eminência parda que foi ministro da propaganda de Santana Lopes e hoje é vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica sacando 2.100 euros por mês ao Estado. Mas a informação sobre este tema, como é óbvio, não se esgota no jornal corporativo do grupo Lusomundo. Há vacas que são sagradas e "indifamáveis".

Mário Soares “papa” de reformas mais de 500.000 Euros por ano. Alberto João Jardim tem uma reforma do Estado de 4.124 Euros, obtida num serviço público onde nunca trabalhou (Secretaria Regional de Turismo) e recebe um ordenado por inteiro de 84 mil Euros. Acresce a este valor mais 40% de despesas de representação, o que dá 94.467 euros: ganha mais do que o primeiro-ministro Espanhol. Amibal Cavaco Silva recebe do Banco de Portugal 4.152 Euros, da Universidade Nova de Lisboa 2.328 euros e de pensão como primeiro-ministro 2.876 euros. Mira Amaral, antigo ministro de Cavaco Silva depois de obter uma reforma de deputado, em 21 meses obteve uma reforma da Caixa Geral de Depósitos no valor de 18.000 Euros mensais (É este tipo que vem agora acusar Sérgio Azenha de “grave erro de metodologia" na investigação do livro que publicou). Vasco Franco, figura de proa do PS, obteve uma reforma de deputado de 3.035 euros; recebe ainda uma outra como deficiente de guerra por ter sido ferido em Moçambique já depois de 1974. Marques Mendes mal fez 50 anos de idade, tratou de logo de requerer uma pensão de 2.905 Euros. Campos e Cunha, ministro das finanças de Sócrates, após ter trabalhado 6 anos no Banco de Portugal, e com apenas 49 anos, obteve uma reforma de 114.784 euros anuais. Fernando Rosas, dirigente do Bloco de Esquerda, quando atingiu os 8 anos necessários para solicitar a sua reforma de deputado, mandou a Assembleia às urtigas. O mesmo aconteceu com Carlos Brito, quando obteve a reforma, mandou de imediato “passear” o partido onde militou por décadas; e o seu amigo "das-pró-dissidências" Manuel Alegre recebe um valor de 3.219,95 euros mensais por ter trabalhado um ano na RDP num cargo que nem ele se lembra já qual era
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A Miséria no Século XVII: amanuenses do Fisco e guardas armados
executam uma penhora destinada a prover liquidez para uso da burguesia
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sábado, outubro 22, 2011

cumprir escrupulosamente o pagamento da especulação, ou recusar fazê-lo. Para a independência nacional não existem meias opções.

VPV o mais famoso comentador do regime descobre tardiamente o que nós andamos a dizer à uma década: a eleição de Cavaco Silva foi a maior desgraça que aconteceu aos portugueses que ainda vão sobrevivendo no país (ler aqui). De repente todos agentes politicos com assento à mesa do regime pseudo representativo andam a dizer o mesmo, os de "esquerda" mais tardiamente que todos, na medida em que se arrogam a "representar" a vanguarda do povo trabalhador, apontando-lhe o caminho de um capitalismo benéfico. O Bloco “Esquerda” diz que estes cortes orçamentais são uma "guerra aberta" ao povo Português. O P”C”P diz que está implementado o "estado de guerrilha". A CGTP diz que "Portugal está sob ocupação da Tróica"... O que ninguém diz é que o povo português não deve aceitar de todo e na totalidade pagar uma dívida que não contraiu - aquilo que há quem diga desde sempre:


2ª parte


A maior prova da ilegitimidade da dívida e do oportunismo na sua cobrança: União Europeia disposta a "perdoar" metade da dívida da Grécia
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sexta-feira, outubro 21, 2011

uma lição de História

Pouco antes do principio de 1900, com a luta de classes no auge e a debacle capitalista à vista, enquanto a alta burguesia parisiense se divertia e alucinava com a "Belle Epoque", Friedrich Engels avisava que a competição entre potências imperialistas acabaria por lançar o mundo numa catástrofe jamais vista. A primeira grande guerra mundial iniciar-se-ia em 1914. Relembrando esses tempos ainda assim não tão longinquos, o DOC-Lisboa patrocinado por meia dúzia de grandes corporações nacionais, abriu ontem, o mais liofilizado possivel, com a estreia do documentário "Crazy Horse" sobre o cabaret que é a mais famosa atracção turistica parisiense.

O filósofo Domenico Losurdo explica o resto, que é o mais importante, numa aula subordinada ao tema "Marx , Imperialismo e Racismo"
(legendado em português)


quinta-feira, outubro 20, 2011

mais um episódio de orgulho ético para o Ocidente

Muammar al-Ghadafi foi atingido por um bombardeamento da NATO efectuado sobre Sirte. Seguia numa ambulância integrada numa coluna de veículos, o que foi confirmado pelo comando da NATO. A comunicação anti-social a soldo dos assassinos apressou-se a encenar uma mirabolante estória dando conta do "ditador escondido que nem um rato numa manilha de esgoto protegido por guardas-costas" e a enaltecer o nome do homem que disparou sobre o lider da revolução verde na Líbia: responde pelo nome de Ahmed Al-Shebani, mas as coisas não se passaram como as pretendem pintar - na verdade o assassino executou al-Ghadafi com um tiro na cabeça depois de o retirar à força da ambulância onde seguia gravemente ferido (nas imagens é perfeitamente visivel o homem de pistola em punho preparando-se para a execução. Na fotografia abaixo vê-se nitidamente o buraco de bala na cabeça)



o primeiro atentato contra o lider da Revolução Verde na Líbia foi perpretado pela Grâ-Bretanha no ano de 1969 - ler a Biografia

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quarta-feira, outubro 19, 2011

o mais alto hipócrita da Nação












"as declarações de Cavaco Silva no recente encontro da tribo de Economistas, vindas de quem "tem sempre razão e nunca se engana", afirmando que podemos "estar no limite" e que "subsistem naturalmente dúvidas" sobre se "os sacrifícios a ser exigidos aos portugueses valem a pena, e nos conduzem a bom porto", são, no mínimo, de um oportunismo inqualificável.
É a desresponsabilização absoluta da origem e da natureza desta crise e da correspondente "dívida soberana", é um lavar de mãos como Pilatos, é um escamotear das reais consequências das medidas que este governo está a impôr - que é da cor política e defende a mesma estratégia neoliberal que o PR - é escamotear que se ele estivesse, de facto, preocupado com a situação poderia sempre exercer o seu poder de veto. Mas não, o governo e o presidente, uma vez mais, fazem aquele papel do polícia bom e do polícia mau (por vezes invertem os papéis). O polícia mau - o governo - desanca nos trabalhadores e no povo português, para, de seguida, vir o polícia "bom" - o presidente - com estas pseudo "dúvidas existenciais (...) Interessante é alguns oportunistas que se dizem da oposição apostarem na ilusão de que Cavaco Silva poderá vetar o orçamento" (do Luta Popular)

adenda:
A verdadeira intenção de spin do PR tem em vista preparar o terreno para a extensão das medidas de agravamento já tomadas em relação ao sector público, "esticando-as" com o agravamento do IRS dos trabalhadores do sector privado. O modo de fazer política por recados de Cavaco é simplesmente vergonhoso e indigno do cargo que ocupa. O dinossauro excelentíssimo diz-se preocupado com os limites das exigências fiscais, mas depois abre a porta do cavalo para novos agravamentos. Vem na página 4 do Público de hoje (sem link)

terça-feira, outubro 18, 2011

três opções políticas na divisão de classes em Portugal

1. Abolir as estruturas da classe dominante
2. Abolir o Comité Central
3. Ou permitir que o Capitalismo selvagem proceda à abolição de valores e pessoas que considera excedentários

Podemos reconhecer não mais que três soluções teóricas aplicáveis ao governo dos povos, a saber:

3. o (Neo)Conservadorismo herdeiro de Reagan e Bush que experimentamos neste momento nasceu da rejeição do liberalismo social e da contra cultura da nova esquerda, representando um realinhamento da politica e a conversão ideológica de membros da esquerda clássica para a direita e vice-versa.

2. o Liberalismo é um sistema político-económico baseado numa pretensa defesa da liberdade individual, contra as ingerências do poder estatal limitando os seus poderes, onde a ordem surgiria espontaneamente da propriedade privada e do mercado livre. "Liberal" deriva do latim “Liber”, definindo na sociedade esclavagista primitiva "aquele que não é escravo". Conceito actualizado por John Locke e Adam Smith nos séculos XVI e XVII a doutrina prega a retórica do individualismo metodológico afirmando que cada indivíduo constitui a unidade básica de compreensão, juízo e acção. Juridicamente significa que as relações de direitos e deveres têm como agentes as pessoas humanas. As colectividades não poderiam possuir direitos ou deveres, mas, na prática, as mega-corporações e monopólios capitalistas fazem tábua rasa da doutrina, subornando e subalternizando governos, invocando amiúde os direitos humanos para tentar justificar as suas actividades de exploração coerciva. A influência no Liberalismo das teorias económicas neoclássicas levou à cunhagem do termo Neoliberal, e finalmente,

1. o Marxismo, desde Marx a Lenine e ao Maoísmo, nas suas inúmeras interpretações, das quais poderá sair uma solução consensual de governo da maioria. O marxismo é um sistema politico filosófico de análise concreta e dialéctica numa concepção materialista da história segundo uma perspectiva de classes sociais cujos interesses se opõem, por oposição ao idealismo das correntes politicas liberais e conservadoras que advogam o corporativismo na acumulação de capital em beneficio exclusivo duma elite de indivíduos privilegiados. O marxismo interpreta a vida social conforme a dinâmica da base produtiva das sociedades e o homem como um ser que historicamente só pode viver em comunidade; o homem livre que possui a capacidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho organiza-se socialmente em torno de uma propriedade comum e de um sistema de trocas entre iguais pelo valor de uso das mercadorias e serviços. Em vez da competição desenfreada e sem regras, o marxismo diferencia os homens dos outros animais e possibilita o progresso e a sua emancipação da escassez da natureza, o que por sua vez proporciona o desenvolvimento das potencialidades humanas em toda a sua plenitude. O ponto de viragem na diabolização do Marxismo pelo mundo ocidental foi despoletado no século XX com os acontecimentos da Praça da Paz Celestial em Pequim (Tian`anmen) em 1989 na República Popular da China. Uma multidão contestatária do regime induzida por interesses estrangeiros imperialistas agiu no sentido da destruição do sistema de propriedade colectiva. A organização social nascida com a independência nacional em 1949 sob a liderança do Partido Comunista seria no entanto salvaguardada, por oposição à tragédia que aconteceu ao povo da Rússia desde a instauração revisionista de um regime de capitalismo de Estado na década de 60.

3. Em prol do (des)governo dos Neoconservadores poderemos esperar uma base social de apoio correspondente a 2/3 dos eleitores do PSD, 100 por cento dos populistas do CDS saudosos do regime salazarista e de 1/3 da família corporativista instalada no partido dito socialista; É gente sem escrúpulos, que pretende a todo o custo resolver a crise do capitalismo selvagem, aldrabando tudo e todos, incutindo nas massas a esperança que um “bom capitalismo” possa ser restaurado; não importa que a origem dos pseudo-financiamentos sejam fraudulentos ou de proveniência criminosa segundo o direito internacional que levou séculos a construir

2. Um governo de Liberais, no estado actual do capitalismo da doutrina de choque, é uma utopia; que a experiência da última década (desde 1998, o princípio do fim do crédito fácil e juros baratos do “socialista” António Guterres) revelou insustentável, mal-teorizado por Giddens e liderado por gente como Tony Blair: uma Tatcher de calças, como se viu. Uma teoria que advoga menos Estado, mas que não abre mão dos negócios corporativos decididos nos comités centrais dos partidos burgueses. Esta forma ilusória de organização do poder conclamará a simpatia de 1/3 da burguesia intelectual do PSD e 2/3 dos simpatizantes do PS. Contam ainda com uma fatia significativa de eleitores do partido dito comunista (PCP) cujos militantes não verão com bons olhos a subalternização do comité central em benefício de formas de luta radicais por acções das maiorias com finalidades transparentes – e não pela conquista eleitoral de lugares na administração do capitalismo. Meio por meio, o Bloco dito de Esquerda caminha no mesmo sentido

1. Os Marxistas, desde que instaurada uma sociedade saudável baseada no conhecimento, (por contraponto à ignorância e despolitização difundida pela propaganda reaccionária e publicidade ao consumo irresponsável) poderiam esperar uma adesão massiva do eleitorado. A população não vota nos partidos revolucionários por medo. Se actualmente existe um corte generalizado de parte dos salários, bens e serviços sociais, se a as pessoas se revoltassem, os cortes seriam totais. Os salários e as pensões não seriam pagos por inteiro porque o Estado não tem dinheiro e depende do investimento externo. Esta é a maior mentira da coligação liberal-neoconservadora instalada no Poder. Empresas e indíviduos continuam, dia após dia, mês após mês, ano após ano, a pagar uma exorbitância em impostos , sendo as contrapartidas prestadas pelo Estado de valor muito menor. Para onde vai o dinheiro dos contribuintes?
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