"Durão Barroso apresentou hoje uma proposta para promover a recapitalização dos bancos europeus, com o objectivo de livrar a Banca de "activos tóxicos" (aqui). Os resgates financeiros (via BCE) aos bancos europeus (1) custaram desde 2008 o valor astronómico de quatro biliões de euros (aqui); Examinemos então onde estão de facto esses valores tóxicos e que interesses realmente defende o sr. presidente da Comissão Europeia.
Desde o principio da crise financeira os lucros dos bancos (no centro capitalista) aumentaram 136%, mas o crédito concedido selectivamente baixou 9% (muito mais nos países periféricos). Concluindo, a Reserva Federal (criando mais papel-moeda) deveria ajudar os bancos (nos EUA) para que estes, concedendo mais crédito, pudessem ajudar a Economia, o investimento, a criação de emprego e etc. todas as demais trapaças de que os políticos corporativos enchem a boca.
Porém, após três anos e triliões de dólares, os “nossos bancos” continuam sem funcionar, outros triliões foram exportados para os Bancos Centrais para que estes pudessem ajudar os bancos nas periferias, criou-se a crise das dívidas soberanas (que o centro capitalista agora reformulado para a troica FMI-BCE-EU) vai pretendendo cobrar com juros exorbitantes para enriquecer os grandes accionistas privados das grandes empresas transnacionais, a maioria de capital norte-americano. Na medida em que o problema do rebentamento da bolha do mercado imobiliário vai sendo esquecido, o valor das acções dos bancos norte americanos continuam a descer e as coisas na Europa ficam ainda pior.
Qual é a parte disto tudo que é mentira? É a da ajuda aos bancos. No autêntico esquema de Ponzi que constitui todo o sistema capitalista sabe-se sempre que a espiral de crescimento sem limites acaba sempre em tragédia. O maior prestador de hipotecas dos Estados Unidos sabia desde 2003 o desfecho que se veio a verificar em 2008. Depois disso, de facto não existiu nenhuma ajuda aos bancos que estiveram na origem da crise. O que houve foi uma mega-exportação do papel-lixo emitido fraudulentamente pelos 5 maiores bancos norte-americanos, com o aval da Reserva Federal e do Governo; ainda assim, os valores em carteira desse dinheiro que andam a inventar para apagar o buraco dos derivados, atinge quantitativos formidáveis: pelo que se apurou desde 2008 até hoje, um total de 250 Triliões de dólares (ver gráfico abaixo). O que significa que as coisas só podem piorar. Para o próximo dia 10 corre um apelo entre os depositantes do Banco of America para que levantem todo o dinheiro das suas contas.
Os Estados Unidos começam o Novo Ano Fiscal com um défice de $14.837 Triliões, valor que cresceu $142 Biliões em apenas dois dias
Sentados em cima de um engenho explosivo. Distribuição pelos bancos do sitio onde devia estar o dinheiro contabilizado nos balanços e não está: Goldman Sachs $47.7 triliões, J.P.Morgan com uma exposição de $78.1 triliões, Citigroup com $56 triliões, Bank of America $53 triliões e o Wells-Fargo entretanto reconvertido para HSBC com 3,9 triliões.
(fonte: ZeroHedge)
(1) Os eternos comentadores dos efeitos nunca se referem às causas que os provocam. São agentes de causas omissas. Rui Tavares (BE) comenta o modo "como foi injectado dinheiro nos bancos que estes não passaram para a economia real" A finalidade dos resgates teria sido essa?
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