“a crise das dívidas soberanas na Europa atingiu uma dimensão sistémica” (Jean-Claude Trichet)
As pessoas comuns, o homem de rua, a mulher que vai ao mercado, começam a perceber como têm andado a ser enganadas: o problema na economia não provém de um mal funcionamento do sistema financeiro, nem apenas do modo corrupto como este (não) é gerido – advém do modo como o dinheiro tem sido criado, a partir de coisas que materialmente não existem. No autêntico esquema de Ponzi global para o qual o capitalismo evoluiu, os fundos financeiros criados para especular sobre o mercado imobiliário não correspondiam a nada; e a resposta natural do sistema foi criar mais dinheiro para suprir o lugar do dinheiro que não havia. Imprimir dinheiro para “resolver a crise” é o que está a ser feito desde 2008. Apesar disso, continua a não haver dinheiro. Esclarecido, bronco e subserviente à fraude o sr. presidente da república vem explicar (na TVI, o lugar que o merece) que “o corte de crédito está a ser excessivo; talvez aqui a troika tenha ido demasiado longe”
Mentiroso, Cavaco Silva sabe que o dinheiro existe porque tem vindo a ser impresso. Que não é injectado nas economias locais porque, no caso de Portugal, o país aderiu à sua aplicação num outro paradigma, o das guerras globais de ocupação. Cavaco, como um dos notáveis franchisados pelo sistema, sabe que a ínfima burguesia transnacional foi obrigada a desistir da gestão do modo de vida das populações nacionais. Que o único dinheiro que não pode faltar, para sua própria segurança, é o do investimento nas forças policiais de repressão. Todos os políticos que são admitidos no actual sistema politico, da esquerda à direita, sabem que isto é assim; e que a chave para a compreensão desta realidade está no golpe-de-estado de 11 de Setembro
A comissão de investigação sobre Pearl Harbor demorou 9 dias a ser nomeada; a que averiguou o assassinio de John F. Kennedy demorou 7 dias; a que se debruçou sobre o desastre do vaivém Challenger foi nomeada ao fim de 7 dias; a pseudo Comissão que investigou o 11 de Setembro demorou 411 dias a ser nomeada
Todos os movimento de contestação popular devem partir da exigência para que o 11 de Setembro seja investigado e os seus verdadeiros culpados criminalizados
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
2 comentários:
Next please,
http://www.lce-algerie.com/entretiens/10/294-michel-collon-intellectuel-et-militant-anti-guerre-belge-qlalgerie-peut-etre-la-prochaine-cible-si-elle-ne-se-plie-pas-devant-la-cupidite-des-multinationalesq.html
Parabéns pelo blogue. Que é uma bomba de oxigénio no asfixiado panorama da blogosfera tuga. É espantoso ver o que esta carneirada, da esquerda à direita, tem balido (ou silenciado) acerca do maior embuste de sempre, o 11//9. A fé na versão oficial vomitada por aquela pseudo comissão investigadora só pode assentar num grotesco e colossal exercício de cegueira voluntária.
JMS
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