Num confrangedor ambiente despolitizado (quando alguém afirma que não tem nada a ver com Partidos estamos perante alguém de Direita) terminou o DOCLisboa que declarou vencedor da competição internacional o documentário português "É na Terra não é na Lua".
Uma estopada de 3 horas, salvas as boas intenções do jovem realizador Gonçalo Tocha ao pretender enfiar o espectador no tempo que não passa na monótona ilha açoreana do Corvo. Esticar a duração dos planos até ao limite do insuportável será aceitável para os 400 habitantes do Corvo, mas em termos cinematográficos para os espectadores de sala é uma seca do caralho. Como se viu aqui, o atrevimento de exibir comercialmente o objecto sairá caro - a debandada geral da malta que pagou bilhete - salvo se o jovem autor destes exercicios de belas imagens que não precisam da politica para nada, cortar ao filme no mínimo uma hora de película. O que sobrar converte-se num bilhete postal, sendo sem dúvida uma das poucas coisas notáveis a salvar as seculares ladainhas religiosas da população do Corvo que faz da ilha uma das regiões culturalmente mais atrasadas do país.
O que é um documentário politicamente activo, que toma partido? que pretende ser didáctico na perspectiva de transformação do pensar colectivo da sociedade? por exemplo este, que "relata uma época em que um regime, fascista, se aproveitou da sua falsa neutralidade para enriquecer à custa da exploração e fome de um povo"… (via Luta Popular)
"Em 1942, António Pinho Freitas era comandante na Guarda Nacional Republicana em Aveiro. Uma vez por mês deslocava-se a cavalo a Rio de Frades, um lugar perdido na Serra da Freita, em Arouca. Ia lá para garantir que nenhum homem do destacamento da GNR de Rio de Frades desertasse para entrar na corrida ao volfrâmio e fazer dinheiro rápido".
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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2 comentários:
e estes documentários que não chegam a ver a luz das salas festivaleiras. ninguém divulga isto.
http://vimeo.com/30422187
LEGENDADO em PT
desculpa lá pá... mas "O Pesadelo de Darwin" teve estreia comercial e até com bastante êxito; é por causa deste doc que nunca mais comi perca...
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