A entrevista do ex-reitor da Universidade Independente, encerrada em 2007 por decisão do governo Sócrates, faz parte de uma campanha de diabolização a que o pasquim Correio da Manha habituou o público estupidificado (que não é pouco, o CM é o pasquim com maior tiragem em Portugal). O objectivo último de acertar no alvo, ou seja nas moleirinhas da malta que compra essa merda, é óbvio:
quanto mais o eleitorado se lembrar do ex-primeiro ministro, mais fragilizado estará o actual lider do partido dito socialista Seguro. Para a generalidade do povo, a ter de escolher entre Passos ou Seguro, preferirá, como é evidente, que empatem e ambos desapareçam por onde entraram: pela porta do cavalo dos que nunca trabalharam na vida e desde sempre se alimentaram de parasitar os sofás da partidocracia, in-out, ora maçon, ora opus dei. No final da falsa oposição entre os dois palhaços de serviço, o que sobra é a tentativa de ocultar que em qualquer dos dois governos do centrão neoliberal subservientes à perda de soberania nacional, aquilo que com a Troica antes foi uma excepção, passará a partir de agora a ser a regra
a Cultura burguesa dá uma ajudinha ao conformismo
Presentes a semana passada na Gulbenkian, a orquestra de Max Raabe sediada em Berlim, celebrou o alto estilo e glória musical alemã dos anos 20 e 30, recordando nostalgicamente os anos da falida social democracia da brevíssima república de Weimar - e fá-lo como as grandes orquestras de inspiração norte-americana de então, com uma precisão infalivel em tornar algo que nos é estranho - um mercado próspero interligado aquém e além Atlântico - numa coisa que nos parece familiar, embora não o seja e a grande maioria das populações não esteja a ser beneficiada com esse paradigma politico - dito de outro modo, enquanto houver putas por necessidade e cabarets de luxo, haverá sempre drama, humor e guita por baixo da cueca...
Fodidos da vida a maioria, vacinados contra as emoções estéticas, podemos lembrar então Bento de Núrsia, dito o São Bento, mira sed perversa delectatio – "como podemos pedir que se decore sumptuosamente uma igreja quando os filhos de Deus vivem na indigência?"
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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