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quinta-feira, junho 28, 2012

Reformismo ou Revolução?

O anúncio de mais um pseudo congresso dos "socialistas" portugueses com a intenção de, mais uma vez, ludibriar as massas com a promessa de (mais) uma "alternativa de esquerda", colocando como figura de proa para lider da burguesia institucionalizada um ex-sindicalista desarmado frente ao patronato corporativo, cuja tarefa de uma vida se limitou a reivindicar meia-dúzia de cêntimos de aumento nos salários, sem nunca ter posto em causa a essência da verdadeira exploração capitalista. Tal facto, lembra-nos os ensinamentos de Rosa Luxemburgo quando afirmou que "os fundamentos teóricos exclusivamente reformistas privam o programa socialista da sua base material e tratam de lhe dar uma base meramente idealista". Desarmam assim a justa luta das classes assalariadas por uma revolução social que altere de facto a condição de escravatura a que estão submetidos os trabalhadores. Tal proposta lembra igualmente o que foi, é e será a génese da social democracia.

a Revolução Alemã (1918-19)

o Partido Social Democrata Independente Alemão (USPD) foi fundado na Conferência de Gotha em 1915, já em plena guerra e fruto da decomposição da social-democracia, face ao esforço de guerra angariado pela burguesia tentando mobilizar e conciliar as classes sociais a nivel nacional contra as outras potências capitalistas. Com a sua ausência de um programa definido, de um plano de acção que considere uma politica de classe consciente, com objectivos, com os seus compromissos evasivos com os governos, o USDP mostra bem que é um produto ocasional da guerra imperialista. Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo encabeçaram desde 1916 a ala esquerda do partido contra o reformismo (a Liga Espartaquista) integrados no seio do USPD. Na sequência dos acontecimentos que desencadearam a revolução de Berlim em Novembro de 1918 Liebknecht foi expulso do partido. Era vontade dos dirigentes do USPD entrar num governo de coligação “socialista” (apenas de nome) enquanto a maioria de militantes verdadeiramente socialistas se tivessem já pronunciado por uma politica claramente revolucionária. Era suposto que o Partido Social Democrata fosse um partido de massas populares, mas de facto tinha-se convertido numa ferramenta contra o reconhecimento da organização dos trabalhadores em Conselhos operários. Face ao caos social provocado pelo envolvimento na guerra, o USPD propunha a eleição de deputados para uma Assembleia Nacional Constituinte, e, deste modo, tinham vincado bem a sua alta traição contra a revolução no Congresso dos Conselhos Operários. A cisão entre as duas alas dentro do partido, cujos dirigentes agora se começava a ver de socialista nada tinham, obviamente conduziu à pior das confusões e divisões entre as massas de trabalhadores e os militares; a partir das quais se organizariam milicias das diversas facções, (desde a Liga dos Soldados Vermelhos a brigadas de extrema-direita) impondo um clima de pré-insurreição, prenúncio de uma guerra civil. Tendo bem presente o que acontecera na Rússia no ano anterior, face à ameaça da queda do poder nas ruas de Berlim, a classe dominante no governo de Ebert e Scheidemann chamou as tropas que combatiam na linha da frente.

A 30 de Novembro de 1918 os dissidentes da ala esquerda do USPD reúnem-se no 1º Congresso da Liga Espartaquista, dirigida por Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo. Ponto que se tornou maioritário dentro da intenção para a formação de um novo partido foi a vitória da moção de não participação nas eleições propostas pela burguesia num clima insurreccional – a qual descartaria a dedicação concentrada em tarefas muito mais essenciais, como a ampliação do sistema dos Conselhos Operários nas fábricas. O proletariado, afirma um delegado, “tem sido curado de toda a fé depositada no parlamentarismo por meio dos terriveis ensinamentos dos que nos lançaram na carnificina da guerra”. Em resumo, concluia Liebknecht no discurso de encerramento do Congresso: “o USPD perdeu todo o direito a ser reconhecido como um partido que luta a favor da classe revolucionária (...) e tudo parece indicar-nos que chegou a hora em que todos os elementos proletários-revolucionários voltem as costas ao USPD, a fim de construirmos um novo partido independente provido de um programa claro, um objectivo preciso, uma táctica homogénea e a máxima força revolucionária; um partido que seja um instrumento inamovivel para a realização e finalização da revolução social que agora começa (...) É pois por ele que, depois de saudar fraternalmente todo o proletariado combatente de todos os países e de os chamar à tarefa comum da revolução mundial, que o Congresso da Liga Espartaquista decide desatar as suas amarras e ligações organizativas com o USPD para se constituir num partido politico autónomo com o nome de Partido Comunista da Alemanha” (KPD). No final a Assembleia decidiu saudar com viva satisfação a presença de Karl Radek, membro do Soviete da República da Rússia e um dos seis delegados do governo russo enviados em apoio dos operários revolucionários alemães. Radek expôs em traços largos o grande trabalho criativo levado a cabo pela revolução russa, pondo em evidência a situação internacional das revoluções russas e alemã, assim como as suas relações reciprocas. Terminando com um vibrante ¡Viva o Socialismo! Viva a Revolução!, o discurso desencadeou uma tempestade de aplausos e um clima de grande entusiasmo
(continua)
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3 comentários:

Anónimo disse...

não resultou na alemanha mas resultou na urss ;)

Anónimo disse...

Muito bem...!

Ainda tem mais:

"este livro de Sebottendorf é dedicado a sete «mártires da suástica» executados, sem julgamento, em 30 de Abril de 1919, em Munique. É necessário enquadrar tal dedicatória numa breve cronologia da política bávara do período." (pág.28)
...

EM MEMÓRIA

Os membros da Thule cujos nomes se seguem tombaram às balas dos assassinos bolchevistas, a 30 de Abril de 1919, no pátio do Liceu de Luitpold, em Munique. Estes são os primeiros mártires do despertar da Alemanha:
Heila, Condessa de Westarp, Secretária da Thule;
Gustav Franz Maria, Príncipe de Thurn e Taxis;
Franz Karl, Barão de Teuchert, Tenente;
Friedrich Wilhelm, Barão de Seidlitz, Pintor de Arte;
Anton Daumenlang, Chefe de Secretariado nos Caminhos de Ferro;
Walter Deike, Desenhador de Artes Decorativas;
Walter Nauhaus, Escultor. (pág.33)

"Brevor Hitler Kam" de Rudolf von Sebottendorff.
(Antes de Hitler chegar) edt. atomic books

xatoo disse...

2 barões, 1 principe e uma condessa...
acontece
De certeza que não andavam a ajudar os pobres que cairam na miséria devido à guerra.
O nome da "fonte" aliás diz tudo: "atomic books", uma coisa de expressão inglesa, os mesmos a quem esta aristocracia alemã jurava que iriam destruir Londres.
O "book" citado é de 1933, e é editado pelos mesmos que juraram cumprir a promessa, usando outros meios: desta vez o Nazismo
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