Ainda sobre a manifestação do 2 de Março, as gentes próximas do Bloco dito de Esquerda produziram um video onde se afirma que o evento "é património dos seus organizadores e de todos os que nela participaram (...) sendo "as opiniões expressas da responsabilidade apenas de quem o fez" - e de seguida aconselham-se algumas leituras plurais para refletir sobre a situação actual (ver lista abaixo). O que é certo é que nenhum desses autores defende uma economia centralizada e planificada, como o marxismo sempre advogou. Sendo que um deles (Ulrich Beck) foi um dos ideológos da 3ª Via "socialista" de Tony Blair e os restantes todos personalidades da recauchutagem do capitalismo pela aplicação de um imperialismo cada vez mais agressivo (1). Em termos de omissão o Partido dito socialista do deputado da peste grisalha de Mário Soares não produziria melhor. Aos invés, os comunistas demarcam-se radicalmente deste folclore, nomeadamente quando se questionam sobre a actualidade leninista de "O que fazer?: A situação actual e as nossas tarefas"
num dos slogans que se reteve, uma jovem dizia: "o meu comité central é pensar pela minha cabeça". Não vai longe, quem pensa defender a Sociedade aplicando a cada um dos individuos por si a receita filosófica do inimigo... Compreende-se a ineficácia do protesto pela reacção do Poder, que ao evento disse... nada
Ulrich Beck, A Europa Alemã. De Maquiavel a "Merkievel": Estratégias de Poder na Crise do Euro (2012)
Paul Krugman, Acabem com esta Crise Já! (2012)
Robert Shapiro, O Futuro, uma Visão Global do Amanhã (2008)
David Graeber, "Debt: the first 5,000 years" (2011) [Traduzido para espanhol com o titulo: "En Deuda - una historia alternativa de la economía"]
Maurizio Lazzarato, "La fabrique de l'homme endetté. Essai sur la condition néolibérale" (2011)
Joseph Stiglitz, The Price of Inequality: How Today's Divided Society Endangers Our Future (2012) [Traduzido para espanhol com o titulo: "El Precio de la Desigualdad"]
Os Marginais daquele Sábado
(1) o tom geral da contestação parece ser o de que, com os sucessivos cortes cegos determinados e publicados pelos governos sob o regime de Cavaco Silva, não há dinheiro para continuar a consumir como habitualmente. Ao invés, ninguém parece estar preocupado com um programa patriótico de produção nacional que substitua os produtos importados - paradigma que tem provocado um desiquilibrio insustentável e é a base para o parasitismo nas trocas comerciais, as quais, remunerando à tripa forra o Capital, acrescentam Valor (ficticio) sem que este seja assente no Trabalho
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1 comentário:
Bora ler Marx galera!!!
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