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segunda-feira, maio 09, 2005

o que é o "estalinismo"?


O conceito de “estalinismo” não designa um “indivíduo”, uma “personalidade”, mas sim um fenómeno politico-social que durante 30 anos (de 1924 a 1953) teve em José Estaline o seu principal símbolo: a degeneração Burocrática do Estado Operário, produto das condições de atraso económico, social, politico e cultural dos Russos, e do isolamento internacional da Revolução Soviética.
Esta evolução dirigida por um Partido tendo à sua cabeça uma clique burocrática parasitária de carreiristas,funcionários, e tecnocratas, não se deu de um dia para o outro: ela foi um processo histórico e prolongado desenvolvido em diversas etapas – a colectivização forçada (1928), a industrialização sacrificando a indústria de consumo à indústria pesada e definitivamente com a purga à “Esquerda” de todos os que não concordaram com o pacto de não agressão Germano-Soviético que se começou a desenhar em 1932 com a ascenção do nacional-Socialismo Nazi ao Poder na Alemanha. Os “processos de Moscovo” dirigidos pelo procurador ex-menchevique Vishinsky (1938) e pela Burocracia Estatal (pela policia politica GPV) que eliminaram fisicamente toda a velha guarda Bolchevique – Kamenev,Zinoviev,Boukharine,Radec,Trotsky(um dos principais dirigentes da Revolução de Outubro), etc, sob acusações ridiculas de serem de agentes da “gestapo” ou da policia do czar (a Okhrana) e encarceraram ou deportaram para campos de reabilitação (os Gulags) milhares de contestatários. A partir deste momento tornou-se evidente a ruptura com o Estado do Poder dos Sovietes.
Esta degeneração atinge tambem rápidamente a Internacional Comunista – o “Komintern” que deixa de ser o Estado Maior da Revolução Mundial que era na época de Lenine e Trotsky (1919-1923) para passar a impôr a “revolução por etapas” com resultados catastróficos na aliança entre Chang-Kai-Chek e o PC Chinês, ou na divisão do proletariado na Alemanha entre Socialistas e Comunistas abrindo as portas ao verdadeiro inimigo: o Nazi-Fascismo futuro“aliado” da URSS na partilha da Polónia. Ao dirigente do PC alemão, Heinz Neumann de visita a Moscovo que discutia esta estratégia, diria Estaline: “Se os nacionalistas alemães (referia-se aos Nazis) tomarem o Poder, farão uma guerra contra as potências da Europa Ocidental, e enquanto os dois brigarem entre si, estaremos nós tranquilos a construir o Socialismo”.
A poucas semanas do inicio da 2ª Guerra mundial, o ministro dos negócios estrangeiros Molotov responsabilizava a França e a Inglaterra pelo inicio das hostilidades.Foi preciso a Alemanha hitleriana invadir a União Soviética em 1941 para esta mudar de politica e reconverter o sistema de alianças para a franca colaboração com o Imperialismo.No final da guerra a “amizade” sovieto-americana era tanta que os jornais dos partidos comunistas acolhiam com grande entusiasmo o lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki.

Churchill,Roosevelt e Estaline - Tratado de Yalta – a politica de “coexistência pacifica” entre a Burocracia Soviética e o Imperialismo anglo-americano dividiu o mundo em “zonas de influência”, no seguimento do quadro de concessões “de boa vontade” ao Imperialismo que já tinha levado à dissolução da Internacional Comunista, o Komintern, em 1943.

A partir de 1944/45 começaram a formar-se em vários paises da Europa e da América Latina sob a direcção da nova proposta “comunista”: – os governos de “Frentes Populares”, uma mistela em que participam os Partidos pró-soviéticos, os sociais-democratas burgueses, “cristãos”, “democratas” ou “radicais”.Estes governos proporão como tarefa prioritária a “reconstrução nacional”, isto é, a reconstrução do capitalismo (a palavra de ordem do PCF em França será “trabalhar mais, produzir mais”, ou “as greves são uma arma dos trusts”,ao mesmo tempo que se saneavam os militantes comunistas que haviam lutado nas Brigadas Internacionais na Guerra Civil espanhola e que representavam ainda aquilo que havia de mais autêntico nesses Partidos, enquanto os investidores americanos do Plano Marshall esfregavam as mãos de contentes.Reconstruiu-se assim o aparelho de Estado burguês destruido durante a guerra.
Em 1953 morre José Estaline, que é o principio daquilo a que se pode chamar de “crise do estalinismo”, que vai atingir um caracter generalizado com o “relatório secreto” de Krustchev ao XX Congresso do PCUS, uma “análise” distorcida atribuindo todos os males do passado ao “individuo Estaline” e ao seu “culto da personalidade” – explicação que nada tinha de marxista – e que procurava escamotear a questão fundamental : o poder da Burocracia do Estado sem qualquer espécie de controlo pelas massas trabalhadoras!

Quando se apercebeu que a União Soviética estava lançada apenas numa feroz competição Capitalista com o Ocidente (com todos os pressupostos que levariam à sua auto-destruição como o fazer crer que o "dinheiro" era a mola real do desenvolvimento), tendo o monopólio das armas atómicas, o Imperialismo americano, lançou-se numa ofensiva sobre o seu ex-aliado URSS, e com a guerra da Coreia (1948/1953) termina a oportunistica “coexistência pacifica” iniciando-se o periodo da Guerra Fria.
A Revolução Chinesa (1949) representa em certa medida uma ruptura empirica da direcção maoista com o “estalinismo”, ou seja, com a politica reformista do capitalismo de Estado da URSS e com a ausência de democracia operária no Partido e no aparelho burocrático do Estado.

3 comentários:

Anónimo disse...

http://resistir.info/russia/benediktov.html
Talvez fosse melhor ler e pensar antes de mandar bitaites.Além disso na http://hist-socialismo.net/ o artg de Ludo Martens sobre Staline e os seus milhões e milhões de 'mortos'.
Pelos que foram mortos só no Iraque...ohoh,deve ser um milagre,só terem 'morrido' 1.5 milhões em nome da democracia da cleptocracia....

jbalexandrino disse...

Retornar a esses regisatros históricos é de fundamental importância para poder entender o que o PT e sua ampla alinça, da extrema esquerda até aà extrema direita vai preparando para o Brasil.

Guilherme Antunes disse...

Mas não há aqui nenhum registo histórico. Apenas um analfabeto avariado da parte pensante do cérebro.

Mentindo, deturpando, não destacando fontes. Enfim, um pobre pateta.