Andrea Nahles
A ala esquerda radical do Partido Social-Democrata alemão (SPD) acaba de derrubar o presidente do seu partido, e fazer abanar a "grande coligação" dum governo que ainda nem sequer começou. Pelo lado dos Conservadores o panorama não é diferente - Edmundo Stoiber, o parceiro de Merkel na coligação de direita, acaba de bater com a porta. Ninguém parece disposto a enfrentar o clima turbulento que se irá gerar ao tentar continuar a levar avante as reformas que o FMI/Washington exigiram para financiar a retoma. Muito menos afrontar os poderosos sindicatos alemães, que aí são de facto parceiros sociais efectivos.A velha ordem dos Partidos da "velha Europa" desmorona-se.
Como sempre foi previsivel desde a entrada em vigor da nova ordem da "operação liberdade duradoura" a quebra económica europeia imposta para que o Império e os seus aliados não percam previlégios, está aí bem à vista de todos. Veremos como aceitará a Alemanha a tentativa de portugalização do regime social que se irá seguir. Entretanto, "by the way", por estas bandas o panorama é cinzento; por aqui "discute-se" peixeirosamente o "marismo-cavaquismo" o sistema que tem governado o país nos ultimos 30 anos, e nem a menor corrente de ar se nota, enquanto a corrupção alastra, qual mancha de óleo, a cada vez mais gradas figuras da politica nacional.
* Uma coisa nada parece ter a ver com a outra, mas o certo é que "isto anda tudo ligado". À mesma hora, noutro local, David Addington, o autor do memorando que justificava o uso de tortura em suspeitos de terrorismo, violando os acordos de Genebra, é nomeado como novo chefe de gabinete do vice-presidente dos Estados Unidos da América, na sequência da crise dos "crooks and liars" que tem assolado Karl Rove e a Casa Branca. Se para os economistas neoliberais as pessoas são números, para estes criminosos oficiais as pessoas são tijolos.
Sem comentários:
Enviar um comentário