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quarta-feira, novembro 02, 2005

Marx sempre foi hábilmente utilizado pela propaganda para meter medo às criancinhas,,,evitando-se assim, cuidadosamente, a dicussão sobre os caminhos civilizacionais a seguir perante a crise

Existem três concepções do mundo em presença, que interagem através da correlação das suas forças próprias com teorias que têm defenido as respectivas doutrinas e que podemos esquematizar assim:
A) Mundo Convencional onde operam as "forças de mercado" (Smith) e as "politicas de reforma" (Keynes, os boys de Chicago os tais que disseram que o ouro a partir daí já não valia e a comissão Bruntland)
B) a Barbárie Neo-Liberal, que divide o mundo em Estados Inviáveis e em Estados Fortificados (Malthus, Hobbes)
C) a Civilização Auto-Sustentável que defende a mudança de paradigma para um tipo de Eco-Comunalismo de raiz Marxista aplicável, nas condições presentes, por regiões autónomas interagindo em rede.

voltando ao inicio,(da história moderna)
na concepção abstracta, o capitalismo mercantil, tal como o entende “o mundo convencional” podia-se defenir pela fórmula M – D – M
que representava o circuito de produção de (M)ercadorias, de Marx:
(M)ercadoria a valor de custo – troca por (D)inheiro – (M)ercadoria + mais-valia * = Valor de Uso, pelo qual era transaccionada:
M – D – M'
* Grande parte da obra de Marx “O Capital” é dedicada a estudar a mais-valia, um valor que resultava, em última análise, da exploração da mão de obra assalariada.
O circuito ficava completo com o consumo da mercadoria. O patrão explorava o operário e vivia-se nos doces tempos das lutas sindicais a nível nacional.
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O movimento operário força a opção, reforçada pelo desenvolvimento industrial, pela produção
generalizada de mercadorias (Fordismo). Com a construção das grandes linhas de fabrico e
montagem, o circuito de Produção inverte-se, pela subtil “subversão americana” – começa e acaba no (Dinheiro):
D – M – D
A ninguem é possivel começar a produzir algo sem que primeiro tenha equacionado o investimento de capital necessário
As trocas já só têm por finalidade a simples obtenção de (D)inheiro. Se a quantidade de Capital inicial fosse igual à quantidade final obtida para ser novamente re-investida, não haveria crescimento (nem problemas).
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Mas ao contrário, a invenção grega expressa no Teorema de Tales de Mileto de que a compensação da incerteza futura pode ser feita mediante um acréscimo nominal antecipado, foi ferozmente adoptada pela filosofia Judaica através do conceito de proporção, que originou a taxa de lucro. E assim, a quantidade de Dinheiro investido é tambem recuperado acrescida desse Lucro que já nada tem a ver apenas com a mais-valia das (M)ercadorias, cuja fórmula passa a ser:
D – M – D’
Ninguem investe 10 para no final receber os mesmos 10.
De fora deste circuito fica, então a noção de que na realidade este processo não tem fim, porque a (M)ercadoria já não é o fim de uso em si, mas apenas é o factor da acumulação de mais-valias do Capital (D) em si.
Os resultados obtidos num ano são re-investidos obtendo-se:
D’ – M – D’’
E no exercício seguinte o processo repete-se:
D’’ – M – D’’’
E assim, ano após ano, direito ao infinito. O Capital (D) pela sua própria natureza transforma-se num valor auto-expansivo – ou seja é necessário para a sua reprodução rentável, que exista um crescimento eterno!
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Existe um pequeno óbice para os adeptos desta teoria. É que os recursos da Terra são finitos, tanto em matérias-primas, como em “recursos humanos” cuja formação é dispendiosa, quanto em consumidores de produtos manufacturados. E os investimentos D’’’’’’’ (ad infinitum) no fogo do livre capitalismo expansivo e na voragem do crescimento rápido recusam-se a internalizar os custos sociais e ambientais da predação ecológica. (é um facto que Bush se recusa a assumir o protocolo de Quioto)
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Até aqui, o crescimento tem sido assegurado primeiro pela colonização pura e dura, depois pelo Imperialismo – de seguida pela modificação da Produção para o outsourcing (Toyotismo)
que tem estado na base da deriva neoliberal
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claro que, consoante a posição que cada um ocupa na "cadeia alimentar" assim cada um vê a parte da realidade que interessa ao prosseguimento dos seus designios, sejam eles de cariz altruista (a tal "Esquerda") ou de fomento à simples exploração desenfreada (a tal Direita). É preciso acabar com esta dicotomia! a riqueza da sociedade, está na multidiversidade
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e depois existem os outros, os que pensam que ainda vivem no tal "mundo convencional liberal" (cujas bases já não existem) e que são a grande massa manipulável - ora, como é evidente, uma sociedade de carneiros conduz sempre a um governo de lobos, como dizia Bertrand de Jouvenel.
"portantes",,, (Eanes dixit), mediante as capacidades percepcionais de cada um, é só escolher onde, em que parte da realidade quer, ou pode, estar,,, A), B) ou C)?

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