Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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terça-feira, janeiro 31, 2006
Last Resorts
em “Last Resorts” Polly Pattullo estuda o custo do Turismo nas Caraibas; diz ele:
“Os mares do Caribe têm a ventura e a desventura de serem a ideia de paraiso tropical para toda a gente. O seu sol, areias douradas e paisagem atraem milhões de visitantes em cada ano que fazem deste um destino previlegiado para a “indústria” que mais cresce no mundo. A ocupação turistica aumenta de igual forma a única esperança destas regiões na criação de empregos em função da implementação destes últimos “resorts”
“Last Resorts” examina o impacto real do turismo nas pessoas e na paisagem caribenha. Explora a estrutura da propriedade nesta industria e mostra que os beneficios que traz à região não suplantam as espectativas. Os novos empreendimentos em eco-turismo, turismo-sexual, e a industria de cruzeiros de luxo, não estão a mudar as condições de exploração de curto prazo dos recursos da região. Pelo contrário o livro mostra como as Sociedades nas ilhas do Caribe são corrompidas pelo turismo e a sua cultura se transforma numa paródia de cabaret, e de como as pessoas se transformam em aliens na sua própria terra.
Mas, nem em todos os paises das Caraibas isso acontece. Em Cuba constrói-se um turismo em bases sustentáveis que é (talvez) único a nivel mundial para um país que mantém a sua independência face aos grandes interesses imperialistas sobre o imobiliário e preserva a conservação da natureza como património inalienável de todo o seu Povo.
Presente na Bolsa de Turismo de Lisboa e na Fitur em Madrid, Cuba deixou antever as “Novas Tendências no Turismo”, que pode continuar a ler aqui ao lado, no blogue sobre Cuba.
segunda-feira, janeiro 30, 2006
um manguito para Bill Gates!,,, terça-feira às 17,30 na Fil-Junqueira, em Lisboa
Actualmente, a Microsoft constitui um dos maiores poderes a nível mundial, exercendo uma posição quase de monopólio sobre o mercado de computadores e da internet. Parte do sucesso deve-se não só à capacidade de usar as capacidades cognitivas dos seus trabalhadores ( e não do patrão monopolista Gates) mas de não olhar a meios para garantir a expansão das suas actividades. Entre os seus clientes podemos nomear o Exército Norte-Americano ou a grande maioria de Governos para os quais a Microsoft fornece a tecnologia necessária para a execução de programas de controlo dos cidadãos pelas administrações dos respectivos Estados. De acordo com a Amnistia Internacional, a Microsoft encontra-se em clara violação do código de conduta empresarial das Nações Unidas, que condena qualquer negócio em que os bens e serviços disponibilizados contribuem para a violação dos Direitos Humanos. No caso da “ajuda” aos Estados subdesenvolvidos vale tudo para facturar - até o famoso programa que prometeu um computador por 100 dólares para cada criança pobre, é uma escandalosa manipulação propagandística, uma vez que se trata de vender lotes desses computadores aos diversos países a esse preço pagos à cabeça, ficando o Estado depois responsável pela sua distribuição. Sabemos por experiência própria o que tem sido gerado por esses programas oportunisticos de caridadezinha. Tanto de Bill Gates como de hordas de outros “benfeitores” ao longo de décadas. Veja aqui o resultado!
* post scriptum - link para o "Noticias da Amadora" 2/Fevº:
BILL GATES CONSOLIDA MONOPÓLIO EM PORTUGAL - "Microsoft coloca «algemas
douradas» ao Governo"
Actualmente, a Microsoft constitui um dos maiores poderes a nível mundial, exercendo uma posição quase de monopólio sobre o mercado de computadores e da internet. Parte do sucesso deve-se não só à capacidade de usar as capacidades cognitivas dos seus trabalhadores ( e não do patrão monopolista Gates) mas de não olhar a meios para garantir a expansão das suas actividades. Entre os seus clientes podemos nomear o Exército Norte-Americano ou a grande maioria de Governos para os quais a Microsoft fornece a tecnologia necessária para a execução de programas de controlo dos cidadãos pelas administrações dos respectivos Estados. De acordo com a Amnistia Internacional, a Microsoft encontra-se em clara violação do código de conduta empresarial das Nações Unidas, que condena qualquer negócio em que os bens e serviços disponibilizados contribuem para a violação dos Direitos Humanos. No caso da “ajuda” aos Estados subdesenvolvidos vale tudo para facturar - até o famoso programa que prometeu um computador por 100 dólares para cada criança pobre, é uma escandalosa manipulação propagandística, uma vez que se trata de vender lotes desses computadores aos diversos países a esse preço pagos à cabeça, ficando o Estado depois responsável pela sua distribuição. Sabemos por experiência própria o que tem sido gerado por esses programas oportunisticos de caridadezinha. Tanto de Bill Gates como de hordas de outros “benfeitores” ao longo de décadas. Veja aqui o resultado!
* post scriptum - link para o "Noticias da Amadora" 2/Fevº:
BILL GATES CONSOLIDA MONOPÓLIO EM PORTUGAL - "Microsoft coloca «algemas
douradas» ao Governo"
domingo, janeiro 29, 2006
o Irão não é o Iraque
O Livro dos Reis Persas
Detectar uma Verdade no panorama mediático ocidental actual é quase uma tarefa tão árdua como detectar uma partícula subatómica no meio da imensidade da matéria visivel. A presença da Verdade só é detectável pelo efeito das ondas de choque e distúrbio provocados pela particula invisivel nas particulas visiveis existentes nas imediações.
Parvin Ardalan, uma bloguer iraniana foi silenciada pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad e o seu blogue (www.regimechange.blogspot.com) está agora interdito para visita aos usuários da internet a partir do interior do país. “Perdemos uma ferramenta de trabalho fundamental” diz a activista feminista queixando-se que o governo do Irão em virtude do confronto com o Ocidente ácerca da questão nuclear, patrulha a Web para silenciar a oposição interna. Concluindo: Parvin Ardalan com esta declaração, subjectivamente deixa admitir que ao ser censurada no interior embora permanecendo livre no exterior, o assunto principal de que se trata é realmente da ingerência dos interesses exteriores nos assuntos internos do Irão que pretendem desestabilizar o país.
Recorde-se que a delegação da CNN no Irão já tinha sido expulsa de Teerão na sequência do caso da distorção das declarações de Ahmadinejad que, quando disse “que o Irão não desistiria do seu projecto de enriquecimento de urânio para fins pacificos no âmbito do seu programa energético”, viu a delegação da televisão norte-americana transmitir tendenciosa e literalmente que “o Irão não irá abandonar o seu programa Nuclear” sugerindo implicitamente por omissão que este seria de caracter bélico.
Ora, se vamos pretender contar bombas atómicas e nucleares, comecemos então por aquelas já existentes que são já bem reais, onde teremos de começar pelos Estados Unidos e pelos seus aliados Israel e Paquistão, comparando-as depois apenas com as meras intenções expressas pelas Autoridades legitimas do Irão.
"They can't imagine that their dreams are about to become nightmares".
* Teheran Times:
They know nothing of Iranian pistachios. These large, tender and exquisite nuts have been pleasing and nourishing the Iranians since long before Europeans walked on the American continent. The aggressors know nothing of the fury they will unleash should they damage a single pistachio tree.
* Persian Heritage: www.persiangulfonline.org
* Os novos poderes que cobiçam o Golfo Pérsico - esqueçam a Europa e os Estados Unidos (!)
publicado na Time Magazine:
"China is the key player in the Iranian nuclear crisis"
Detectar uma Verdade no panorama mediático ocidental actual é quase uma tarefa tão árdua como detectar uma partícula subatómica no meio da imensidade da matéria visivel. A presença da Verdade só é detectável pelo efeito das ondas de choque e distúrbio provocados pela particula invisivel nas particulas visiveis existentes nas imediações.
Parvin Ardalan, uma bloguer iraniana foi silenciada pelo governo de Mahmoud Ahmadinejad e o seu blogue (www.regimechange.blogspot.com) está agora interdito para visita aos usuários da internet a partir do interior do país. “Perdemos uma ferramenta de trabalho fundamental” diz a activista feminista queixando-se que o governo do Irão em virtude do confronto com o Ocidente ácerca da questão nuclear, patrulha a Web para silenciar a oposição interna. Concluindo: Parvin Ardalan com esta declaração, subjectivamente deixa admitir que ao ser censurada no interior embora permanecendo livre no exterior, o assunto principal de que se trata é realmente da ingerência dos interesses exteriores nos assuntos internos do Irão que pretendem desestabilizar o país.
Recorde-se que a delegação da CNN no Irão já tinha sido expulsa de Teerão na sequência do caso da distorção das declarações de Ahmadinejad que, quando disse “que o Irão não desistiria do seu projecto de enriquecimento de urânio para fins pacificos no âmbito do seu programa energético”, viu a delegação da televisão norte-americana transmitir tendenciosa e literalmente que “o Irão não irá abandonar o seu programa Nuclear” sugerindo implicitamente por omissão que este seria de caracter bélico.
Ora, se vamos pretender contar bombas atómicas e nucleares, comecemos então por aquelas já existentes que são já bem reais, onde teremos de começar pelos Estados Unidos e pelos seus aliados Israel e Paquistão, comparando-as depois apenas com as meras intenções expressas pelas Autoridades legitimas do Irão.
"They can't imagine that their dreams are about to become nightmares".
* Teheran Times:
They know nothing of Iranian pistachios. These large, tender and exquisite nuts have been pleasing and nourishing the Iranians since long before Europeans walked on the American continent. The aggressors know nothing of the fury they will unleash should they damage a single pistachio tree.
* Persian Heritage: www.persiangulfonline.org
* Os novos poderes que cobiçam o Golfo Pérsico - esqueçam a Europa e os Estados Unidos (!)
publicado na Time Magazine:
"China is the key player in the Iranian nuclear crisis"
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Os primeiros efeitos sensiveis da (re) tomada de poder pela troupe do Sr. Silva fizeram-se sentir de imediato no espaço televisivo nacional, notando-se p/e pela longa entrevista de Ricardo Salgado SuperStar em serviço de lavagem de imagem do Grupo Financeiro BES.
Se dúvidas houvesse sobre se foi a Alta Finança que pagou a campanha,,,
No panorama actual, depois da facção neoliberal mais à direita do PS ter gripado, Clara Pinto Correia fez muito bem em ter optado por escrever num tablóide, no caso o 24Horas – sendo útil na tarefa de fazer chegar mensagens simples a gente simples. Ora veja-se como em duas penadas CPC desmonta a actuação estratégica do PS de Sócrates no caso do deliberado favorecimento na chegada do Cavaco a Belém:
“Se este governo quisesse mesmo apoiar Mário Soares, acham mesmo que tomaria assim medidas tão impopulares para o partido que ele representa, quando o que se faz na quinta pode perfeitamente fazer-se na segunda-feira seguinte?” (referia-se ao aumento dos combustiveis).Clique na imagem para ampliar e ler mais.
Passada esta primeira razão da articulista, que deu a cara na campanha de Manuel Alegre, a não eleição de Soares é uma coisa boa, tendo em consideração a crise de representação dos partidos. Enquanto persistir este modelo de redistribuição e distorções graves na Sociedade, o cavaquismo ganhará sempre, mesmo que perca nas assembleias de voto. Ao invés da democracia fundada na indiferença, para a emergência de amplos movimentos de cidadania é bom que o inimigo esteja bem visivel e identificado. Com Cavaco na presidência da República, o ZéPovinho mais tarde ou mais cedo ajustará contas com o pai do monstro.
Na ausência de declaração pública da maioria silenciosa sobre quem pagou a campanha de Cavaco Silva que custou mais de 30 milhões de euros, questão para a qual ainda vamos tendo o direito de pergunta, mas não de resposta, constate-se ao menos, para memória futura, quem foram os seus apoiantes, de nomes aliás bem sonantes. Para um dia mais tarde se verificar quais foram as benesses recolhidas por estas personagens, a saber - na área da Economia, Politica e da Banca:
Ramalho Eanes, Fernando Ulrich, Francisco Van Zeller, Proença de Carvalho, Américo Amorim, António Borges, Ricardo Salgado, Horta Osório, José de Mello, Gonçalves Pereira, António Carrapatoso, Faria de Oliveira, Paulo Teixeira Pinto, José Roquette, Braga de Macedo (Grupo Bilderberger), Martins da Cruz.
Tropa de Choque:
Francisco Pinto Balsemão (contribuiu em géneros com a capa do Expresso), Agustina Bessa Luis, Francisco José Viegas (já nomeado para a casa Fernando Pessoa), Eunice Muñoz, Fernando Gil, Carlos Queiroz, Lobo Xavier, Tomé Pinto, Eusébio, José Manuel Júdice, Nuno Gama, Figueiredo Dias, Nicolau Breyner, Maria José Nogueira Pinto (CDS nº2 na Câmara de Lisboa), Jorge Salavisa, Filipe LaFéria, Carlos Avillez, Rui Rio, Nuno Gama, João Pedro Pais, Rui Veloso, Tiago Betencourt, Carlos Lopes, Rui de Carvalho, Filomena Gonçalves, etc, etc, (este blogue não é nenhum ninho de ratos, porra!)
clique na imagem abaixo para ampliar, e saiba como é que é
Se dúvidas houvesse sobre se foi a Alta Finança que pagou a campanha,,,
No panorama actual, depois da facção neoliberal mais à direita do PS ter gripado, Clara Pinto Correia fez muito bem em ter optado por escrever num tablóide, no caso o 24Horas – sendo útil na tarefa de fazer chegar mensagens simples a gente simples. Ora veja-se como em duas penadas CPC desmonta a actuação estratégica do PS de Sócrates no caso do deliberado favorecimento na chegada do Cavaco a Belém:
“Se este governo quisesse mesmo apoiar Mário Soares, acham mesmo que tomaria assim medidas tão impopulares para o partido que ele representa, quando o que se faz na quinta pode perfeitamente fazer-se na segunda-feira seguinte?” (referia-se ao aumento dos combustiveis).Clique na imagem para ampliar e ler mais.
Passada esta primeira razão da articulista, que deu a cara na campanha de Manuel Alegre, a não eleição de Soares é uma coisa boa, tendo em consideração a crise de representação dos partidos. Enquanto persistir este modelo de redistribuição e distorções graves na Sociedade, o cavaquismo ganhará sempre, mesmo que perca nas assembleias de voto. Ao invés da democracia fundada na indiferença, para a emergência de amplos movimentos de cidadania é bom que o inimigo esteja bem visivel e identificado. Com Cavaco na presidência da República, o ZéPovinho mais tarde ou mais cedo ajustará contas com o pai do monstro.
Na ausência de declaração pública da maioria silenciosa sobre quem pagou a campanha de Cavaco Silva que custou mais de 30 milhões de euros, questão para a qual ainda vamos tendo o direito de pergunta, mas não de resposta, constate-se ao menos, para memória futura, quem foram os seus apoiantes, de nomes aliás bem sonantes. Para um dia mais tarde se verificar quais foram as benesses recolhidas por estas personagens, a saber - na área da Economia, Politica e da Banca:
Ramalho Eanes, Fernando Ulrich, Francisco Van Zeller, Proença de Carvalho, Américo Amorim, António Borges, Ricardo Salgado, Horta Osório, José de Mello, Gonçalves Pereira, António Carrapatoso, Faria de Oliveira, Paulo Teixeira Pinto, José Roquette, Braga de Macedo (Grupo Bilderberger), Martins da Cruz.
Tropa de Choque:
Francisco Pinto Balsemão (contribuiu em géneros com a capa do Expresso), Agustina Bessa Luis, Francisco José Viegas (já nomeado para a casa Fernando Pessoa), Eunice Muñoz, Fernando Gil, Carlos Queiroz, Lobo Xavier, Tomé Pinto, Eusébio, José Manuel Júdice, Nuno Gama, Figueiredo Dias, Nicolau Breyner, Maria José Nogueira Pinto (CDS nº2 na Câmara de Lisboa), Jorge Salavisa, Filipe LaFéria, Carlos Avillez, Rui Rio, Nuno Gama, João Pedro Pais, Rui Veloso, Tiago Betencourt, Carlos Lopes, Rui de Carvalho, Filomena Gonçalves, etc, etc, (este blogue não é nenhum ninho de ratos, porra!)
clique na imagem abaixo para ampliar, e saiba como é que é
quarta-feira, janeiro 25, 2006
80 mil manifestantes na abertura do Forum Social Mundial 2006 desfilaram contra a guerra. Em Caracas, na Venezuela 100 mil delegados dos cinco continentes reunem-se para debater os diversos temas sobre "o futuro do FSM", "estratégias Imperiais", "militarização e resistências dos povos" e os "novos caminhos da integração latino-americana", cuja grande mensagem final é a de que
"Um outro mundo melhor é possivel"
"Hegemonía, governabilidade neoliberal e movimentos sociais", "Capitalismo predatório e bens comuns da terra e da humanidade" e "A batalha de Hong Kong e a resistência global à OMC e ao comércio livre", completam a lista. O Forum é dividido em seis partes e as diversas secções subordinadas aos seguintes temas em debate:
* "Poder, política e lutas pela emancipação social";
* "Estratégias imperiais e resistências dos povos";
* "Recursos e direitos para a vida: alternativas ao modelo predador"
* "Diversidades, identidades e cosmovisões em movimento"
* "Trabalho, exploração e reprodução da vida" e
* "Comunicação, culturas e educação: dinámicas e alternativas democratizantes"
Na perspectiva de caminhos de transição desta Sociedade fracassada para uma Sociedade com a aspiração ao êxito, para os mais distraidos aqui fica uma ligação para dados sistematizados que permitem efectuar estudos fundamentados sobre o monstro capitalista:
http://www.ciepac.org/neoliberal/esp.html
tema relacionado:
* a globalização é uma fábula! - "TERRITÓRIO E SOCIEDADE", por Milton Santos.
terça-feira, janeiro 24, 2006
a China Abandona o Dólar
Peter Grandich, titular da Carta Grandich, especializada no mercado de metais, qualifica o abandono do dólar pela China de "golpe mortal", enquanto Mike Whitney (MW), da Information Clearing House ("a China coloca um espartilho de força no dólar", 9/1/06), calcula de forma dramática as consequências da decisão chinesa de diversificar as suas reservas num cabaz de moedas, que pode tornar-se num "Armagedón económico" (sic).
As reservas estrangeiras da China alcançaram no fim do ano a assombrosa cifra de 800 mil milhões de dólares: mais do que o PIB do México e quase 2.5 vezes mais que todas as reservas do moribundo FMI, o qual exibe o desequilibrio planetário em todo o seu esplendor, desde que vem sendo boicotado pelas politicas de emancipação da América Latina. Porém isto não é o mesmo que o Chile diversificar as suas magras reservas de 15 mil milhões de dólares, o que não produziria nenhum efeito no felino dolarcêntrico, ou que o caso da China possa sómente não ter qualquer repercussão.
Pelo contrário, e de imediato, acentua-se a "guerra financeira global" de que ninguém se atrevia até aqui a pronunciar o nome. Fez agora seis meses o boletim “Bajo la Lupa” (27/7/ 05) havía adiantado o presente cenário: ¿Reavaliação do Yuan ou sepultura do Dólar? Sabia-se que a China mais tarde ou mais cedo daria inicio à diversificação das suas reservas que, em lugar de ganhar, estavam em perda devido à grande proporção de dólares desvalorizados detidos em carteira.
Tanto a primeira reserva mundial, o Japão, com aproximadamente um milhão de milhões em reservas, como a Coreia do Sul, com cerca de 210 mil milhões de dólares (quase três vezes mais que as do Banco do México), haviam advertido com bastante antecipação o seu desejo de diversificar as suas tendências de compra face a outras divisas que por necessidade seríam o Euro, o Yen nipónico e, no futuro próximo, o Yuan chinês – alem da tendência de compra de Ouro e Prata.
Não se pode tambem perder de vista que o anúncio da China chega días depois do unilateralismo bushiano, pela voz do super-tóxico Robert Zoellick (o segundo comandante da amazona Condy Rice, ex-conselheiro da mafiosa petrolifera texana Enron, e signatário do Novo Projecto Estado-Unidense) ter posto na sua lista negra um alucinante boicote económico contra empresas chinesas que mantenham relações comerciais com o Irão.
Desde que “Baby Bush” chegou ao Poder, assinala MW, o ouro passou do valor de 200 dólares a 540 a onça, referindo-se que o anúncio da Reserva Federal - de ocultar a medição do M3 "com a finalidade de imprimir mais notas de papel-dólar e assim absorver as ondas de choque da venda massiva de dólares sem que o público se aperceba"- contribuiu a decisão da China, que vinha sofrendo fortes pressões dos EUA para reavaliar o Yuan.
"A decisão chinesa significa", citando MW, "que entrámos num periodo de instabilidade económica onde o futuro dos EUA se encontra amplamente nas mãos dos seus credores. A partir daqui a política económica da China determinará as taxas de juros das hipotecas e empréstimos nos Estados Unidos. "Benvindos à nova Ordem Mundial, Camaradas", terão pensado os dirigentes do Partido Comunista Chinês.
Em 6 de Junho passado a Administração de Estado de Divisas Estrangeiras da China (SAFE, na sigla em inglés) anunciou a "reorganização da estrutura das reservas" para definir a sua "estrategia nacional". Já no passado mês de Setembro, Zheng Xinli, economista do Comité de Investigação Política Central, havía aconselhado que a China devería reconverter as suas reservas estrangeiras em "recursos energéticos externos". Não se fez esperar muito que, a petrolifera chinesa CNOOC (sigla en inglês), especializada em compras ao estrangeiro, adquirisse 45 por cento das acções duma empresa análoga na Nigéria por 2 mil 269 milhões de dólares (segundo a Agência Xinhua, 10/1/06), no mesmo dia da visita mediática do presidente Evo Morales à China, que da mesma forma se apressa a realizar importantes investimentos no sector energético da Bolivia que detém as segundas reservas mais importantes de gás do continente americano.
Com quatro dias de atraso, o The Washington Post, o jornal do “establishment” americano , admitiu, referindo-se ao anúncio da SAFE, que a "China perdia confiança em relação ao dólar" (9/1/06). A partir de Shanghai, o reporter do Post Peter S. Goodman acescentou: a "preocupação chinesa em ter ligado as suas poupanças tão estreitamente ao dólar, divisa que muitos economistas consideram destinada a sucumbir", tambem mudará a sua política de comprar titulos do Tesouro norte-americano. Não o disse o repórter, porém, até Outubro passado, a China e os investidores privados chineses estavam na posse de 247 mil e 600 milhões de dólares en titulos do Tesouro, a segunda potência logo atrás do Japão, o que não obsta que exiba a sua profunda preocupação: "a mínima reviravolta dos investimentos chineses em dólares (nota: reservas, titulos doTesouro, bens imobiliários, acções, etc.) pode provocar a rápida descida de valor das notas verdes". Goodman cita o Shanghai Securities News, que divulga a intenção da China de "mudar as suas poupanças para o Euro e para o Yen, e a compra de matérias primas como o petróleo como reserva energética estratégica".
Há que reconhecer que as autoridades chinesas são extremamente brilhantes, o que faz toda a diferença relativamente aos governos neoliberais fanáticos monetaristas que se deixam enfeudar politicamente, sem resistência, à obscena hegemonia da mediocridade balofa do dólar de Alan Greenspan e Ben, (que tem a curiosa alcunha de “helicóptero”) Bernanke. Os homens mais ricos dos Estados Unidos (e do planeta) Bill Gates e Warren Buffet que, em vésperas de falência brevemente teremos “entre nós a ensinar coisas”, desde há muito que arriscam as suas fortunas pessoais para segurar os papéis verdes de crédito chamados dólares. Debalde! - porque entretanto além da China, alastram os movimentos de compra de valores alternativos por parte da India, Japão, Rússia, Coreia do Sul, das Petrocracias do Médio Oriente até à Austrália que rompem a coesão anglo-saxónica da decadente anglo-esfera económica gerida pela omnipotente Reserva Federal,,, que assim vêem os seus vulneráveis valores evaporararem-se em benefício do “ouro negro” e do “ouro amarelo”.
Yu Yongding, economista do Banco Central da China, citado por Peter Goldman, deduz que os "países com grandes reservas verão os seus activos encolhidos". Ainda assim há quem defenda que não haverá nenhum desenlace dramático, nem esta será ainda o fim da “Era do Dólar”, embora a ideia peque por ser excessivamente ingénua, quando se argumenta p/e que "se a China e o Japão conduzirem uma queda significativa do dólar, também elas sofreriam as consequências: - exportações abruptamente diminuidas conforme os estadunidenses percam o seu poder aquisitivo, de acordo com a queda de valor dos activos em dólares". ¿Mas que quererá dizer "queda significativa"?
Num estudo mais académico, Martin Feldstein, professor de Economía de Harvard, fustiga a ligeireza da "imprensa de negócios" e dos seus "analistas financeiros" (não são "analistas", mas sim vulgares propagandistas muito bem lubrificado$) e considera que o "valor real do dólar ponderado mercantilmente deve cair pelo menos 30 por cento (sic!) para que o seu défice comercial diminua para um nivel mais sustentável de 3 por cento do PIB. (...) mas podem ocorrer desvalorizações mais profundas. Na segunda metade da década de 1980, défices de conta corrente menores de 4 por cento do PIB provocaram uma queda de 40 por cento" ("A retoma do tío Sam pode não ser destinada para nada daquilo que parece", afirmou o próprio The Financial Times em 9/1/06).
¿ Em quanto se desvalorizarão as moedas dos povos que sobrevivem numa delirante blindagem ditada pela sorte neoliberal do dolarcentrismo bushiano?, enquanto entretanto as dilectas élites transnacionais avisadas pelos Banqueiros compram barras de ouro que pela primeira vez atinge os 550 dólares no último quarto de século? - e os empresários são aliciados para investirem fortunas a crédito no estrangeiro, nos novos paises de economia emergente BRIC (Brasil Rússia,India,China, Angola, etc) cujos activos se desvalorizarão rápidamente, enquanto os juros subirão vertiginosamente?
Se é com este tipo de jogadas que o Império conta para a retoma, a todos aqueles que não têm nem vergonha nem escrúpulos, se deseja bom proveito.
Adaptado sobre uma noticia de Alfredo Jaliffe Rahme publicada no jornal “La Jornada”, México
* a ler: "Os primeiros passos da megacrise" (no Resistir.info)
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Hoje é o 1º dia do resto das nossas vidas,,,
Aviso aos visitantes: Aqui as sondagens não votam. Este é um sítio não aconselhável a intelectuais armados de léxico pomposo e teorias estéticamente perfeitas. Aqui, como lá fora na realidade, a vida é simples, dura e a porrada que se apanha é aleatória. Não acreditem na paz social que aí vem numa nova bandeja de “pugésso Microsoft/Ikeia”, servida pelo PSD,CDS/PP. Essa estabilidade imaginária, civilizada na desmedida em que o modo de vida da classe média desaparece para que sejam salvaguardados os previlégios da casta dominante, é treta,,, e da grossa.
“Contra a alegada marginalização por parte da Câmara de Cabeceiras de Basto, de maioria “socialista”, a que a freguesia de Passos terá sido votada após as últimas Autárquicas, que deram a vitória ao PSD-CDS, um grupo de 70 eleitores, armados de paus e gritando “abaixo a ditadura”, impediram a entrada dos membros na mesa de voto, instalada na junta. Enviada para o local por ordem do Governo Civil de Braga, a GNR conseguiu ainda, com recurso à força, abrir os portões que dão acesso ao local, mas o interior do edifício permaneceu fechado. Foram identificadas cinco pessoas como sendo os alegados líderes do boicote, que vão ser alvo de processo judicial” (do jornal oPúblico) . Aqui como no Pinhão, onde se liam cartazes “entreguem-nos a Espanha!” o acto repete-se, se se repetir, amanhã
“Em Portugal não há direita nem esquerda, há extremistas de centro que manipulam o Poder” (JAM)
“A maioria que me elegeu dissolve-se a partir deste momento” mentiu com ar grave o novo Chefe de Estado, adepto confesso de Margareth Tatcher, em directo na RTP, enquanto a clientela partidária que o apoiou retirava as bandeiras laranjas já conhecidas de gingeira dos porta-bagagens onde fizeram a campanha cuidadosamente escondidas, de novo em riste para obter dividendos políticos e benesses económicas. Não é propriamente um grande exemplo de Ética um presidente ser eleito por uma unha negra com base num programa de mentiras e omissões, mas enfim, como dizia em tom jocoso a malta que apesar de tudo não perde o humor - “esperemos que as próximas eleições sejam para eleger um povo novo” – porque este, em estado latente de bovinidade se ficou a pastar fora do terreno dos donos dos votos. Curiosa é tambem a afinidade bovina das novas elites cosmopolitas made-in-Telheiras cujas “lutas” se desenvolvem em redor de copos até às tantas nos quarteirões do Bairro Alto contíguos à Galeria Zé dos Bois (ZdB). Realmente, essa ideia de coligação com o PS em nome da “liberdade ficticia” em troca de lugares futuros à mesa do Sistema e empregos no eixo oficioso Expresso/Sic só lembraria a oportunistas. Quem sai aos seus, num país de intermediários que compram tudo feito, não degenera. Por alguma razão o pai de Cavaco, o senhor Teodoro, tinha avisado em tempo que “o filho não era nenhum veterinário”. Cuidem-se então a vós próprios. (se puderem),,, as pragas de gafanhotos e varejeiras ameaçam atacar animais indefesos armazenados segundo as directivas da “Animal Farm” orwelliana. O alarido, com inúmeras vozes nos fóruns da “comunicação social”, (entre avisos recomendando-lhes mais juízo) sugerindo irradicar a extrema-esquerda irresponsável que apenas tem 300 mil votos e que foi levada ao colo pelos jornalistas já começou.
A deriva autoritária que vai levar o Regime cada vez mais para a Direita tambem se adivinhava e já é bem visível. Ou o Bloco de Esquerda procede a uma auto-critica urgente e os seus dirigentes se deixam de brincar às futilidades ou desaparece no pântano do socialismo-sim-mas-lá-mais-prá-frente cuja finalidade prática é tão só recuperar o mesmo PS, (a velha vaca louca com o mercado) como Partido, desta feita com nova roupagem.
“Vivemos numa época de selvajaria, imposta por leis reproduzidas da proposta económica, portanto politica, que se radicalizou nos Estados Unidos e se desenvolveu até hoje, numa multiplicidade quase irredutível” –lembrou Baptista Bastos (JN 11/11/05).
Seria bom, efectivamente que fosse lembrado quem manda hoje no mundo, e se a aposta daqueles a quem deram cavaco e que nos governam, é realmente a aposta certa. Certo, certo, é que esse debate nunca foi feito.
“Contra a alegada marginalização por parte da Câmara de Cabeceiras de Basto, de maioria “socialista”, a que a freguesia de Passos terá sido votada após as últimas Autárquicas, que deram a vitória ao PSD-CDS, um grupo de 70 eleitores, armados de paus e gritando “abaixo a ditadura”, impediram a entrada dos membros na mesa de voto, instalada na junta. Enviada para o local por ordem do Governo Civil de Braga, a GNR conseguiu ainda, com recurso à força, abrir os portões que dão acesso ao local, mas o interior do edifício permaneceu fechado. Foram identificadas cinco pessoas como sendo os alegados líderes do boicote, que vão ser alvo de processo judicial” (do jornal oPúblico) . Aqui como no Pinhão, onde se liam cartazes “entreguem-nos a Espanha!” o acto repete-se, se se repetir, amanhã
“Em Portugal não há direita nem esquerda, há extremistas de centro que manipulam o Poder” (JAM)
“A maioria que me elegeu dissolve-se a partir deste momento” mentiu com ar grave o novo Chefe de Estado, adepto confesso de Margareth Tatcher, em directo na RTP, enquanto a clientela partidária que o apoiou retirava as bandeiras laranjas já conhecidas de gingeira dos porta-bagagens onde fizeram a campanha cuidadosamente escondidas, de novo em riste para obter dividendos políticos e benesses económicas. Não é propriamente um grande exemplo de Ética um presidente ser eleito por uma unha negra com base num programa de mentiras e omissões, mas enfim, como dizia em tom jocoso a malta que apesar de tudo não perde o humor - “esperemos que as próximas eleições sejam para eleger um povo novo” – porque este, em estado latente de bovinidade se ficou a pastar fora do terreno dos donos dos votos. Curiosa é tambem a afinidade bovina das novas elites cosmopolitas made-in-Telheiras cujas “lutas” se desenvolvem em redor de copos até às tantas nos quarteirões do Bairro Alto contíguos à Galeria Zé dos Bois (ZdB). Realmente, essa ideia de coligação com o PS em nome da “liberdade ficticia” em troca de lugares futuros à mesa do Sistema e empregos no eixo oficioso Expresso/Sic só lembraria a oportunistas. Quem sai aos seus, num país de intermediários que compram tudo feito, não degenera. Por alguma razão o pai de Cavaco, o senhor Teodoro, tinha avisado em tempo que “o filho não era nenhum veterinário”. Cuidem-se então a vós próprios. (se puderem),,, as pragas de gafanhotos e varejeiras ameaçam atacar animais indefesos armazenados segundo as directivas da “Animal Farm” orwelliana. O alarido, com inúmeras vozes nos fóruns da “comunicação social”, (entre avisos recomendando-lhes mais juízo) sugerindo irradicar a extrema-esquerda irresponsável que apenas tem 300 mil votos e que foi levada ao colo pelos jornalistas já começou.
A deriva autoritária que vai levar o Regime cada vez mais para a Direita tambem se adivinhava e já é bem visível. Ou o Bloco de Esquerda procede a uma auto-critica urgente e os seus dirigentes se deixam de brincar às futilidades ou desaparece no pântano do socialismo-sim-mas-lá-mais-prá-frente cuja finalidade prática é tão só recuperar o mesmo PS, (a velha vaca louca com o mercado) como Partido, desta feita com nova roupagem.
“Vivemos numa época de selvajaria, imposta por leis reproduzidas da proposta económica, portanto politica, que se radicalizou nos Estados Unidos e se desenvolveu até hoje, numa multiplicidade quase irredutível” –lembrou Baptista Bastos (JN 11/11/05).
Seria bom, efectivamente que fosse lembrado quem manda hoje no mundo, e se a aposta daqueles a quem deram cavaco e que nos governam, é realmente a aposta certa. Certo, certo, é que esse debate nunca foi feito.
domingo, janeiro 22, 2006
fim de campanha
Contagem de cabeças de eleitor e distribuição de sapos.
Resultados oficiais:
* Dos 8.993.770 cidadãos eleitores recenseados não compareceram às urnas 37,4%
* Dos 5.630.101 que votaram:
* Cavaco Silva obtem 2.848.831 votos equivalentes a 50,6%
* 1ª conclusão: Cavaco Silva é eleito presidente de todos os portugueses contra 6.144.939 portugueses que votaram contra ele ou que lhe são indiferentes.
* 2ª conclusão: o principal derrotado nesta eleição é o Povo Português. O país fica dividido em dois e a luta social vai-se agudizar, o que pode, no entanto, ser promissor.
* 3ª conclusão: Quem pensar que derrotou a Esquerda está completamente equivocado. O PS, sempre se disse, nada tem a ver com a esquerda muito menos com qualquer tipo de socialismo em abstracto, num quadro politico mundial onde nem sequer a social-democracia já tem espaço de afirmação.
* 4ª conclusão: o troca-tintas Mário Soares teve a saída pela porta baixa da história que a sua actuação de grande embusteiro mereceu. A interrupção da declaração do candidato Manuel Alegre em simultâneo em todas as cadeias de televisão pela aparição do 1º ministro Sócrates é uma manobra de baixa politica, bem ao nivel dos manipuladores de bastidores do PS intriguista de sempre.
* 5ª conclusão: tudo isto, clientelas partidárias, chavões, comentadores (sempre os mesmos) é uma encenação rasca, incluindo o discurso do novo (pela enésima vez) presidente "de todos os portugueses"
Por mim, fiquei esclarecido de vez, e estou firmemente determinado. A minha carreira de eleitor em eleições que não são minhas terminou definitivamente aqui.
Não me revejo nesta gente, e acima de tudo, sou e quero continuar a ser um Cidadão do Mundo.
* a Jangada de Pedra:
o Diário do Povo, da República Popular da China, noticia a eleição do presidente Cavaco, mas como habitualmente situa Portugal na,,, América Latina.
recordando Bertrand de Jouvenel
e a Ética de Redistribuição
"Uma maioria de carneiros conduz sempre a um governo de lobos"
Descobrindo tendências, para não ser apanhado desprevenido (entrevista a Hughes de Jouvenel). Proposta pelo grupo "Futuribles", um debate sobre duas concepções do mundo em confronto: Global ou Local?, quem ganhará? - a ênfase na criação de macroestruturas serve às élites como instrumento de controlo de massas distante e desmaterializado. Controlar politicas, programas e os seus executantes mantemdo-os sob rédea curta só é possivel a partir de um controlo e vigilância de proximidade, possivel apenas pelo exercicio do poder local. É exactamente o contrário do Poder global. Em boa verdade, o exercicio da democracia deveria enfatizar mais o poder de destituir quem não cumpra o programa para que foi eleito, do que previlegiar a acto de eleger programas de que se não conhece antecipadamente o conteúdo, que são aliás, cuidadosamente omitidos pelo Poder vigente. Que apesar do mediatismo destes actos folclóricos, nunca é posto em causa nos seus fundamentos. Trocado por miúdos: por alguma razão os ricos cada vez estão mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Sempre assim foi. Mas agora nem sequer já se inibem em publicá-lo em letra de imprensa. Sempre sob o mesmo manto diáfano da indiferença. Entre nós 30%, que se apercebem do embuste, nem votam. Nos Estados Unidos, o farol da (baixa) democracia ocidental a abstenção atinge os 50%.
"Uma maioria de carneiros conduz sempre a um governo de lobos"
Descobrindo tendências, para não ser apanhado desprevenido (entrevista a Hughes de Jouvenel). Proposta pelo grupo "Futuribles", um debate sobre duas concepções do mundo em confronto: Global ou Local?, quem ganhará? - a ênfase na criação de macroestruturas serve às élites como instrumento de controlo de massas distante e desmaterializado. Controlar politicas, programas e os seus executantes mantemdo-os sob rédea curta só é possivel a partir de um controlo e vigilância de proximidade, possivel apenas pelo exercicio do poder local. É exactamente o contrário do Poder global. Em boa verdade, o exercicio da democracia deveria enfatizar mais o poder de destituir quem não cumpra o programa para que foi eleito, do que previlegiar a acto de eleger programas de que se não conhece antecipadamente o conteúdo, que são aliás, cuidadosamente omitidos pelo Poder vigente. Que apesar do mediatismo destes actos folclóricos, nunca é posto em causa nos seus fundamentos. Trocado por miúdos: por alguma razão os ricos cada vez estão mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Sempre assim foi. Mas agora nem sequer já se inibem em publicá-lo em letra de imprensa. Sempre sob o mesmo manto diáfano da indiferença. Entre nós 30%, que se apercebem do embuste, nem votam. Nos Estados Unidos, o farol da (baixa) democracia ocidental a abstenção atinge os 50%.
sábado, janeiro 21, 2006
tudo em aberto,,,
clique para ampliar
gosto desta moça que pergunta: "Seremos nós marionetas wireless??"
"Em matéria de desigualdade na repartição do rendimento, Portugal encontra-se abaixo da Tanzânia e logo acima de Moçambique. Não quer dizer que sejamos mais pobres; apenas distriubuimos pior aquilo que temos".
Fernando Madrinha, no Expresso
Dois milhões de portugueses sobrevivem com menos de 350 euros mensais. A pobreza alastra e os sucessivos governos do Bloco Central de Cavaco e Soares nada fizeram para suster essa progressão avassaladora.
"O escândalo do nosso atraso costuma ser remediado por esta frase repugnante: estamos melhor do que há trinta anos. A fórmula(...) configura uma capitulação cívica sem paralelo na história de Portugal"
Baptista Bastos, no Jornal de Negócios
Melhor do que há 30 anos, persistindo a desigualdade (a avaliar pela qualidade dos novos investimentos* anunciados) estaremos pior daqui a 60 anos, digo eu, e daqui a 90 anos estaremos todos mortos como dizia o outro.
* Num país onde as carências e a falta de dinheiro são condições endémicas é natural que a Oligarquia instalada faça uma campanha tronitroante acenando aos pobres com a ilusão de que o vão passar a ter de forma abundante. Não acreditem. É mais uma cavacaria que vos querem fazer.
Os Vencidos da Vida - quando Eça de Queiroz resolveu apanhar o comboio para França
gosto desta moça que pergunta: "Seremos nós marionetas wireless??"
"Em matéria de desigualdade na repartição do rendimento, Portugal encontra-se abaixo da Tanzânia e logo acima de Moçambique. Não quer dizer que sejamos mais pobres; apenas distriubuimos pior aquilo que temos".
Fernando Madrinha, no Expresso
Dois milhões de portugueses sobrevivem com menos de 350 euros mensais. A pobreza alastra e os sucessivos governos do Bloco Central de Cavaco e Soares nada fizeram para suster essa progressão avassaladora.
"O escândalo do nosso atraso costuma ser remediado por esta frase repugnante: estamos melhor do que há trinta anos. A fórmula(...) configura uma capitulação cívica sem paralelo na história de Portugal"
Baptista Bastos, no Jornal de Negócios
Melhor do que há 30 anos, persistindo a desigualdade (a avaliar pela qualidade dos novos investimentos* anunciados) estaremos pior daqui a 60 anos, digo eu, e daqui a 90 anos estaremos todos mortos como dizia o outro.
* Num país onde as carências e a falta de dinheiro são condições endémicas é natural que a Oligarquia instalada faça uma campanha tronitroante acenando aos pobres com a ilusão de que o vão passar a ter de forma abundante. Não acreditem. É mais uma cavacaria que vos querem fazer.
Os Vencidos da Vida - quando Eça de Queiroz resolveu apanhar o comboio para França
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Debate: o anarco-sindicalismo em Portugal
18.30 horas
Biblioteca da Resistência
Rua Alberto de Sousa, 10-A
Zona B do Rego, em Lisboa
autocarros 31, 32, 54
Metro:Cidade Universitária ou Entre Campos
Enquanto os Partidos andam a caçar votos com almoços e jantares, nós vamos tratar da nossa vida e de como lhes fazer frente!
anarquistas, anarcosindicalistas, simpatizantes, independentes nem uma coisa nem outra, apareçam! há 90 lugares à vossa espera!!!
"Direitos conquistados, não podem ser roubados"
PE rejeita directiva de privatização dos portos
O Parlamento Europeu (PE) rejeitou uma proposta de directiva que pretendia abrir os serviços portuários à competição privada. Os deputados rejeitaram a proposta da Comissão Europeia (CE) por uma maioria avassaladora de 532 votos contra, 120 a favor e 25 abstenções. O PE rejeitou a lei depois de já a ter rejeitado em 2003. “Eles estavam a tentar aquecer a comida e servir-nos o mesmo prato outra vez”, comentou o presidente do PE, Josep Borrell, sugerindo que a CE deveria adoptar um novo código de conduta.
E como a história se repete, nos mesmos moldes, mas desta vez a nível de tentativa de exploração e opressão do trabalho-escravo mundial global, recordemos agora, quando recentemente passaram 100 anos, em maré de revivalismo as primeiras lutas sindicais levadas a cabo na América, sob a égide da poderosa confederação de trabalhadores "Industrial Workers World" (IWW) cujo lema foi: "uma injúria a Um representa uma injúria a Todos"
Aprendamos com o nosso legado histórico. Todos os sindicatos se devem filiar numa Confederação Mundial Única de Trabalhadores - contra a máfia patronal global escudada no Neoliberalismo.
Travis Wilkerson, num documentário a fazer lembrar o clássico "On the Waterfront" traça uma analogia das lutas sindicais emergentes nos primórdios do Século XX com o momento actual - afinal trata-se da mesma luta, desta feita contra os Gangsters multinacionais
ler mais:
http://mrzine.monthlyreview.org/rachleff010805.html
quinta-feira, janeiro 19, 2006
“Uma nova Idade Média emerge trazendo consigo uma nova Era de Desigualdade”
“A riqueza vai-se concentrando cada vez mais em núcleos restritos e o poder em tiranias privadas, multinacionalizadas. A mentalidade de mendigo faz-se pandemia propagada por politicas fiscais que tiram aos que “têm pouco” para salvaguardar os que têm muito”
Fernando Dacosta (Visão, 10/11/05)
Eurosondagens* encomendadas: Soares é “fixe”, Cavaco é fixo.
Aquilo que se está a pretender construir no mundo, debaixo da batuta concertada de seitas politicas secretas como a Opus Dei e a Maçonaria, é algo de monstruoso.
O nosso país é, de momento, um peão-chave no propósito de que Portugal, ao abrigo do Pacto Atlântico, seja constituido em lança cravada na unidade da União Europeia enquanto força contra a hegemonia e os crimes perpretados pelo Império. Cavaco (uma marioneta de Eanes) e Soares (uma oposição soft) são os dois peões de brega escolhidos de serviço ao Bloco Central de Interesses para institucionalizar estes propósitos de deriva autoritária.
Táctica: Capitalizar o descontentamento a favor da Direita proto-fascista
De há muito tempo que existe um Partido, uma Maioria e um Presidente. O logro é induzir as pessoas a pensar que o perigo se iniciou agora. Que melhor evidência de que a ala Neoliberal do PS que tomou o poder e o Partido Presidencial de Cavaco em gestação, são um único Bloco Central de Interesses, do que ajuda dada pelo aumento dos combustíveis visando uma ajuda providencial de Sócrates à candidatura de Cavaco?
* Referência à “Eurosondagem” empresa de Rui Oliveira e Costa militante e dirigente do PS. Vendo que a "vitória" de Cavaco à 1ª volta está irremediavelmente comprometida
a EUROSONDAGEM/EXPRESSO/SIC/RENASCENÇA apressou-se a inventar uma percentagem mais próxima da realidade para Cavaco,,, e um candidato para a 2ª volta que não permita que o Poder possa vir a cair fora do Bloco Central:
Cavaco Silva ................44,7%
Mário Soares ..............15,3%
Manuel Alegre ......14,4%
Francisco Louçã ............5,3%
Jerónimo de Sousa ........4,8%
Indecisos ......................15%
Outros .............................0,5%
Vergonha para Mário Soares que se presta ao embuste!, fora com ele logo à 1ª volta!
Apelo generalizado à Luta!!
Apelo a um amplo Movimento popular suprapartidário de:
* Boicote activo à Campanha de Cavaco Silva
* BuzinãoII contra o Governo PS e contra o aumento dos combustíveis para pagar as guerras americanas
Fernando Dacosta (Visão, 10/11/05)
Eurosondagens* encomendadas: Soares é “fixe”, Cavaco é fixo.
Aquilo que se está a pretender construir no mundo, debaixo da batuta concertada de seitas politicas secretas como a Opus Dei e a Maçonaria, é algo de monstruoso.
O nosso país é, de momento, um peão-chave no propósito de que Portugal, ao abrigo do Pacto Atlântico, seja constituido em lança cravada na unidade da União Europeia enquanto força contra a hegemonia e os crimes perpretados pelo Império. Cavaco (uma marioneta de Eanes) e Soares (uma oposição soft) são os dois peões de brega escolhidos de serviço ao Bloco Central de Interesses para institucionalizar estes propósitos de deriva autoritária.
Táctica: Capitalizar o descontentamento a favor da Direita proto-fascista
De há muito tempo que existe um Partido, uma Maioria e um Presidente. O logro é induzir as pessoas a pensar que o perigo se iniciou agora. Que melhor evidência de que a ala Neoliberal do PS que tomou o poder e o Partido Presidencial de Cavaco em gestação, são um único Bloco Central de Interesses, do que ajuda dada pelo aumento dos combustíveis visando uma ajuda providencial de Sócrates à candidatura de Cavaco?
* Referência à “Eurosondagem” empresa de Rui Oliveira e Costa militante e dirigente do PS. Vendo que a "vitória" de Cavaco à 1ª volta está irremediavelmente comprometida
a EUROSONDAGEM/EXPRESSO/SIC/RENASCENÇA apressou-se a inventar uma percentagem mais próxima da realidade para Cavaco,,, e um candidato para a 2ª volta que não permita que o Poder possa vir a cair fora do Bloco Central:
Cavaco Silva ................44,7%
Mário Soares ..............15,3%
Manuel Alegre ......14,4%
Francisco Louçã ............5,3%
Jerónimo de Sousa ........4,8%
Indecisos ......................15%
Outros .............................0,5%
Vergonha para Mário Soares que se presta ao embuste!, fora com ele logo à 1ª volta!
Apelo generalizado à Luta!!
Apelo a um amplo Movimento popular suprapartidário de:
* Boicote activo à Campanha de Cavaco Silva
* BuzinãoII contra o Governo PS e contra o aumento dos combustíveis para pagar as guerras americanas
quarta-feira, janeiro 18, 2006
O Estado a saque: após 30 anos de Corrupção!,,, queremos mais do mesmo?
o caso Eurominas acabou por desacreditar completamente a já de si pouca credibilidade do Partido $ocialista, que obteve uma maioria absoluta com base num programa de governo de Mentira. Os resultados estão bem à vista nesta campanha. Era só o que faltava! ser impunemente, como dizia o outro, que se delapidam "pipas de massa"
O comportamento dos homens públicos é um dos terrenos clássicos de discussão da ética.
Como muito bem observava José Vitor Malheiros a propósito do comportamento do ex-Ministro do PS, deputado português e chief executive officer da Iberdrola Juaquin de Pyna e Muera, segundo a sua própria concepção e decidindo em causa própria que “só desrespeita a Lei republicana quem é condenado pelos tribunais – o raciocinio tem a dúbia virtude de transformar a Ética em algo indistinguivel daquilo a que em linguagem comum se chama “esperteza saloia”.
Na Câmara de Ourique a dívida deixada pelo anterior executivo do PSD de seu nome José Raul dos Santos deixou uma dívida de 20 MILHÕES DE EUROS já conhecida no âmbito de uma auditoria em curso. Este era o cavalheiro que frequentava lojas de vestuário de luxo e adquiria artigos de alto standart, vi eu próprio Francisco “Xatoo” Pereira, pagando as fatiotas com dinheiro vivo, no caso cerca de 3.000 euros, o total da importância em notas trazidas dentro de uma saqueta que, como é evidente não transportava consigo o seu rasto de origem. José Raul dos Santos fugiu literalmente de Ourique em Março de 2005 contando com a conivência do seu partido, (o PSD) para se candidatar, não me recordo agora a quê,,, a, a, a um lugar elegivel por um circulo eleitoral no norte do país, para fazer o quê tambem não interesssa nada.
Santarem é outra Autarquia que é palco de ENDIVIDAMENTO insustentável para a produção de obras supérfluas e megalómanas.
O novo e ultra mediático presidente da Câmara de Santarem, Moita Flores recém chegado à Autarquia como primeiro acto da sua gestão pretendeu efectuar um “leaseback” (traduzindo do “economês”: um empréstimo hipotecário sobre bens já adquiridos de propriedade da Câmara), no valor de 17,5 MILHÕES DE EUROS para os poder gastar à tripa forra. Quem vier atrás que feche a porta. No caso zangaram-se as comadres, com evidente beneficio para os dinheiros dos munícipes que assim se vêem a salvo da delapidação das verbas que entregaram como contribuintes. Pelo menos de momento.
O comportamento dos homens públicos é um dos terrenos clássicos de discussão da ética.
Como muito bem observava José Vitor Malheiros a propósito do comportamento do ex-Ministro do PS, deputado português e chief executive officer da Iberdrola Juaquin de Pyna e Muera, segundo a sua própria concepção e decidindo em causa própria que “só desrespeita a Lei republicana quem é condenado pelos tribunais – o raciocinio tem a dúbia virtude de transformar a Ética em algo indistinguivel daquilo a que em linguagem comum se chama “esperteza saloia”.
Na Câmara de Ourique a dívida deixada pelo anterior executivo do PSD de seu nome José Raul dos Santos deixou uma dívida de 20 MILHÕES DE EUROS já conhecida no âmbito de uma auditoria em curso. Este era o cavalheiro que frequentava lojas de vestuário de luxo e adquiria artigos de alto standart, vi eu próprio Francisco “Xatoo” Pereira, pagando as fatiotas com dinheiro vivo, no caso cerca de 3.000 euros, o total da importância em notas trazidas dentro de uma saqueta que, como é evidente não transportava consigo o seu rasto de origem. José Raul dos Santos fugiu literalmente de Ourique em Março de 2005 contando com a conivência do seu partido, (o PSD) para se candidatar, não me recordo agora a quê,,, a, a, a um lugar elegivel por um circulo eleitoral no norte do país, para fazer o quê tambem não interesssa nada.
Santarem é outra Autarquia que é palco de ENDIVIDAMENTO insustentável para a produção de obras supérfluas e megalómanas.
O novo e ultra mediático presidente da Câmara de Santarem, Moita Flores recém chegado à Autarquia como primeiro acto da sua gestão pretendeu efectuar um “leaseback” (traduzindo do “economês”: um empréstimo hipotecário sobre bens já adquiridos de propriedade da Câmara), no valor de 17,5 MILHÕES DE EUROS para os poder gastar à tripa forra. Quem vier atrás que feche a porta. No caso zangaram-se as comadres, com evidente beneficio para os dinheiros dos munícipes que assim se vêem a salvo da delapidação das verbas que entregaram como contribuintes. Pelo menos de momento.
Portugal é Lisboa e o resto é paisagem,,,
O blogue Olissipo vem publicando uma série notável de posts onde recorda a "História do Palácio de Belém". É curioso ver como a fisionomia e os usos da antigo palacete do Conde de Aveiras não mudam muito - seja em função das figuras aí hospedadas, seja em função dos alaridos exteriores desde os tempos em que os terrenos fronteiros ao palácio era campo de feirantes.
http://olissipo.weblog.com.pt/
Mais abaixo, e depois de passar pelo "Processo dos Távoras" e pela demolição da casa onde viveu Almeida Garret,,, (abro aqui um parentesis longo: a consideração que o actual proprietário o Ministro da Economia Manuel Pinho tem pelo património da cidade, deverá ser o mesmo que tem perante aquilo que os portugueses têm de maior riqueza - o seu próprio valor como pessoas e como comunidade cultural coesa - valores a ser deitados às malvas por cinzentos gestores assalariados dos poderes económicos - podemos descartar esta gente urgentemente, se faz favor?!)
,,,o Olissipo centra-se na questão que essencial e verdadeiramente interesssa aos beneficiários deste Regime - no post "Cataratas de Tachos" - a propósito da catadupa de lugares em distribuição na depauperada Câmara Municipal de Lisboa desde que o Presidente de seu nome revivalista Carmôna concluiu o acordo de governança com a representativivaça Zézinha do PP.
Tambem na estória de Lisboa as coisas não mudam muito - a tradição da Cidade é o triste Fado dos populares, galhardamente apostados nas valentes tarefas eleiçoeiras, auto-convencidos de terem comprado uma coisa e acabarem verificando com surpresa que afinal lhes venderam outra.
terça-feira, janeiro 17, 2006
Regina Guimarães é Escritora e Professora Universitária
Solicitada a responder à pergunta de um jornal num inquérito de rua – “Como quer que, na sua área, Portugal seja em 2026”? transcrevo a resposta, com a devida vénia:
“Começaria por dizer que não tenho área pessoal – como, cago, devaneio, durmo, sonho, suo e trabalho como quase toda a gente – e que seria bom acabarmos com esta fantochada da divisão do trabalho, divisão do fazer/prazer, divisão da vida em partes insensíveis. A nossa consciência de que há sempre quem divida para reinar parece desadequadamente leve… Continuaria dizendo que, se a pergunta é suposta convocar wishful thoughts, respondo que ainda não deixei de desejar: um país (e um mundo) sem patrões nem televisões, sem exército nem fronteiras, sem coutadas nem caçadores, sem polícias nem poluidores, sem especialistas nem especiais nem especializados, sem proprietários da terra, dos instrumentos e dos pensamentos.
Acabaria prometendo a mim própria que farei tudo o que souber para que os meus desjos contagiem o maior número de pessoas e fazendo votos de que as ferramentas totalitárias – canais e redes de toda a sorte – não destruam todos os desejos no ovo e logo toda a acapacidade de agir em prol da mudança”
Solicitada a responder à pergunta de um jornal num inquérito de rua – “Como quer que, na sua área, Portugal seja em 2026”? transcrevo a resposta, com a devida vénia:
“Começaria por dizer que não tenho área pessoal – como, cago, devaneio, durmo, sonho, suo e trabalho como quase toda a gente – e que seria bom acabarmos com esta fantochada da divisão do trabalho, divisão do fazer/prazer, divisão da vida em partes insensíveis. A nossa consciência de que há sempre quem divida para reinar parece desadequadamente leve… Continuaria dizendo que, se a pergunta é suposta convocar wishful thoughts, respondo que ainda não deixei de desejar: um país (e um mundo) sem patrões nem televisões, sem exército nem fronteiras, sem coutadas nem caçadores, sem polícias nem poluidores, sem especialistas nem especiais nem especializados, sem proprietários da terra, dos instrumentos e dos pensamentos.
Acabaria prometendo a mim própria que farei tudo o que souber para que os meus desjos contagiem o maior número de pessoas e fazendo votos de que as ferramentas totalitárias – canais e redes de toda a sorte – não destruam todos os desejos no ovo e logo toda a acapacidade de agir em prol da mudança”
domingo, janeiro 15, 2006
"o povo é quem mais ordena"
* a Sinistra e Cínica candidatura do 25 de Novembro: comícios às moscas - derrota à vista!
* «Sondagens» e manipulação - Todas reconhecem, nas letrinhas que ninguém lê, que «estas estimativas têm valor meramente indicativo, dado que diferentes métodos de estimação poderão gerar resultados diferentes».
* a Sinistra e Cínica candidatura do 25 de Novembro: comícios às moscas - derrota à vista!
* «Sondagens» e manipulação - Todas reconhecem, nas letrinhas que ninguém lê, que «estas estimativas têm valor meramente indicativo, dado que diferentes métodos de estimação poderão gerar resultados diferentes».
sábado, janeiro 14, 2006
na ressaca da Cabala
Ontem acordei estremunhado ao som da noticia de que o Procurador Geral da República iria ser recebido em Belém. Eram 7 e meia. Que raio,,, esta gente hoje não se deitou?
Quando voltei a ouvir falar do assunto o PGR desmentia a acusação do 24 Horas, que pela hora do almoço já fazia as manchetes por essa Europa fora. Vi no noticiário da Euronews. No telejornal da noite Sampaio exorcisava os deuses conclamando vítimas rápidas para salvação dos embustes da Pátria. Ao fim da noite o alarido tinha alastrado irremediavelmente, não deixando como é habitual que se compreenda nada. E lá baptizaram a coisa de “Envelope 9”, PTgate, etc. Desliguei tudo, escondi os jornais e remeti-me para mim para ver o que é que se passava.
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A eleição providencial de Durão Barroso inaugurou entre nós a governação assente em Mentiras, fazendo alinhar o país, já de si fiel aliado na NATO, nas aventuras guerreiras dos Neocons de Washington. Até aí, dentro dos parâmetros normais do espectáculo rotineiro, as coisas tinham sido feitas dessimuladamente. Mas esse mundo paradisíaco de exploração fácil tinha acabado.
Jorge Sampaio, o 1º pilar da República, como bom anglófono, sabia isso e mais o que nós não sabemos. À cabeça do 2º pilar do Estado, o Poder Judicial, pontificava uma personagem próxima da nulidade, como muito bem convém àqueles que pretendem passar a mensagem de que a Magistratura e os Juizes são independentes ad-nihil da sua marca de classe social elitista. Souto Moura conviveu e coloborou pacificamente com as nomeações de Celeste Cardona para o Ministério da Justiça, Adelino Salvado para a Policia Judiciária e com o branqueamento do Ministro da Defesa Paulo Portas no seu envolvimento no “Caso Moderna”. No 3º pilar do Estado – na Assembleia da República uma chusma de irrelevantes deputados enburguesados, muito civilizadamente, acocorava-se a ver Portugal cair em politicas próximas da extrema-direita e ver o pequeno partido CDS (9% dos votos) ser encarregado do desmantelamento do Estado Social.
¿Então?, mas não havia oposição?,,, claro que sim. Ferro Rodrigues, Paulo Pedroso e toda a direcção do Partido Socialista são autênticamente chacinados na praça pública pela acção concertada de divulgação do “escândalo Casa Pia” congeminado nas repartições da Procuradoria Geral da República e do Ministério da Justiça.
O processo de eleição interna do novo lider do PS, tambem ele importado da fórmula americana, completou o afastamento da Direcção de esquerda do Partido. Como é sabido o Império é magnânimo com todos aqueles que o servem caninamente. Paulo Portas acabou condecorado por Donald Rumsfeld no Pentágono e a Durão Barroso foi-lhe oferecida a chupeta de Comissário para destruir a União Europeia... Sampaio assinou por baixo!
Com o distanciamento que já levamos, é então já possivel classificar o que se passou como um Crime contra o Estado de Direito!
Sabemos porque foram escolhidas certas pessoas, as ligações que têm, quem autorizou o quê e quais as razões politicas que as motivaram. Recolha de dados confidenciais, registos de chamadas, escutas extra-judiciais feitas a titulo particular, quebras de sigilo, fugas cirúrgicas de informação divertiram a plebe cuja opinião não conta e alimentaram o espectáculo anos a fio.
Agora que o essencial está feito, a dias do acto de trespasse do palácio de Belém era esperado um acontecimento bombástico em que assente o relançamento politico “da outra face da mesma moeda”. O P”S”, a cujas hostes Jorge Sampaio pertence, sabe que com a previsivel eleição do Senhor Silva, o homem-providencial-que-vai-pôr-ordem-nisto o seu papel se limitará a arcar com o odioso do que foi feito, situação com a qual foi conivente.
teremos então próximamente sempre perto de si,,, o Drama! - outra manobra de diversão e mais do mesmo – chantagens, manobras de secretaria, intimidações, fugas cirúrgicas descontroladas de informação da PGR, mas agora de sinal “contrário” – enfim,,, oxalá isto sirva para lixar a eleição de Cacilva Vácuo.
Nuno Melo, o porta-voz do CDS no Parlamento já veio a público dizer que “estas noticias se prendem únicamente com o julgamento do processo Casa Pia em curso” (eheheheheheh, adoramos estes bétinhos do partido popular)
Mas,,, será Durão Barroso, alguma vez, chamado a depôr no Parlamento sobre os crimes cometidos contra o Estado de Direito? - Temos a palavra e, depois do marketing, o que nos resta do Voto. Não perca - vamos intervir nos próximos episódios.
Quando voltei a ouvir falar do assunto o PGR desmentia a acusação do 24 Horas, que pela hora do almoço já fazia as manchetes por essa Europa fora. Vi no noticiário da Euronews. No telejornal da noite Sampaio exorcisava os deuses conclamando vítimas rápidas para salvação dos embustes da Pátria. Ao fim da noite o alarido tinha alastrado irremediavelmente, não deixando como é habitual que se compreenda nada. E lá baptizaram a coisa de “Envelope 9”, PTgate, etc. Desliguei tudo, escondi os jornais e remeti-me para mim para ver o que é que se passava.
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A eleição providencial de Durão Barroso inaugurou entre nós a governação assente em Mentiras, fazendo alinhar o país, já de si fiel aliado na NATO, nas aventuras guerreiras dos Neocons de Washington. Até aí, dentro dos parâmetros normais do espectáculo rotineiro, as coisas tinham sido feitas dessimuladamente. Mas esse mundo paradisíaco de exploração fácil tinha acabado.
Jorge Sampaio, o 1º pilar da República, como bom anglófono, sabia isso e mais o que nós não sabemos. À cabeça do 2º pilar do Estado, o Poder Judicial, pontificava uma personagem próxima da nulidade, como muito bem convém àqueles que pretendem passar a mensagem de que a Magistratura e os Juizes são independentes ad-nihil da sua marca de classe social elitista. Souto Moura conviveu e coloborou pacificamente com as nomeações de Celeste Cardona para o Ministério da Justiça, Adelino Salvado para a Policia Judiciária e com o branqueamento do Ministro da Defesa Paulo Portas no seu envolvimento no “Caso Moderna”. No 3º pilar do Estado – na Assembleia da República uma chusma de irrelevantes deputados enburguesados, muito civilizadamente, acocorava-se a ver Portugal cair em politicas próximas da extrema-direita e ver o pequeno partido CDS (9% dos votos) ser encarregado do desmantelamento do Estado Social.
¿Então?, mas não havia oposição?,,, claro que sim. Ferro Rodrigues, Paulo Pedroso e toda a direcção do Partido Socialista são autênticamente chacinados na praça pública pela acção concertada de divulgação do “escândalo Casa Pia” congeminado nas repartições da Procuradoria Geral da República e do Ministério da Justiça.
O processo de eleição interna do novo lider do PS, tambem ele importado da fórmula americana, completou o afastamento da Direcção de esquerda do Partido. Como é sabido o Império é magnânimo com todos aqueles que o servem caninamente. Paulo Portas acabou condecorado por Donald Rumsfeld no Pentágono e a Durão Barroso foi-lhe oferecida a chupeta de Comissário para destruir a União Europeia... Sampaio assinou por baixo!
Com o distanciamento que já levamos, é então já possivel classificar o que se passou como um Crime contra o Estado de Direito!
Sabemos porque foram escolhidas certas pessoas, as ligações que têm, quem autorizou o quê e quais as razões politicas que as motivaram. Recolha de dados confidenciais, registos de chamadas, escutas extra-judiciais feitas a titulo particular, quebras de sigilo, fugas cirúrgicas de informação divertiram a plebe cuja opinião não conta e alimentaram o espectáculo anos a fio.
Agora que o essencial está feito, a dias do acto de trespasse do palácio de Belém era esperado um acontecimento bombástico em que assente o relançamento politico “da outra face da mesma moeda”. O P”S”, a cujas hostes Jorge Sampaio pertence, sabe que com a previsivel eleição do Senhor Silva, o homem-providencial-que-vai-pôr-ordem-nisto o seu papel se limitará a arcar com o odioso do que foi feito, situação com a qual foi conivente.
teremos então próximamente sempre perto de si,,, o Drama! - outra manobra de diversão e mais do mesmo – chantagens, manobras de secretaria, intimidações, fugas cirúrgicas descontroladas de informação da PGR, mas agora de sinal “contrário” – enfim,,, oxalá isto sirva para lixar a eleição de Cacilva Vácuo.
Nuno Melo, o porta-voz do CDS no Parlamento já veio a público dizer que “estas noticias se prendem únicamente com o julgamento do processo Casa Pia em curso” (eheheheheheh, adoramos estes bétinhos do partido popular)
Mas,,, será Durão Barroso, alguma vez, chamado a depôr no Parlamento sobre os crimes cometidos contra o Estado de Direito? - Temos a palavra e, depois do marketing, o que nos resta do Voto. Não perca - vamos intervir nos próximos episódios.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
a sustentabilidade da Segurança Social
É possivel “garantir a sustentabilidade da Segurança Social a médio e a longo prazo” afirma peremptóriamente o economista Eugénio Rosa, que em artigo publicado aqui, (em cuja análise será conveniente determo-nos), desmonta a grande ofensiva do Poder (leia-se Partidos do Bloco Central) no desmantelamento do Estado Social.
ps* "As afirmações do ministro das Finanças sobre a Segurança Social são irresponsáveis, alarmantes e não verdadeiras"
"Um dos argumentos utilizados pelo ministro das Finanças é o envelhecimento da população, que está a determinar que o número de activos por reformado diminua. No entanto, o ministro esqueceu-se, por ignorância ou intencionalmente, que um trabalhador neste momento produz muito mais riqueza que no passado. Por ex., entre 1975 e 2004, o número de activos por pensionista baixou de 3,78 para 1,63, portanto diminuiu 2,3 vezes, mas a riqueza criada por trabalhador aumentou 41 vezes"
O ministro das Finanças Teixeira dos Santos, note-se bem – das Finanças e não o Ministro da Segurança Social – veio a público na televisão alarmar o país para a falência do Sistema de Pensões para o qual os portugueses descontaram durante vidas inteiras. Trata-se de uma mentira! - Este é um discurso que põe a nu a lavagem de cérebro em que se transformou o programa “Prós e Contras” da RTP “remodelada” pelo Governo Barroso.
Como “feed-back” organizado, as rádios e os jornais, entrevistando insistentemente um “especialista” que responde pelo nome de António José Duarte, passaram à acção da venda directa dos Fundos de Gestão Privados para os quais os trabalhadores, numa primeira fase, deveriam descontar 5,5%, mantendo-se os remanescentes 6,5% na Seg.Social (por enquanto).
Óbviamente esta gente, não engana ninguém. Esta é a mesma politica do Ministro Bagão Felix – cujo programa definiu acabar com as funções sociais do estado e proceder à privatização dos serviços públicos.
Querem abrir o caminho à privatização da segurança social, avisou desde logo o PCP.
“Contráriamente às aparências, Bagão Félix está mais determinado que qualquer outro ministro, sabe melhor que qualquer outro como atingir os seus objectivos, e as suas reformas poderão atingir bem mais profundamente - e negativamente, em minha opinião - o bem estar dos portugueses que muitas outras anunciadas” notava Boaventura de Sousa Santos na “Visão” em 16 de Maio de 2002.
Este processo, cuidadosamente sonegado ao escrutinio popular, é uma falácia.
A Alta Finança pretende desenvolver na Europa os fundos de pensões e os seguros de saúde, tal e qual como nos Estados Unidos, e para isso tem de demolir o modelo social europeu, atacar drásticamente a segurança social, a educação e saúde públicas. O chamado princípio do "consumidor-pagador" é o argumento para este ataque e uma versão eufemística do "quem quer saúde, educação e segurança social paga".A cimeira de Lisboa, quando Guterres era primeiro ministro, ficou na Europa com o nome da “agenda de destruição e privatização de serviços públicos” significando que a “Agenda de Lisboa” (2000) é a política de PS e PSD importada da União Europeia Neoliberal.
Na parte que é deixada visivel, confrontam-se o modelo social europeu (de que o “Plano Hartz” alemão é o paradigma) e a defesa de serviços públicos com os sucessivos pacotes laborais e as privatizações.
Na América do Norte, a Administração da grande mentira de Bush, tem tentado a nível interno levar a cabo exactamente as mesmas politicas
Vocês é que têm de pagar as nossas Guerras!!
A verdade é que com a estagnação do Sistema, com as Empresas que se deslocalizam ou encerram, com a pior crise de Emprego dos últimos 25 anos (segundo dados da OIT) entram muito menos receitas nos cofres do Estado. O desemprego tem vindo a crescer, ultrapassando no nosso país o meio milhão de pessoas, a precarização do trabalho e a pobreza têm vindo a aumentar, enquanto as desigualdades sociais se têm agravado em resultado da destruição do aparelho produtivo nacional, da generalização da precaridade no trabalho, da manutenção de baixos salários e do aumento da economia paralela, num quadro em que o volume da dívida à segurança social tem crescido nos últimos dez anos como uma bola de neve e cujos valores são superiores a 500 milhões de contos. Acresce o volume da dívida do Estado ao Sistema Público de Segurança Social - em resultado da falta de cumprimento das suas obrigações no financiamento integral dos sistemas não contributivos e de Acção Social. O sistema Público de Segurança Social tem sido usado como amortecedor social das privatizações, das falências fraudulentas, dos salários em atraso, das retenções indevidas de contribuições por parte das entidades patronais, com um significativo aumento do esforço financeiro do Sistema de Segurança Social para pagamento de subsídios de desemprego e para despesas com as reformas antecipadas. Ao mesmo tempo, são avançadas medidas que desvalorizam o valor das pensões e das reformas, que alteram os critérios de acesso a diversas prestações sociais. Existem alternativas.
De facto este é um Modelo Económico errado e o problema da SegurSocial seria fácilmente sanado com politicas de aumento de Emprego. Dinamize-se o sector público, (motor tradicional da Economia liberal) sugere a CGTP. Mas, tanto o aumento de emprego como a revitalização do Sector Público, são uma miragem, à luz das Politicas Neoliberais de corte com o Keynesianismo.
A verdade é que, com uma taxa de crescimento a longo prazo como esta que temos, aquilo que será posto em causa não será a Segurança Social mas sim o próprio Capitalismo.
Efectivamente a “crise” consiste na tomada do Poder pelo Sector Financeiro que obtem lucros fabulosos – conforme muito bem explica Rui Namorado Rosa no seu artigo “A crise financeira mundial”
Descoberta a doença, podemos começar a compreender as receitas dos remédios que nos querem fazer aviar.
O processo de transição para um sistema baseado em contas de capitalização individuais partindo de um sistema de transferências do género “pay as you go” – como evidentemente seria expectável nasceu nos Estados Unidos, concretamente baseado em estudos do grupo de Economistas designados por Boys de Chicago a escola que funda o Neoliberalismo, entre os quais este: - “Privatizing Social Security”, de Martin Feldstein, University of Chicago, 1998 – que se pode ler traduzido aqui:
Privatizar a Segurança Social (parte I) ou aqui (Parte II)
Respondendo a algumas das objecções levantadas à solução de privatização da segurança social
iniciando um debate que de facto o Estado Autoritário em construção não quer, certos sectores ainda mais radicais que rápidamente adoptaram a filosofia, pretendem que “a solução ideal seria extinguir totalmente a segurança social e que a privatização proposta, na medida em que inclua contribuições obrigatórias, continua a ser eticamente reprovável e, eventualmente, “estatista”. Na ausência de contribuições obrigatórias, defendem estes críticos, os indíviduos decidiriam livremente quanto poupar sem qualquer intervenção do Estado.
Chegados aqui, sabemos onde estamos. A "ditadura dos mercados" já condiciona grande parte da nossa vida quotidiana acrescentando-se doravante - a privatização da segurança social, transformando os fundos de pensões em dados do jogo da especulação bolsista, bem como a privatização de serviços e bens públicos, da água à educação; - à desregulamentação das relações laborais, aniquilando direitos sociais e individuais de liberdade. Claro que, identificadas as maleitas, podemos tratá-las recorrendo aos métodos tradicionais de combate.
Privatizar o Parlamento
Se não temos meios imediatos para os vencer, juntemo-nos a eles.
Com a ofensiva do Estado Neoliberal não percebemos que para (esta) História chegar ao fim falta apenas um pequeno passo. E esse passo centra-se na privatização também dos diferentes órgãos do Estado. Privatizada que está toda a economia e os diferentes sistemas que enformam o Estado, o que actualmente impede um maior desenvolvimento das sociedades, é o facto dos governos se terem transformado em estruturas freadoras da produtividade e do desenvolvimento a nível mundial que apenas administram os meios de repressão. É de todo necessário privatizar os governos, em particular privatizar os Parlamentos pois não há dúvida de que se os diferentes órgãos que constituem o Estado fossem privatizados, e entregues ao controle dos que de facto fazem andar o mundo, seriam muito mais eficientes e responderiam melhor às necessidades dos povos. A privatização e a sujeição de "tudo" à lógica de mercado é o último passo a dar para que se possa então falar de fim da História escrita pelas Oligarquias suportadas pelos Partidos Corporativos. Persistir em falar de vida e de espaço público é induzir as pessoas em erro - é contribuir para atrasar um novo ciclo histórico – o principio da História!, da Democracia, directa e a todos os niveis, óbviamente a começar nas bases locais, pela verdadeira Cidadania.
* Entre nós, Manuel Alegre, pelo seu discurso, desde que entendido como uma ruptura de contexto, pode efectivamente ser o principio de alguma coisa nova. E a sua vontade de não fundar outro partido, só nos ajuda a congregar um amplo movimento de opinião - que finalmente ponha cobro a este estado de sítio.
* "É comovente a preocupação do candidato Cacilva Vácuo com a sustentabilidade das reformas e o futuro dos funcionários públicos quando há anos atrás achava que a solução para esses dois problemas era clara e simples: esperava-se que fossem morrendo... Entretanto vai ele gozando bem caladinho mas bem vivinho a sua choruda reforma de 9000€" !!!
(a opinião de uma apoiante de Manuel Alegre)
ps* "As afirmações do ministro das Finanças sobre a Segurança Social são irresponsáveis, alarmantes e não verdadeiras"
"Um dos argumentos utilizados pelo ministro das Finanças é o envelhecimento da população, que está a determinar que o número de activos por reformado diminua. No entanto, o ministro esqueceu-se, por ignorância ou intencionalmente, que um trabalhador neste momento produz muito mais riqueza que no passado. Por ex., entre 1975 e 2004, o número de activos por pensionista baixou de 3,78 para 1,63, portanto diminuiu 2,3 vezes, mas a riqueza criada por trabalhador aumentou 41 vezes"
O ministro das Finanças Teixeira dos Santos, note-se bem – das Finanças e não o Ministro da Segurança Social – veio a público na televisão alarmar o país para a falência do Sistema de Pensões para o qual os portugueses descontaram durante vidas inteiras. Trata-se de uma mentira! - Este é um discurso que põe a nu a lavagem de cérebro em que se transformou o programa “Prós e Contras” da RTP “remodelada” pelo Governo Barroso.
Como “feed-back” organizado, as rádios e os jornais, entrevistando insistentemente um “especialista” que responde pelo nome de António José Duarte, passaram à acção da venda directa dos Fundos de Gestão Privados para os quais os trabalhadores, numa primeira fase, deveriam descontar 5,5%, mantendo-se os remanescentes 6,5% na Seg.Social (por enquanto).
Óbviamente esta gente, não engana ninguém. Esta é a mesma politica do Ministro Bagão Felix – cujo programa definiu acabar com as funções sociais do estado e proceder à privatização dos serviços públicos.
Querem abrir o caminho à privatização da segurança social, avisou desde logo o PCP.
“Contráriamente às aparências, Bagão Félix está mais determinado que qualquer outro ministro, sabe melhor que qualquer outro como atingir os seus objectivos, e as suas reformas poderão atingir bem mais profundamente - e negativamente, em minha opinião - o bem estar dos portugueses que muitas outras anunciadas” notava Boaventura de Sousa Santos na “Visão” em 16 de Maio de 2002.
Este processo, cuidadosamente sonegado ao escrutinio popular, é uma falácia.
A Alta Finança pretende desenvolver na Europa os fundos de pensões e os seguros de saúde, tal e qual como nos Estados Unidos, e para isso tem de demolir o modelo social europeu, atacar drásticamente a segurança social, a educação e saúde públicas. O chamado princípio do "consumidor-pagador" é o argumento para este ataque e uma versão eufemística do "quem quer saúde, educação e segurança social paga".A cimeira de Lisboa, quando Guterres era primeiro ministro, ficou na Europa com o nome da “agenda de destruição e privatização de serviços públicos” significando que a “Agenda de Lisboa” (2000) é a política de PS e PSD importada da União Europeia Neoliberal.
Na parte que é deixada visivel, confrontam-se o modelo social europeu (de que o “Plano Hartz” alemão é o paradigma) e a defesa de serviços públicos com os sucessivos pacotes laborais e as privatizações.
Na América do Norte, a Administração da grande mentira de Bush, tem tentado a nível interno levar a cabo exactamente as mesmas politicas
Vocês é que têm de pagar as nossas Guerras!!
A verdade é que com a estagnação do Sistema, com as Empresas que se deslocalizam ou encerram, com a pior crise de Emprego dos últimos 25 anos (segundo dados da OIT) entram muito menos receitas nos cofres do Estado. O desemprego tem vindo a crescer, ultrapassando no nosso país o meio milhão de pessoas, a precarização do trabalho e a pobreza têm vindo a aumentar, enquanto as desigualdades sociais se têm agravado em resultado da destruição do aparelho produtivo nacional, da generalização da precaridade no trabalho, da manutenção de baixos salários e do aumento da economia paralela, num quadro em que o volume da dívida à segurança social tem crescido nos últimos dez anos como uma bola de neve e cujos valores são superiores a 500 milhões de contos. Acresce o volume da dívida do Estado ao Sistema Público de Segurança Social - em resultado da falta de cumprimento das suas obrigações no financiamento integral dos sistemas não contributivos e de Acção Social. O sistema Público de Segurança Social tem sido usado como amortecedor social das privatizações, das falências fraudulentas, dos salários em atraso, das retenções indevidas de contribuições por parte das entidades patronais, com um significativo aumento do esforço financeiro do Sistema de Segurança Social para pagamento de subsídios de desemprego e para despesas com as reformas antecipadas. Ao mesmo tempo, são avançadas medidas que desvalorizam o valor das pensões e das reformas, que alteram os critérios de acesso a diversas prestações sociais. Existem alternativas.
De facto este é um Modelo Económico errado e o problema da SegurSocial seria fácilmente sanado com politicas de aumento de Emprego. Dinamize-se o sector público, (motor tradicional da Economia liberal) sugere a CGTP. Mas, tanto o aumento de emprego como a revitalização do Sector Público, são uma miragem, à luz das Politicas Neoliberais de corte com o Keynesianismo.
A verdade é que, com uma taxa de crescimento a longo prazo como esta que temos, aquilo que será posto em causa não será a Segurança Social mas sim o próprio Capitalismo.
Efectivamente a “crise” consiste na tomada do Poder pelo Sector Financeiro que obtem lucros fabulosos – conforme muito bem explica Rui Namorado Rosa no seu artigo “A crise financeira mundial”
Descoberta a doença, podemos começar a compreender as receitas dos remédios que nos querem fazer aviar.
O processo de transição para um sistema baseado em contas de capitalização individuais partindo de um sistema de transferências do género “pay as you go” – como evidentemente seria expectável nasceu nos Estados Unidos, concretamente baseado em estudos do grupo de Economistas designados por Boys de Chicago a escola que funda o Neoliberalismo, entre os quais este: - “Privatizing Social Security”, de Martin Feldstein, University of Chicago, 1998 – que se pode ler traduzido aqui:
Privatizar a Segurança Social (parte I) ou aqui (Parte II)
Respondendo a algumas das objecções levantadas à solução de privatização da segurança social
iniciando um debate que de facto o Estado Autoritário em construção não quer, certos sectores ainda mais radicais que rápidamente adoptaram a filosofia, pretendem que “a solução ideal seria extinguir totalmente a segurança social e que a privatização proposta, na medida em que inclua contribuições obrigatórias, continua a ser eticamente reprovável e, eventualmente, “estatista”. Na ausência de contribuições obrigatórias, defendem estes críticos, os indíviduos decidiriam livremente quanto poupar sem qualquer intervenção do Estado.
Chegados aqui, sabemos onde estamos. A "ditadura dos mercados" já condiciona grande parte da nossa vida quotidiana acrescentando-se doravante - a privatização da segurança social, transformando os fundos de pensões em dados do jogo da especulação bolsista, bem como a privatização de serviços e bens públicos, da água à educação; - à desregulamentação das relações laborais, aniquilando direitos sociais e individuais de liberdade. Claro que, identificadas as maleitas, podemos tratá-las recorrendo aos métodos tradicionais de combate.
Privatizar o Parlamento
Se não temos meios imediatos para os vencer, juntemo-nos a eles.
Com a ofensiva do Estado Neoliberal não percebemos que para (esta) História chegar ao fim falta apenas um pequeno passo. E esse passo centra-se na privatização também dos diferentes órgãos do Estado. Privatizada que está toda a economia e os diferentes sistemas que enformam o Estado, o que actualmente impede um maior desenvolvimento das sociedades, é o facto dos governos se terem transformado em estruturas freadoras da produtividade e do desenvolvimento a nível mundial que apenas administram os meios de repressão. É de todo necessário privatizar os governos, em particular privatizar os Parlamentos pois não há dúvida de que se os diferentes órgãos que constituem o Estado fossem privatizados, e entregues ao controle dos que de facto fazem andar o mundo, seriam muito mais eficientes e responderiam melhor às necessidades dos povos. A privatização e a sujeição de "tudo" à lógica de mercado é o último passo a dar para que se possa então falar de fim da História escrita pelas Oligarquias suportadas pelos Partidos Corporativos. Persistir em falar de vida e de espaço público é induzir as pessoas em erro - é contribuir para atrasar um novo ciclo histórico – o principio da História!, da Democracia, directa e a todos os niveis, óbviamente a começar nas bases locais, pela verdadeira Cidadania.
* Entre nós, Manuel Alegre, pelo seu discurso, desde que entendido como uma ruptura de contexto, pode efectivamente ser o principio de alguma coisa nova. E a sua vontade de não fundar outro partido, só nos ajuda a congregar um amplo movimento de opinião - que finalmente ponha cobro a este estado de sítio.
* "É comovente a preocupação do candidato Cacilva Vácuo com a sustentabilidade das reformas e o futuro dos funcionários públicos quando há anos atrás achava que a solução para esses dois problemas era clara e simples: esperava-se que fossem morrendo... Entretanto vai ele gozando bem caladinho mas bem vivinho a sua choruda reforma de 9000€" !!!
(a opinião de uma apoiante de Manuel Alegre)
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Ideia-Chave,,, o Instinto
Gonçalo M. Tavares
o Chefe detestava geografia, economia, literatura, quimica, sociologia, engenharia, matemática, física, e ainda todas as ciências inventadas depois e antes de Cristo. O que ele apreciava era o instinto.
- o Instinto, percebe!
O Auxiliar percebia que o Chefe queria que ele não percebesse. Por isso abanava a cabeça.
- Você não sabe o que é o instinto?
O Auxiliar abanou de novo a cabeça, ainda com mais força. Era dos bons.
O Chefe gostava de explicar – qualquer coisa, mesmo o inexplicável – e os Auxiliares gostavam do Chefe. Este não tinha muitas outras oportunidades. Investia pois em direcção aos Auxiliares como o touro, em certas cerimónias populares, investe contra os homens feridos e aleijados que ficam para trás.
- o Instinto (disse o Chefe completamente envolvido na sua dissertação) o instinto é algo que nasce aqui (e apontava para o estômago) e sobe, sobe (e lá acompanhava com gestos) até chegar aqui! (e a sua mão direita agarrava a própria garganta.)
- Aqui, percebe!
- À garganta... – murmurou o Auxiliar, como se lhe tivessem acabado de revelar um segredo com dois milénios.
- Mais do que à garganta – especificou o Chefe (ele especificava muito bem) – o instinto sobe até ao meu vocabulário, e todo o meu vocabulário fica assim como que possuído por uma força invulgar.
- Uma força... - disse o Auxiliar.
- ...que nenhuma inteligência normal consegue alcançar ou perceber.
- Exactamente. Nem uma inteligência vulgar nem uma inteligência invulgar: a inteligência não é uma ferramenta capaz de entender os meus discursos. Eu falo para o povo!
- Viva o povo! – gritou o Auxiliar.
- Viva!
in “As Ficções do Sr. Kraus”
o Chefe detestava geografia, economia, literatura, quimica, sociologia, engenharia, matemática, física, e ainda todas as ciências inventadas depois e antes de Cristo. O que ele apreciava era o instinto.
- o Instinto, percebe!
O Auxiliar percebia que o Chefe queria que ele não percebesse. Por isso abanava a cabeça.
- Você não sabe o que é o instinto?
O Auxiliar abanou de novo a cabeça, ainda com mais força. Era dos bons.
O Chefe gostava de explicar – qualquer coisa, mesmo o inexplicável – e os Auxiliares gostavam do Chefe. Este não tinha muitas outras oportunidades. Investia pois em direcção aos Auxiliares como o touro, em certas cerimónias populares, investe contra os homens feridos e aleijados que ficam para trás.
- o Instinto (disse o Chefe completamente envolvido na sua dissertação) o instinto é algo que nasce aqui (e apontava para o estômago) e sobe, sobe (e lá acompanhava com gestos) até chegar aqui! (e a sua mão direita agarrava a própria garganta.)
- Aqui, percebe!
- À garganta... – murmurou o Auxiliar, como se lhe tivessem acabado de revelar um segredo com dois milénios.
- Mais do que à garganta – especificou o Chefe (ele especificava muito bem) – o instinto sobe até ao meu vocabulário, e todo o meu vocabulário fica assim como que possuído por uma força invulgar.
- Uma força... - disse o Auxiliar.
- ...que nenhuma inteligência normal consegue alcançar ou perceber.
- Exactamente. Nem uma inteligência vulgar nem uma inteligência invulgar: a inteligência não é uma ferramenta capaz de entender os meus discursos. Eu falo para o povo!
- Viva o povo! – gritou o Auxiliar.
- Viva!
in “As Ficções do Sr. Kraus”
terça-feira, janeiro 10, 2006
"o Fatalista" o filme de João Botelho, carece de "pedir murros. Este portugal está a pedi-los. Com subtilezas não vai lá"
Critica de Cinema, de Rodrigues da Silva, no JL
“O país pobre, atrasado, largamente analfabeto, boçal em boa parte, transformou-se 20 anos depois de “aderir à Europa” num país menos pobre, mas ainda assim atrasado, relativamente analfabeto e absolutamente boçal (...) em termos absolutos a Europa tornou-nos mais ricos. Mas, aparentemente, não nos tornou melhores” (Rui Pêgo)
“A campanha é feita de circo eleitoral, fait-divers, algumas bocas e frases genéricas” (Garcia Pereira)
“Portugal está a ficar cada vez mais igual à América nas coisas más, sem absorver nenhuma das coisas boas” (Clara Pinto Correia)
Serve tudo, na mais execrável falta de escrúpulos, na campanha de manipulação dos Media, para eleger um Presidente pró-americano, no imediato, (não o poderá negar) pró-Bushista. A capa do último Expresso ficará para a história, como um exemplo de como se ridiculariza um candidato com o objectivo de conquistar mentes imbecis para o campo adverso. Uma vergonha.
A exploração do “Imbecil Colectivo” de que fala Joel de Rosnay (1), é afinal o corolário lógico daquilo que os jornais corporativos e jornalistas assalariados pelos grupos Económicos se têm esforçado diligentemente por construir ao longo das últimas décadas. Com a complacência daqueles que agora se queixam, e que tambem usaram, quando ocuparam o Poder, exactissimamente os mesmos métodos. Se é certo existir uma "Indústria da Cultura" (Teodhor Adorno) não menos certo é existir uma "Cultura de Desinformação". Ninguem nasce ensinado - os idiotas para poderem ser colhidos, têm de ser semeados.
“Uma troca de ficheiros informáticos fez com que ontem fosse publicado um texto antigo de Vasco Pulido Valente e não o que escrevera para 8 de Janeiro de 2006. Aos leitores e ao autor pedimos desculpa, editando hoje o texto certo” - foi com esta nota de rodapé que o jornal Publico, de cujo Director se fala ir para Adjunto de Imprensa da Casa da Múmia em Belém, “se desculpou” do “engano” que serviu para desancar Mário Soares, antevendo-lhe a-priori a derrota certa, neste texto. O colunista mais lido, na contracapa, em lugar de destaque, citado fora do contexto.
A outra hora e noutro local, e porque eles movem-se, o mesmo jornal via Lusa, que fez uma pesquisa no Technorati.com promove descaradamente a Múmia enbandeirando em arco com as 13776 citações obtridas “mostrando que tambem aí distância é grande e a Internet reflecte, em certa medida, a tendência de voto para as eleições de 22 Janeiro apontada pelas sondagens”. Na urgência de amontoar mensagens subliminares pagas pelos Investidores na campanha mais cara de todas – esqueceram-se de que a grande maioria dos blogues citam a Múmia apenas para demonstrar o ódio existente aos serventuários dos Banqueiros, vendilhões da Nação. Sugestão para que baixe radicalmente o numero de referências na Internet ao candidato proto-fascista é que a malta dos blogues o passe a designar por Cacilva Vácuo.
* (1) veja-se tambem, um livrinho com incrivel actualidade, o ensaio de William Sargant "a Batalha pelas Mentes"(The Battle for the Minds), com uma crítica em português aqui.
Critica de Cinema, de Rodrigues da Silva, no JL
“O país pobre, atrasado, largamente analfabeto, boçal em boa parte, transformou-se 20 anos depois de “aderir à Europa” num país menos pobre, mas ainda assim atrasado, relativamente analfabeto e absolutamente boçal (...) em termos absolutos a Europa tornou-nos mais ricos. Mas, aparentemente, não nos tornou melhores” (Rui Pêgo)
“A campanha é feita de circo eleitoral, fait-divers, algumas bocas e frases genéricas” (Garcia Pereira)
“Portugal está a ficar cada vez mais igual à América nas coisas más, sem absorver nenhuma das coisas boas” (Clara Pinto Correia)
Serve tudo, na mais execrável falta de escrúpulos, na campanha de manipulação dos Media, para eleger um Presidente pró-americano, no imediato, (não o poderá negar) pró-Bushista. A capa do último Expresso ficará para a história, como um exemplo de como se ridiculariza um candidato com o objectivo de conquistar mentes imbecis para o campo adverso. Uma vergonha.
A exploração do “Imbecil Colectivo” de que fala Joel de Rosnay (1), é afinal o corolário lógico daquilo que os jornais corporativos e jornalistas assalariados pelos grupos Económicos se têm esforçado diligentemente por construir ao longo das últimas décadas. Com a complacência daqueles que agora se queixam, e que tambem usaram, quando ocuparam o Poder, exactissimamente os mesmos métodos. Se é certo existir uma "Indústria da Cultura" (Teodhor Adorno) não menos certo é existir uma "Cultura de Desinformação". Ninguem nasce ensinado - os idiotas para poderem ser colhidos, têm de ser semeados.
“Uma troca de ficheiros informáticos fez com que ontem fosse publicado um texto antigo de Vasco Pulido Valente e não o que escrevera para 8 de Janeiro de 2006. Aos leitores e ao autor pedimos desculpa, editando hoje o texto certo” - foi com esta nota de rodapé que o jornal Publico, de cujo Director se fala ir para Adjunto de Imprensa da Casa da Múmia em Belém, “se desculpou” do “engano” que serviu para desancar Mário Soares, antevendo-lhe a-priori a derrota certa, neste texto. O colunista mais lido, na contracapa, em lugar de destaque, citado fora do contexto.
A outra hora e noutro local, e porque eles movem-se, o mesmo jornal via Lusa, que fez uma pesquisa no Technorati.com promove descaradamente a Múmia enbandeirando em arco com as 13776 citações obtridas “mostrando que tambem aí distância é grande e a Internet reflecte, em certa medida, a tendência de voto para as eleições de 22 Janeiro apontada pelas sondagens”. Na urgência de amontoar mensagens subliminares pagas pelos Investidores na campanha mais cara de todas – esqueceram-se de que a grande maioria dos blogues citam a Múmia apenas para demonstrar o ódio existente aos serventuários dos Banqueiros, vendilhões da Nação. Sugestão para que baixe radicalmente o numero de referências na Internet ao candidato proto-fascista é que a malta dos blogues o passe a designar por Cacilva Vácuo.
* (1) veja-se tambem, um livrinho com incrivel actualidade, o ensaio de William Sargant "a Batalha pelas Mentes"(The Battle for the Minds), com uma crítica em português aqui.
segunda-feira, janeiro 09, 2006
“É grave a situação de Portugal. São grandes as dificuldades que embaraçam a vida politica da nação. Confusão e incoerência nos principios; grande desordem nas finanças; enfraquecimento deplorável da autoridade, dentro dos limites da constituição e das leis; falta de confiança na vitalidade do país, e nas suas faculdades politicas e económicas; um desalento injustificável, atrás do qual se esconde um perigoso indiferentismo; a violência mais exagerada nas lutas dos partidos, sem que lhe corresponda nem o vigor das convicções nem a ousadia dos cometimentos; tendência funesta a rebaixar tudo e todos; paixões em vez de crenças; preconceitos em vez de ideias; negações em vez de afirmações, tanto no domínio dos principios como no dos factos; desconfianças em vez de esperanças e falta de fé na liberdade, são causas de desorganização e ruína para uma nação, por mais gloriosas que sejam as suas tradições”
Este retrato não é de hoje. Quem o descreveu foi o ministro da Marinha e do Ultramar Andrade Corvo em 1870 na obra agora reeditada “Portugal na Europa e no Mundo” (Edição Fronteira do Caos)
“É verdade tambem que o mal, ainda que grande, não é sem remédio”
A saída para esta crise foi o encaminhar de um novo escol de africanistas, rápidamente postos na ordem com o expansionismo regulado pelo Ultimato inglês de 1890 e o inicio da emigração do povo simples e inculto para se desenrascar no Brasil como merceeiros e padeiros.
Relembrando o Ministro do século XIX:
“Os desastres financeiros não são devidos a simples infelicidade, mas efeito do pouco conhecimento dos negócios, de pouca grandeza de alma, e de excessiva cobiça de ganhar depressa e muito, empregando pouco capital e fazendo poucos esforços de vontade e de inteligência”
Portugal voltaria a passar por um novo revivalismo do mesmo teor na década de 60 do século passado, quando Salazar, depois de estabilizadas as finanças, lançou a palavra de ordem: “Para Angola rápidamente e em força”. Na mira do petróleo recentemente descoberto, os Estados Unidos tinham iniciado o financiamento de movimentos de libertação nas colónias portuguesas visando a implantação dos habituais governos - fantoches que servissem aos seus designios. A “heróica” reconquista de Nambuanbongo no verão de 1961 pela coluna do tenente-coronel Maçanita com as cabeças de pretos-rebeldes espetadas em paus, tomates e orelhas jocosamente guardados em frascos de alcool pelos soldados, foram os testemunhos fundadores da retoma portuguesa na década de 70 em que a economia nacional durante a “primavera marcelista” cresceu 9% ao ano. A restante estória é conhecida. O regime português, sequestrado por 30 familias de oligarcas, era um impecilho à expansão do Imperialismo, incapaz pela sua natureza de se auto-liberalizar politicamente.
“Aqueles que não recordam o passado, estão condenados a repeti-lo”
George Santayana
muitos anos depois, numa galáxia não muito distante,,,
“Cheira a Petróleo”
notou recentemente António Barreto (em artigo no jornal Publico): “Algo importante está a decorrer, que mudará a economia portuguesa e que determinará as relações com Espanha e com Angola. Algo que, finalmente revela e consolida os costumes nacionais no seu pior aspecto, a opaca promiscuidade da vida pública e a submissão da politica aos negócios e ao dinheiro”.
Com a estratégia montada para chegar ao Poder, esta gente,,, a gente de Cavaco sabe o que quer – e os eleitores, que ainda por cima não têm duas alternativas por onde optar, decididamente não fazem parte dos seus planos,,, muito menos deixá-los prejudicar as opções que estão tomadas. Continua António Barreto:
“Em poucos dias, várias notícias e factos tiveram um ponto comum: a Energia”. O petróleo, a electricidade e o gás. E Angola. O Grupo Amorim, associado a interesses angolanos, comprou uma parte importante do capital da GALP até agora detida pela EDP. O Estado português tem em ambas palavra definitiva. Não só foi uma decisão politica, como o Governo desempenhou um papel activo de intermediário e casamenteiro. Três grandes bancos, dois espanhóis e um português, suportam a transacção. Do lado angolano, o principal protagonista é a SONANGOL, a empresa estatal de petróleos. Além desse parceiro, altas individualidades da nomenklatura do Estado angolano estão envolvidas no negócio. Esta venda será seguida por uma outra: parte da GALP será igualmente vendida ao Grupo Amorim pela REN, Rede Eléctrica Nacional, de capital maioritário do Estado e presidida por José Penedos ex-governante e deputado socialista. Estas vendas, feitas por ajuste directo e selecção mantida em segredo durante algum tempo, foram realizadas depois de longos meses ou anos, (a partir do acordo das Lajes com Bush, Blair,Aznar;Barroso concertados para a invasão do Iraque em busca de petróleo), nas quais estiveram empenhadas empresas públicas e privadas espanholas, italianas, americanas e portuguesas. Todos recordam as peripécias (…) com o Grupo Amorim entram também no sector energético português (na GALP e na EDP) três grupos espanhóis, a Caixa Galicia, o Santander e uma das produtoras de electricidade, a Union Fenosa. Todo este movimento é acompanhado de perto por um outro accionista da GALP, a IBERDROLA, presidida pelo ex-governante e deputado socialista Pina Moura.
Ao mesmo tempo, no decurso e depois de uma visita oficial a Angola, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral garantiu que uma nova era começava nas relações entre os dois Estados. O tom eufórico das suas declarações e a vontade de colocar uma pedra sobre tudo o que se passou anteriormente, criaram a sensação de que algo de novo se passava”.
Dias depois chegaram as noticias, através do Ministro Manuel Pinho, Patrick Monteiro de Barros e Basílio Horta, sobre a nova refinaria a construir em Sines, que irá triplicar o transporte marítimo petrolífero no nosso país com destino à exportação que deverá assim aumentar 80%. Contrapartidas?
«O Governo vai criar em Angola uma plataforma para distribuição de produtos portugueses e triplicar a linha de financiamento, de 100 para 300 milhões de dólares, a fim de apoiar exportações para aquele país. Simultaneamente, será criado um crédito de cem milhões de dólares para as empresas que queiram investir naquela antiga colónia. A criação de uma estrutura de recepção e comercialização de produtos era há muito reivindicada por empresários, como forma de garantir um eficaz escoamento das exportações nacionais.»(Expresso)
Mas, em Angola já estão os chineses, com produtos chineses a preços chineses. A quem interessa toda esta azáfama?
Apenas aos grandes interesses, como sempre! Cavaco Silva e Durão Barroso, como é sabido, são dois potenciais amigalhaços do regime de criminosos instalado em Luanda - que é natural que conte com estes dois biltres para branquear os crimes cometidos,,, (sempre) em nome do Petróleo.
(continua)
leituras relacionadas:
* a Espanha no posicionamento estratégico
* Portugal? - Iberismo « localista » ou internacionalização dinâmica?
« O que Portugal fez de maior no mundo não foi nem o descobrimento, nem a conquista, nem a formação de nações ultramarinas : foi o ter resistido a Castela ».
Agostinho da Silva (1996)
Este retrato não é de hoje. Quem o descreveu foi o ministro da Marinha e do Ultramar Andrade Corvo em 1870 na obra agora reeditada “Portugal na Europa e no Mundo” (Edição Fronteira do Caos)
“É verdade tambem que o mal, ainda que grande, não é sem remédio”
A saída para esta crise foi o encaminhar de um novo escol de africanistas, rápidamente postos na ordem com o expansionismo regulado pelo Ultimato inglês de 1890 e o inicio da emigração do povo simples e inculto para se desenrascar no Brasil como merceeiros e padeiros.
Relembrando o Ministro do século XIX:
“Os desastres financeiros não são devidos a simples infelicidade, mas efeito do pouco conhecimento dos negócios, de pouca grandeza de alma, e de excessiva cobiça de ganhar depressa e muito, empregando pouco capital e fazendo poucos esforços de vontade e de inteligência”
Portugal voltaria a passar por um novo revivalismo do mesmo teor na década de 60 do século passado, quando Salazar, depois de estabilizadas as finanças, lançou a palavra de ordem: “Para Angola rápidamente e em força”. Na mira do petróleo recentemente descoberto, os Estados Unidos tinham iniciado o financiamento de movimentos de libertação nas colónias portuguesas visando a implantação dos habituais governos - fantoches que servissem aos seus designios. A “heróica” reconquista de Nambuanbongo no verão de 1961 pela coluna do tenente-coronel Maçanita com as cabeças de pretos-rebeldes espetadas em paus, tomates e orelhas jocosamente guardados em frascos de alcool pelos soldados, foram os testemunhos fundadores da retoma portuguesa na década de 70 em que a economia nacional durante a “primavera marcelista” cresceu 9% ao ano. A restante estória é conhecida. O regime português, sequestrado por 30 familias de oligarcas, era um impecilho à expansão do Imperialismo, incapaz pela sua natureza de se auto-liberalizar politicamente.
“Aqueles que não recordam o passado, estão condenados a repeti-lo”
George Santayana
muitos anos depois, numa galáxia não muito distante,,,
“Cheira a Petróleo”
notou recentemente António Barreto (em artigo no jornal Publico): “Algo importante está a decorrer, que mudará a economia portuguesa e que determinará as relações com Espanha e com Angola. Algo que, finalmente revela e consolida os costumes nacionais no seu pior aspecto, a opaca promiscuidade da vida pública e a submissão da politica aos negócios e ao dinheiro”.
Com a estratégia montada para chegar ao Poder, esta gente,,, a gente de Cavaco sabe o que quer – e os eleitores, que ainda por cima não têm duas alternativas por onde optar, decididamente não fazem parte dos seus planos,,, muito menos deixá-los prejudicar as opções que estão tomadas. Continua António Barreto:
“Em poucos dias, várias notícias e factos tiveram um ponto comum: a Energia”. O petróleo, a electricidade e o gás. E Angola. O Grupo Amorim, associado a interesses angolanos, comprou uma parte importante do capital da GALP até agora detida pela EDP. O Estado português tem em ambas palavra definitiva. Não só foi uma decisão politica, como o Governo desempenhou um papel activo de intermediário e casamenteiro. Três grandes bancos, dois espanhóis e um português, suportam a transacção. Do lado angolano, o principal protagonista é a SONANGOL, a empresa estatal de petróleos. Além desse parceiro, altas individualidades da nomenklatura do Estado angolano estão envolvidas no negócio. Esta venda será seguida por uma outra: parte da GALP será igualmente vendida ao Grupo Amorim pela REN, Rede Eléctrica Nacional, de capital maioritário do Estado e presidida por José Penedos ex-governante e deputado socialista. Estas vendas, feitas por ajuste directo e selecção mantida em segredo durante algum tempo, foram realizadas depois de longos meses ou anos, (a partir do acordo das Lajes com Bush, Blair,Aznar;Barroso concertados para a invasão do Iraque em busca de petróleo), nas quais estiveram empenhadas empresas públicas e privadas espanholas, italianas, americanas e portuguesas. Todos recordam as peripécias (…) com o Grupo Amorim entram também no sector energético português (na GALP e na EDP) três grupos espanhóis, a Caixa Galicia, o Santander e uma das produtoras de electricidade, a Union Fenosa. Todo este movimento é acompanhado de perto por um outro accionista da GALP, a IBERDROLA, presidida pelo ex-governante e deputado socialista Pina Moura.
Ao mesmo tempo, no decurso e depois de uma visita oficial a Angola, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral garantiu que uma nova era começava nas relações entre os dois Estados. O tom eufórico das suas declarações e a vontade de colocar uma pedra sobre tudo o que se passou anteriormente, criaram a sensação de que algo de novo se passava”.
Dias depois chegaram as noticias, através do Ministro Manuel Pinho, Patrick Monteiro de Barros e Basílio Horta, sobre a nova refinaria a construir em Sines, que irá triplicar o transporte marítimo petrolífero no nosso país com destino à exportação que deverá assim aumentar 80%. Contrapartidas?
«O Governo vai criar em Angola uma plataforma para distribuição de produtos portugueses e triplicar a linha de financiamento, de 100 para 300 milhões de dólares, a fim de apoiar exportações para aquele país. Simultaneamente, será criado um crédito de cem milhões de dólares para as empresas que queiram investir naquela antiga colónia. A criação de uma estrutura de recepção e comercialização de produtos era há muito reivindicada por empresários, como forma de garantir um eficaz escoamento das exportações nacionais.»(Expresso)
Mas, em Angola já estão os chineses, com produtos chineses a preços chineses. A quem interessa toda esta azáfama?
Apenas aos grandes interesses, como sempre! Cavaco Silva e Durão Barroso, como é sabido, são dois potenciais amigalhaços do regime de criminosos instalado em Luanda - que é natural que conte com estes dois biltres para branquear os crimes cometidos,,, (sempre) em nome do Petróleo.
(continua)
leituras relacionadas:
* a Espanha no posicionamento estratégico
* Portugal? - Iberismo « localista » ou internacionalização dinâmica?
« O que Portugal fez de maior no mundo não foi nem o descobrimento, nem a conquista, nem a formação de nações ultramarinas : foi o ter resistido a Castela ».
Agostinho da Silva (1996)
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