Depois dos dois lembretes anteriores anotados aqui sobre os teóricos e algumas práticas do novo tipo de Sociedade fundada no Eco-comunalismo de raiz marxista, em defesa de um decrescimento civilizacional regulado que ponha cobro aos desmandos da tribo de contabilistas e amanuenses neoliberais – de que existe um grupo de estudo (GlobalScenarioGroup) sobre a Grande Transição a operar no presente modelo de civilização - concluímos que esta filosofia de vida tem raízes antigas que continuaram a desenvolver o pensamento de Marx - vale a pena determo-nos na Liga Socialista criada em Inglaterra em fins do século XIX, movimento de que fizeram parte a filha de Marx, Eleanor e muitas outras figuras proeminentes da época entre as quais se destacou William Morris que redigiu o Manifesto desta escola legada por Marx, cuja história de 100 anos de Socialismo se relata aqui.
Contemporâneamente outro movimento designado por E.F. Schumacher Society criou uma corrente de pensamento económico alternativo cuja palavra de ordem que entrou rápidamente na gíria é “Small is Beautiful” – a ideia consiste em adaptar os conceitos filosóficos budistas à Economia. Deste ponto de vista deve-se enfatizar a produção local recorrendo aos recursos locais para suprir as necessidades locais. Esta é, em princípio a forma mais racional da vida económica, enquanto a dependência das importações de sitios longinquos e a consequente necessidade de produzir para exportação com destino a povos distantes e desconhecidos, sendo altamente anti-económica só se justificaria em casos excepcionais e em pequena escala. .
A obra que fundamenta esta teoria, da autoria de Fritz Schumacher, chama-se justamente "Buddhist Economics" e uma palavra de ordem possivel é a de “uma Economia de Paz”
Começando na Economia primária da alimentação e da agricultura, devemos promover nas nossas casas e encorajar ao máximo a ideia de consumir produtos locais segundo o conceito de auto-suficiência. Devemos reconhecer que esta é certamente a forma mais segura e barata de todo o mundo viver. A única que não provoca perdas ou destruições desnecessárias garantindo a produção dos bens necessários. Uma obra de referência sobre esta premissa é “Pensamentos na Presença do Medo” de Wendell Berry.
Os povos têm todo o direito de procurar uma nova forma pacífica de Desenvolvimento, quase como que uma missão espiritual ao mesmo tempo que cumprem os seus designios económicos, cumprem uma missão ecológica e humanista. Uma “Nova Paz” segundo Susan Witt. Isto requer a colaboração entre indivíduos e organizações culturais agindo em conjunto para que todos sejamos bem sucedidos. Sinal de sucesso será a renovação das Comunidades Locais em todo o mundo.
A seguir aos eventos do 11 de Setembro a E. F. Schumacher Society publicou esta série de três ensaios onde se tenta fazer a ligação entre as estratégias locais e os programas económicos do modelo de sociedade da sugerida Economia de Paz, que podem ser lidos livremente no seu sítio internet www.smallisbeautiful.org
Para quem não prescinde do prazer de cheirar o papel, catálogos ou versões anuais encadernadas, dos diversos autores que desde há 25 anos colaboram na concepção deste modo revolucionário de entender as Comunidades locais podem ser pedidas para efssociety@smallisbeautiful.org conforme lista disponivel que se transcreveu para aqui.
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