
No presente, quando a ditadura e a morte estão supostamente distantes, por alguma razão o terror persiste”
Bernie, estudante do 3º ano no Colégio Nacional de Buenos Aires, sobre o ensaio fotográfico “Buena Memória”, de Marcelo Brodsky, que lembra os milhares de desaparecidos durante os anos da ditadura militar na Argentina, quando militantes e simples simpatizantes de esquerda eram sistematicamente raptados por paramilitares encapuzados.

A oratória “Maria de Buenos Aires”, com música de Astor Piazzola recordou a história desse periodo negro, milhares de histórias, repartidas entre putas e santas, pelas muitas Marias que ficam, independentes dos dramas das macro-politicas proto- fascistas, condenadas a dançar o tango, (ou o fado) da vida.
Foi curioso, no mínimo, ver a Mísia, uma manifesta apoiante do Bloco de Esquerda, interpretar a peça no esplendor do São Carlos. Terminou assim a época de Paolo Pinamonte e a ousadia na gestão da programação do Teatro de Ópera Nacional. O cinzentismo regressa já na próxima época, vincado desde já pela anunciada e banida 3ª parte da trilogia do Anel de Wagner e pelo espectro que paira sobre o Teatro, de que se diz à boca pequena, será colocado sob a alçada da EGEAC, o departamento kultural que trata dos mangericos da Câmara de Lisboa.
Sem comentários:
Enviar um comentário