a chamada de atenção de Manuel Alegre é, como muito bem tem andado a explicar por aí um publicitário famoso, um teaser - isto é, um alerta de diversão para o Medo feito por um homem de sempre do aparelho do Partido dito Socialista - destina-se fatalmente a desviar a atenção do essencial: o Horror! pelo caminho, o frete - nada melhor para credibilizar a entidade emissora do Medo.
Alegre não abriu o bico nem tomou nenhuma posição frontal contra o processo de tomada de posse do seu partido para o ultraliberalismo pelo métodos americanos de eleição subterrânea, partido que já de si nunca tinha sido socialista, conquistado por gente nomeada com os mais sórdidos propósitos. Pior do que o horror com que Conrad jamais sonhou, estes personagens de opereta já vêm descendendo rio abaixo, percebendo até demais que o seu caminho é um rio transformado em esgoto, onde eles, dejectos flutuantes, personagens grotescas saídas de trevas de merda por ruptura nos depósitos do Império, estes senhores nem tampouco conseguem já ver que estão a começar a apodrecer em frente das câmaras de televisão.
Como se sabe desde que, por motivos de higiene Negri tornou o caso público, entrámos na era da “biopolitica” – o que pressupõe a criação (mesmo no sentido de capoeira) de homens bio- degradáveis – a condizer com o Poder,, recicla-se este e aqueles, vêm outros iguais com outro rótulo, quais produtos reciclados de segunda geração, com mais poder do que os que estavam antes sobre qualquer um de nós.Os spartaquistas queriam que todo o homem com mais poder que outro pudesse ser revogável a qualquer momento. Seria bom. Porém, como a história demonstra, jamais podemos esperar que os que têm mais poder se decidam finalmente pela aplicação desta medida. Nunca acham ser este o momento certo. Eles crêem é que o povo é que deve ser revogável a cada instante, em massa!
Não sabemos realmente com rigor cientifico ao fim de quanto tempo de exercício um homem com mais poder que nós começa a fazer filha-da-putices, por isso a grande maioria tem colaborado docilmente na aposta em homens biodegradáveis. Cremos firmemente que a acção da natureza sobre os Políticos neoliberais, o efeito do sol e da chuva, a erosão pelo vento, a actividade bacteriana e a fermentação auxiliada pelo arremesso de uns valentes tomates podres, os façam inchar, até rebentar.
"O Massacre dos Inocentes" por Peter Paul Rubens, 1611


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