a Constituição da Catalunha data de 1704
Não podemos fazer outra coisa senão concordar – a colonização económica recente está bem à vista de todos. Saramago, no seu lento, mas consistente, deslizar para a direita (um produto da globalização neoliberal?), acha que não há evidências: “nunca me apercebi de qualquer irregularidade politica ou estratégia comercial ou financeira que indicasse que Espanha não reconhece a independência de Portugal" De facto “a Espanha” é uma entidade que apenas se firma no (sub)imperialismo, principalmente sobre os paises de lingua castelhana que explora desenfreadamente na América Latina. Se porventura terminar o sistema de trocas desiguais que fazem umas nações ricas e outras pobres, a “Espanha” implodiria de imediato – resultando na explosão duma míriade de regiões autónomas finalmente livres da dependência centralizada de um Estado que presta contas e faz acordos secretos com governos e entidades estrangeiras ilegítimas.O estádio de concentração monopolista que o capitalismo atingiu na presente época é acompanhado da tentativa política de criação de um poder mundial único – a reacção natural é a contestação generalizada que resultará na pulverização de cada vez mais paises em regiões independentes. Na “Itália” desvastada pela subida ao poder da extrema direita, a mulher de Berlusconi não se inibe de advogar a separação entre a região norte industrializada que produziu a Liga de Bossi coligada com os neofascistas, do sul abaixo de Roma com caracteristicas de região do terceiro mundo. Segundo Veronica Lario disse ao La Stampa “a Itália nunca se prestou a ser um país único, e nunca amadureceu o suficiente para o ser. Já não há valor nenhum numa Itália unificada”
Na verdade, ricos e pobres estamos de acordo; não há vantagens no facto de a exploração social se esconder atrás dos “segredos de Estado” enriquecendo uma pequena minoria escudada na ignorância da maioria daquilo que realmente se passa – é essencial que se crie uma gestão local que permita o controlo de proximidade dos politicos, onde a eleição e a exoneração dos mandatos, a qualquer momento, depois que os assuntos a discussão sejam debatidos de forma transpararente em Assembleias abertas democráticamente à participação geral dos residentes. Nada haverá contra napolitanos ou espanhóis, que mandam, como decidirem, nos seus territórios. Como no belo folclore tradicional das zarzuelas castelhanas, urge retornar à luta de classes
de uns: a Mazurka das Sombrinhas emplumadas
e de outros: A Canção do Soldadito
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