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quarta-feira, junho 18, 2008

dossier Terrorismo

a nóvel livraria Byblos no pouco tempo de vida que leva já disse ao que vinha. Desde semanas de propaganda de literatura de ficção israelita ao lançamento de livros do ex-ministro que pariu o actual Código do Trabalho - overdoses sempre muito concorridas e avalizadas pela presença do que há de mais reaccionário na sociedade portuguesa: desde Paulo Portas ao General Eanes, de Maria Barroso ao Rei sem Trono, da inevitável Esther Mucznick a tutti quanti que tenha de algum modo contribuido para a construção da judeologia. A saga culmina hoje (não perca às 21.00) com uma queixa do omnisciente José Manuel Fernandes: Portugal terá tido desde sempre uma falta de simpatia para com a causa de Israel. Vê lá não te engasges. Desde o fim da última guerra que, sem necessidade de grandes secretismos, toda a gente vê que o país se converteu num protectorado judeu-americano. E para concluir o assunto Byblos fica uma questão pertinente: se a mega-livraria não tem clientes, ou tem meia dúzia de gatos quase sempre em número inferior ao dos empregados, se não factura, como se paga todo aquele estadão e a conta da luz para alumiar todas estas luminárias?


"Parem de citar as leis, porque nós é que temos as espadas"
Sila, ditador romano (138 aC - 78 aC)

E como, de cada vez que se fala de Israel se celebram os 60 anos de terrorismo no Médio Oriente, cita-se um velho recorte do Diário de Notícias de 1 de Agosto de 1947 que então titulava “o Terrorismo na Palestina”, (um relato neutral num tom tão verosimil que realça a diabolização dos terroristas de sinal contrário nos dias que correm) quando ninguém mencionava ou falava no então recentíssimo martírio do “holocausto”, uma “epopeia” que só seria ficcionada cerca de duas décadas depois. (e abençoada nas sinagogas mediáticas contemporâneas)

“O Governo inglês reuniu-se para apreciar dois problemas que se referem ao caso da Palestina: o enforcamento de dois sargentos ingleses pelos terrorista judeus e a recusa da maior parte dos 4.500 refugiados israelitas de desembarcarem dos navios britânicos em que se encontram ao largo da costa sul da França. A despeito das vivas controvérsias que surgiram acerca destes refugiados, o Governo britânico não está disposto a mdificar a sua decisão, anunciada ontem à noite em Londres, de não os fazer regressar à Palestina. Nos meios habitualmente bem informados supõe-se que não é provável que sejam transportados para a Grã Bretanha ou para a Alemanha e que, naturalmente, depois de um novo aviso, os navios devem dirigir-se para uma ilha tropical do Império britânico” {note-se!: apesar do “genocidio” o regresso à Alemanha ainda fazia parte das hipóteses postas em cima da mesa”}

A notícia do enforcamento dos sargentos britânicos causou emoção em toda a Palestina e a indignação em Inglaterra, principalmente nas cidades donde eram naturais os sargentos: “Um agente da polícia cortou a corda com que um dos sargentos fora enforcado e quando o corpo caíu no chão produziu-se uma tremenda explosão. É que dentro do saco que o sargento tinha enfiado na cabeça estava uma bomba que rebentou ao contacto com o solo. O corpo do sargento ficou completamente esfacelado, sendo os despojos atirados a grande distância. Alguns dos soldados que estavam próximo ficaram feridos. O outro cadáver foi retirado com todo o cuidado e verificou-se que também havia no saco uma bomba, que não explodiu. Um aviso impresso em inglês e em hebraico, preso a um dos corpos, tinha escrito: “É a sentença da “Irgun Zvai Leumipronunciada pelo seu alto tribunal”. (a seita era chefiada por Menachem Begin e participou na guerra ao lado dos alemães).

"Os médicos tiveram de andar à procura dos despojos do corpo do sargento que foi feito em pedaços quando explodiu a bomba. Supõe-se que toda a área em volta do local onde os enforcados apareceram está minada”. Cerca de 50 soldados ingleses invadiram o pequeno bairro judaico de Pardess Hanna, próximo de Hadera, lançando-se sobre todos os judeus que encontravam no caminho, muitos dos quais foram espancados. Seguidamente os soldados britânicos entraram nos cafés e destruíram todo o mobiliário ali existente, procedendo de modo idêntico nos outros estabelecimentos existentes no bairro (...) o pânico apoderou-se dos seis mil judeus residentes na área de Nathanya”
“Nenhum dos anteriores actos terroristas praticados pelos judeus causou tanta emoção como estes enforcamentos (...) O presidente do municipio de Bristol, cidade natal do sargento Mervyn Price, declarou: “Trata-se de um crime horrível cometido contra a humanidade. Todo o Mundo civilizado deve sentir horror por este nefando crime”
“O secretário colonial Arthur Creech Jones disse hoje no Parlamento: “Na longa história de violência na Palestina nunca se deu um acto mais cobarde do que o assassínio premeditado e a sangue frio desses homens inocentes, depois de terem sido detidos como refens durante mais de 15 dias. O termo “cobardia” foi calorosamente apoiado por toda a Câmara (...) a Palestina nunca poderá ser reconstruída com derramamento de sangue
“O alto comissário Sir Alan Cunnigham permanecerá no seu posto até que a Comissão de Inquérito das Nações Unidas enviada à Palestina se apresente em Nova York em 1 de Setembro com o seu relatório

Apesar das práticas odiosas, como é sabido a ONU, a “comunidade internacional” gerida pelos 4 dragões vencedores da 2ª grande guerra, legalizou o terrorismo como prática de emancipação, decidindo a favor da fundação unilateral do Estado Sionista. A menos que José Manuel Fernandes pense que a História e a Injustiça já estão definitiva e irreversivelmente escritas e gravadas na pedra de monumentos mentirosos, convinha, a bem da lógica e do racionalismo, reconhecer de facto os actuais “terroristas” que lutam pela sobrevivência na Palestina como os futuros governantes de amanhã.

Oxalá!
que é uma corruptela portuguesa da expressão árabe InchAlláh,
"Deus Queira!

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