
Contra a sensatez e os critérios do establishment oficial, o economista Minqi Li (1) argumenta nesta sua provocatória primeira obra (de 2008, a partir de um ensaio de 2003), que longe de fortalecer o capitalismo (como seriam inicialmente os desígnios de Nixon em plena crise petrolífera de há 36 anos), a completa integração da China nas aspirações do sistema-mundo capitalista, trará de facto, e num futuro não muito distante, uma contribuição para o seu desmantelamento (a cujo principio assistimos já).
O autor conta-nos que historicamente a difusão e crescimento das economias capitalistas sempre exigiram baixos salários, impostos altos e custos ambientais não contabilizados, na medida que uma nação que pretende manter hegemonia comercial para prevenir a concorrência internacional, precisa proteger a erosão daqueles três pressupostos.
Com o declínio do poder económico dos Estados Unidos da América dos Norte, o seu papel hegemónico vai-se deteriorando e o crescimento sem precedentes da China, logicamente causará a erosão dos alicerces do sistema de acumulação de capital – puxando os salários da organização imperialista para cima e provocando maiores custos ambientais, (por exemplo, como os vultuosos investimentos nas 2ªs maiores reservas petrolíferas mundiais situadas no Iraque) – até que o sistema capitalista por inteiro seja abalado até ao seu coração financeiro (o orçamento militar que com Bush chegou aos 455 mil milhões de dólares anuais passou com Obama em 2009 para 735 mil milhões). Concluindo, esta é uma leitura essencial para todos aqueles que ainda acreditam na velha balela friedmaníaca de “que não há alternativa” ao neoliberalismo.


.
Sem comentários:
Enviar um comentário