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terça-feira, abril 21, 2009

o circo maniqueista ®

e muy esforçadamente lutaram por lugar de mais
valor na gestão das bolhas correntes, sem as quais
os faustos salários emagreceriam parcos, pero não
houveram tempo de se canonizarem como santos


















Durão, o porteiro do golpe neocon, subiu na vida, para um limbo cuja função é a assunpção como irrelevante; e parece que cumpre com competência, em nome dos proprietários do teatro, sempre difusos senão ocultos, que aspiram a mais dele.
Previamente previsto e concertado, o voto de repulsa popular contra o biltre produziu um robot dentro da mesma programação, mas de aparência oposta. Descoberta a fraude, a parte sobrante dos eleitores ausentes entronizou a Múmia como garante da seriedade do regime. Deixa-nos rir; embora o homem tenha fama de nunca ter lambido os dedos no mel da colmeia, a clientela partidária cavaquista sempre se aviou do erário público até se fartar, a vilanagem cuja listagem exaustiva é quase humanamente impossível reconstituir. Se somarmos a outra face do espelho, é tarefa para a ibêéme apetrechada com a tecnologia informática previsivel lá para 2050. Pior para os cálculos é que a corrupção se move mais rápida qua a ciência. Estamos assim dramaticamente enjoados desta viagem, quando o controlador de bordo apita para o rancho eleitoral:

“Seria um erro muito grave, verdadeiramente intolerável, que na ânsia de obter estatísticas económicas mais favoráveis e ocultar a realidade (o enjôo!), se optasse por estratégias de combate à crise que ajudassem a perpetuar os desiquilibrios sociais já existentes”
Ora, não foi este cavalheiro, o príncipe da santa flexisegurança, “Pátria, Empresa e Mercadoria”, (política que gerou o desemprego actual), que na função de PR promulgou todos os decretos propostos pelo governo Sócrates, desde o código do Trabalho barrosista, às políticas de destruição do sistema público de educação e de saúde? – não é o mesmo fulano que agora se vem armar em virgem inocente?
o Outro, pré-programado com pilhas dicotonómicas em fim de vida útil, que, como bom produto de outsourcing à americana sabe muito bem que vai ser descartado para o lixo (na óptica da produção neocon globalizada, pilhas novas são mais dispendiosas que um boneco novo completo) reproduziu o byte 123695_00 - “a política do recado” é apenas um bitáite, ou como dizem os analistas “sérios”: um “impacto na opinião pública eleitoral”. Fixe. Se insistirem no mesmo vinho não tardará nada que a etilizável “opinião pública” não tenha nova “surpresa” – a eleição da Barbie das Finanças de Barroso. Fecha-se o círculo e voltamos a um novo princípio. Há sempre quem acredite que vai ser diferente. Desta vez é que é! Não há bicho mais circular que o eleitor-pescadinha de rabo na boca.

® Bingo!, na campanha informativa da Comissão Europeia sobre as eleições as questões são explicadas por figuras de circo.

* Ilustração: capa do livro "A Grande Crise Financeira, Causas e Consequências" editado pela Monthly Review

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