e ainda bem que a selecção nacional de futebol do outro Bento foi um belo fiasco prestado à nação, senão as congeminações no campo politico-económico em Portugal teriam o épico rótulo de acontecimentos gloriosos...
“...E agora, tal como Miguel Cadilhe o foi para Oliveira e Costa e o BPN, Vítor Bento foi o homem de confiança escolhido para adiar o mais possível o jogo do gato e do rato que pelo visto apenas começará a disputar-se entre o Ministério Público e Ricardo Salgado depois da factura de duas décadas de delinquência no banco do regime rebentar nas vidas dos portugueses.
Vítor Bento é o “Novo Presidente Executivo do Banco Espirito Santo (BES)”. Um homem do regime para gerir o naufrágio do banco do regime. Nada mais natural" (Filipe Tourais)
Esteve o estado de pré-falência do BES na origem da reunião do Conselho de Estado?
Escassas horas após o Conselho de Cavaco e sus Muxaxos de Estado é designado um homem do regime para assumir a administração do banco privado cuja famiglia fundadora deixa de ter o nome ligado ao BES. Certo é que a “instabilidade” no BES, sendo o banco do regime, contagia os juros da Dívida Pública”, daí a nomeação do actual administrador do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) para a equipa de administração do BES. Contágio pré-existente: nos esquemas montados pela Dona Banca o governo português vive de dinheiro emprestado por especuladores (investidores) estrangeiros com juros entre 3,5 a 5%, enquanto a banca nacional empresta dinheiro às instituições do Estado a 8 por cento.
Outro facto também já assumido (atingimos uma situação em que nem os próprios gestores do capitalismo se fiam nele): a famiglia de Ricardo Salgado Espirito Santo tentou por todos os meios separar o banco nacional (BES) do universo de empresas multinacionais do Grupo Espírito Santo (GES), indicando um dos seus homens de confiança para gestor do banco nacional, tentando criar supervisores estratégicos e outras manhas. Tal foi inviabilizado pelo longo historial de tropelias que deveriam colocar essa gestão na situação de arguidos face à justiça. Ou seja, os Espiritos Santo, que detêm apenas 6% das acções do BES, limparam e transferiram integralmente os prejuízos dos seus negócios internacionais para o banco nacional, transformando o BES naquilo que em gíria financeira se designa por um “Bad Bank”.
Esse papel escandaloso na falência do BPN foi assumido pela estatal Caixa Geral de Depósitos. Ricardo Salgado não esperaria agora outra coisa senão uma acção similar. Transferência para contas nacionais de “contabilidades criativas” que recaem obviamente sob a alçada do Estado Português cuja responsalidade é do regulador “Banco de Portugal”. Enquanto isso, o grande capital internacional do Grupo mantêm-se firme, próspero e actuante lá fora, onde o Estado nacional não tem jurisdisção. Posto isto, a sugestão do Partido “Comunista” Português de nacionalizar o BES é completamente estúpida.
Um banco socialista provedor de boas acções navegando num mar capitalista infestado de tubarões? ou voltamos a nacionalizar os prejuízos, enquanto os activos do banco nacional (as contas dos clientes, as instalações e a “confiança”) ficarão sempre à mercê do grande capital internacional das holdings privadas que manipulam a marca BES ainda que nacionalizado?. Quer dizer, que manipulam a instituição Estado, cujas elites a usam para enriquecer com os negócios supranacionais globalizados e congeminados à revelia e em prejuizo do povo.
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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sábado, julho 05, 2014
o BES e as habilidades da Dona Banca
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