“... as condições desesperantes da sociedade em que vivo enchem-me de esperança” (Karl Marx). Quando uma determinada reforma pretendida fraccassa, abre-se o caminho para a revolução.
"... a crise já não é temporária: é a própria condição do capitalismo, o seu motor interno. A crise está continuamente em curso, uma vez que, assim como outros mecanismos de excepção, permite que as autoridades imponham medidas que nunca seriam capazes de fazer funcionar em períodos normais. A crise capitalista corresponde perfeitamente – por mais engraçado que possa parecer – ao que os trotskistas da União Soviética costumavam chamar de “a revolução permanente” (Giorgio Agamben)
Suponha o leitor que é um jardineiro, e tem como objectivo irrigar um relvado e canteiros distribuindo uniformemente a água (caso seja um economista dinheiro) por todas as áreas e plantas. Obviamente, não consegue satisfazer o cliente, se não proteger o sistema de irrigação (economia em tempo real e finanças). Pode derramar toda a água, porque diz do alto da sua autoridade “porque sim, porque eu assim quero”, mas deste modo a água nunca vai chegar para tudo o que faz falta, em todos os lugares. Vendo ao longe os actuais gestores do sistema trabalhando a economia de um país como Portugal, podemos compará-lo como um jardim num terreno inclinadíssimo com um sistema de rega cheio de zonas secas, onde não chega o abastecimento de água, onde a "assimetria", promove um maior fluxo de água onde o terreno é mais inclinado, e menos noutros lugares onde estão plantas que são para deixar morrer à sede. Então, se o profissional não tem vontade (política) para corrigir esses desequilíbrios/assimetrias, favorecendo um fluxo constante (dinheiro/água) para todos os sectores da economia/ jardim, algumas plantas vão crescer e florescer (servindo-se de uma quantidade muito maior de água), enquanto outras vão definhando e morrendo. Resultado final: o rendimento global do nosso Jardim será sempre menor do que aquele que o cliente o povo, a comunidade) pode idealizar e aspirar. A resolução para o problema não é nada de novo: alinhar os salários com a produtividade, o que será igual a um sistema de rega equitativo a fim que as plantas possam obter a quantidade de água certa.
2 comentários:
A analogia do jardineiro com a economia financeira não está má. Mas uma analogia talvez mais fidedigna seria:
O dono da represa (que controla a existência e a distribuição da água), ora abre as torneiras e os diversos lavradores vêm as suas colheitas aumentarem e prosperarem, ora fecha as torneiras e os diversos lavradores vêm as suas terras a secarem e as colheitas diminuírem. Nesta segunda fase, o dono da represa apropria-se de parte dos dinheiros, das terras e das colheitas dos lavradores. Depois, volta tudo ao princípio e as torneiras são novamente abertas.
A solução está em eliminar o dono da represa e o seu controlo ficar a pertencer a toda a comunidade.
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