Neste dia, um estudo devidamente fundamentado da autoria de Eugénio Rosa (04/03/2006) traz-nos elementos para a compreensão da situação efectiva das Mulheres no nosso país:
* As desigualdades com base no género persistem em Portugal.
Portugal está em 43º lugar, com pouco mais de 20% de deputadas, a par do Paquistão, um país muçulmano, na percentagem de mulheres nos parlamentos nacionais.
Os EUA, ainda piores que nós, têm uma quota feminina de 14% nos lugares da administração pública.
De uma forma errada as Mulheres que se integraram nas correntes feministas tradicionais começaram, em primeiro lugar, a luta pela igualdade contra o alvo errado – contra os Homens.
De uma maneira geral existem básicamente cinco formas de opressão:
- Opressão Ideológica, lavagem aos cérebros através de certas tradições culturais, religiosas, publicitárias e de propaganda politica, que manipulam as mulheres jogando com os seus sentimentos e susceptibilidades; espalhando formas de autoritarismo patriarcal e a mentalidade capitalista em todas as áreas.
- Opressão do Estado, sob a forma hierárquica de organização com linhas de comando que actuam de cima sobre a maioria das relações interpessoais, interferindo inclusivamente naquilo que se convencionou chamar vida privada.
- Exploração Económica e Repressão, como consumidoras e trabalhadoras, em casa e em empregos de baixos salários.
- Violência, sob o auspicio da Sociedade, como na esfera privada – indirectamente quando existe coacção em virtude da falta de alternativas, directamente com violência fisica.
- Falta de perspectivas, derivada da tirania das estruturas que pulverizam as responsabilidades e criam fraquezas e inactividade.
Nesta óptica, na prática do quotidiano, torna-se práticamente impossivel promover uma luta consequente e unificada contra todos estas formas de opressão. Como sugerem as correntes anarquistas - Nem Deus, nem Patrão, nem Marido!?
o Anarco Feminismo tem como princípio a oposição ao patriarcado, ou seja, à dominação do homem sobre a mulher. Consequentemente, o anarco feminismo opõe-se à hierarquia e a qualquer forma de autoritarismo, seja ele Estado, Igreja ou Família.
Logo,,, enquanto existir (subsistir) o Estado, as desigualdades por qualquer destes motivos subsistirão. Como se trata do Dia Internacional da Mulher, apenas com a abolição das fronteiras para todos (e não apenas para os usufrutuários da Globalização) se dará um passo efectivo contra a discriminação feminina. Eliminando-se (numa primeira etapa, o Estado, remetendo-se Deus exclusivamente para dentro das igrejas, sobram só os maridos. E destes é relativamente fácil tratar do pêlo. Vem-me à memória aquela deliciosa história do neo-realismo italiano em que as habitantes de uma pequena aldeia sicilana se conluiaram todas em peso contra os maridos entrando em greve de cama para fazer valer algumas das suas pretensões, direitos e objectivos de vida social comunitária. Estas ou outras, como se tem de começar por algum lado, a todos s niveis – cada vez mais se tomam mais iniciativas.
As Mulheres dizem NÃO à guerra
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