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quarta-feira, março 22, 2006

Quando José Clemente Orozco pintou o mural "Prometheus" no Pomona College na Califórnia, que curiosamente em 1930 já misturava prazer, tecnologia industrial, guerra e vicios,,,



,,, e no seu país tinha criado o "El Padre Eterno", estava longe de supor que um manhoso politico num longinquo e mal amanhado país periférico europeu pudesse algum dia tambem prometer aos crentes rendimentos mirabolantes e niveis de consumismo também eternos. Mas a vida é assim, como muito bem se benzeu em seu devido tempo o franciscano que anda lá pelos confins a ajudar os desventurados. Ora, se isto aqui está a caminho de se converter na Califórnia, então os novos conselheiros de Estado devem ser os Beach Boys - e o papel que neste enredo está reservado para a classe operária adivinha-se que seja o da manufactura das pranchas de surf,,, para exportação, claro, porque por aqui não há ondas que cheguem para fartar a enorme cáfila de aspirantes a surfistas.
Ora, assim mesmo é que é!, Criatividade , capacidade de correr riscos , trabalho e mais trabalho, empreendedorismo e maila todos os outros requisitos de medrança necessários qb. Acontece porém que a Balança comercial portuguesa é deficitária há décadas. Porque a economia portuguesa não não tem sido, nunca foi! competitiva. E não é competitiva porque o investimento é insuficiente e os gestores/empreendedores são sub-qualificados e incompetentes.
Mas desta vez tudo isso acabou, como que num golpe de mágica. Notam-se ventos de mudança, limpos e isentos de bolhas inflacionárias, pese embora o dementido de estar em marcha mais uma aldrabice para amandar a crise para as calendas dos nossos netos. (a Economia Mundial é como se fosse um grande Casino). Como diria o emigrante ex-maoista reciclado, nota-se que o vento de Oe$te prevalece sobe o vento de Leste, em bom tempo controlado pelo anticiclone que passou pelas Lages. Madames e Monseurs façam as vossas apostas.
Mãos então postas à obra, de gestores/empreendedores, Joaquim Letria traz-nos esta deliciosa empresa:

Ideias e sugestões

"Os comboios com cabeleireiro, maquilhagem e massagem são uma risota – tanto ri o passageiro jovem e cosmopolita da turística, como o pica-bilhetes, como o funcionário da “wagon lits”, como o velhinho da classe confort e o gestor publico que muda do avião para meter a massagista nas despesas. O marketing pode ser uma anedota. Neste caso é. Faz lembrar os carros funerários que na década de 60 foram lançados em Portugal com…rádio telefone!

As minhas propostas, em crónica anterior, a propósito desta peregrina ideia da CP foram muito bem recebidas. Principalmente, a parceria com a empresa “Perna aberta”, para cada comboio Alfa rebocar uma carruagem de putas de luxo. Registo, com agrado, a sugestão de um leitor para uma carruagem ser acrescentada à composição, com um padre fardado, serviço religioso ecuménico a horas certas e oração permanente.
O pormenor do padre fadado é importante. Não se pode ter um vagão de putas em lingerie e um padre usar camisola de gola alta ou disfarçar-se de gravata.
Quanto à ideia de outro leitor de substituir as putas pelo conselho de gerência, com o devido respeito, não concordo! A ideia deve ser sempre a de bem servir os clientes!"

E como hoje foi o Dia Mundial da Água sugiro ao Letria que mande atrelar também ao comboio um vagão-cisterna do precioso liquido. Escusa de ser benta - basta que se encomende em surdina ao usá-la esta lenga-lenga em jeito de oração - nem mais nem menos do que o poema de Manuel Maria Barbosa eternizado o Bocage, apropriadamente intitulado, "a Água":
"Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
Que tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, e que bebe o cão"
(ler mais)

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