Jornada de mobilização geral contra o CPE em França. Transportes Sindicatos e Escolas com grandes adesões.
Estudantes da Censier (uma das 67 universidades parisienses em Greve) debatem as suas reivindicações e formas de luta: a experiência e a ciência, unidas na vontade de transformar a vida!
A Periferia contra a rua: uma {di}visão política
(um testemunho de Paris, a partir do blogue de Guy Birenbaum)
"Ontem, cerca das 16h, passei a pé nos Invalides, 2h antes dos confrontos parisienses. Tudo estava preparado no “teatro das operações” para que o fim da manifestação degenerasse, como aconteceu ontem à noite.Eu explico.À direita, olhando a Esplanade, todas as equipas das televisões satélites com os seus camions satélites instaladas, prontas a filmar os incidentes {vejam a CNN, por exemplo…} Ao fundo na ponte Alexandre III centenas de CRS (policias de Choque), bem visíveis.
À esquerda, todas as ruas perpendiculares ao boulevard des Invalides {Grenelle, Varenne, Oudinot…} barradas por verdadeiros Robocops particularmente impressionantes. Espalhados nas imediações polícias à civil prontos a intervir. Claro, que a Esplanade des Invalides é evidentemente um lugar ideal, para uma dispersão, mas é igualmente propício à cacetada. Tenho aí, algumas recordações pessoais, principalmente de 1986…O problema, é que tendo sido a vinda dos “vândalos” encapuçados evidentemente prevista pelos Serviços de Informações, não compreendo, porque foi preciso esperar tanto tempo pela intervenção da polícia. Os sindicatos da polícia explicavam ontem que não quiseram arriscar ferir os – verdadeiros- manifestantes. Não sou perito na manutenção da ordem pública e é um argumento aceitável. Mas sou certamente interpelado pelas imagens que vi e, sobretudo, incomodado pelo que elas deixam aperceber. Pergunto-me, com efeito, se deixando, num primeiro momento, os manifestantes à mercê do linchamento e do roubo as”autoridades” não visariam introduzir uma divisão social entre os gentis manifestantes –bem brancos- e os cruéis “vândalos”, na sua maioria saídos da imigração. Em todo o caso é este o sentido de todos os comentários vistos e escutados, ontem à noite nos telejornais e esta manhã nas rádios. Esta representação da situação é falaciosa. Esta {di}visão não reflecte a realidade. Havia jovens saídos dos bairros mais problemáticos na manif e os mais afectados pelo CPE, são eles evidentemente. Não seria preciso pois que “eles” {media e políticos}, nos viessem explicar que “os subúrbios desceram, para partir tudo como em Novembro”… Sim, “os subúrbios desceram”, eram maioritários na rua, no cortejo. Quanto aos grupos móveis e treinados de “vândalos” encapuçados, são os mesmos “sacanas”, que ameaçam vizinhos todos os dias e que vieram “espairecer” gratuitamente na capital. A precariedade social, infelizmente já não é problema deles".
(Traduzido pela Maria de Lurdes)
* Uma mobilização sem precedentes, uma verdadeira manifestação de força contra o CPE. Três milhões de manifestantes no total, 700 mil só em Paris.
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