Já repararam no silêncio do Governo Português perante o genocidio que começou a ser levado a cabo em Gaza, e ameaça alastrar a todo o Médio Oriente?
valeu-vos de muito o acto de terem ido votar
Os Senhores da Guerra
o CSP, um grupo militarista na sombra do poderio norte-americano - Episódio 5 (Conclusão) – a Tomada do Poder
Desde a designação de George W. Bush (o filho de G.Herbert Bush) como presidente dos Estados Unidos pelo Supremo Tribunal na sequência das “eleições” do ano 2000, o CSP não parou de marcar pontos: nomeações de Donald Rumsfeld para a Secretaria da Defesa, de Paul Wolfowitz e Douglas Feith para seus adjuntos, de Richard Perle para a presidência do Conselho Consultivo e Político de Defesa; nomeação de John Bolton para secretário de Estado Adjunto para o Desarmamento, de forma a fazer “marcação à zona” ao demasiado independente Colin Powell; nomeação de Zalmay Khalizad como responsável pela política americana para o Afeganistão; publicação pelo Departamento de Defesa de um relatório, do tipo chave-na-mão, sobre a ameça militar chinesa; denúnica unilateral do tratado ABM; aumento em mais de 40% dos orçamentos militares; criação de um embrião de arma espacial; votação da USA Patriot Act; criação do Conselho Nacional de Segurança Interna; rediscussão no Médio Oriente do processo de paz de Oslo: questionamento do regime de Saddam Hussein no Iraque; etc.
Durante estes últimos anos, o CSP teve de resto o cuidado de alargar as suas ligações na sociedade civil criando ou apoiando toda uma nebulosa de associações: o Instituto de Washington para a Política do Próximo Oriente (Washington Institute for Near East Policy – WINEP), o Instituto de Media e Investigaçãodo Médio Oriente( Middle East Media e Research Institute – MEMRI), o Instituto de Investigação sobre a Política Externa ( Foreign Policy Research Institute – FPRI) e, ultimamente, a Fundação para a Defesa das Democracias (Foundation for Defense of Democracies – FDD). As campanhas do CSP e dos seus satélites encontram um grande eco no Weekly Standard de William Kristol no Jerusalem Post de Richard Perle e no Washington Times de Arnaud de Borchgrave, bem como nos editoriais de Charles Krauthammer para o Washington Post.
Os tempos mudam, mas as práticas continuam as mesmas. Após o 11 de Setembro, as associações e os jornais ligados ao CSP levaram a cabo uma campanha de difamação da CIA. A agencia de Langley foi declarada culpada de grave desmazelo ao subestimar o perigo islamico, exactamente da mesma forma como vinte e dois anos antes o CPD a acusava de subestimar a ameaça soviética. Na base deste psicodrama nacional, o código deontológico da CIA foi ultrapassado, os antigos quadros que William Clinton enviara para a reforma antecipada foram novamente chamados, e o presidente George W. Bush aprovou um plano de acções secretas em sessenta e oito Estados. A teoria da Guerra das Civilizações, elaborada por Samuel Huntington, substituiu a vulgata anti-soviética primária da Guerra Fria. O Eixo do Mal encarnado na figura do islamista-de-cutelo-faca-entre-os-dentes. Para convencer a opinião pública interna, a stay-behind retomou as suas antigas práticas de manipulação. Donald Rumesfeld chegou mesmo a criar um Gabinete para a Infuencia Estrategica (Office for the Strategic Influence – OSI) com a missão de intoxicar a imprensa norte-americana e de convencer a opinião pública da necessidade de uma cruzada do mundo judaico-cristão contra o mundo árabe-muçulmano. Todos estes elementos contribuíram para forjar um consenso tal que a maior parte das exigencias do CSP foram satisfeitas, tanto em termos e orçamento como de estratégica.
Em Novembro de 2001, o CSP atribuiu o seu prémio anual para os “Guardiões da Chama” (Keepers of the Flame) ao antigo director da CIA, e depois secretário da Defesa James R. Schlessinger. O prémio foi-lhe entregue por Donald Rumsfeld, que lhe sucedera no Pentágono aquando do “Massacre do Halloween”. Estavam lá todos: John Bolton, Paul Wolfowitz, Zamay Khalizad, Douglas Feith, James Woolsey, etc. Na sua alocução de abertura, o presidente de associação, Frank Gaffney, permitiu-se uma confidencia: “Foram-nos precisos treze anos para conseguirmos chegar onde chegámos, mas aqui estamos”. Maneira elegante de afirmar que todos eles haviam ocupado o poder com Ronald Reagan, que haviam sido depois marginalizados durante a presidência de George H. Bush e afastados durante a presidência de William Clinton, mas que por fim se haviam novamente apoderado dele, não por designação de George W., mas em resultado dos atentados do 11 de Setembro de 2001.
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