Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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domingo, novembro 19, 2006
a banalização da Corrupção (II)
Quem se recorda de Cavaco Silva, quando era 1º ministro, inaugurar um curto troço de via rápida (o que na época foi amplamente glosado), ali perto de Sete Rios em Lisboa, com as fanfarras dos grandes acontecimentos? (a chegada da modernidade atrelada aos fundos sociais europeus)
Recordando o estado actual desse “sucesso” primordial, voltando ao local do crime, hoje está assim – tal como o país, degradado.
Entretanto, quanto roubaram os ricos aos pobres?, cuja condição como classe, segundo as contas das estatísticas, se agravou substancialmente e já somam 2 milhões? (fora a classe média, que caiu para meia remediada). Desde 1995, do princípio ao fim do governo Sampaio, um longo caminho se tem percorrido para reduzir o povo à mediocridade.
Nomes e moradas de gente envolvida em ilícitos (segundo os cânones antigos, que não os da imoralidade vigente), existem em barda no DIAP e em tudo o que é esconso de Justiça:
A banca em geral (BES, BCP), o Finibanco (de Berlusconi) BPN (operação Furacão), Isaltino Morais (o ministro de Durão Barroso), Torres Couto, a gestão da Parque-Expo98, António Preto (PSD), Fátima Felgueiras e o financiamento ilegal do PS, Joaquim Raposo e inúmeros funcionários da Câmara da Amadora; e de mais 8 câmaras municipais (no mínimo) envolvidos em alterações ilegais de PDM,s, José Sócrates e o caso Freeport construido em zona de reserva natural em Alcochete, o caso Portucale e o financiamento ilegal do CDS, Pinto da Costa, Valentim Loureiro e o Apito Dourado, o caso Casa Pia como estratagema de golpe-de-estado constitucional para (destruindo o PS) mudar o regime para a órbita dos neoconservadores (o ex-PGR nos meios forenses tinha a alcunha de “o almofadinha”), o envolvimento das cadeias de Televisão na prestação de falsos testemunhos, Paulo Portas que saiu incólume do Caso Moderna com o envolvimento directo de Celeste Cardona e Adelino Salvado, o beato Bagão Félix e o “golpe da Tanga” Sport Lisboa e Benfica- EPUL, o SIRESP e Daniel Sanches, o negócio dos pareceres jurídicos que envolvem Gabinetes ministeriais (com 250 milhões de euros gastos em 2003), o caso “Angolagate” (a ser julgado em França) que envolve o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Durão Barroso na venda ilegal de armas com o apoio explicito do próprio Cavaco Silva em comícios do MPLA, José Lamego e Armando Vara no caso Eurominas, Raul dos Santos (PSD) na Câmara de Ourique, Ferreira Torres na CM do Marco, o caso da Mata de Sesimbra, a Câmara de Lisboa e o financiamento da Fundação Mário Soares, o caso Emaudio, a Afinsa em parceria com vários bancos, o Grupo Amorim e o financiamento ilegal das campanhas eleitorais do PS, Dias Loureiro e o monopólio ilegal dos Canadair, Nuno Cardoso vs Rui Rio na permuta dos terrenos das Antas, a Euroamer, Carlucci (Grupo Carlyle) e as ramificações portuguesas completam a necessariamente incompleta lista de actividades dos Tubarões mais notórios; enfim, passando por cima de milhares de pilha-galinhas menores com assento na bolha do Imobiliário que gravitam em redor dos planos de (des)ordenamento do território, que por sua vez financiam as colmeias de vespas dos partidos a nivel autárquico – e por fim, (sem passar pela Madeira) só de Janeiro a Outubro deste ano foram abertos em Portugal mais de 8 mil inquéritos a outros tipos de crimes económicos.
Como é normal também em Portugal, depois de uma década de ouro de regabofe, de escândalos sempre em crescendo, no fim, a via rápida para o enriquecimento ílicito construída pelo cavaquismo, termina num sentimento geral de impunidade.
Tão simples como isso: porque já não há mais nada para roubar. Contudo, em última instância, o Polvo não é uma “invenção” da safra nacional – sopra de Oeste com os ventos desolados do “dust-bowl” americano – e agravou-se arrastado na tempestade do neoconservadorismo. A Corrupção é o sistema nervoso central do Capitalismo e há semelhança do que fazemos com quase todos os bens de primeira necessidade para nos alimentarmos, Portugal importa a sua quota parte do Polvo directamente da fonte,
“A Fraude Greenspan”, um livro lançado nos Estados Unidos, arrasa o judeu que comandou o FED, e por extensão a economia global, nas últimas décadas, cujas politicas protegeram as grandes Empresas e ajudaram os ricos a enriquecer ainda mais.
enfim, enquanto durar o Capitalismo, estão todos absolvidos!
para aprofundar o tema:
"George Monbiot e a Corrupção"
o epílogo nacional,
Quem se safou, safou. Em vez de investigar e punir as malfeitorias transactas, os dois partidos chave entendem-se num Pacto de Justiça que salvaguarde o essencial da nomenklatura. Como nos EUA, a politica passa a ser tutelalada pelos tribunais. Todavia, para que o sistema "volte" a ter alguma aparência de seriedade vai ser preciso tramar meia-dúzia de patos com umas fogachadas anti-corrupção que tragam umas résteas de credibilidade - Quem é que se irá lixar?. O pânico é geral. Santana Lopes arrisca a fuga para a frente ao tentar formar o grande partido de direita contra o bloco central, que será dominado pelo PSD. Quando o P"S" acabar de fazer o que a direita não conseguiu, ou a situação se tornar insustentável, o partido fica outra vez de "esquerda". Entretanto o regime desandou todo para a Direita, como é objectivamente a missão de Cavaco, e Washington deseja. É este o programa que vamos ver na televisão nos próximos episódios. (nas entrelinhas, como antigamente). Maquilhados e com nova embalagem, os portuguesitos lá irão votar nos mesmos embustes de sempre.
leitura recomendada:
"Maquiavel, ou os Príncipes Pós-Modernos"
(edição Monthly Review)
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