Aspiram os ingénuos a crer que com a saída do biltre Rumsfeld do Pentágono as coisas mudaram. Que foi um fiasco. Simplesmente é mentira que a invasão do Iraque, apesar de dispendiosa, não tenha trazido aos EUA nenhum beneficio em concreto. É mentira que esta América é Má, como a “direita” global adora, ou que exista uma América Boa com que a “esquerda-faz-de-conta” europeia dom-perignon sonha mas que a actual acumulação capitalista em crise, não consegue pagar. A América, enquanto a mega-estrutura capitalista de exploração imperialista não for destruída é a América que conhecemos, ponto final.
Existem 8 megabases construidas no Iraque que as forças militares yankees jamais irão abandonar no território. O aparente e espalhafatoso volte-face (mais que programado, exigido pelos sectores conservadores tradicionais do próprio Partido Republicano) trata sobretudo de institucionalizar aquilo que já se conseguiu e que de outra maneira se tornaria insustentável manter: a exploração do petróleo em velocidade de cruzeiro, com um governo-fantoche estável, a concordância tácita do Irão como moeda de troca para não sofrerem a agressão prevista (o falcão da CIA James Baker III tratou do assunto), e finalmente, o trespasse da pacificação para o âmbito da NATO, desta feita já com o empenho total da União Europeia em peso - da qual a França e a Alemanha tinham sido o problema principal ao não concordarem com a agressão neocon (por não a quererem pagar dos seus orçamentos).
No fim, depois da fase de assalto, vão-se contabilizar os lucros vindouros - para o sistema neoliberal de alternância entre dois partidos únicos (a ideia da América Má e a América Boa é ridicula) que afinal representam a mesmissima coisa, Bush será sempre um herói e será devidamente reconhecido por isso; ainda que fique na história como um idiota ou uma espécie de Nixon (é para isso que os decisores do Complexo Politico -Militar-Industrial pagam sumptuosamente aos politicos do entertainment). Bush preparou e continuará a preparar a cama para quem vem a seguir. Sejam eles quem forem é gente com o mesmo apetite imperialista de sempre. É a globalização, e é inevitável, dirá quem quer que venha
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Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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