o pensamento de cachimbo
na sociedade de geografia
neoliberal
Esta retórica é apelativa, porquanto convoca a ideia de “democracia participativa” estando assim condenada a angariar clientela, na medida em que a larga maioria dos despolitizados apoiantes do bloco central se forem desiludindo. Infelizmente o "mundo liberal" imaginado por Roseta já não existe, nem à participação cívica se apela por decreto partidário a partir dos cómodos assentos das élites nas cúpulas partidárias. O socialismo liberal foi assassinado pela social-democracia na pessoa de Rosa Luxemburgo e os vestigios sobrantes foram enfiados na gaveta do FMI. Esse mundo de “socialismo” que não é socialismo, esgotou-se, acabou. Como se “participa” no logro actual? – “¿então agora digam lá se os nossos simpáticos governantes devem enviar 300 soldados para o Afeganistão ou 450 para o Iraque auferindo 4000 euros mensais, sustentando-se com o esquema uma imensa prole de obesos generais, ou se devemos com esse dinheiro financiar estádios de futebol, teatros públicos, a segurança social, ou o ensino gratuito?” – claro não, mas no escuro (muito obscuro) sim, fica a razão por que não é qualquer cafre que está habilitado a responder a isto. Se as razões, (segredos de Estado e de justiça, dizem os amanuenses) fossem expostas, de modo ao mais comum dos mortais as poder entender, o universo construido pelas cigarras das Oligarquias desabava em meia dúzia de horas.
Antigamente, quando o liberalismo era (há mais de um século?) uma aspiração de emancipação para as sociedades aqui a Ocidente, o valor media-se em trabalho, competência, empenho, ética, enfim, nesse tipo de coisas que o dinheiro quantificava. Um dos sinais de bem estar com a vida eram as nossas mordomas minhotas, carregadas de ouro – que mostravam à comunidade o caminho do sucesso. Infelizmente desse mundo já só existem parcos vestígios nas festas folclóricas domingueiras. Para além da falácia do anti-valor gerado pelo consumo supérfluo, o que resta do valor mede-se hoje por medidas de papel impresso bem mais volácteis. Como é que um manhoso major, em manobras habilidosas de uma vida, transforma batatas surripiadas à tropa por forma a ser hoje um dos notáveis dum país pobre? Um autarca consegue hipotecar meia-Lisboa aos votos de um clube de futebol; ou um antigo ministro das obras públicas do actual Comissário Europeu enriquece ilicitamente e continua a exercer cargos públicos? – com o advento do Neoliberalismo (a explosão financeira desregulada) o mundo inteiro transformou-se numa imensa Felgueiras que alimenta vastas legiões de hostes partidárias de clientelas parasitas.
O frágil e precário equilibrio vigente aqui a Ocidente é conseguido pelo espólio imperialista do resto do mundo. Para apaziguar os ressentimentos é imperativo soltar os cães treinados da repressão. Seja através das policias locais, das intervenções federais, ou do envio de tropas estrangeiras, repare-se como os mercenários alugados pela Besta totalitária, com a pompa militarista de “Estado Democrático”, actuam de caras mascaradas para que não os reconheçam. Afinal também têm familia de quem urge esconder o odioso; é preciso que acreditem, enquanto mastigam um pastel de nata, que os assépticos funcionários informáticos dos porta-Aviões que lançam bombas em meio mundo produzem acções meritórias em asilos de vélhinhos nos dias de folga. Mas, longe das ilusões cor-de-rosa, o mundo de que Helena Roseta agora pode dispor para “amandar bitáites” é este:
Solidariedade com o México
No dia 3 de Novembro os comandos especiais da marinha desembarcaram em Huatulco e Salina Cruz, na costa ocidental do Estado de Oaxaca, apoiados pelo vaso de guerra Usumacinta, 1500 fuzileiros navais, 20 helicópteros M-18 e M-17, aviões Hércules e C-212, e ainda vários tanques. O dispositivo total era nessa altura de cerca de 20 mil homens, incluindo as forças especiais do exército e as da policia Federal preventiva (PFP)- finalidade: combater a "Comuna de Oaxaca", ou seja, o povo mexicano que não aceita a fraude eleitoral.
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