Na sondagem encomendada pela TVI (!) o PSD terá 41,6 por cento das intenções de voto relegando o PS para 30,1 por cento. Os autores da sondagem cumprem uma encomenda trabalhando para o fim do mal para que se lhe suceda a peçonha, agora optimizada pela manipulação dos media na perspectiva de re-eleição de Cavaco Silva
Saber e Educação. Um conhecido exemplo do estilo de trabalho em governação PSD. Entrevista sobre o “Perfil Sociológico dos Jornalistas Portugueses” (2006), patrocinada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e a publicar pela Gulbenkian.
Carlos Pinto Coelho, 1944-2010
- Como é que silenciaram o Acontece?
- “O Acontece durou quase dez anos, de 1994 a 2003, com o alcance cultural que, francamente, toda a gente sabe. Acabou à maneira das ditaduras dos coronéis, por imposição do ministro da tutela, Morais Sarmento (ver origens). Ele teve o arrojo de afirmar na televisão que o meu programa tinha um orçamento tão elevado que saíria mais económico oferecer uma viagem de volta ao mundo aos seus espectadores. Uma rotunda falsidade (...) no dia seguinte a SicNoticias convida-me a ir ao seu jornal em directo. Antes de responder, e tratando-se de uma televisão concorrente, fiz o que mandam os estatutos da RTP e falei para a minha administração a informar do convite. Apareceu-me um administrador, cheio de bons modos e cautelas, dizendo-me que sim, que podia is à Sic, mas que tinha recebido um telefonema do senhor ministro a explicar que aquilo fora um faux pas, uma força de expressão que eu não devia levar a peito... “coisa sem importância nem significado, percebe”?
Lá fui à SicNoticias e lá repeti o que tinha ouvido: o Acontece não estava em perigo, ora essa, estava apenas de férias, mas voltaria em Setembro. Não sei se o fiz por convicção tola, se por parvoice, se por aquilo a que os ingleses chamam wishful thinking. Mas o que é verdade é que o Acontece nunca mais voltou e que eu saí semanas depois da RTP, ao fim de 23 anos. O fim do próximo capitulo desta telenovela já o conhecemos, enquanto perdurar o enredo da subordinação do serviço público de radiofusão ao poder arbitrário dos governos do dia”.
- Qual é a representação que o publico hoje faz da actividade dos jornalistas e do papel dos media na sociedade? Que peso tem o estatuto social dos jornalistas?
- “Hoje o papel dos media na sociedade é mais influente do que nunca. O que a televisão desconhece nunca existiu; os três poderes instituidos exercem-se através dos media, ou deixam de ser poder; a escola vê-se cerceada pelos valores mediáticos e deixa-se subjugar por eles. Apesar do enorme poder dos media, sinto que o grande publico não tem pelos jornalistas o apreço e até o respeito que tinha há 40 anos. Porque dantes liam-se mais jornais e a palavra tinha valor maior do que hoje? Porque hoje a oferta de grande consumo é sobretudo a do sensacionalismo e da imprensa de escândalos, nada abonatória do jornalismo? Ou será que o peso do jornalismo televisivo, mais superficial e espectacular, como é próprio deste media, derroga a excelência do jornalismo de causas e da própria narartiva jornalistica? Em meu entender, nos tempos de hoje a profissão tem menos importância social do que este ou aquele professional que se notabiliza. Um apresentador de telejornal, competente ou não, tem mais estatuto social do que o melhor dos repórteres de investigação”
João Paulo Guerra investigou a operação yankee para fabricar o medo do comunismo na Europa do pós guerra:
2 comentários:
Que maçada xatoo, nem um mail de natal lhe posso enviar e, é tão engraçado :-(
Não ligue xatoo,barões? viscondes?
Conhece o ditado, claro que conhece.
O meu ex. é marquês e mais velho que a casa de alba e, nunca lhe passaria pela cabeça,fazer tal coisa!
"Foge cão que te fazem barão,para onde se me fazem visconde"
Gentinha ridícula,os verdadeiros andam por ai sem fazer alarde.
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