“é fascinante ver os tentáculos da elite americana corrupta” (Assange, esta manhã ao entregar-se à justiça britânica). Que relações terá o país de Cavaco Silva com esta gente? Obviamente, com as revelações, na vida real nada está em jogo, excepto o uso da informação virtual na Internet. Se do desafio às autoridades constituídas não se esperam efeitos demasiado contundentes, já para o questionamento sobre a verdadeira função dos Media corporativos na desinformação pública este episódio poderá constituir o início de um ataque decisivo. O Poder pode fustigar corpos, porém é ainda prematuro pensar que pode formatar-nos as mentes. No futuro as guerras sociais serão travadas na Internet, salvo se a Wikileaks nada mais for que um pretexto para lhe limitar a liberdade de expressão interactiva em rede.
Uma das fofoquices mais chocantes da Wikileaks foi a revelação que a secretária de Estado Hillary Clinton mandou averiguar o estado de saúde mental da presidente da Argentina. Não seria caso para menos, uma que vez que quando as “autoridades” norte americanas bloquearam as contas-investimento da Argentina na banca de New York, Cristina Kirchner ameaçou os politico-banqueiros de Wall Street de cancelar o pagamento da dívida.
A politica de manipulação de massas em vigor no Ocidente neoliberalizado é aquilo a que os americanos designam de “Don`t Ask, Don`t Tell” aplicado a heterossexuais (não vale a pena perguntares porque não te vamos responder a coisa nenhuma). Um dos avatares mais bem conseguidos do género só podia ser o Cavaco Silva, sempre pronto a reagir com eficácia – não viu, não ouviu, não responde. O homem não é maluco, o que iriam dizer dele os patrões da dívida contraída pela "nossa" elite portuguesa?
Dá para imaginar portanto o frete que Cavaco não teve de gramar ao ouvir Cristina Kirchner falar fluentemente, citando dados de memória, sobre a situação do seu país e, num âmbito mais alargado, de toda a América latina,
quando recusou fazer parte de um “mercado comum sul-americano” sob custódia dos Estados Unidos.
XX cumbre Iberoamericana en Mar del Plata
Para derreter de vez os politicos que se refugiam na mudez e na trapaça mascarada de democrática como prática de representação dos seus povos – o governo da Argentina liderado por Cristina Kirchner acaba de reconhecer oficial e diplomaticamente o Estado da Palestina. Mas atenção, não se trata de um reconhecimento formal qualquer - trata-se de reconhecer a Palestina como Estado independente nas fronteiras anteriores a 1967. Um direito inegável
* (em português) A tendência da América do Sul para reconhecer o Estado da Palestina
.
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
Pesquisar neste blogue
terça-feira, dezembro 07, 2010
segredos de Estado, ou o calado é o pior
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
a tininha, cuidado, tem ar de... predadora! o ex bateu as botas se calhar devido ao seu intenso fogo... fulgor! não me parece ser tia da linha... cheguei!
Valente
Sobre a Argentina existe um documentário imperdível : MEMORIA DEL SAQUEO, de Fernando "Pino" Solanas em 2004.
Está disponível no Youtube e algures para download com legenda incluída.
http://offstreammedia.wordpress.com
Enviar um comentário