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quinta-feira, dezembro 16, 2010

o candidato desastrado

Esse Girassol, amarelo e só
tem do que é o Sol
apenas a luz que lhe roubou

Fernando Nobre foi encomendado pelos partido soarista dos Lelos com o evidente propósito de partir o chamado “eleitorado de esquerda” em dois, não fosse o diabo tecê-las, Alegre ganhar demasiado lastro e pôr em causa a reeleição de Cavaco.
Sempre pronto a embarcar para a desgraça dos pobres, (mas nunca por demasiado tempo porque a miséria é entediante), com bilhete de avião, roupa lavada e cama de hotel reservada, quando se levanta dos caixotes com mantimentos abandonando o chorudo negócio das catástrofes humanitárias, Fernando Nobre é uma nulidade politica. Só um zero podia realmente desempenhar tão importante frete na matemática eleitoral burguesa.
Assumindo-se como candidato anti-sistema trata de desancar tudo o que lhe cheire a proposta comunista (“uma ideia fossilizada que causou demasiados males ao mundo”, disse ele) – e assim, Nobre apresenta como grande originalidade da sua lavra uma proposta de salário mínimo europeu. Não sabemos a idade de Fernando Nobre, mas chegou demasiado tarde a estas coisas. Um salário mínimo equiparado para todos os trabalhadores europeus em qualquer país da União (aplicável também às pensões de reforma) só seria possível com uma revisão do Tratado de Lisboa, cujos fautores que manobraram anti-democraticamente precisamente contra essas e outras ideias de emancipação laboral.

A ideia de um Salário Mínimo Europeu, (actualmente em Portugal menos de 500 euros (o mais baixo da EU a 15), acima de 1000 euros na Europa desenvolvida, Espanha e Grécia 728 e 628 respectivamente, 150 nos países de Leste, 844 nos Estados Unidos) foi relançada por alguns candidatos durante a campanha eleitoral para o PE em 2009, mas face às perspectivas de inviabilização pelo espectro politico dominante na Europa a eurodeputada pelo PCP Ilda Figueiredo começou por uma “proposta de rendimento mínimo europeu”. Sujeita a escrutínio, foi pela escassa margem de 1 voto que foi admitida a discussão. Votada finalmente em 2009 a proposta acabaria por ser aprovada como lei. Só que, como o grupo neoliberal no PE não conseguiu escamotear a urgência da tomada deste medida social por meios legais, faz letra morta da aprovação e a lei está na prática relegada para as calendas da não aplicação como acção concreta. Seria isto que Fernando Nobre haveria de ter perguntado no debate televisivo: Porque é que esta Lei proposta pelo PCP no Parlamento Europeu não entra imediatamente em vigor?

* Evidência de policias infiltrados para provocar distúrbios na manifestação de Roma
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1 comentário:

Anónimo disse...

É o das salcichas nobre,não é?
Eu cá não sou muito pela carne de porco...