Ninguém sabe. Exigimos uma auditoria para que sejam determinados os valores da dívida, quem a contraíu, de quem é a responsabilidade. Não nos podem, à totalidade do povo, exigir um pagamento sem nos mostrarem a factura daquilo que estamos a pagar. Assembleia Popular no Rossio, 22 de Maio:
Os défices dos Governos na Europa dispararam desde que foi declarada a crise financeira (primeiramente originada na bolha da construção imobiliária, depois de insolvência dos bancos centrais via Wall-Street com a emissão de "tarp-money", depois espalhada pela banca global, afectando agora de Estados soberanos). Mas a natureza desses défices não é toda igual. Depende de quem detém os Titulos da Divida. A agora apontada como "a rica Alemanha da senhora Merkel" tem um défice de 81% do PIB, mas na qualidade de correia de transmissão do imperialismo norte-americano para a Europa (via Euro-BCE) não lhe acontece nada senão os programas de austeridade auto-impostos a partir do interior (desde a Agenda2000). Não há melhor escravo que aquele que aceita a canga alegre e de livre vontade.
Os próprios Estados Unidos têm um défice de 99% do PIB e é o "país" com menor probabilidade de declarar incumprimento de pagamento e falência (quando não há dinheiro, fabricam-no); isto porque quem detém a Dívida são maioritariamente entidades nacionais, contra apenas 31% de títulos na posse de investidores estrangeiros. Os papéis dos EUA são sempre "considerados bons" porque esses investidores esperam o retorno do pagamento dos juros oriundos de todo o resto do mundo. No Japão (que pagou a suas expensas a crise global dos anos 90) e que é o caso mais grave de endividamento - uns astronómicos 204% do PIB - apenas 7% dessa Dívida é detida por estrangeiros, estando os restantes valores em poder de investidores nacionais japoneses que apostam nas capacidades do seu país. É este factor que interessa. Quando surgem indícios de problemas, os investidores estrangeiros têm a tendência imediata para vender essas obrigações, fazendo o mercado subir os juros consoante o aumento do risco de default, tornando mais dificil ao Estado endividado no mercado o cumprir do pagamento das suas obrigações. No caso de Portugal, catalogado por Wall-Street & FMI (1) na zona periférica de risco (o FMI denomina-a EA4, European Area 4) que usa indevidamente o Euro (junto com a Grécia e Irlanda) 80% da Dívida é detida por estrangeiros (83% na Irlanda, 75% na Grécia, apenas 39% em Espanha (clique para ampliar o gráfico). Concluindo, os sub-capitalistas portugueses nem para capitalistas servem, porque na sua mera qualidade de comissionistas, como qualquer vendedor de panelas ou automóveis usados, se satisfazem com os tostões das grandes negociatas que são vendidas lá para fora, traição continuada que afecta toda a sociedade portuguesa.
O resultado da acção destes agentes que detêm a máquina de coacção eleitoral tornam-se evidentes, levando as pessoas por medo a "escolher" sempre os mesmos. É preciso inverter a tendência de voto. Levar para o Parlamento alguém capaz de no quotidiano desmascarar perante a opinião pública estas verdades de forma simples, competente e eficaz
(1) Os Estados Unidos, desde Bretton Woods, detém uma maioria de 85% de accionistas no FMI, o que lhes confere a capacidade de veto a todas as decisões que eventualmente lhes pudessem ser adversas. (When-Thirsty-Business-Meets-Thirsty-People, ProjectTZ)
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