Se a Grécia incorre no incumprimento da Dívida (diz o ministro alemão Wolfgang Schäuble) os efeitos nas entidades financeiras globais serão muito piores que a falência da Lehman Brothers, que já foram desastrosos uma vez que pôs em causa a estabilidade do sistema.
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A Lehman possuía centenas de milhares de títulos de dívida em bolsa e meio milhão de pacotes financeiros derivados “tóxicos”, mas ainda assim os credores dispuseram de uma reserva de capital que diminuiu em grande parte o efeito da quebra inicial. E quando essas reservas se esgotaram foram repostas pelas ajudas aos bancos na forma de biliões em
“TARP Money” (dólares-papel fabricados de propósito para acudir às perdas em bolsa). Esse dinheiro foi
“espalhado”, da mesma forma que os bonds do subprime o tinham sido, pelos bancos centrais de todo o mundo, especialmente pelos da Europa com a concordância dos que a governam. E a especulação prosseguiu.
Como
se disse aqui, os países com a
percentagem de títulos de divida mais exposta a credores estrangeiros (
Grécia,
Portugal, Irlanda e agora a Eslovénia) são os mais vulneráveis à especulação e por essa razão
é por aí que se desencadeia o ataque ao Euro. Quando existe ameaça de incumprimento (
default, bancarrota,
inevitável no caso da Grécia afirma o New York Times) os especuladores entram em pânico e tentam vender os títulos que possuem e que correm o risco de desvalorização. Havendo muito papel desse à venda, duvidoso,
a moeda que o cobre desvaloriza-se. Mas o Banco Central Europeu trata das dividas públicas e dos bancos privados avalizados pelos Estados como se não existisse risco. È o negócio deles, fundamentalmente na Europa o do sub-imperialismo alemão ao serviço de Wall-Street e da Reserva Federal. Quanto maior é o risco, maior o juro, maior se torna a rentabilidade desses empréstimos. Para bem relembrar uma obscura personalidade do Bloco-PS-PSD-Cavaco, só assim se compreende que o ex-governador do Banco de Portugal
Vitor Constâncio tenha deixado um país desregulamentado e à beira da falência e apesar disso tenha sido promovido a vice-presidente do BCE – banco que com o desenrolar da crise para cima da Europa até ele está em vias de necessitar de ser recapitalizado. Quanto mais dinheiro fabricam, maior será a obrigação do povo pagar essas dívidas, mais se agravarão as suas condições de vida. A solução está no levantamento e insurreição dos povos e na recusa ao pagamento de dívidas que não foram contraídas por eles e muito menos em seu benefício.
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Face à “
crise do Euro” - mais vale pouco que nada -
conservadores como Nouriel Roubini defendem a "reestruturação ordenada" da dívida grega. Mas,
mais à direita, a “solução” pretendida pelos actuais governantes e activistas ultraliberais é outra, vender a terra em que nascemos em saldo e a pataco às multinacionais: "
a Grécia deve privatizar rápidamente 50.000 milhões de euros em activos para que a sua dívida pública a médio e longo prazo seja sustentável, porque neste momento não o é",
afirmou o presidente do Eurogrupo Jean-Claude Juncker. Cavalgando a lucrativa crise, os especuladores apropriam-se de novos negócios. Para relançar o capitalismo lançam milhões de pessoas na miséria. Nem o Salazar nem as suas aliadas divisões panzer alemãs de Hitler tiveram engenho e arte para se aventurar a tanto
.
3 comentários:
xatoo
Hoje estou bem disposta e, se fizesse-mos umas rifas, compramos uma ilha grega (para mim tem que ter o Demis incluído)montamos uma central de blogs e damos cabo desta trampa toda??? ;-)
Abraço
Karocha
Não estou a crer que os gregos vão assistir de braços cruzados, quando lhes fazem o ninho atrás das orelhas.
Acredito que desta vez passem da palavra aos actos, eles não são os portugueses. Lembram-se de Termopolidas?
CIA adverte para golpe militar na Grécia invocando o perigo de massiva rebelião popular
http://www.rebelion.org/noticias/europa/2011/6/la-cia-advierte-de-golpe-militar-en-grecia-por-masiva-rebelion-popular-129646
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