"A palavra “precariado” parece ter surgido como um neologismo anglicizado no Japão, onde a força de trabalho desregularizada passou de 15% em 1984 para 33% em 2006[8]. O economista Guy Standing publicou agora um livro em 2011 "The Precariat. A New Dangerous Class" (1), desenvolvendo a tese de que este sector vem se tornando cada vez mais importante e socialmente conflituoso. O termo tornou-se comum no debate sociológico contemporâneo, a ponto de alguns, talvez apressadamente o relacionarem com um novo modo de acumulação capitalista “pós-industrial” típico do século XXI.
O cenário contemporâneo parece-se mais com uma nova divisão internacional do trabalho, no qual a high-tech, as indústrias da informação, dos Media e do espectáculo se localizam no centro, enquanto as indústrias pesadas se transferem para áreas periféricas e pior remuneradas, não havendo, portanto, à escala global, nenhuma diminuição do proletariado industrial. Mas, tanto no sector industrial como no de serviços, há um enorme esforço global de desregulamentação e perda de direitos sociais em nome da “flexibilização” (uma palavra de ordem na campanha de Cavaco Silva 2006 que lá se vai cumprindo) que criou uma nova camada social precarizada que se concentra nos mais jovens. A exigência de que a crise desencadeada desde 2008 pelo sistema financeiro seja paga por meio dos cortes públicos e pela privatização foi a gota d´água que está fazendo a Espanha e a Grécia transbordarem" (2). Portugal seguirá o que se passar nestes dois paises sociologicamente - porque quanto à nossa posição no Euro parece não haver muita margem para dúvidas
* Pela primeira vez na História, a esquerda tradicionalmente maioritária não tem uma agenda progressista. Ela esqueceu-se de um principio básico: todo o movimento político progressista foi construido sobre a fome, necessidades e aspirações de uma classe emergente maioritária. Hoje em dia essa classe é o Precariado (ver recensão ao livro)
* Henrique Carneiro: "A Revolução como Estado de Consciência Alterada"
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