“Nunca uma geração tinho dito peocupar-se tanto pelos seus filhos como esta; e nenhuma outra tinha destroçado tanto o mundo como este que lhe vão legar como herança” (La Voz de Iñaki Gabilondo)
Os grandes banqueiros, especial ênfase posta nos Bancos Centrais e nos sindicatos bancários da Máfia Financeira, quiseram regressar às aulas. Não como alunos, dispostos a receber umas reguadas com uma barra de ferro, mas como mestres de uma bem publicitada catequese financeira à sombra do programa “Global Money Week”. Pretendem com a iniciativa promover a “Educação Financeira”, segundo os planos recomendados pela Comissão Europeia e pela OCDE, integrando a disciplina nos currículos das escolas, isto é, educar as crianças e adolescentes para aceitarem ser educadas para a Usura. Esta repentina vocação pedagógica dos banqueiros, dando aulas e patrocinando workshops com títulos tão sugestivos como “finanças para a tua vida” ou “endivida-te inteligentemente” quer fazer parecer que a culpa pela degradação do capitalismo foi dos cidadãos que não tinham suficiente cultura financeira. Só uma única individualidade, o Bernard Madoff no Verão de 2007, aquando do colapso das hipotecas de alto risco nos EUA, conseguiu a falência de milhares de cidadãos, a maior parte deles com larga experiência na “indústria financeira”. Sete anos depois a lógica irracional da ganância continua a produzir vítimas, vendendo algo que os bancos impingem como racional, como por exemplo no BES. Porém, os “mercados” não aprendem. É preciso educar as vítimas. E mercantilizar a educação de modo que sejam as vítimas a pagar um “ensino (tendencialmente) obrigatório”, ou seja, a completa submissão da Educação à economia neoliberal assente na economia das finanças especulativas. Ao Plano de Educação Financeira, “Finanças para Todos” é atribuída uma importância que situa a um nivel mais alto o pagamento o pagamento da prestação de hipoteca da casa que a a alimentação – all Money is a matter of belief, na teologia de Adam Smith, acredite, deixe de comer para pagar ao banco.
Paralelamente, fala-se mais de conceitos empresariais que de humanismo, como se aprende um e se esquece o outro nas madrassas Católicas, da educação como “motor" que promove a competividade da economia. Aprendizagem imprescindível para (con)formar trabalhadores versáteis e submissos, preparados para a sua própria gestão de seguros de saúde, planos de reforma e demais serviços que o “Estado-de-Bem-Estar” jamais voltará a proporcionar. Estado de serviços minimamente máximos (Fisco, Policias e Justiça) dentro do espirito empresarial. Os “empreendedores” serão os heróis da próxima geração. Muitos milhares já partiram, globalizando-se, tendo sucesso a ganhar dinheiro, na realidade com a competência de extorquir dinheiro a outros. Os novos heróis têm um papel importante no forjar de um “novo mundo” (a New World Order). Trata-se, como sempre, historicamente, do último recurso para enganar a morte. Com a actuação dos novos Sísifos, tão astutos, “inteligentes” e usurários como essa figurar mitológica, agindo sobre um sistema que não tem outro remédio senão a morte. Face à culpa pela secular ignorância financeira da populaça, o castigo de levar às costas eternamente a grande rocha encosta acima. Resumindo, todos os que não aceitam legar aos nossos filhos um novo sistema esclavagista ordenados pelo chicote do grande Capital têm de restabelecer parâmetros sociais e económicos muito diferentes, que não a astúcia, a ganância e a esperteza curricular para a especulação.
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
Pesquisar neste blogue
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário