A revista norte-americana Time-Magazine promove anualmente uma espécie de selecção das 100 personalidades que mais influenciam o mundo.
A escolha em principio é feita por votação dos leitores, mas no fim a última selecção é dos editores. Só deste modo se compreende que, quase a fechar a votação, a personalidade estrangeira mais votada (muito inconvenientemente e só para chatear) fosse Vladimir Putin, e na revista apareçam com honras de capa o papa Francisco, Netaniahu, Narendra Modi, Haruki Murakani, Kanye West e Xi-Jinping, enquanto Putin aparece na página 67 como sendo “mais 1 entre os outros 94”. Uma assinatura anual da Time custa cerca de 50 €uros a dividir por 52 números, portes incluídos. O que dá um preço de dumping politico de menos de 1 €uro por cada número de 100 páginas – ou seja, embora enviada a partir de Amsterdão a revista custa menos que o “correio da manhã” impresso aqui nos subúrbios. Quer isto dizer que os assinantes da Time pagam um valor simbólico para engolir propaganda norte-americana.
Chegados aqui, topamos com uma das 100 mais, nem mais nem menos que a “influente” Ângela Merkel. Cada apresentação da escolhida é feita por um comentador com créditos firmados em cada área de influência. Assim, o presidente Putin é apresentado como o “homem de ferro” da Rússia por um consultor de negócios estrangeiros de risco pertencente ao EurasiaGroup, no caso de Merkel, “uma diplomata resoluta”, quem lhe faz a apologia é… Petro Poroshenko, o presidente saído do golpe-de-estado nazi-fascista na Ucrânia. O “presidente”que foi instado a troco de ajuda económica a aceitar 400 especialistas norte-americanos para dar treino militar à Guarda Nacional de Kiev, corpo a que pertence o tristemente célebre Batalhão Azov que ainda há dias crucificou e queimou vivo um ucraniano anti-nazi capturado perto de Mariupol. Não é surpresa portanto que Poroshenko diga de Merkel ser esta “admirada pelos próprios adversários”.
(...) Putin sabe também outra coisa: quanto mais tempo durar o atrito na Ucrânia mais a UE é chamada a suportar os custos de Kiev (PIB caiu 7% em 2014). Até ao ponto em que desista e se veja obrigada a forçar a federalização constitucional na Ucrânia e a renovar o seu estatuto de neutralidade. E aí Moscovo celebrará a vitória em nova "guerra patriótica" (opinião dn)
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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