Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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sexta-feira, setembro 30, 2005
A Tradição Oral no Saber Popular
No País do-Faz-de-Conta
Um alentejano que pretendia ter a cabeça entre as orelhas, no recente encontro das “Palavras Andarilhas” em Beja, contava a estorinha de alguem que querendo fazer chegar ao Mestre qualquer assunto que considerasse importante, se via confrontado com a Regra das Três Peneiras:
"a peneira da Verdade
a peneira de o assunto ser Comprovável
e a peneira de o conhecimento de tal assunto ter Utilidade
e quando lhe perguntaram sobre o problema concreto que o levava a dirigir-se ao Mestre, respondeu – “se é verdade,,, não sei, ouvi contar a outros”
“se posso comprovar, tambem não posso, pois a informação não me está acessivel”
“sem se esclarecer as outras duas questões anteriores, o assunto deixa de ser útil”
Então, respondeu o guardião do Mestre, que os há e muitos,:
- Se não sabes se é Verdade
- Se não o podes Comprovar
- E desconheces se é Útil
Então guarda o assunto só para ti".
E foi assim que o Mestre legalizou todas as fraudes que não sejam apanhadas a ser cometidas em flagrante delito,,,
E por isso tambem, os Mestres se recusam a dialogar com quem lhe traz questões fora dos parâmetros politicamente correctos segundo a biblia neoliberal – tais questões destroem-lhes a “sabedoria”.
quinta-feira, setembro 29, 2005
O próximo “Crash” Imobiliário
Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes, mas tem um parque habitacional construido que chega para alojar 25 milhões de pessoas. Implementa-se artificialmente a procura com publicidades miríficas em função da oferta exagerada. E continua-se a construir em massa, porque a “indústria” da Construção Civil é o motor de uma economia atrasada e sem outras qualificações alternativas, que emprega, de forma precária, os excedentes de mão de obra tambem não qualificada.É, para alem disso, uma importante fonte de receita para o Estado (e Câmaras Municipais) sob a forma de contribuições e impostos.(a 3ª actividade no PIB)
Constrói-se em excesso relativamente às necessidades, porque se trata literalmente de enterrar em tijolos e canalizações os excedentes de acumulação capitalista que não se conseguem rentabilizar a curto prazo noutro tipo de investimentos. Os edificios da presente bolha expansiva Imobiliária são monos plantados a prazo para futura especulação imobiliária, na vã esperança de que a crise possa ser vencida. Mas tal como a “nova economia virtual das novas tecnologias”, apoiada em acções das “dotcoms”com valores ficticios super-inflacionados ruiu nas Bolsas no ano 2000, tambem a bôlha imobiliária, para onde esses valores em fuga se transferiram, acabará por ter uma estrondosa derrocada.
A crise económica provocada pelas politicas neoliberais vai durar, em Portugal, no mínimo mais três anos, e já se começaram a fazer sentir as baixas de preços no mercado. Nos restritos nichos do turismo o panorama não é diferente: espera-se que a crise acabe nos centros capitalistas da Europa e Estados Unidos (onde as taxas de juro terão fatalmente de subir) na esperança da vinda de imaginários turistas abastados que criem ilhas de riqueza no meio do desordenamento geral do território, entulho e estaleiros como imagem de marca do país, mas também aí as perspectivas continuam a ser de regressão. Há excesso de oferta de habitação e alojamento, muitos prédios e empreendimentos construidos que não se conseguem vender, e muitos vendidos com empréstimos cujos compradores se vão declarando insolventes à medida que a crise se agrava. A banca, actualmente de facto o maior senhorio e proprietário do país, será arrastada na queda, e com ela, toda a economia.
A partir dessa situação será uma óptima altura para se começar a empregar os termos “desconstruir” e “requalificar” em vez de constuir e massificar – com novos estudos, novos produtos em prol de um Portugal genuino e não abastardado pela especulação, enfim, em beneficio de todos em vez de beneficiar as parasitárias minorias do costume.
quarta-feira, setembro 28, 2005
a "Bolha" do Imobiliário
Robert Kurz
Economistas neoliberais e críticos tradicionais do capitalismo têm uma coisa em comum: uns e outros admiram a dinâmica capitalista que aparentemente não tem entraves. Mas a acumulação do capital há muito que ocorre essencialmente nos mercados de capital-dinheiro, sob a forma de bolhas financeiras sem substância. Uma parte crescente da produção de mercadorias, real mas pobre em trabalho e nesse sentido substancialmente "desvalorizada", tem como pressuposto a liquidez e poder de compra provindos destas bolhas financeiras, que não constituem um provento regular (salário ou lucro) de anteriores processos de produção. Como é sabido, nos anos noventa investimento e consumo foram em grande parte financiados pelas bolhas financeiras das bolsas. Desde o colapso da New Economy e da forte baixa das "blue chips" dos valores accionistas tradicionais esta liquidez foi massivamente reduzida(...)
Continue a ler mais, aqui*
terça-feira, setembro 27, 2005
do Valor criado pela Produção, ao Antivalor extraído do Consumo (III)
(Conclusão)
“O desespero do artista perante a grandeza dos fragmentos antigos” Johann Heinrich Fussli – 1780 - Kunthaus, Zurique
"O capitalismo não é outra coisa senão a incessante "valorização do valor", aparecendo como um fim-em-si-mesmo de transformar dinheiro em mais dinheiro." Onde está o valor?
Robert Kurz
Com o Fundo Público-Estado a agilizar a acumulação do Capital, temos a Economia dividida em pelo menos dois níveis : o sector concorrencial “Primitivo” que não tem acesso ao Fundo Público, e o sector dos Oligopólios onde o Fundo Público é decisivo na reprodução do Capital e na formação da taxa de Lucro especialmente nos sectores de ponta – Aeronáutica, Telecomunicações, Energia, Informática, Material de Defesa, etc. Nestas áreas, as capacidades de inovação já não podem ser postas ao serviço da produção financiadas apenas pelo Lucro.
Esta divisão é uma negação dos automatismos do Mercado, e a “mão visível” perversa que conduz agora à concentração ou à exclusão. Citando Marx, “há uma base que organiza o Estado e o transforma na mais brutal imagem-espelho do banquete dos ricos e do despojo de todos os não-proprietários”
A democracia tem perdido capacidade para deter a voracidade desta nova classe emergente, que luta pela submissão do Poder Político ao Poder Económico nos seus mais diversos grupos de interesses.
A crise resulta deste embate. Não se trata de uma mera crise conjuntural. Trata-se, na verdade, de levar às últimas consequências a verdadeira “revolução copernicana” operada nas relações sociais de produção neste último século, sobretudo no pós-guerra, a que alguns chamam de “revolução digital”. E de democratizar as funções sociais das empresas. Nomeadamente pelo controlo democrático pelas forças sociais das suas administrações
Ao contrário das teses neoliberais, o pós-Estado Providência, consiste em demarcar, de maneira cada vez mais clara e pertinente, os lugares de utilização e distribuição da riqueza pública (Fundo Público), tornada possível pelo próprio desenvolvimento do capitalismo sob as condições de uma forma transformada da luta de classes.
Quando todas as formas de utilização dos Fundos Públicos estiverem demarcadas e submetidas a controles institucionais, (o que não é o equivalente ao super-Estado ou ao Estado máximo), então o Estado realmente se transformará no Estado mínimo.
Trata-se da estrutura de um novo modo-de-Produção do excedente que não já tem o Valor como estruturante. Mas os valores de cada grupo social, dialogando soberanamente. Na tradição clássica, é a porta para o Socialismo.
Marx previu no seu “Fragmento sobre Máquinas” (Grundrisse) – um sistema produtivo sem trabalho humano, em que a produtividade da tecnologia domina de tal modo o processo produtivo que “o tempo de trabalho deixa de ser a medida” da riqueza e a “produção baseada no valor de troca entra em colapso” . É neste ponto que estamos.
Relacionado:
* Declínio do Modo de Produção Capitalista ou Declínio da Humanidade? - análise de Jacques Camatte (1973)
“O desespero do artista perante a grandeza dos fragmentos antigos” Johann Heinrich Fussli – 1780 - Kunthaus, Zurique
"O capitalismo não é outra coisa senão a incessante "valorização do valor", aparecendo como um fim-em-si-mesmo de transformar dinheiro em mais dinheiro." Onde está o valor?
Robert Kurz
Com o Fundo Público-Estado a agilizar a acumulação do Capital, temos a Economia dividida em pelo menos dois níveis : o sector concorrencial “Primitivo” que não tem acesso ao Fundo Público, e o sector dos Oligopólios onde o Fundo Público é decisivo na reprodução do Capital e na formação da taxa de Lucro especialmente nos sectores de ponta – Aeronáutica, Telecomunicações, Energia, Informática, Material de Defesa, etc. Nestas áreas, as capacidades de inovação já não podem ser postas ao serviço da produção financiadas apenas pelo Lucro.
Esta divisão é uma negação dos automatismos do Mercado, e a “mão visível” perversa que conduz agora à concentração ou à exclusão. Citando Marx, “há uma base que organiza o Estado e o transforma na mais brutal imagem-espelho do banquete dos ricos e do despojo de todos os não-proprietários”
A democracia tem perdido capacidade para deter a voracidade desta nova classe emergente, que luta pela submissão do Poder Político ao Poder Económico nos seus mais diversos grupos de interesses.
A crise resulta deste embate. Não se trata de uma mera crise conjuntural. Trata-se, na verdade, de levar às últimas consequências a verdadeira “revolução copernicana” operada nas relações sociais de produção neste último século, sobretudo no pós-guerra, a que alguns chamam de “revolução digital”. E de democratizar as funções sociais das empresas. Nomeadamente pelo controlo democrático pelas forças sociais das suas administrações
Ao contrário das teses neoliberais, o pós-Estado Providência, consiste em demarcar, de maneira cada vez mais clara e pertinente, os lugares de utilização e distribuição da riqueza pública (Fundo Público), tornada possível pelo próprio desenvolvimento do capitalismo sob as condições de uma forma transformada da luta de classes.
Quando todas as formas de utilização dos Fundos Públicos estiverem demarcadas e submetidas a controles institucionais, (o que não é o equivalente ao super-Estado ou ao Estado máximo), então o Estado realmente se transformará no Estado mínimo.
Trata-se da estrutura de um novo modo-de-Produção do excedente que não já tem o Valor como estruturante. Mas os valores de cada grupo social, dialogando soberanamente. Na tradição clássica, é a porta para o Socialismo.
Marx previu no seu “Fragmento sobre Máquinas” (Grundrisse) – um sistema produtivo sem trabalho humano, em que a produtividade da tecnologia domina de tal modo o processo produtivo que “o tempo de trabalho deixa de ser a medida” da riqueza e a “produção baseada no valor de troca entra em colapso” . É neste ponto que estamos.
Relacionado:
* Declínio do Modo de Produção Capitalista ou Declínio da Humanidade? - análise de Jacques Camatte (1973)
segunda-feira, setembro 26, 2005
Mudar a ONU para o Sul
Sobre a proposta de Chavez, que pretende que a ONU seja deslocalizada para um ou mais dos paises do Sul, é interessante ver o que pensam os cidadãos comuns sobre "a questão de saber quem manda no mundo". Aqui, no caso num inquérito que está a ser levado a cabo pela BBC no Brasil.
As respostas não deixam dúvidas - o principal dos Direitos Humanos que deverá ser cumprido em primeiro lugar nos paises subdesenvolvidos, é o Direito à Educação e à informação,,,
No Brasil p/e, apenas 4% dos estudantes chegam à Universidade, e destes, só 1% às Universidades Públicas. Saber é Poder!
* ONU - Reforma Impossivel, uma outra ONU é possivel? - análise de Gabriel Ezkurdia (Grano de Arena-info ATTAC.ORG)
domingo, setembro 25, 2005
A ONU em Timor-Lorosae
Depoimento do presidente José Alexandre (Xanana) Gusmão
Para os pequenos paises como Timor Oriental, a ONU é algo de muito bom. Ali podemos fazr ouvir a nossa voz e defender os nossos interesses da mesma maneira que as grandes potências. Não quero dizer com isto que tenhamos um verdadeiro poder no seio das Nações Unidas, pois o nosso peso é limitado. Mas existimos como nação, o nosso voto conta, e isso é importante. Contudo, a ONU tem um problema de funcionamento: é uma organização pesada, muitas vezes embaraçada na sua acção por uma burocracia esmagadora. No caso da missão de reconstrução de Timor-Leste, foram necessários meses e meses para formar as equipas destinadas a ajudar-nos. A burocracia da ONU não conseguia encontrar as pessoas competentes para este tipo de missão. O resultado foi que entre os quadros e os técnicos encarregados da reconstrução havia quadros de qualidade, mas a maioria ignorava a nossa cultura e os nossos hábitos. Mais ainda, não se preocupavam minimamente com a nossa sensibilidade. Os timorenses sentiram-se muitas vezes agredidos por estes estrangeiros que não respeitavam os valores da nossa sociedade. A meu ver, a ONU não os tinha preparado para a sua missão.
Não se verificaram confrontos entre o pessoal da Autoridade Transitória das Nações Unidas para Timor-Leste (UNTAET) e o povo de Timor-Leste porque actuámos para que isso não pudesse acontecer.Mas a tensão era permanente. Fui obrigado a ir pessoalmente pedir às autoridades onusianas que partissem imediatamente depois da declaração de independência porque pressentia, no fim da missão, que o pior podia acontecer de um momento para o outro. Havia muita frustação, muitos mal-entendidos, o choque cultural era evidente. Por exemplo, muitos vinham ter comigo para se queixarem de que o pessoal da ONU tinha muitos automóveis, que gastava muito dinheiro nos restaurantes e nos bares de Dili, que ocupavam os melhores cargos administrativos e tecnicos. Os timorenses tinham sido postos de parte. Não tinham empregos. Os meus compatriotas eram, de facto, espectadores numa encenação financiada pelo dinheiro que os dadores nos tinham querido dar. Impressionou-me também a mesquinhez destes funcionários da ONU. Quando a UNCTAET terminou a missão, eles levaram tudo: os automóveis, as motos, os computadores e oa aparelhos de comunicação. Chegaramaté a tirar à policia timorense os walkie-talkies usados nas comunicações entre as provincias, comunicações essas particularmente dificeis devido ao relevo montanhoso da ilha. E no entanto todo este material tinha sido comprado com o dinheiro dos doadores. Na realidade, não tenho grande entusiasmo quando me refiro à acção da ONU em Timor-Leste. Fez o que podia, mas nem sempre esteve à altura da sua missão.
(Declarações recolhidas por Any Bourrier em Janeiro de 2005)
* Entrevista ao jornal Publico, em Abril/2004:
"Xanana Gusmão Acusa a Austrália de "Má Fé": "Roubam-nos o Petróleo e Depois Fazem Conferências Sobre Transparência"
sexta-feira, setembro 23, 2005
o que é que se passa?, o qué que se passa?
imagem daqui :-)) do jurisprudente "Jumento"
* Judiciária investiga licenciamento de condominio da Infante Santo :
Foi apreendida documentação na Câmara de Lisboa e no Ippar por suspeita de "corrupção e tráfico de influências" (Publico 23/9)
* Francisco Louçã, o lider do Bloco de Esquerda, acusa a actual vereação autárquica de Lisboa de alterar o Plano Director Municipal (PDM) para favorecer o negócio entre o presidente do Benfica e a Galp. Luis Filipe Vieira adquiriu um terreno junto à Expo como loteamento industrial, onde funcionaram umas instalações da Galp. José Sá Fernandes, disse que o terreno valia 40 milhões de euros e passou a valer 460 milhões.
CM
* Judiciária investiga licenciamento de condominio da Infante Santo :
Foi apreendida documentação na Câmara de Lisboa e no Ippar por suspeita de "corrupção e tráfico de influências" (Publico 23/9)
* Francisco Louçã, o lider do Bloco de Esquerda, acusa a actual vereação autárquica de Lisboa de alterar o Plano Director Municipal (PDM) para favorecer o negócio entre o presidente do Benfica e a Galp. Luis Filipe Vieira adquiriu um terreno junto à Expo como loteamento industrial, onde funcionaram umas instalações da Galp. José Sá Fernandes, disse que o terreno valia 40 milhões de euros e passou a valer 460 milhões.
CM
quinta-feira, setembro 22, 2005
Os “candidatos-bandido” às Autarquias
do “Publico”: -“Fátima Felgueiras ameaçou contar alguns factos comprometedores durante o julgamento, que conta como testemunhas com Armando Vara e Narciso Miranda, e estas “movimentações funcionaram como um alerta, fazendo estremecer a candidatura oficial do PS, mas também alguns responsáveis pelo partido a nível nacional”
Escrevia Guerra Junqueiro, com a actualidade dos clássicos, que “o povo português nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”
Efectivamente os ricos que nos têm historicamente dado à costa, construíram um país em que, números redondos, 30% produzem para 70% que nada fazem.
Mas surpreendentemente, ou talvez não, esta larga maioria de portugueses rascas idolatra os seus ícones do Sucesso – “pobreza é coisa deprimente e pobre gosta é de luxo” como dizia o Joãozinho Trinta de outros sambas. Bandalheira, por bandalheira, eles acham que todos têm direito a comer! Assim, morbidamente, os portugueses vão continuar a votar nos seus heróis.É o Triunfo dos Porcos!
Valentim Loureiro, chefe-de-fila dos barões sociais-democratas, que também deve ter muito que contar a avaliar pela arrogância com que fala para o líder do PSD, referindo-se aos processos em que está envolvido, pretende arrolar como testemunhas Cavaco, Durão e Santana, (o das negociatas imobiliárias obscuras). Acho bem – quanto mais falam, mais se enterram.
Fátima Felgueiras também devia arrolar Guterres, os Ex-Sócrates e o Mário Soares da Emáudio
Ferreira Torres deveria ganir por Paulo Portas.
E todos juntos deviam arrolar - todas as testemunhas possíveis do clinton-bushismo, desde o embaixador-empresário Franck Carlucci até ao nóvel empreiteiro Ronald Rumsfeld, passando por pilha-galinhas menores como o protegido do cavaquismo Pierre Falcone.
Como opina Domingos Amaral no Diário Económico - “30 anos depois, já era tempo de Portugal perceber que este regime está esgotado. Serviu para o propósito que foi desenhado, o de garantir a democracia, mas já não serve o propósito do presente, o de governar eficazmente a democracia. Hoje, o regime devia regenerar-se” – varrendo de vez a Corrupção, acrescente-se.
Escrevia Guerra Junqueiro, com a actualidade dos clássicos, que “o povo português nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”
Efectivamente os ricos que nos têm historicamente dado à costa, construíram um país em que, números redondos, 30% produzem para 70% que nada fazem.
Mas surpreendentemente, ou talvez não, esta larga maioria de portugueses rascas idolatra os seus ícones do Sucesso – “pobreza é coisa deprimente e pobre gosta é de luxo” como dizia o Joãozinho Trinta de outros sambas. Bandalheira, por bandalheira, eles acham que todos têm direito a comer! Assim, morbidamente, os portugueses vão continuar a votar nos seus heróis.É o Triunfo dos Porcos!
Valentim Loureiro, chefe-de-fila dos barões sociais-democratas, que também deve ter muito que contar a avaliar pela arrogância com que fala para o líder do PSD, referindo-se aos processos em que está envolvido, pretende arrolar como testemunhas Cavaco, Durão e Santana, (o das negociatas imobiliárias obscuras). Acho bem – quanto mais falam, mais se enterram.
Fátima Felgueiras também devia arrolar Guterres, os Ex-Sócrates e o Mário Soares da Emáudio
Ferreira Torres deveria ganir por Paulo Portas.
E todos juntos deviam arrolar - todas as testemunhas possíveis do clinton-bushismo, desde o embaixador-empresário Franck Carlucci até ao nóvel empreiteiro Ronald Rumsfeld, passando por pilha-galinhas menores como o protegido do cavaquismo Pierre Falcone.
Como opina Domingos Amaral no Diário Económico - “30 anos depois, já era tempo de Portugal perceber que este regime está esgotado. Serviu para o propósito que foi desenhado, o de garantir a democracia, mas já não serve o propósito do presente, o de governar eficazmente a democracia. Hoje, o regime devia regenerar-se” – varrendo de vez a Corrupção, acrescente-se.
Métodos de Modificação Artificial do Clima
Cientistas, Engenheiros Metereológicos e Especialistas Espaciais estão a trabalhar para algo que poderá mudar a civilização humana para sempre! – nos métodos de modificação artificial do clima. O processo se aperfeiçoado, poderá ajudar na agricultura, começando pelo evitar das secas, inundações, ciclones e tufões. Mas, poderá tambem ser um processo pelo qual qualquer inimigo pode causar devastações - inundações, ciclones artificiais e tufões provocados. Com estas acções poder-se-á pretender controlar a economia mundial e os mercados dos produtos agrícolas.
Referido em muitas lendas e religiões antigas o controlo do tempo não é nada de novo.Na Idade Moderna estes objectivos deixaram de ser mitos e são actualmente alvo de afanosas pesquisas apoiadas pelas tecnologias existentes e muitos cientistas estão empenhados em moldar esta nova área de pesquisa e desenvolvimento.
Alguns paises dominam já meios cientificos de controlo do clima. De facto, muitos peritos prevêm que novos jogos de guerra estão já sendo jogados pelos principais poderes no mundo para demonstrar as suas capacidades sobre o controlo metereológico. Evidentemente, a maior parte destas iniciativas são informação classificada e ocultadas do conhecimento público.A única forma de conhecermos estas acções, será a de olhar para os paises que tomam medidas de protecção contra as experiências de controlo climático que em tempos recentes, os cientistas e os metereologistas começaram já a testar através de métodos reais.
Alguns métodos primitivos como o “Cloud-top”, a criação de nuvens nas camadas altas da atmosfera, são normalmente produzidos entre as temperaturas de -0,5º C e -10º C. A maior quantidade de água “super-arrefecida” capaz de provocar chuvas são encontradas dentro destes parâmetros, o que corresponde a alturas entre 15.000 a 22.000 pés de altitude, dependendo dos locais.
Espalhar ou injectar compostos de iodetos de prata nas condensações de nuvens em início de formação, dispensa o uso de “agentes semeadores” colocados no sitio onde a nuclearização é pretendida, mas destinam-se sómente a fornecer uma fonte continuada de condensação. Esta técnica requer menos antecipação em relação aos métodos de espalhar agentes quimicos e podem conduzir a efeitos mais imediatos.
Os métodos mais modernos envolvem a Ionização artificial da atmosfera entre 15.000 e 30.000 pés ou acima desta altitude. Manipulando a Ionosfera e o uso controlado das interações solar-terrestres, pode-se criar efeitos muito mais alargados. Os cientistas compreenderam que o tempo é determinado pela Radiação Solar natural Electromagnetica que chega á Terra. Os raios solares e ultravioletas têm de cruzar a ionosfera para alcançar a terra e conforme esta radiação varia ela é directamente responsável pelas alterações climáticas. Concluiram ainda que os raios solares e os niveis de radiação são causados pelo bombardeamento de raios cósmicos no Sol que por sua vez têm origem em buracos-negros ou constelações de milhares e milhares de estrelas que colapsam “encolhendo” para espaços muito pequenos.
Modelos computorizados préviamente focados na ionosfera, agem como filtros nas radiações que atingem o solo. Se alguem puder controlar ou manipular esses filtros, estes transformam-se em fontes potenciais de modificações macissas dos climas. Esta foi a conclusão a que os modelos de computador permitiram chegar. Controlar a Ionosfera permite o potencial controlo do Clima. A variação algoritmica da ionosfera pode criar “efeitos mágicos” em escalas macissas.
Existem muitos métodos de controlo da Ionosfera, entre eles formas de manipular a densidade das particulas (iões). O emprego de transmissores e de antenas de elevado poder operando na frequência Hi-Fi é um dos métodos.Existe numerosa literatura não classificada em jornais e revistas cientificas de pesquisa sobre o tema.
Entretanto, a tendência recente está em usar super-condutores em satélites espaciais direccionando fluxos electromagnéticos de elevada intensidade.
traduzido do India Daily.com
Referido em muitas lendas e religiões antigas o controlo do tempo não é nada de novo.Na Idade Moderna estes objectivos deixaram de ser mitos e são actualmente alvo de afanosas pesquisas apoiadas pelas tecnologias existentes e muitos cientistas estão empenhados em moldar esta nova área de pesquisa e desenvolvimento.
Alguns paises dominam já meios cientificos de controlo do clima. De facto, muitos peritos prevêm que novos jogos de guerra estão já sendo jogados pelos principais poderes no mundo para demonstrar as suas capacidades sobre o controlo metereológico. Evidentemente, a maior parte destas iniciativas são informação classificada e ocultadas do conhecimento público.A única forma de conhecermos estas acções, será a de olhar para os paises que tomam medidas de protecção contra as experiências de controlo climático que em tempos recentes, os cientistas e os metereologistas começaram já a testar através de métodos reais.
Alguns métodos primitivos como o “Cloud-top”, a criação de nuvens nas camadas altas da atmosfera, são normalmente produzidos entre as temperaturas de -0,5º C e -10º C. A maior quantidade de água “super-arrefecida” capaz de provocar chuvas são encontradas dentro destes parâmetros, o que corresponde a alturas entre 15.000 a 22.000 pés de altitude, dependendo dos locais.
Espalhar ou injectar compostos de iodetos de prata nas condensações de nuvens em início de formação, dispensa o uso de “agentes semeadores” colocados no sitio onde a nuclearização é pretendida, mas destinam-se sómente a fornecer uma fonte continuada de condensação. Esta técnica requer menos antecipação em relação aos métodos de espalhar agentes quimicos e podem conduzir a efeitos mais imediatos.
Os métodos mais modernos envolvem a Ionização artificial da atmosfera entre 15.000 e 30.000 pés ou acima desta altitude. Manipulando a Ionosfera e o uso controlado das interações solar-terrestres, pode-se criar efeitos muito mais alargados. Os cientistas compreenderam que o tempo é determinado pela Radiação Solar natural Electromagnetica que chega á Terra. Os raios solares e ultravioletas têm de cruzar a ionosfera para alcançar a terra e conforme esta radiação varia ela é directamente responsável pelas alterações climáticas. Concluiram ainda que os raios solares e os niveis de radiação são causados pelo bombardeamento de raios cósmicos no Sol que por sua vez têm origem em buracos-negros ou constelações de milhares e milhares de estrelas que colapsam “encolhendo” para espaços muito pequenos.
Modelos computorizados préviamente focados na ionosfera, agem como filtros nas radiações que atingem o solo. Se alguem puder controlar ou manipular esses filtros, estes transformam-se em fontes potenciais de modificações macissas dos climas. Esta foi a conclusão a que os modelos de computador permitiram chegar. Controlar a Ionosfera permite o potencial controlo do Clima. A variação algoritmica da ionosfera pode criar “efeitos mágicos” em escalas macissas.
Existem muitos métodos de controlo da Ionosfera, entre eles formas de manipular a densidade das particulas (iões). O emprego de transmissores e de antenas de elevado poder operando na frequência Hi-Fi é um dos métodos.Existe numerosa literatura não classificada em jornais e revistas cientificas de pesquisa sobre o tema.
Entretanto, a tendência recente está em usar super-condutores em satélites espaciais direccionando fluxos electromagnéticos de elevada intensidade.
traduzido do India Daily.com
quarta-feira, setembro 21, 2005
Cinema
"She Hate Me" de Spike Lee
Num contexto onde o Presidente dos EUA admite que não há verbas para a reconstrução de New Orleans,,, estreia-se por cá um filme sobre a vida quotidiana dos Negros americanos, feito por um deles. Na crítica da ganância desesperada pelo dinheiro,desde o lesbianismo, até à corrupção das Corporações, vai tudo a eito. Do melhor que foi exibido no Festival de Veneza em 2004. (trailer)
Mostra de Cinema da América Latina
"Suite Habana" de Fernando Perez - Sons e imagens da vida quotidiana na capital de Cuba
"Redentor" de Claudio Torres - Brasil
e muitos mais - vidé programação aqui
Cinemateca Nacional
"Padenye Berlina" (A Queda de Berlim - 1949) do russo Mikhail Tchiaureli - uma oportunidade para uma leitura desmistificadora sobre a controversa figura de Estaline
"Germania Anno Zero" (1948) de Roberto Rosselini - o drama alemão do pós-guerra, cujos traumas ainda hoje determinam que não pretendam regredir nos seus direitos sociais.
"Berlim Express" (1948) de Jacques Tourneur - o horror da destruição Nazi, e as jogadas de bastidores para reconstruir dos escombros qualquer coisa de similar: o sistema neonazi americano.
terça-feira, setembro 20, 2005
le "Marche de lÈmpereur"
Depois do espectáculo da falhada peregrinação ecuménica de 1 milhão de crentes a Colónia para levar a conservadora Ângela Merkel a pastar as ovelhas alemãs com erva dos lobos d´além Atlântico
"A Marcha dos Pinguins" é de momento o 2º maior êxito de bilheteira de sempre em terras do Tio Sam (depois de 11/9). Porquê? porque os Neocons decidiram que os pinguins são "o último exemplo de monogamia, sacrificio e amor, que marcham em prol de valores religiosos como a fé e a familia" e olearam a gigantesca máquina de propaganda ao serviço desta ideia simples.
A "Marcha dos NeoConservadores" porém enfrenta pequenos óbices - é que também existem pinguins-Gay,,, afinal é mesmo tudo uma questão de fé - um padre do Ohio comparou a caminhada dos pinguins na tortuosa procura do caminho para os ovos com a dos cristãos na descoberta do espirito santo,,,
,,,que Jesus ou outros exorcistas protejam então os pinguins, porque na vida real, os danos que lhes são causados pelo Aquecimento Global são evidentes, embora os Neocons sobre isso, digam nada. (atenção beatos: o filme estreia dia 3 de Novembro em Lisboa)
* Nos paises civilizados, como p/e a Noruega, o entendimento do lugar destas aves é outro - um Pinguim Imperador de nome Nils Olav foi nomeado Coronel das Forças Armadas norueguesas e condecorado por serviços distintos numa cerimónia oficial da Guarda Real.
"A Marcha dos Pinguins" é de momento o 2º maior êxito de bilheteira de sempre em terras do Tio Sam (depois de 11/9). Porquê? porque os Neocons decidiram que os pinguins são "o último exemplo de monogamia, sacrificio e amor, que marcham em prol de valores religiosos como a fé e a familia" e olearam a gigantesca máquina de propaganda ao serviço desta ideia simples.
A "Marcha dos NeoConservadores" porém enfrenta pequenos óbices - é que também existem pinguins-Gay,,, afinal é mesmo tudo uma questão de fé - um padre do Ohio comparou a caminhada dos pinguins na tortuosa procura do caminho para os ovos com a dos cristãos na descoberta do espirito santo,,,
,,,que Jesus ou outros exorcistas protejam então os pinguins, porque na vida real, os danos que lhes são causados pelo Aquecimento Global são evidentes, embora os Neocons sobre isso, digam nada. (atenção beatos: o filme estreia dia 3 de Novembro em Lisboa)
* Nos paises civilizados, como p/e a Noruega, o entendimento do lugar destas aves é outro - um Pinguim Imperador de nome Nils Olav foi nomeado Coronel das Forças Armadas norueguesas e condecorado por serviços distintos numa cerimónia oficial da Guarda Real.
segunda-feira, setembro 19, 2005
Como combater a Ignorância: porquê falar de Darwin?
um texto do
biólogo Miguel Monteiro na revista “Ideias à Esquerda”
“Em 1999, o massacre de Columbine provocou uma onda de consternação, principalmente nos EUA. Evitar que tal tragédia se repetisse passava, inevitávelmente, por encontrar uma explicação. Neste contexto, o congressista texano Tom DeLay explicou o massacre relacionando-o com o “declínio moral” provocado pelo “ensino da Evolução”, já que “ensinamos às nossas crianças que elas não são senão macacos que evoluiram de uma espécie de sopa primordial”.
No mesmo ano, o Texas retirou o ensino da Evolução dos curriculos escolares – uma decisão que não deve contribuir para melhorar o panorama revelado por uma sondagem de 1993, onde se constatava que 47 por cento dos norte-americanos adultos pensavam que a espécie Homo Sapiens nascera há dez mil anos, criada por Deus.
Na verdade, ao longo do século XX, a Evolução tem sido banida de diferentes escolas americanas e foi uma presença assidua na barra de diferentes tribunais.
Pelo meio, convém lembrar as declarações do Papa Pio XII, que, em 1950, considerou o evolucionismo uma “hipótese séria”, desde que se distinga, no caso humano, a evolução do corpo da evolução da alma, e as do Papa João Paulo II, que, em 1996, classificou a Evolução como uma verdade cientifica.
No ensino e na formação de cientistas, ignorantes como DeLay representam um verdadeiro atraso. Um estudante que chega à universidade sem nunca ter ouvido falar de selecção natural tem um handicap, um raciocínio coxo, que lhe atrasará a compreensão em diversas áreas do conhecimento abrangidas pela teoria de Darwin: biologia, ecologia, geologia, medicina, química, etc.
Os EUA são uma das faces desta ignorância. Mas a Evolução ainda luta, em muitos locais, por um lugar ao sol. Até parece que a “Origem das Espécies” não foi publicada em 1859, que as Leis de Mendel não foram redescobertas em 1900 e que a estrutura de dupla-hélice do ADN não foi desvendada em 1953 por Watson e Crick”.
Este texto serve de preâmbulo a um artigo dos biólogos Eduardo Crespo e Luis Vicente: “Darwin, a Evolução e os seus Críticos” – uma viagem pelo admirável mundo da Evolução, com paragem num dos temas que ainda divide muitos evolucionistas: o papel do acaso.
o sonho da Gioconda
Ãngela Merkel sonhou ser uma nova Margareth Tatcher alemã,,,e conseguir levar avante a alternativa neoliberal, denominada na Alemanha por "Agenda 2010",,,
,,,cujas reformas Shroeder nunca conseguiu concretizar contra as lutas sociais que o plano desencadeou.
Uma coligação do grande Centro Merkel-Shroeder (que decerto irá ser tentada) vai consegui-lo.O financiamento para a coisa, obriga porém a sentar Bush no Bundestag e a habilidade estará em fazê-lo sem que ninguem dê por isso,,,pois é!, ao contrário de Portugal, a pulverização dos partidos politicos na Alemanha só estorva.
E por cá?, Iremos continuar todos a votar nos dois que já nos andam a enganar desde há 30 anos?
,,,cujas reformas Shroeder nunca conseguiu concretizar contra as lutas sociais que o plano desencadeou.
Uma coligação do grande Centro Merkel-Shroeder (que decerto irá ser tentada) vai consegui-lo.O financiamento para a coisa, obriga porém a sentar Bush no Bundestag e a habilidade estará em fazê-lo sem que ninguem dê por isso,,,pois é!, ao contrário de Portugal, a pulverização dos partidos politicos na Alemanha só estorva.
E por cá?, Iremos continuar todos a votar nos dois que já nos andam a enganar desde há 30 anos?
sábado, setembro 17, 2005
Eleições na Alemanha
Reaganomics Revival: uma fatalidade degenerativa para o capitalismo europeu
A biografia do homem forte do Governo social-democrata de Schroeder, o “best seller”do ministro dos Negócios Estrangeiros Joseph Martin “Joschka” Fischer intitula-se “Uma Longa Corrida até Mim Mesmo” – onde conta, como no termo da sua juventude, o triunfo vitória do espartano sobre um estilo de vida excessivo lhe permitiu perder quarenta quilos de peso e tornar-se no mais ilustre dos maratonistas alemães. Esta pode ser tambem uma excelente metáfora para o fim da época dourada pós plano-Marshall que tinha erigido a Alemanha como motor da reconstrução da Europa.
A crise do capitalismo na Alemanha é grave – 5 milhões de desempregados, economia estagnada, (a Deutche Telekom, emblema do país, exibe um défice recorde), a aplicação desde 1998 do plano neoliberal de retoma (denominado Agenda 2010) - reforma que significa cortes no sistema de saúde e de pensões, liberalização das leis laborais tendentes a precarizar o trabalho, etc. – por fim, a “emancipação” germânica do alinhamento com Washington na aventura iraquiana, que esteve na origem da cisão entre a “velha e a nova Europa”.
Depois da dissidência de Oskar Lafontaine, estas eleições foram antecipadas por o SPD ter perdido o reduto da Renânia do Norte-Westfália nas eleições regionais de 22 de Maio.
O novo alinhamento do eixo Berlim-Paris-Moscovo para resolver a crise, fez repicar os sinos do Império, e logo o mais recente livro do ministro Fischer se apressou a colar os cacos das politicas neoliberais – “O Regresso da História- O Mundo depois do 11 de Setembro e a Renovação do Ocidente”. O presidente Bush visita Mainz em Fevereiro e promete os investimentos necessários para o projecto de fazer da Alemanha o Brasil da Europa. O solução ideal americana seria a que revertesse para um eixo Merkel-Blair que colocaria as rédeas da União Europeia nas mãos da Grã Bretanha-Alemanha – finalmente um apoio incondicional ao envolvimento no Iraque. A onda neo-conservadora sobe, mas é insuficiente para garantir uma solução neoliberal governativa maioritária. Está tácitamente decidida à-priori uma ampla coligação entre a coligação de Gerhard Schroeder (que inclui “Os Verdes”) e o partido democrata-cristão de Angela Merkel.
Neste sistema perverso,onde só é visivel quem a comunicação social mostra, o voto não decide nada, porque pela lei das probabilidades os eleitores ao Centro serão sempre maioritários. As decisões serão tomadas no pátio das traseiras das opiniões públicas.
A solução anti-capitalista – Oskar Lafontaine e o novo “Partido de Esquerda”
Do jornal Público:
“A demissão em Março de 1999 do homem forte dos sociais-democratas deixou o partido perplexo. Sociais –democratas e Verdes lamentaram a decisão do mal amado ministro. mas oposição e agentes económicos saudaram-na. Os mercados financeiros não ficaram indiferentes: o euro subiu face ao dólar na bolsa de New York. Lafontaine, conhecido por “Napoleão do Sarre” pela sua pequena estatura, o modo imperial e o amor pela França, assim como pelo temível contra-ataque e capacidade oratória treinada pelos jesuitas, conseguiu erguer os sociais-democratas e arrastá-los até à vitória depois de dezasseis anos de oposição a Helmut Kohl. Como bom táctico cedeu o seu lugar de candidato a Gehard Schroeder, o “marketing-man” do SPD, pois sabia que ele próprio como candidato a chnceler não teria hipóteses. O partido venceu em Setembro de 1998 e Lafontaine conquistou o ministério das Finanças, que transformou a seu gosto num “super-ministério” roubando competências ao da Economia. Algum tempo depois abandona as funções em profundo desacordo com o homem que ajudara a apear do poder o chanceler da reunificação. Muitos consideravam-no um politico “morto”. Ressuscitou nos movimentos de contestação contra a “desmontagem social” preconizada pela Agenda 2010. Previsivelmente a que virá a ser a terceira força politica na Alemanha, o "Partido de Esquerda" (WASG), que Lafontaine encabeça juntamente com dissidentes do SPD, sindicalistas e com o renovador-comunista Gregor Gysi, poderá não só impedir a coligação de centro-direita como também a reeleição de Schroeder”.
Uma pequena faísca, pode incendiar a pradaria.
Relacionado:
"EUROPA - Os (Des)Caminhos da Social-Democracia e o Avanço da Influência Norte Americana" por Ana Maria Stuart.
A biografia do homem forte do Governo social-democrata de Schroeder, o “best seller”do ministro dos Negócios Estrangeiros Joseph Martin “Joschka” Fischer intitula-se “Uma Longa Corrida até Mim Mesmo” – onde conta, como no termo da sua juventude, o triunfo vitória do espartano sobre um estilo de vida excessivo lhe permitiu perder quarenta quilos de peso e tornar-se no mais ilustre dos maratonistas alemães. Esta pode ser tambem uma excelente metáfora para o fim da época dourada pós plano-Marshall que tinha erigido a Alemanha como motor da reconstrução da Europa.
A crise do capitalismo na Alemanha é grave – 5 milhões de desempregados, economia estagnada, (a Deutche Telekom, emblema do país, exibe um défice recorde), a aplicação desde 1998 do plano neoliberal de retoma (denominado Agenda 2010) - reforma que significa cortes no sistema de saúde e de pensões, liberalização das leis laborais tendentes a precarizar o trabalho, etc. – por fim, a “emancipação” germânica do alinhamento com Washington na aventura iraquiana, que esteve na origem da cisão entre a “velha e a nova Europa”.
Depois da dissidência de Oskar Lafontaine, estas eleições foram antecipadas por o SPD ter perdido o reduto da Renânia do Norte-Westfália nas eleições regionais de 22 de Maio.
O novo alinhamento do eixo Berlim-Paris-Moscovo para resolver a crise, fez repicar os sinos do Império, e logo o mais recente livro do ministro Fischer se apressou a colar os cacos das politicas neoliberais – “O Regresso da História- O Mundo depois do 11 de Setembro e a Renovação do Ocidente”. O presidente Bush visita Mainz em Fevereiro e promete os investimentos necessários para o projecto de fazer da Alemanha o Brasil da Europa. O solução ideal americana seria a que revertesse para um eixo Merkel-Blair que colocaria as rédeas da União Europeia nas mãos da Grã Bretanha-Alemanha – finalmente um apoio incondicional ao envolvimento no Iraque. A onda neo-conservadora sobe, mas é insuficiente para garantir uma solução neoliberal governativa maioritária. Está tácitamente decidida à-priori uma ampla coligação entre a coligação de Gerhard Schroeder (que inclui “Os Verdes”) e o partido democrata-cristão de Angela Merkel.
Neste sistema perverso,onde só é visivel quem a comunicação social mostra, o voto não decide nada, porque pela lei das probabilidades os eleitores ao Centro serão sempre maioritários. As decisões serão tomadas no pátio das traseiras das opiniões públicas.
A solução anti-capitalista – Oskar Lafontaine e o novo “Partido de Esquerda”
Do jornal Público:
“A demissão em Março de 1999 do homem forte dos sociais-democratas deixou o partido perplexo. Sociais –democratas e Verdes lamentaram a decisão do mal amado ministro. mas oposição e agentes económicos saudaram-na. Os mercados financeiros não ficaram indiferentes: o euro subiu face ao dólar na bolsa de New York. Lafontaine, conhecido por “Napoleão do Sarre” pela sua pequena estatura, o modo imperial e o amor pela França, assim como pelo temível contra-ataque e capacidade oratória treinada pelos jesuitas, conseguiu erguer os sociais-democratas e arrastá-los até à vitória depois de dezasseis anos de oposição a Helmut Kohl. Como bom táctico cedeu o seu lugar de candidato a Gehard Schroeder, o “marketing-man” do SPD, pois sabia que ele próprio como candidato a chnceler não teria hipóteses. O partido venceu em Setembro de 1998 e Lafontaine conquistou o ministério das Finanças, que transformou a seu gosto num “super-ministério” roubando competências ao da Economia. Algum tempo depois abandona as funções em profundo desacordo com o homem que ajudara a apear do poder o chanceler da reunificação. Muitos consideravam-no um politico “morto”. Ressuscitou nos movimentos de contestação contra a “desmontagem social” preconizada pela Agenda 2010. Previsivelmente a que virá a ser a terceira força politica na Alemanha, o "Partido de Esquerda" (WASG), que Lafontaine encabeça juntamente com dissidentes do SPD, sindicalistas e com o renovador-comunista Gregor Gysi, poderá não só impedir a coligação de centro-direita como também a reeleição de Schroeder”.
Uma pequena faísca, pode incendiar a pradaria.
Relacionado:
"EUROPA - Os (Des)Caminhos da Social-Democracia e o Avanço da Influência Norte Americana" por Ana Maria Stuart.
11/9 Omissões e Distorções
um livro de David Gray Griffin:
www.voltairenet.org/
* "a Al Qaeda , estrictamente falando, não é uma organização,mas sim apenas um elemento operativo de um serviço de inteligência"
* "o tenente-coronel Anthony Shaffer, ex oficial da inteligencia do Exército dos Estados Unidos, declarou a 16/8/2004 ao The New York Times e à Fox News que mais de um ano antes do 11/9 o Pentágono conheCIA a identidade e actividades de Mohamed Atta, o piloto do primeiro avião que chocou contra as Torres Gemeas,e as de outros três participantes no atentado (The Washington Post, 19-8-05)
* ler mais, aqui
sexta-feira, setembro 16, 2005
"Katrina" - como New Orleans se transformou em zona de Guerra (I)
Como é regra comum em zonas de furacões, milhares de pessoas tinham sido deslocalizadas, os bens protegidos dentro do possivel. Como sempre o Katrina passou causando os danos habituais, nada de muito diferente de outras vezes. As pessoas descansaram. Passadas 24 horas rebentam os diques que protegiam a cidade, causando uma mega inundação catastrófica, milhares de vítimas e prejuizos incalculáveis.
Apesar da tragédia ter sido causada pelo rebentamento dos diques, os meios de comunicação continuam metódicamente a martelar na “catástrofe do furacão Katrina”. As causas do desastre estão determinadas – um decrescimento contínuo das verbas de manutenção e conservação dos diques que protegiam a cidade - Bush, é culpado! - na sua ânsia de relegar o Estado a um papel mínimo na sociedade, reduziu em 71,2 milhões o Orçamento(44%) do Corpo de Engenheiros de New Orleans, responsável pela manutenção de diques e barragens. E durante anos a especulação imobiliária, construiu em cima de Pantânos, sem que os governos contrariassem essa tendência. O costume.
O Senado americano iniciou um inquérito ao que correu mal com a Protecção Civil (FEMA) na assistência humanitária às vítimas. Uma das mais activas "militantes da causa do apuramento das responsabilidades", tem sido Hillary Clinton, a putativa candidata à Casa Branca. Na América ninguem advoga dádivas de esmolas sem que tenha interesses obscuros a cobrar em troca.
A incorporação da FEMA no Departamento de Segurança Interna (DSI), um mega-gabinete que coordena 22 Agências e 180 mil funcionários, foi criado pela Admn. Bush para centralizar a “luta contra o terrorismo”, nele integrando as unidades vocacionadas para a prevenção e ajuda em casos de catástrofes nacionais. Desde o 11 de Setembro, diz a Time, “em cada dólar atribuido pelo Governo Federal às unidades de desastres, 75 cêntimos foram gastos em “terrorismo”. Estas divergências, causadas por ninguem saber afinal quem estava “em charge” nas tomadas de decisão, levaram já à demissão do director da FEMA - Michael Brown, que tinha sido colocado nesta administração em troca dos favores prestados, quando aprovou pagamentos em excesso de 31 milhões de dólares em dinheiro dos contribuintes da Flórida para pagar danos inexistentes aquando do furacão "Frances" em 2001 e a outros três o ano passado, para ganhar votos para as eleições de George Bush.
Entregue ao DSI, New Orleans transformou-se em zona de guerra, na óptica da resposta cada vez mais militarizada a qualquer problema que aconteça nos Estados Unidos. E atrás da guerra, como habitualmente, vem o negócio. É nestas condições, que passados três dias do desastre, as primeiras unidades de socorro a entrar na cidade foram as forças da Empresa de Segurança privada Blackwater. Tal não aconteceu por acaso; a situação foi alvo de um cuidadoso estudo de marketing por forma a empolar mediáticamente os factos (furtos, pilhagens, violações, etc). Um mar de notícias e opiniões inundaram tambem os jornais. Com 70% da população negra, os pobres em New Orleans tiveram um concorrente económico de peso: o próprio Governo dos Estados Unidos a que chamam seu.
Os relatos são lancinantes. As imagens que as televisões nos mostram lembram as de um país do terceiro mundo afectado por uma catástrofe natural – e isso é verdade!, dentro dos Estados Unidos existe um enorme país do terceiro mundo em que existem algumas ilhas de sucesso, numa insuportável tensão entre ricos e pobres, onde na desgraça se consideram os brancos como lutando pela sobrevivência e os pretos são vistos como assaltantes e violadores,,, um autêntico barril de pólvora que, a qualquer pretexto, está sempre prestes a explodir, como aconteceu no Verão escaldante de 1971 em NY, ou nos “riots” raciais de Los Angeles em 1984. Que aconteceria à América se um dia a policia ou os militares-mercenarizados deixassem de ter capacidade para intervir?
A resposta está implicita na própria História yankee: - New Orleans está transformada em “território Indio”, o termo militar para “território inimigo” (continua)
Apesar da tragédia ter sido causada pelo rebentamento dos diques, os meios de comunicação continuam metódicamente a martelar na “catástrofe do furacão Katrina”. As causas do desastre estão determinadas – um decrescimento contínuo das verbas de manutenção e conservação dos diques que protegiam a cidade - Bush, é culpado! - na sua ânsia de relegar o Estado a um papel mínimo na sociedade, reduziu em 71,2 milhões o Orçamento(44%) do Corpo de Engenheiros de New Orleans, responsável pela manutenção de diques e barragens. E durante anos a especulação imobiliária, construiu em cima de Pantânos, sem que os governos contrariassem essa tendência. O costume.
O Senado americano iniciou um inquérito ao que correu mal com a Protecção Civil (FEMA) na assistência humanitária às vítimas. Uma das mais activas "militantes da causa do apuramento das responsabilidades", tem sido Hillary Clinton, a putativa candidata à Casa Branca. Na América ninguem advoga dádivas de esmolas sem que tenha interesses obscuros a cobrar em troca.
A incorporação da FEMA no Departamento de Segurança Interna (DSI), um mega-gabinete que coordena 22 Agências e 180 mil funcionários, foi criado pela Admn. Bush para centralizar a “luta contra o terrorismo”, nele integrando as unidades vocacionadas para a prevenção e ajuda em casos de catástrofes nacionais. Desde o 11 de Setembro, diz a Time, “em cada dólar atribuido pelo Governo Federal às unidades de desastres, 75 cêntimos foram gastos em “terrorismo”. Estas divergências, causadas por ninguem saber afinal quem estava “em charge” nas tomadas de decisão, levaram já à demissão do director da FEMA - Michael Brown, que tinha sido colocado nesta administração em troca dos favores prestados, quando aprovou pagamentos em excesso de 31 milhões de dólares em dinheiro dos contribuintes da Flórida para pagar danos inexistentes aquando do furacão "Frances" em 2001 e a outros três o ano passado, para ganhar votos para as eleições de George Bush.
Entregue ao DSI, New Orleans transformou-se em zona de guerra, na óptica da resposta cada vez mais militarizada a qualquer problema que aconteça nos Estados Unidos. E atrás da guerra, como habitualmente, vem o negócio. É nestas condições, que passados três dias do desastre, as primeiras unidades de socorro a entrar na cidade foram as forças da Empresa de Segurança privada Blackwater. Tal não aconteceu por acaso; a situação foi alvo de um cuidadoso estudo de marketing por forma a empolar mediáticamente os factos (furtos, pilhagens, violações, etc). Um mar de notícias e opiniões inundaram tambem os jornais. Com 70% da população negra, os pobres em New Orleans tiveram um concorrente económico de peso: o próprio Governo dos Estados Unidos a que chamam seu.
Os relatos são lancinantes. As imagens que as televisões nos mostram lembram as de um país do terceiro mundo afectado por uma catástrofe natural – e isso é verdade!, dentro dos Estados Unidos existe um enorme país do terceiro mundo em que existem algumas ilhas de sucesso, numa insuportável tensão entre ricos e pobres, onde na desgraça se consideram os brancos como lutando pela sobrevivência e os pretos são vistos como assaltantes e violadores,,, um autêntico barril de pólvora que, a qualquer pretexto, está sempre prestes a explodir, como aconteceu no Verão escaldante de 1971 em NY, ou nos “riots” raciais de Los Angeles em 1984. Que aconteceria à América se um dia a policia ou os militares-mercenarizados deixassem de ter capacidade para intervir?
A resposta está implicita na própria História yankee: - New Orleans está transformada em “território Indio”, o termo militar para “território inimigo” (continua)
quinta-feira, setembro 15, 2005
Bip, Bip
Simulações - acrilico sobre tela - de Susana Dias
Ainda relacionado com a espaventosa encenação de Sócrates premindo o falso detonador em Tróia, que inaugura a época do Portugal/Sonae
Ruben de Carvalho finaliza a conecção e faz bip bip:
"Quando se quer criticar servilismos do poder politico ao poder económico, faz parte das mais criticamente glosadas frases a famosa sentença de Charles Erwin Wilson, ex vice-presidente da General Motors e secretário da Defesa de Einsenhower em 1953, segundo a qual "o que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos"
Ora então não é que o nosso primeiro se saiu a dizer ao dono da Sonae "o seu êxito e o seu sucesso serão o êxito e o sucesso de todos os portugueses e de Portugal"?!
Bip, Bip
“Colisão” – o filme de Paul Haggis vence Festival de Deauville
“Crash” O melhor filme do Ano. Já o tínhamos dito aqui. Premonitório! – depois de assistirmos estupefactos à debacle de New Orleans às mãos da terrível e desumana sociedade americana. O filme fala-nos disso mesmo, fala-nos sobre o racismo e a alienação urbana nos Estados Unidos.
Ler mais, aqui
quarta-feira, setembro 14, 2005
As Eleições criam Politicos Corruptos, a Luta Popular cria a emancipação do Povo
"Eleição é Mensalão dos Ricos, Voto é a migalha dos Pobres"
Não se pode deixar de sorrir quando vimos a cínica entrevista-recado do ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso (FHC) na RTP2: “O problema de Lula começou mais atrás, no Congresso, com a forma de aliança que estabeleceu e a falta de uma directriz. Apoiou a mesma politica económica, e não deu avanço social” – Isto é dito pelo homem que dias antes do Partido dos Trabalhadores (PT) vencer as eleições em 2002, hipotecou o futuro do Brasil ao FMI num contrato-promessa de biliões em empréstimos que subordinou incondicionalmente o país à correia de transmissão do Neoliberalismo global. Para se compreender isso, basta acrescentar que o Ministro das Finanças de FHC que conduziu o processo, foi de imediato, mal abandonou funções no governo brasileiro, nomeado nº 2 do FMI.(o nº1 é Rodrigo Rato o ex-ministro das Finanças de Aznar) O Brasil paga hoje e desde aí, a acrescentar ao que já pagava, juros de Dívida astronómicos, que inviabilizam qualquer tomada de posição no sentido de uma emancipação nacional feita no sentido de libertar o povo das degradantes condições de miséria em que vive. Ao Brasil é no entanto proporcionado que cresça, e cresce a niveis altos com o dinheiro com que se hipotecou ao FMI, desde que, como condição obrigatória, isso contribua para a retoma do Centro Capitalista mundial – p/e o país ultrapassará em breve os Estados Unidos como o maior exportador agro-pecuário, enquanto o governo de Lula não consegue tampouco garantir uma refeição por dia a todos os brasileiros no âmbito do programa “Fome Zero”. Os Lucros desta inserção na rede de dominação global mantêm, no entanto em gritante contraste, uma élite exorbitante herdeira dos tradicionais regimes autoritários "tucanos" dos Coronéis, que criaram no Brasil uma das sociedades mais desiguais e violentas do mundo.
Toda a gente sabe disto, menos o ingénuo actor FHC, que se arroga até a dar concelhos para a saída da crise do “Mensalão” – “O PT corre o risco de se fragmentar com a falta de liderança do presidente Lula, e deve tentar agrupar os chamados moderados. José Dirceu tem capacidade de comando”. Realmente a moderação é uma caracteristica fundamental para a prossecução da exploração.Descodificando toda esta conversa de chacha, temos aqui uma situação em que alguem que é o porta voz dos interesses do FMI tenta nomear os dirigentes ideais para o Partido dos Trabalhadores (PT) – como decerto a ascenção de Lula já teria sido antes consentida e aconselhada perante as circuntâncias de uma revolta popular eminente que deitasse tudo a perder na óptica dos interesses instalados.Agora, com a previsível queda de Lula, caem também por terra as ilusões dos defensores do Reformismo, a levar a efeito lá para o dia de São Nunca.
O momento politico é agitado, após a Comissão de Ética do Congresso ter votado esta semana por unanimidade, a perda de mandato de Roberto Jefferson – o deputado que denunciou o esquema do mensalão, a compra de votos pelo PT, a troco de favores politicos. Por outro lado, o relatório das Comissões Parlamentares de Inquérito recomendou, ainda, a “cassação” de mais 17 deputados. O processo de afastamento dos parlamentares vai desenrolar-se até até Novembro, mas o presidente da Câmara, o conservador e polémico Severino Cavalcanti, fo tambem acusado de cobrar um “mensalinho” de 3,5 mil euros do concessionário de um dos restaurantes que servem os deputados. Terceiro na hierarquia do Estado, Severino – que alardeava estar pronto para assumir o lugar de Lula – passou agora de juiz a réu, embora avise que muita “gente vai dançar” com ele. Mas o escândalo não pára. Igualmente na eminência de ser destituido, o vice-presidente José Alencar deixou o Partido da Frente Liberal. Até ao fim do mês, outros 300 parlamentares deverão trocar de partido, nesta legislatura. Até o presidenciável Paulo Maluf, ameaçado de prisão, deixou o Partido Progressista, alegando “corrupção”. Os aliados abandonaram o PT, só o Partido do Movimento Democrático Brasileiro impede a oposição de pedir o impeachement de Lula. O movimento formado pelo “Grito dos Excluídos” – os “Sem Terra” e os desiludidos do Brasil que se manifestaram no Dia da Independência (7/9) prometem uma luta cerrada a Lula. Porém o golpe mais duro veio do próprio PT, do respeitado jurista Hélio Bicudo, que se destacou no combate aos esquadrões da morte no regime militar e muito respeitado no país: “Lula é mestre em esconder sujeira debaixo do tapete”. Bicudo contou à revista “Veja” que foi encarregado pelo partido em 1997, de chefiar uma comissão que investigaria um empresário, amigo de Lula, acusado de usar o nome deste para obter contratos com prefeituras administradas pelo PT. As conclusões comprovaram as denúncias, mas a direcção do partido abafou o escândalo”: o único punido foi o x-guerrilheiro Paulo de Tarso Wenceslau, que denunciou o caso.
Um dos fundadores do PT, dissidente desde a década de 90,quando este esquema de corrupção começava a ser montado, César Benjamin, secundado pelo rol de saneados à esquerda do partido mal Lula chegou ao Poder, não se inibe de afirmar: “Lula é o grande chefe da Quadrilha”!
* Paulo Jonas de Lima Piva: "Lula e Collor: tudo a ver"
* Os Media fazem passar a ideia que sem Lula não haverá PT, e este partido (desde que moderado) é vital para o controlo da democracia (deles)
terça-feira, setembro 13, 2005
"Esquerda" - "Direita", op dois, op dois,,,
Luis Cabral de Moncada, que eu, apesar de ser um alcoviteiro compulsivo, nem sequer desconfio quem seja, veio dizer em meia-página de jornal, em artigo intitulado "O tão incompreendido e maltratado liberalismo" (pobrezinho!) que “a Esquerda julga erradamente que o Liberalismo é apenas económico ou seja, que se reduz ao funcionamento do mercado livre, erro que já estava em Marx”,,,
Vamos remeter o senhor professor para a obra de George Steiner “A Lição dos Mestres” (Gradiva): “Não fui ter com o Maggid para ouvir a Tora, recorda o rabino Leib, mas para ver como é que ele desata os seus sapatos de feltro e os volta a atar”
pois,,, sem sapatos, e sem as relações de Produção que permitem o seu fabrico, andam os liberais que compram tudo já feito,,,descalços!
Relacionado: G.Steiner "A Barbárie da Ignorância"
o Antivalor (II)
Vimos antes (2/9/05), que o “Welfare State” de teorização keynesiana se constituiu no padrão de financiamento público da economia capitalista, perdida que tinha sido a sua capacidade auto-reguladora
"Quais são os serviços que o capitalista necessita do Estado? O primeiro e maior serviço que exigem é protecção contra o mercado livre. O mercado livre é o inimigo mortal da acumulação de capital. O mercado livre hipotético, tão caro às elucubrações de economistas, constituído de múltiplos vendedores e compradores, todos compartilhando perfeita informação, seria com certeza um desastre capitalista. Quem conseguiria ganhar algum dinheiro num mercado assim? O capitalista seria reduzido à renda do proletário hipotético do século XIX, vivendo do que se poderia chamar de ‘a lei de ferro dos lucros num mercado livre’, apenas o suficiente para sobreviver, e mal. Nós sabemos que não é assim que funciona, pois o mercado real nada tem de livre". Immanuel Wallerstein. (in "Após o Liberalismo")
Até aí, tinha prevalecido a teorização marxista de que a reprodução da força de trabalho era uma tendência histórica de longo prazo no sistema capitalista. A mutação americana, ao introduzir o Fundo Público como estrutural (e insusbstituivel até hoje), no capitalismo contemporâneo – alem de expulsar parte substancial dos custos da produção transferindo-os para a responsabilidade social do Estado-Previdência, estando este padrão na origem do continuado défice público nos orçamentos dos paises desenvolvidos – implodiu o Valor (de Marx) como único presssuposto da reprodução do Capital, enquanto em simultâneo alastra do Trabalho a montante (Fordismo), à exploração ao Consumo a jusante, nascendo assim aquilo a que F.Oliveira ou Robert Kurz denominam por Anti-Valor. O sistema continua sendo capitalista, enquanto explorador de Mais-Valia (trabalho não pago) e modo de produção a partir da Mercadoria fetichizada pela magia ilimitada do valor de uso. Permite ao mesmo tempo a ampliação da especulação financeira pela promoção publicitária do consumo, para valores astronómicos, ao mesmo tempo que subalterniza a Mercadoria para valores cada vez mais ínfimos, pela via da incorporação de cada vez mais Serviços nas cadeias de produção (Toyotismo)
A formação desta nova sustentação da produção e da reprodução do Valor supera temporáriamente o problema da Taxa Média de Lucro que é central para a dinâmica expansiva do Capitalismo.
A metáfora que se pode usar para explicar isto, vem da Física: o AntiValor é uma partícula de carga oposta que, no momento de colisão com a outra partícula, o Valor, produz o átomo, isto é, o novo excedente social.
Este modelo está no entanto condenado a perecer – a excessiva Produção instalada não tem correspondência no aumento sustentado do Consumo, limitando-se este a bolsas cada vez menores cercadas por campos de insolvência e miséria cada vez maiores.
(continua)
segunda-feira, setembro 12, 2005
a Europa e o Aquecimento Global
Em Portugal e Espanha temos séca extrema, enquanto na Suiça ou na Eslovénia chove torrencialmente em Agosto.
"A organização ambientalista World Wildlife Fund (WWF) levou a cabo um estudo sobre as alterações climáticas e concluiu que uma grande parte das capitais europeias regista actualmente temperaturas mais elevadas do que há alguns anos atrás. De acordo com esta associação, a poluição das centrais eléctricas é o factor que mais contribui para as alterações climatéricas qu afectam o velho continente. Por este motivo, a WWF apela á UniãoEuropeia para que estabeleça objectivos e limites às emissões de gases poluentes para a atmosfera, nomeadamente de dióxido de carbono. Este estudo, levado a cabo pela organização não governamental, envolveu 15 cidades europeias e revela que entre os anos 2000 e 2004, a média de temperaturas registadas na maioria das cidades analisadas, era pelo menos um grau mais elevada do que a registada em igual periodo da década de 70. Analisando cada caso, a WWF concluiu que uma das cidades onde se registou maior subida subida de temperatura foi Madrid. O mesmo aconteceu em Londres, que sofreu um aumento consideravel das temperaturas no pico do verão. A capital britânica registou uma média de 22,5º C nos meses deste verão, quando há 30 anos atrás não ultrapassava os 20,5º C. As cidades com menor variação foram Dublin e Copenhaga, onde as temperaturas oscilaram apenas entre 0,2 e 0,7 graus. Um estudo efectuado pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) revelou tambem que a média de temperaturas na Europa aumentou 0,8º C ao longo do século passado. Algumas previsões mais pessimistas apontam ainda para um aumento, nos próximos quatro anos, na ordem dos 0,4º C, o valor máximo previsto, com ondas de calor a afectar cada vez mais intensa e frequentemente toda a Europa. De acordo com o WWF, as centrais eléctricas são responsáveis por 39% das emissões de dióxido de carbono, na Europa, por isso, esta organização apela aos Governos para que passem a usar energias renováveis e menos poluentes, tais como o vento, a energia solar e o gás natural".
Questões:
* Estarão os lobies petróleo/governos de acordo?
* Se o problema já é conhecido desde fins do século XIX, quando Svante Arrhenius afirmou que o aumento massiço da queima de combustíveis fósseis, provocaria um aumento global da temperatura média do planeta, teoria que continuou a ser defendida por Lester Brown,,,Porquê, ainda hoje, isto é questionado?
* Tudo indica que já ultrapassámos o ponto de não retorno. As catástrofes serão cada vez mais frequentes, multiplicando-se as ocorrências em periodos cada vez mais curtos. Uma boa janela de oportunidade para os negócios empresariais à maneira neocon?, enquanto o Tratado de Kioto é encarado como "um desastre" para a Economia?
mas,O que é a Economia?
"Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos, que, vendo, não vêem".
"O Requiem pela Humanidade" é uma partitura do jovem compositor Jorge Salgueiro, composta para a encenação da peça "Ensaio sobre a Cegueira" inspirada no romance homónimo de José Saramago - em cena no Teatro da Trindade, pelo Grupo de Teatro "O Bando"
"A organização ambientalista World Wildlife Fund (WWF) levou a cabo um estudo sobre as alterações climáticas e concluiu que uma grande parte das capitais europeias regista actualmente temperaturas mais elevadas do que há alguns anos atrás. De acordo com esta associação, a poluição das centrais eléctricas é o factor que mais contribui para as alterações climatéricas qu afectam o velho continente. Por este motivo, a WWF apela á UniãoEuropeia para que estabeleça objectivos e limites às emissões de gases poluentes para a atmosfera, nomeadamente de dióxido de carbono. Este estudo, levado a cabo pela organização não governamental, envolveu 15 cidades europeias e revela que entre os anos 2000 e 2004, a média de temperaturas registadas na maioria das cidades analisadas, era pelo menos um grau mais elevada do que a registada em igual periodo da década de 70. Analisando cada caso, a WWF concluiu que uma das cidades onde se registou maior subida subida de temperatura foi Madrid. O mesmo aconteceu em Londres, que sofreu um aumento consideravel das temperaturas no pico do verão. A capital britânica registou uma média de 22,5º C nos meses deste verão, quando há 30 anos atrás não ultrapassava os 20,5º C. As cidades com menor variação foram Dublin e Copenhaga, onde as temperaturas oscilaram apenas entre 0,2 e 0,7 graus. Um estudo efectuado pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) revelou tambem que a média de temperaturas na Europa aumentou 0,8º C ao longo do século passado. Algumas previsões mais pessimistas apontam ainda para um aumento, nos próximos quatro anos, na ordem dos 0,4º C, o valor máximo previsto, com ondas de calor a afectar cada vez mais intensa e frequentemente toda a Europa. De acordo com o WWF, as centrais eléctricas são responsáveis por 39% das emissões de dióxido de carbono, na Europa, por isso, esta organização apela aos Governos para que passem a usar energias renováveis e menos poluentes, tais como o vento, a energia solar e o gás natural".
Questões:
* Estarão os lobies petróleo/governos de acordo?
* Se o problema já é conhecido desde fins do século XIX, quando Svante Arrhenius afirmou que o aumento massiço da queima de combustíveis fósseis, provocaria um aumento global da temperatura média do planeta, teoria que continuou a ser defendida por Lester Brown,,,Porquê, ainda hoje, isto é questionado?
* Tudo indica que já ultrapassámos o ponto de não retorno. As catástrofes serão cada vez mais frequentes, multiplicando-se as ocorrências em periodos cada vez mais curtos. Uma boa janela de oportunidade para os negócios empresariais à maneira neocon?, enquanto o Tratado de Kioto é encarado como "um desastre" para a Economia?
mas,O que é a Economia?
"Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos, que, vendo, não vêem".
"O Requiem pela Humanidade" é uma partitura do jovem compositor Jorge Salgueiro, composta para a encenação da peça "Ensaio sobre a Cegueira" inspirada no romance homónimo de José Saramago - em cena no Teatro da Trindade, pelo Grupo de Teatro "O Bando"
sábado, setembro 10, 2005
Arquitecto Fernando Távora, 1923-2005
“Faleceu Fernando Távora, decano dos arquitectos portugueses e fundador da Escola do Porto”
“Sei que o infinitamente grande é tão infinito como o infinitamente pequeno” – foi com este singelo epitáfio, escrito pelo próprio, que o Arquitecto se despediu do Porto, onde deixou Escola. Porto que, por ironia, viu recentemente emergir bem no seu coração um infinitamente gigantesco e desmesurado “monumento” ao Neoliberalismo – a Casa da Música – cujo uso é secundário, valendo-se só como principal o valor obtido com o acto da sua criação, pelos interesses imobiliários que promoveram a sua construção, que aliás suscitou a indignação geral face aos exorbitantes custos alienados em nome de uma inóqua Sociedade do Espectáculo, enfim – uma ilha de suposto virtuosismo arquitectónico no meio do mar de desordenamento do território que é o nosso país.
Fernando Távora legou-nos o principio de conciliar os desafios do modernismo com a preservação das tradições culturais das nossas construções – nomeadamente através daquilo que ele chamava o “difícil exercício de converter situações de extrema complexidade na singularidade das coisas simples” – conceito que teve aplicação prática em toda a sua obra, principalmente na notável reabilitação do Centro Histórico de Guimarães – hoje Património da Unesco.
Terá a sua Escola seguidores dispostos a preservar o seu ideal lutando contra a preversão grosseira que é a importação bacôca de modelos de “mamarrachos” de culturas estranhas?
Haverá quem se disponha a enfrentar o Capital Internacional e os seus serventuários que prevertem a nossa mais valia natural que é a Paisagem, viabilizando interesses corruptores das nossas identidades nacionais e regionais?
Infelizmente, não nos parece. O Centro de “Artes” que aterrou como autêntico ovni no centro histórico de Sines é um exemplo. Segue-se Tróia.
Relacionado:
“O Urbano e a Artificialização da Natureza” por João Craveiro
“Sei que o infinitamente grande é tão infinito como o infinitamente pequeno” – foi com este singelo epitáfio, escrito pelo próprio, que o Arquitecto se despediu do Porto, onde deixou Escola. Porto que, por ironia, viu recentemente emergir bem no seu coração um infinitamente gigantesco e desmesurado “monumento” ao Neoliberalismo – a Casa da Música – cujo uso é secundário, valendo-se só como principal o valor obtido com o acto da sua criação, pelos interesses imobiliários que promoveram a sua construção, que aliás suscitou a indignação geral face aos exorbitantes custos alienados em nome de uma inóqua Sociedade do Espectáculo, enfim – uma ilha de suposto virtuosismo arquitectónico no meio do mar de desordenamento do território que é o nosso país.
Fernando Távora legou-nos o principio de conciliar os desafios do modernismo com a preservação das tradições culturais das nossas construções – nomeadamente através daquilo que ele chamava o “difícil exercício de converter situações de extrema complexidade na singularidade das coisas simples” – conceito que teve aplicação prática em toda a sua obra, principalmente na notável reabilitação do Centro Histórico de Guimarães – hoje Património da Unesco.
Terá a sua Escola seguidores dispostos a preservar o seu ideal lutando contra a preversão grosseira que é a importação bacôca de modelos de “mamarrachos” de culturas estranhas?
Haverá quem se disponha a enfrentar o Capital Internacional e os seus serventuários que prevertem a nossa mais valia natural que é a Paisagem, viabilizando interesses corruptores das nossas identidades nacionais e regionais?
Infelizmente, não nos parece. O Centro de “Artes” que aterrou como autêntico ovni no centro histórico de Sines é um exemplo. Segue-se Tróia.
Relacionado:
“O Urbano e a Artificialização da Natureza” por João Craveiro
quinta-feira, setembro 08, 2005
A Pedagogia dos Oprimidos - Paulo Freire
Paulo Freire e os filhos de Deus
Quando Paulo Freire estava no exílio no Chile nos anos 60, estabeleceu o seguinte diálogo com alguns camponeses:
"Depois de alguns momentos de bom debate como um grupo de camponeses o silêncio caiu sobre nós e nos envolveu a todos. O discurso de um deles foi o mesmo. A tradução exacta do discurso do camponês chileno que ouvira naquele fim da tarde.
— Muito bem — disse-lhes eu. — Eu sei. Vocês não sabem. Mas por que é que eu sei e vocês não sabem?
Aceitando o seu discurso, preparei o terreno para minha intervenção. A vivacidade brilhava em todos. De repente a curiosidade se acendeu. A resposta não tardou.
— O senhor sabe porque é doutor. Nós, não.
— Exacto, eu sou doutor. Vocês não. Mas, por que eu sou doutor e vocês não?
— Porque foi à escola?
— Porque seu pai pôde mandar o senhor à escola. O nosso, não.
— E por que os pais de vocês não puderam mandar vocês à escola?
— Porque era camponês?
— É não ter educação, posses, trabalhar de sol a sol sem direitos, sem esperança de um dia melhor.
— E porque ao camponês falta tudo isso?
— Porque Deus quer.
— E quem é Deus?
— É o Pai de nós todos.
— E quem é pai aqui nesta reunião?
Quase todos de mão para cima, disseram que o eram. Olhando o grupo todo em silêncio, fixei-me num deles e perguntei-lhe:
— Quantos filhos você tem?
— Três.
— Você seria capaz de sacrificar dois deles, submetendo-os a sofrimento para que o terceiro estudasse, com vida boa no Recife? Você seria capaz de amar assim?
— Não.
— Se você — disse eu —, homem de carne e osso, não é capaz de fazer uma injustiça dessa, como é possível entender que Deus o faça? Será mesmo que Deus é o fazedor dessa coisa?
Um silêncio diferente, completamente diferente do anterior, um silêncio no qual algo começava a ser partilhado. Em seguida:
— Não. Não é Deus o fazedor de tudo. É o patrão!
quarta-feira, setembro 07, 2005
Tróia - o Choque Ecológico
óleo sobre tela, xatoo2003
"A Sonae vai oferecer 8 mil binóculos à população para ver a implosão das Torres amanhã quinta-feira… o candidato do Bloco de Esquerda, João Bárbara, oferece hoje 7 de Setembro, pelas 14h00, um canudo de 4 m de comprimento ao actual Presidente da Câmara de Setúbal"
O grande acontecimento da semana é a implosão das duas torres perante milhares de pacóvios, entre eles o 1º ministro Sócrates. Está assim montado o cenário para branquear as restantes torres, como se não existissem, nem viessem a ser transformadas em resort de luxo, casinos e outras casas de mau-porte,urbanizações com caracteristicas residenciais,(semelhantes às já existentes em Soltróia) a que se acrescentarão em breve ocupações da restante costa até Melides (Herdade do Pinheirinho) por projectos megalómanos tipo algarve com dezenas de milhares de camas previstas, (p/e do BES na Comporta, já em construção) na única costa mínimamente salvaguardada da Europa.
A cereja em cima desta bosta, será um Centro Comercial no cais de embarque dos ferries, em Setúbal, um empreendimeto do Grupo Amorim, que virá arruinar o comércio tradicional de Setúbal, ao mesmo tempo que o terminal em Tróia onde desembarca a populaça será desviado para o interior do estuário do Sado, zona protegida pela existência da colónia de golfinhos roazes.
Como por aqui se vê, no Portugal do P"S", o "choque tecnológico" é sempre mais do mesmo,,,
terça-feira, setembro 06, 2005
a mediatização do conflito israelo-árabe
"Não acredites naquilo que vês, nem julgues pelas aparências"
citação de filosofia budista
Para um aprofundamento dos temas, mais artigos, AQUI
citação de filosofia budista
Para um aprofundamento dos temas, mais artigos, AQUI
Israel – A Terra Prometida, no meio de uma montanha de destroços
Dov Weisglass, considerado o arquitecto da operação unilateral de abandono da Faixa de Gaza, conselheiro do governo do General Ariel Sharon, 1º ministro de Israel, em entrevista ao jornal “Haaretz” em 6 de Outubro de 2004, tinha explicado a situação – “Em fins de 2003 compreendemos que estava tudo bloqueado (…) Estávamos perante uma erosão internacional e perante uma erosão interna, tudo se desmoronava, a economia encontrava-se numa situação infernal.O Tribunal Internacional de Haia tinha solicitado o desmantelamento do Muro que estava (está!) a ser construído no interior profundo da Cisjordânia. Quando surgiu o acordo de Genebra, este obteve um amplo apoio. Depois vieram as cartas dos oficiais e dos pilotos (recusando-se a prestar serviço nos territórios ocupados.Sharon decidiu então entregar Gaza, que ele nunca tinha considerado de interesse nacional, para salvar os colonatos da Cisjordânia e, mais importante ainda, para impedir qualquer acordo negociado com os Palestinianos e a discussão sobre a questão dos refugiados.. Ao congelarmos o processo de negociação previsto no Roteiro para a Paz, impedimos a criação de um Estado Palestiniano”
Efectivamente, depois de Gaza, já ninguém se lembrará do “Road Map” do padrinho americano?. A operação enganosa engendrada por Israel, de retirar 7000 colonos da destruída Faixa de Gaza, um dos territórios mais sobre-populosos do mundo, encobre a vertiginosa construção de colonatos visando a apropriação ilegal de mais de metade dos territórios da Cisjordânia, onde vivem já 240.000 colonos, entre o Muro e a linha verde de 1967. A sociedade palestiniana está a ser desmantelada.
Segundo o GCE a construção aí aumentou 83% (564 casas em 2005 contra 308 em 2004, enquanto em Israel a indústria da construção civil baixou 25%. Os licenciamentos para os Colonatos e ordens de demolição, normalmente para casas Palestinianas, neste processo de Ocupação, é supervisionado pelo sector Nacional-Religioso (Partido sionista Nacional Religioso com 15 deputados no total dos 120 da Assembleia israelita) fortemente implantado nos organismos da Administração Civil municipais e do Estado que são um Departamento do Exército(!) que por sua vez controla a Ocupação. Por exemplo desde 1998 não foram efectivadas 2500 ordens de demolição de construções ilegais nos colonatos, facilitando, segundo o relatório de Talia Sasson, a construção de mais de 110 “postos avançados” enquanto o mesmo Organismo manda destruir todos os anos cerca de 300 casas de palestinianos.
Concluindo. Gaza, um campo degradado de ruínas e grande centro de recrutamento de revoltosos, (vidé “Um território em ruínas” – por Nader Abou Dagga – Le Monde Diplomatique Agosto 2005 – traduzido no "post" em baixo) estava a custar mais a Israel do que valia. Resta todo o conflito para resolver, sem fim à vista.
Os colonos israelitas extremistas infiltrados no Exército, ameaçam com uma guerra civil, caso a desocupação venha a prosseguir. Tal ameaça levou ao afastamento nas recentes operações (que empregaram 10 soldados por cada um dos 7 mil colonos deslocados), de dois importantes regimentos – o Golani e o Givati, com comandantes militares de extrema-direita – alem de que em Israel não há sequer uma sociedade civil capaz de discutir com o exército.
domingo, setembro 04, 2005
Não OTA nem desOTA?
I A ideia de um novo aeroporto a construir na Ota remonta a 1999 com um custo estimado de 1,8 mil milhões de euros. Em meados de 2003, sem que nada tivesse sido feito, sob a batuta do PSD, o custo previsto já tinha aumentado para 2,5 mil milhões.
Em 2005 ninguem sabe qual será o custo, e o governo PS limita-se a avançar com a obra numa base de gastar 650 milhões de euros até 2009. Para fazer o quê e decidido por quem, em que bases técnicas, tambem ninguém sabe, porque não existem estudos credíveis, pelo menos que estejam publicados.
Sobre a questão, que já torrou um ministro, não há cão nem gato que não “amande o seu bitáite”. O mais famoso é o do governador do Banco de Portugal que disse que na actual situação de falência técnica do País não há dinheiro para a obra. Porquê avançar então se p/e todos os presidentes das Companhias aéreas estão contra?,,, sendo além disso considerado um investimento desnecessário por vários economistas?
Efectivamente o excesso de tráfego na Portela pode ser perfeitamente resolvido pela adaptação do aeroporto de Alverca (base das OGMA) para receber os voos charter e de low-cost, solução defendida por vários especialistas (ver Visão 28/7), onde tambem existe a possibilidade de ligação ferroviária com uma futura linha de TGV de ligação à Europa via Madrid (a única que tem sentido rentável em território nacional), e outra já existente por comboio Pendular ao Porto.
Ademais, com uma nova crise petrolífera no horizonte, ameaças e custos de combustíveis e de exploração cada vez mais exorbitantes, só lunáticos podem continuar a sonhar com irrealisticos aumentos massivos do Turismo como “indústria”.
Apesar de tudo isto, a opinião pública tomou conhecimento do avanço para a solução da Ota quando o grupo imobiliário do Banco Espírito Santo (BES) desatou a comprar tudo o que era terreno nos arrabaldes de Alenquer, do Carregado e da Ota.
Estará encontrado o mistério de quem é que decidiu mandar o governo PS decidir?
II
Não consta que o BES tencione transformar-se em Partido nem submeter os seus Executivos a eleições, nem a Constituição certamente o permitiria. Em que se fundamenta então esta ascendência do poder Económico sobre a apropriação dos Fundos Públicos do Estado que deveriam ser transparente e democraticamente geridos no interesse geral de todos os portugueses?
Obviamente existe aqui um problema sério e mais importante teórica e praticamente, que é a destruição da esfera pública pelas políticas Neoliberais. Em geral, trata-se de privatizar a acumulação de ganhos pelos Grupos Económicos, e de socializar os custos pela sua imputação ao orçamento do Estado.
Neste ponto essencial, Cavaco, PS, Soares e PSD/CDS estão sempre 100% de acordo!
sábado, setembro 03, 2005
o Homem do Leme
Manuel Halpern no JL:
A ideia veiculada em séries televisivas e livros de ficção cientifica pode muito em breve tornar-se uma realidade à escala global. Não serão os olhos de Deus, mas sim uma máquina bizarra instalada para além do nosso céu. E o jeito que não daria no “combate ao terrorismo” esse olho gigante capaz de controlar o mundo e cada um dos seus individuos.
Uma ideia aproximada do que poderá vir a ser esse futuro assustador é dada pelo Earth Google, um dos programas gratuitos mais populares do momento, que inclui imagens de satélite do mundo inteiro. Uma maravilha tecnológica de um pormenor esmagador. Os interessados só têm de fazer o download do programa em www.earth.google.com. Existe em três versões. A mais avançada é paga e destina-se exclusivamente a empresas do ramo (com sete dias à experiencia). As outras são gratuitas. Contudo, para funcionar perfeitamente, é requerido um computador relativamente recente.
Uma vez instalado o programa deixe-se deslumbrar. À primeira vista, a imagem do globo. Dois cliques no botão do lado esquerdo do rato aproximam, no botão do lado direito afastam.
Por defeito o mundo surge-nos desenhado de um ângulo pouco usual. Portugal está de pernas para o ar (eheheh). Em vez de se situar em baixo, encontra-se no topo da Europa (!). Mas basta um movimento circular com o rato para pôr o mundo ao nosso jeito. Depois é um salto no abismo. Um acelerado zoom. Dos confins do espaço até ao mais infimo pormenor, mergulho em Laveiras, descubro o edificio da Impresa e, por pouco, não consigo espreitar pela janela e ver-me a escrever este texto. Assinalando os campos, consigo saber nomes de ruas, edificios, hotéis,,, Através de um pequeno comando muda-se a perspectiva de vertical para horizontal.
De seguida, viajo até ao Afeganistão, mais rápido do que a luz, na esperança de encontrar o homem mais procurado do mundo. Mas a única coisa que descubro é uma ideia vaga de montanhas. Porque mesmo no Earth Google há primeiros e terceiros mundos. Pode-se ter uma noção bastante nítida das ruas de Nova Iorque ou de Lisboa (e de todas as áreas a sombreado), mas em locais como o Afeganistão ou Cabo Verde só nos aparece a indicação das principais localidades. Se isto já está na Internet disponível para todos, estou certo que a CIA possui tecnologia mais avançada. Alô Houston, está alguém a observar-me neste momento?
sexta-feira, setembro 02, 2005
“De nada serve partir das coisas boas de sempre, mas sim das coisas novas e más”
Bertolt Brecht
Há mais de 50 anos que a economia Liberal livre é uma mentira. Depois da grande Depressão (o crash dos Monopólios de Estado em 1929/1936), o keynesianismo constituiu o Fundo Público do Estado como motor e regulador do desenvolvimento. (leia-se modo de acumulação capitalista – o New Deal de Truman)
Para se construir o pretenso Mercado auto-regulado, que dispensaria tudo o mais a não ser os próprios critérios de lucratividade, tornou-se necessário, contraditóriamente, cada vez mais Estado e muitos recursos Públicos.
No dizer de François Ewald em “L`État-Providence” tratou-se de um trânsito de paradigma do Contrato Mercantil estruturado nos códigos napoleónicos, para o paradigma da Segurança, estruturado pelo “Welfare State”. Segundo esta interpretação, verificou-se um trânsito da produção de mercadorias regulada sobretudo pelo Mercado para uma regulação que dependeu básicamente dos Direitos de Cidadania, alicerçados nos novos direitos sociais e do trabalho.
Adivinha-se agora um novo paradigma em gestação, onde as Mercadorias supostamente teriam deixado de ser o meio fundamental de medida económica, muito por via da subversão feita pela teoria de Milton Friedman de considerar a Moeda ela própria uma mercadoria. O prazo de validade deste modelo insustentável está no entanto, como sempre foi evidente, a chegar ao fim.
No centro do conflito a actual luta ideológica é clara neste tempo de Neoliberalismo conjugado com Globalização – trata-se da tentativa de destruição do Fundo Público como mecanismo regulador. O processo de destruição dos direitos sociais e de emprego em curso, nada tem já a ver com hegemonia na prossecução da acumulação capitalista, mas sim com Exclusão. Esta tem um sentido forte, e não apenas economicista – o de inclusão ou exclusão no Mercado. A construção desta espécie de Sociedade de castas será mais letal do que o foi a escravatura. Os novos “intocáveis” se-lo-ão pelos Direitos e jamais se poderão emancipar – (para o aprofundamento deste tema leia-se Emir Sader, ou – “A Vanguarda do atraso e o Atraso da vanguarda” e o conceito de Rigidez-Exludente do brasileiro Francisco de Oliveira – “na Europa a barreira estabeleceu-se nos 2/3 de incluídos e 1/3 de excluídos, invertendo-se porém a fórmula quando se trata dos países periféricos do chamado Terceiro Mundo”)
O que está em jogo é o próprio sentido da Civilização, tal como nos foi legado, apesar de tudo, pelo Iluminismo.
Proclama-se a inexistência das classes no Capitalismo contemporâneo, e decreta-se a predominância exclusiva do “sujeito autónomo” de Hegel. Como se depois dele, Marx nunca tivesse existido!
Ora um Estado completamente subordinado ao Capital, defendido pelos seus mais ferrenhos adversários e detractores, é a maior homenagem que pode ser prestada a Karl Marx.
(continua)
Bertolt Brecht
Há mais de 50 anos que a economia Liberal livre é uma mentira. Depois da grande Depressão (o crash dos Monopólios de Estado em 1929/1936), o keynesianismo constituiu o Fundo Público do Estado como motor e regulador do desenvolvimento. (leia-se modo de acumulação capitalista – o New Deal de Truman)
Para se construir o pretenso Mercado auto-regulado, que dispensaria tudo o mais a não ser os próprios critérios de lucratividade, tornou-se necessário, contraditóriamente, cada vez mais Estado e muitos recursos Públicos.
No dizer de François Ewald em “L`État-Providence” tratou-se de um trânsito de paradigma do Contrato Mercantil estruturado nos códigos napoleónicos, para o paradigma da Segurança, estruturado pelo “Welfare State”. Segundo esta interpretação, verificou-se um trânsito da produção de mercadorias regulada sobretudo pelo Mercado para uma regulação que dependeu básicamente dos Direitos de Cidadania, alicerçados nos novos direitos sociais e do trabalho.
Adivinha-se agora um novo paradigma em gestação, onde as Mercadorias supostamente teriam deixado de ser o meio fundamental de medida económica, muito por via da subversão feita pela teoria de Milton Friedman de considerar a Moeda ela própria uma mercadoria. O prazo de validade deste modelo insustentável está no entanto, como sempre foi evidente, a chegar ao fim.
No centro do conflito a actual luta ideológica é clara neste tempo de Neoliberalismo conjugado com Globalização – trata-se da tentativa de destruição do Fundo Público como mecanismo regulador. O processo de destruição dos direitos sociais e de emprego em curso, nada tem já a ver com hegemonia na prossecução da acumulação capitalista, mas sim com Exclusão. Esta tem um sentido forte, e não apenas economicista – o de inclusão ou exclusão no Mercado. A construção desta espécie de Sociedade de castas será mais letal do que o foi a escravatura. Os novos “intocáveis” se-lo-ão pelos Direitos e jamais se poderão emancipar – (para o aprofundamento deste tema leia-se Emir Sader, ou – “A Vanguarda do atraso e o Atraso da vanguarda” e o conceito de Rigidez-Exludente do brasileiro Francisco de Oliveira – “na Europa a barreira estabeleceu-se nos 2/3 de incluídos e 1/3 de excluídos, invertendo-se porém a fórmula quando se trata dos países periféricos do chamado Terceiro Mundo”)
O que está em jogo é o próprio sentido da Civilização, tal como nos foi legado, apesar de tudo, pelo Iluminismo.
Proclama-se a inexistência das classes no Capitalismo contemporâneo, e decreta-se a predominância exclusiva do “sujeito autónomo” de Hegel. Como se depois dele, Marx nunca tivesse existido!
Ora um Estado completamente subordinado ao Capital, defendido pelos seus mais ferrenhos adversários e detractores, é a maior homenagem que pode ser prestada a Karl Marx.
(continua)
quinta-feira, setembro 01, 2005
a Regata Histórica no Grande Canal em Veneza
Num mundo conturbado, o romantismo refugiou-se aqui. Todos os anos no 1º domingo de Setembro o ritual da Regatta Stórica se repete.
www.comune.venezia.it
Em simultâneo no Lido decorre a Bienal de Cinema, este ano, mais uma vez com uma obra de Manoel de Oliveira- "O Espelho Mágico" - e outra de João Botelho - "O Fatalista" - ambas candidatas ao Leão de Ouro.
www.comune.venezia.it
Em simultâneo no Lido decorre a Bienal de Cinema, este ano, mais uma vez com uma obra de Manoel de Oliveira- "O Espelho Mágico" - e outra de João Botelho - "O Fatalista" - ambas candidatas ao Leão de Ouro.
IV Reich - Deus, Totalitarismo e Barbárie
1 - A ordenação divina é uma ideia muito perigosa, especialmente se combinada com potência militar (os Estados Unidos têm 10.000 armas nucleares, bases militares numa centena de países diferentes e navios de guerra em todos os mares). Com a aprovação de Deus, não há necessidade de critérios humanos de moralidade. Qualquer pessoa que hoje invoque o apoio de Deus poderia envergonhar‑se de recordar que as tropas de assalto nazis tinham escrito nos seus cintos «Gott mit uns» («Deus está connosco»).
in:
"O Poder e a Glória: Mitos do excepcionalismo americano"
por Howard Zinn, traduzido da "Boston Review", aqui.
2 - As cenas de barbárie e desordem em New Orleans, no rasto do furacão Katrina (fenómenos cada vez mais frequentes por via do Aquecimento Global) naquele que seria suposto ser o "melhor país à face da Terra", roçam o inacreditável. Centenas de milhares de pessoas evacuadas,inundações catastróficas provocadas pela ruptura de diques de contenção das águas do mar, centenas de mortos,falta de alimentos e medicamentos, pilhagens de lojas e de supermercados com o beneplácito tácito da Policia, roubo de Armas, Grupos de Combate especiais do Exército patrulhando as ruas com ordens para abater ladrões num cenário dantesco, falta de Energia, explosões de gás que provocam incêndios, proprietários de caçadeiras em riste defendendo as suas propriedades, enfim, o fatal massacre dos Media martelando sistemáticamente na tecla da desgraça. Uma transeunte desabafava para uma cadeia de televisão: "Esta tragédia fez-me repensar o meu relacionamento com a Natureza". Deveria sugerir aos seus dirigentes politicos que repensassem igualmente o seu relacionamento com Deus, mas antes disso e, principalmente com os compromissos a assumir no âmbito dos Protocolos de Quioto.Que mais será preciso acontecer para se questionar este modelo de desenvolvimento, neste tipo de Sociedade cada vez com maior complexidade, sem bases de sustentação sólidamente implantadas?
3 - No Iraque, em dia de manisfestação religiosa Xiita, e em vésperas do referendo para a aprovação da "Constituição" redigida pelos ocupantes americanos, bastaram alguns gritos de alarme sobre a presença de um eventual bombista suicida Sunita para o resultado do terror ser semelhante aos cataclismos naturais. Do pânico gerado resultou quase um milhar de mortos.
Nos Estados Unidos, depois do episódio de Cindy Sheenan, apela-se já abertamente ao "impeachement" do Presidente:
http://www.votetoimpeach.org
e Ramsey Clark convoca os novaiorquinos para grandes manifestações anti-Bush no próximo dia 23 de Setembro aquando da visita do Presidente à séde das Nações Unidas onde irá apelar para uma nova resolução do Conselho de Segurança que determine o envolvimento de tropas internacionais de reforço à ocupação do Iraque, tentando uma vez mais transformar a ONU naquilo que ela afinal de forma mais ou menos encapotada sempre foi - uma marioneta do imperialismo dos Estados Unidos e um instrumento para a prossecução da sua hegemonia.
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