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Uma das mais antigas organizações que contestam a cultura de OGM em Portugal, a “Plataforma Transgénicos Fora do Prato” disse a propósito: “não nos revemos nos métodos mas compreendemos os motivos. Há anos que nós contestamos os OGM com razoabilidade e nunca conseguimos nada parecido com este mediatismo”. E por a´abaixo. A zelosa Quercus demarcou-se do grupo que atacou o campo de milho marado considerando que foi uma “acção excessiva”; e o côro dos coiotes do regime, com o eurodeputado VGMoura à cabeça, invectivaram o movimento “Verde Eufêmia” de abutres para cima. Afinal parece que o grande problema é a propriedade privada – nem mais, Portugal inteirinho transformou-se numa imensa propriedade privada daqueles poucos que decidem quais são as leis e a favor de quem elas se aplicam. Aliás, segundo um dito popular que por aí corre, “se as eleições resolvessem alguma coisa já tinham de há muito sido proibidas”. Instado pelo sururu das bases o Presidente da República mandou, pessoalmente, o recado ao Governo: “A violação da propriedade privada é uma violação da lei (...) e não podem restar quaisquer dúvidas de que a lei é para ser cumprida (...) quem tem o poder para a fazer cumprir não pode deixar de utilizá-lo”
Só para que se entenda aquilo a que se faz referência quando se fala dos governos dos politicos ao serviço dos interesses económicos das multinacionais, saiba-se que Sua Excelência é, ele próprio, um dos primeiros produtos transgénicos nacionais, um hibrido com origens paternas no homem da bomba de gasolina, alma mater do nóvel austrolopiteco automobilis, cruzado com a revolução cinzenta do betão dos anos 60 que destruiu de vez a cultura algarvia como algo identificável na paisagem. Parece-nos relevante que o tipo de funcionários do capitalismo internacional, como “o nosso” Presidente, quando homenageia os Autarcas de Albufeira – mostrem claramente a predisposição generalizada para se aceitar todos os investimentos que surgem sem olhar a custos ambientais desde que lhes deixe algum. Azar dos portugueses, que residem na coutada
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