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A convite da TVI um antigo combatente acompanhando uma equipa de reportagem deslocam-se à Guiné. O convidado enverga uma T-shirt duma companhia de seguros (o patrocinador que decerto pagou o bilhete de avião). Visitam o local onde três soldados portugueses mortos em combate foram sepultados. Um sítio inóspito, abandonado, onde cresce o capim - a mensagem subliminar é a de que "os pretos continuam a ser uns malvados" (que nem uma sepultura condigna sabem dar aos adversários). Em casa a família vê a reportagem e chora em directo para a televisão. Não se percebe bem se choram os entes que lhes deveriam ser queridos, se as condições em que está o sitio onde apressadamente os colegas enterraram os mortos enquanto estavam debaixo de fogo, se as deploráveis condições de luta pela sobrevivência a que ficaram votadas as populações das ex-colónias. As famílias das vítimas e os antigos colegas dos soldados, se calhar não saberão explicar o que se passou - por isso mesmo se deviam recusar a participar, servindo de instrumentos na mão de manipuladores que fazem da morte espectáculo. É indigno.
Aguentem o fardo do Homem Branco
Enviem para a frente o melhor que tenham gerado
mas, Impeçam o mercenários da televisão
De facturar as campas dos nossos soldados
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