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cinematografia: 3
avaliação politica: 2
Citando as palavras de Dick Cheney em 2001, acerca da guerra contra o terrorismo: “Será para nós vital usar todos os meios à nossa disposição para alcançar o nosso objectivo” – foi ao abrigo desta intenção que o taxista Dilawar foi detido como suspeito e enviado para a prisão de Bagram, onde foi torturado “para se obter informações”. Nunca mais regressaria a casa. Acabou por morrer das sevicias sofridas, apesar de mais tarde as autoridades militares reconhecerem que o homem estava inocente. A barragem feita aos meios de informação seria no entanto quebrada, quando estalou o escândalo de Abu Ghraib e se conheceram as práticas de transporte secreto de prisioneiros pela CIA para Guantanamo (e outras prisões secretas) e os processos organizados e sistemáticos de tortura. Já foram presas mais de 80 mil pessoas, sendo o indiciamento de culpados (what ever it is) inferior a 5 por cento.
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O controlo da informação e a fabricação do Terror
No final o realizador Alex Gibney responde a questões colocadas pelos espectadores: “Acha que filmes como este podem alterar a visão das pessoas sobre o mundo?” – “Sim, não só pode, como deve. Se os cidadãos tolerarem a tortura, em breve serão eles próprios os torturados. Não há saída. Temos de rejeitar, como o “Homem Rebelde” de Camus, a enorme imoralidade que é a tortura”. Gibney conta então uma dessas muitas estórias de experiências psico-sociais feitas nos EUA, esta salvo erro passada em Los Angeles; encenou-se uma situação com um grupo de pessoas no cimo duma colina e, cá em baixo na estrada, inquiriam-se vulgares transeuntes que passavam, aterrorizando-os, dizendo-lhes que os suspeitos eram perigosos terroristas que ameaçavam atacar. Eles realmente lançavam impropérios lá de cima, enquanto ao mesmo tempo se distribuíam armas com balas simuladas aos inquiridos. 60 por cento dos transeuntes dispararam sobre os alegados agressores, mesmo sem ter uma percepção firme sobre o que se estaria a passar.
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