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quarta-feira, outubro 17, 2007

ouvindo o uivo dos lobos

Se a refexão de Jean Braudillard (em Simulacros e Simulações) se revelar correcta, que “o Povo” se converteu num simulacro do autêntico Ser humano, isto de certa maneira explica o porquê da nossa época estar tão povoada pela tristeza, pela redução drástica das liberdades cívicas, pelo desumano aumento da pobreza em termos materiais, enfim, pela falta de pastos ideológicos,
Decerto motivada pela grotesca antevisão dos gloriosos duelos Sócrates-Santana no parlamento português feito caixa de ressonância de televisão rasca para atrasados mentais, Susan Sontag, (como judia-americana sabendo concerteza do que falava), disse certa vez que – “Dez por cento de qualquer população tem instintos cruéis, não interessa sobre o quê, enquanto outros dez por cento são misericordiosos. Os restantes oitenta por cento podem ser levados em qualquer direcção

a Política no Supremo Reino do Terror

"O autoritarismo e nervosismo do Poder mede-se pelo afã em limitar ao máximo as liberdades fundamentais na Administração Pública como forma de controlar a pesada máquina estatal (para quem não se recorda: "O Monstro"). A limitação formal do direito à greve, na legislação actual, já é muito ampla, através, por exemplo, da obrigatoriedade de aviso prévio, dos «serviços mínimos» em muitos ramos de actividade, etc. o que faz com que uma greve seja fácil de contrariar em termos de estratégia patronal e governamental. Porém, aquando da preparação da greve geral convocada pela CGTP, a 30 de Maio passado, o poder desejou ir um bocado mais além na estratégia de intimidação, dando ordem para os serviços públicos registarem as faltas dadas pelos trabalhadores por causa de greve. Os membros do governo e seus sicários argumentaram com uma necessidade «estatística» e do governo poder dispor de verdadeiro número de grevistas. Porém, a verdade é que este registo vem particularizar que trabalhadores em tal serviço fizeram greve, tornando perfeitamente possível as chefias obterem esses dados, mesmo à revelia de todo e qualquer conhecimento do trabalhador, aquando da «avaliação de desempenho» do mesmo. Assim, por mais que o governo argumente que não é essa a sua intenção, o próprio facto da exequibilidade disto acontecer (visto essa base de dados electrónica existir na Administração Pública) já coloca os trabalhadores perante uma séria ameaça ao seu vínculo, visto que se tiverem duas avaliações negativas são excluídos (após um processo «disciplinar», pró-forma); ou então arriscam-se ficar sempre na mesma posição em termos de carreira, por mais que o seu desempenho global seja positivo, pois o maquiavelismo do processo de avaliação instaurado permite todas as discriminações (...)
(por Manuel Baptista, publicado no "Luta Social")

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