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quinta-feira, dezembro 27, 2007

da literatura light - a "Don deLillo Society"

"Comment parler des livres que l'on n'a pas lus?" - em “Libra” deLillo revisita uma grande obcessão: o assassinato de Kennedy; em “Mao II” exercicios paranóicos sobre Hitler, “Cosmopolis” uma odisseia de milionários sobre referências luxuosas, “End Zone” sobre cultura de massas, e uma visão do mundo formada pela remota lembrança do cinema europeu, pelo jazz e pelo expressionismo abstracto: “O Corpo enquanto Arte”. Dele diz Harold Bloom, um especialista no cânone literário ocidental, escrever ficção pertinente sobre tecnologia e massificação, consumismo e alienação, conspiração e paranóias – será um dos quatro maiores autores da literatura americana actual (que não de expressão universal), junto com Thomas Pynchon, Cormack MacCarthy e Philip Roth. Excepto talvez Roth (por causa da morte), são todos bons autores para fazer do “Day to Buy Nothinga politica cultural de todos os dias do ano.

Apresentada a obra, Don deLillo é um novelista light americano, desconhecido excepto nos transportes públicos, que já ganhou uns prémios de que ninguém ouviu falar (pulitzer). É um visionário de binóculos retroactivos, na medida em que começou a profícua actividade de perorar sobre terrorismo quando as duas torres do Comércio Mundial ainda estavam de pé e se sonhava mudar o mundo através dos livros; antigamente,,, porque agora esse sonho precisa de armas. “Primeiro eles matam-nos e depois sabemos o nome deles” diz um personagem de “O Homem em Queda”.
Desculpe: como foi que diz que disse? – os nomes e as moradas dos que iniciaram a matança já todos os sabíamos antes que o uso das armas se generalizasse na luta para travar a emancipação dos povos. Vamos então à realidade. Num video captado no dia 11 de Setembro de 2001 a 500 metros do WTC num ângulo desconhecido das televisões, uma das pessoas das que presenciavam o acontecimento ao vivo, no minuto 12.31, diz expressamente: “Oh my God, oh my God, era um avião militar” – um contributo portentoso para a desmistificação da “guerra contra o terrorismo” que monopoliza romancistas de mercado, resmas de páginas de jornais e quilómetros de escrita de comentadores e críticos pagos à linha.

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