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segunda-feira, junho 30, 2008

e provavelmente chegará o dia em que não terei mais nada a dizer,,,

sábado, junho 28, 2008

luta de classes

a nova Lei Bagão Félix-José Sócrates

Segundo o Livro Verde das Relações Laborais, em 1997 (dados da OIT) o índice de sindicalização entre 1985 e 1995, isto é após os “anos de ouro” do consulado Soares PR e Cavaco PM tinha baixado 50 por cento. A taxa de trabalhadores sindicalizados era então de 24,3 por cento contra a média europeia de 29,5 por cento.
Nos países mais prósperos da Europa o número de trabalhadores inscritos nos sindicatos era de 74 por cento na Suécia e 82 por cento na Dinamarca. Isto significa que quanto maior é a participição de todos no contrato social maiores são as possibilidades de coesão e de geração de riqueza.
Não é este o nosso caso, desde os tempos de luta pós 25 de Abril. Com o golpe neofascista de 25 de Novembro, a mensagem no sentido neoliberal era já clara: ou te mercantilizas ou te marginalizas. Efectivamente o novo precariado não se identifica com os sindicatos, coisa que exige esforço, muito trabalho e ainda por cima dinheiro das quotas. É melhor ir para a praia, e deixar a resolução dos problemas aos patrões e ao Governo. Assim, a actual taxa de sindicalização em Portugal é de 17 por cento

O individualismo incentivado próprio da ideologia oficial tem vindo a acabar de vez com as veleidades de iniciativas colectivas de trabalho, a que os portugueses por tradição são tão avessos. Cada um mija com a sua - as pequenas e micro empresas representam 99,6 por cento do mercado de trabalho empregando mais de 2 milhões de trabalhadores. Derivado à frágil estrutura destas “empresas” onde o patrão é tão pobre como os trabalhadores, (excepto nalgumas facilidades em extrair uns cobres à surrelfa manipulando a contabilidade) 82 por cento dos trabalhadores nunca fizeram greve.
A percentagem de sindicalizados é de 61,4 por cento no Comércio e Serviços (sectores improdutivos e parasitários), e 28,5 por cento na Indústria e Construção. São precisamente estes dois últimos sectores de actividade que serão de imediato os mais penalizados pela entrada e vigor no novo Código do Trabalho de Bagão Felix (2003) José Sócrates (2009). É uma boa pergunta a fazer aos militantes “socialistas”: porque é que a actual direcção do PS, meros amanuenses de Cavaco Silva, preferiram este contrato laboral feito clandestinamente, ao Código emanado do Governo Guterres?

Pela adesão à causa - No modelo americano não se pagam salários por trabalho em emprego continuado; pagam-se trabalhos feitos à peça ou a comparticipação em projectos. Quando estes se concluem o trabalhador é descartado, isto é, entenda-se por “peça” tanto o trabalho ou serviço prestado quanto o próprio trabalhador.
a UGT representa cerca de 500 mil trabalhadores, a maioria dos quais dos sectores parasitários do comércio e serviços, menos de 10 por cento (9,8%) da força de trabalho activa de cerca de 5,2 milhões de trabalhadores. Os sindicatos independentes não filiados em quaisquer das 2 Centrais representam 7 por cento. A taxa de simpatia pela CGTP é de cerca de 21 por cento da massa total dos trabalhadores; e com quem é que o Governo foi falar e tem vindo a congeminar de forma secreta para chegar a este acordo? Com a UGT! – uma parceria entre dois aldrabões ao serviço dos patrões. E para executar que política? afinal a de António Borges, o gurú do PSD e da Goldman Sachs, quando aconselha taxativamente: "Ou as pessoas apertam o cinto e trabalham por menos ou as empresas vão à falência e o desemprego aumenta"
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sexta-feira, junho 27, 2008

Alerta – Há quem queira acabar com o Serviço Nacional de Saúde

O aumento no orçamento de defesa indiano foi feito à custa de cortes em áreas como a Saúde ou a Educação, num país onde 77% da população (sobre)vive com menos de 25 rupias (32 cêntimos) por dia. Falando em Submarinos:
Como estes navios são entregues a Portugal em 2010, o Governo é obrigado, segundo o Eurostast, a registar nesse ano os 973 milhões de euros, com juros incluídos, gastos na sua aquisição. Como o custo dos submarinos representa 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2010 o défice das contas públicas aumentará de 0,4 por cento, previsto no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), para 0,9 por cento.

Antes de entrar a ler o corpo do artigo, siga o link seguinte e entre de facto no espírito da coisa: “E os desígnios são claros. O programa está definido. Manter o aparelho de Estado na segurança, nas Forças Armadas, na representação internacional e na Justiça. Acabar com o Estado na Saúde, na Educação e na Segurança Social. Este é o Estado não «de direito», mas sim «de direita». Tem o seu modelo nos Estados Unidos. E é o contrário da concepção de Estado que os países escandinavos têm tentado defender. Ou seja, pretendem que os seus impostos sejam reduzidos apenas à sustentação desta malha de segurança, que lhes permite movimentarem-se de forma selvagem contra aqueles cujo trabalho exploram como querem e quando querem. Com os novos líderes do Partido Social Democrata (PSD) e da sua bancada parlamentar está prometida uma marcha triunfal do discurso de facto populista, atrás da qual muitos tambores de "esquerda" não se importam de ir a aproveitar”
Isabel do Carmo, Le Monde Diplomatique, Novembro de 2007

cagando e andando na Constituição:
"o serviço nacional de saúde não pode ser tendencialmente gratuito"
Manuela Ferreira Leite

"É com muita preocupação que tenho ouvido e lido o que dizem sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) algumas personalidades que se perspectivam na governação do país. O que dizem e escrevem é simples – projectam acabar com o SNS e consideram a área da saúde uma das privatizáveis. É assustador. Mas pelos vistos não tão assustador que seja claro para a maioria das pessoas.
Os vários sistemas:
Um sistema de saúde pode assentar em várias fórmulas. Uma delas é a dos seguros de saúde, defendida pelos respectivos e poderosos lobbies. É o sistema que existe nos EUA. Neste país são desenvolvidas das melhores técnicas e estudos do mundo, mas um terço da população fica de fora. Quem for pobre, não tiver seguro e tiver o azar de fazer uma fractura numa perna, ou não é operado ou fica empenhado até ao fim da vida. Mas também há os seguros com prémios baixos, próprios para pessoas modestas; só quando adoecem é que percebem que afinal o plaffond daquele seguro é muito baixo e não paga quase nada.
Há o sistema francês, em que a Sécurité paga os serviços privados (consultas, operações), para além da rede de serviços públicos. É cómodo, mas tem defeitos ao nível do controlo da quantidade e da qualidade dos serviços privados, que agem isoladamente. Depende dos descontos e está a ser insustentável.
Há o sistema dos seguros obrigatórios, como a Suíça, país rico e estruturado, onde esta obrigação e o nível da prestação de serviços se mantêm com características especiais.
E há os países com SNS – Portugal, Espanha, Reino Unido e países nórdicos. Neste sistema, o orçamento da saúde depende do Orçamento Geral do Estado e vive, portanto, essencialmente do bolo geral, dependendo da entrada de impostos, tal como a Educação. Ninguém desconta para a saúde, excepto alguns sub-sistemas que ainda existem. Há no entanto muitas pessoas (provavelmente a maioria) das que usufruem do SNS, que não pagam impostos porque ficam aquém do nível da taxação, que não descontam para a saúde como ninguém desconta, mas que pensam e dizem que descontam... Trata-se de confusão com o desconto para a Segurança Social. Nós médicos ouvimos todos os dias pessoas que nos dizem “andei a descontar toda a vida”. O SNS é realmente universal e tendencialmente gratuito. Os grandes meios de diagnóstico e terapêutica, as TAC, as Ressonâncias Magnéticas, os tratamentos com radioterapia, os novos medicamentos biológicos, a hemodiálise, as hospitalizações, as cirurgias. Tudo isso é gratuito e sai do Orçamento Geral do Estado. É isso que as pessoas podem perder. Desde a organização do SNS em Portugal passámos a ter dos melhores índices de saúde da Europa. Plano Nacional de Vacinação com rigoroso cumprimento. A mortalidade infantil, que era das maiores da Europa passou em 30 anos de 52 por mil (o triplo da França no mesmo ano) para 4 por mil actualmente (o mesmo de França). A mortalidade materna passou de 54 (por 100.000) para 6 (em França é de 7). Isto é o resultado de melhores condições sociais, mas também dum SNS que pode ter deficiências, mas que funciona. É isto que podemos perder.
Contrapõem aqueles que querem acabar com o SNS universal e gratuito que não é justo que os ricos tenham tudo isto ao mesmo preço dos pobres, isto é de graça. Até parece um argumento socialmente justo. Mas não é. O outro lado desta proposta é que restringindo a gratuidade dos serviços aos pobres, o Estado pode “emagrecer” em funcionários e custos. E portanto os impostos podem baixar... Logo a fracção social do bolo do orçamento, isto é, a Saúde e a Educação são as primeiras prejudicadas. Assim teremos de facto uma saúde para os ricos, os que podem pagar, mas que pagarão menos impostos e uma saúde para os pobres, a que fica reduzida aos mínimos. E, atenção, os ricos em Portugal quantos são? Pode haver uma classe média capaz de pagar uma consulta no consultório. Mas não estamos a falar disso, estamos a falar de altos custos de milhares e milhares de euros. Repito: TACs, Ressonâncias, radioterapias, medicamentos de alto custo. Até onde vai aquilo que se designa por “ uma vertente social do Estado” e que não passa dum conceito de caridade, agora apelidado de “solidariedade”, ou seja, ir dando qualquer coisa aos pobrezinhos para que não haja conflitualidade? Vai até ao medicamento para a diabetes ou também paga a Ressonância? Decidir que o sistema de saúde fica dependente destes critérios é um enorme retrocesso.

Afinal o Estado ao serviço de quem?

Na esperança de que os serviços públicos caiam, têm-se construído os hospitais privados. Não se imagine que vivem ou vão viver dos pagamentos das classes altas. Vão viver dos seguros e das contratualizações com o Estado. Ou seja, se o Estado não tiver hemodiálise eles vendem o serviço, se não tiver radioterapia eles vendem, se não fizer a cirurgia vão fazê-la. Aqueles que têm o pensamento estratégico destas empresas de saúde são exactamente aqueles que na televisão e na imprensa falam contra o Estado e apelam ao seu “emagrecimento”. Mas nunca conseguiriam sobreviver sem ele.
Tal como foi do Estado, parasitando o dinheiro do Estado, que viveu a empresa que explorou o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra). Afinal com que dinheiro é que foi construído e equipado e de onde vinha o dinheiro para o seu orçamento anual? Um negócio de muito lucro e que foi pago por todos nós. As parcerias publico-privadas custam-nos caro. Aquilo que se deve procurar é a boa gestão dos serviços públicos, tal como acontece nas EPEs, empresas públicas em que não há lucros privados, nem interesses privados, tal como acontece nos Hospitais de São João no Porto e Santa Maria em Lisboa, e em outros hospitais que têm demonstrado a sua boa evolução com este modelo. Demonstrado o seu bom funcionamento, está na altura de valorizar o seu pessoal, acabar de vez com o trabalho precário (foi o que já aconteceu no Hospital de Santa Maria) e encontrar forma de reconstituir as carreiras médicas, as quais foram uma parte integrante da organização do SNS no nosso país".

Isabel do Carmo, Revista Perspectiva, Junho 2008
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quinta-feira, junho 26, 2008

EUA, a escolha inquinada

Dada a sua importância para a compreensão da "escolha" entre os 3 candidatos ao simulacro de eleições de Novembro para o próximo presidente dos EUA chama-se à 1ª página o link sobre a AIPAC (American Israel Public Affairs Committee) incluido no post anterior, e recorda-se a cronologia recente: logo após a última das primárias, os três protagonistas (carinhosamente popularizados, entre os mais de 50 por cento de cidadãos que não votam, como "the 3 Stooges" (os 3 Estarolas), compareceram religiosamente no Congresso do Lobie Judeu; alguns dias depois reuniu o Grupo Bilderberg (para disseminar a execução das intenções expressas, leiam-se: ordens). Jon Stewart glosa a situação, melhor e mais certeiro que qualquer ensaio académico

quarta-feira, junho 25, 2008

o museu do holoCosta

Citando Heidegger quando disse "Se Deus terá abandonado o seu lugar no mundo hipersensivel, este lugar, ainda que vazio continua a estar lá... O lugar vazio pede inclusivamente para ser ocupado de novo,

substituindo o Deus desaparecido por outra Coisa..." nesse retorno às origens e por delegação da AIPAC apareceu a solução; agora (apesar da "crise") também em Lisboa


Tão amigos que eles estão, que admiração, Rui Rio e António Costa, a braços com o Santo António de um, outro com o São João do outro (isto foi o que viram as massas ignaras), de regresso dos grandes arraiais (e de permeio sem que ninguém os topásse também da reunião do Bilderberg - ver sigla PRT na lista comandada como de costume pelo patrão Balsemão e o judeu Henry Kissinger - o que faz deles dois (RR&AC) gajos importantes encartados e influentes no panorama executivo do país para os tempos mais próximos), o presidente da CML António Costa trouxe o recado: o que a cidade capital cá da espelunca mais precisa de momento é de ser novamente encenada teatralmente com mais um mono em nome da mentira judaico-americana da guerra das religiões.

clique no recorte para ampliar

terça-feira, junho 24, 2008

Etnologia neocon

“Entre os alladian, a ideia dominante é que a pessoa do neto mais velho do avô paterno reproduz a desse avô: entenda-se que herda o seu wawi. A herança pode, de resto, ser antecipada, e foi-me descrito várias vezes o gesto por meio do qual um homem idoso, tomando nos braços o filho mais velho do seu filho mais velho, lhe bate com a fronte na fronte a fim de lhe transmitir essa força constituinte. As regras de atribuição do nome têm ainda por efeito fazer com que o neto mais velho em causa seja geralmente portador do nome do seu avô” (é de prever brevemente a proliferação milhares de pequenas aberrações baptizadas de Cavaco Leite). “No corpo da criança que acabava de nascer e cujo avô já morrera, procurava-se pressurosamente, conforme recordo, a marca ou o rasto, do ar de semelhança, que confirmaria o seu regresso parcial”
in “Para que vivemos?” de Marc Augé

"O governo deveria repensar os investimentos em grandes obras como o TGV, não o faz por razões eleitorais"
Morais Sarmento (por sinal ministro da presidência do Governo que decidiu esse investimento). E por conta desta boutade, quantos votos descontentes pensa o PSD arrebanhar?; quantos incautos irão de novo embarcar na canção do bandido?

a tétrica dança das alternadeiras








Preparado!?, Afine o rato com a mira, Atire, seja Rápido e Eficaz - porque a Múmia replica-se rapidamente



a partir destes dois exercícios,
a escolha é fácil e de número único: ou continuam a votar no "tratamento sócrates", ou mudam; ou dividem-se e caso o PS não venha ter maioria absoluta, aceitam passivamente um governo de coligação entre os dois partidos do bloco central. A política de qualquer uma das três hipóteses é que não muda.
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segunda-feira, junho 23, 2008

A história do cruzador Maine

Monumento ao Maine
no Malécon em Havana

Quando se fala em operações “false-flag” ou em “inside jobs” normalmente associa-se esses termos a tenebrosas conspirações imaginadas em mentes alucinadas de “esquerdistas”. (no léxico dos interlocutores de José Manuel Fernandes nos eventos do lobie judaico chegou-se mesmo a empregar o termo “kmers vermelhos”). Assim, nada melhor que revisitar episódios que a História consagrou como típicos, ou seja, um conjunto de práticas complexas integradas nas necessariamente redutoras expressões mencionadas. Vejamos como funciona, a fim que se tirem ilacções comparativas com alguns outros casos similares, como seja, Pearl Harbour e o 11 de Setembro, até porque as técnicas não diferem muito dos clássicos empregues há 100 anos.

Existe uma longa tradição de manipulação e de mentiras de Estado, que enxameia a história dos Estados Unidos. Um dos casos mais célebres diz respeito à destruição do couraçado Maine na baía de Havana em 1898, que serviu de pretexto à entrada em guerra dos Estados Unidos contra a Espanha, e à anexação de Cuba, Porto Rico, Filipinas e da ilha de Guam. Esta seria aquela que ficou conhecida como a 1ª guerra Imperialista.

Na noite de 15 de Abril de 1898, pelas 21h,40, o Maine foi de facto vítima de uma violenta explosão. O navio afundou-se quando estava fundeado no porto de Havana e 260 marinheiros americanos desapareceram. De imediato, a imprensa dos Estados Unidos acusou os espanhóis (Cuba era na altura uma colónia espanhola) de terem colocado uma mina no casco do navio e denunciou a sua barbárie, os seus “campos de morte” e até a sua prática de antropofagia...
Esta explosão acontecia na altura esperada. Desde há meses que dois patrões da imprensa rivalizavam na procura do sensacionalismo para levarem os Estados Unidos a intervir em Cuba, onde os insurrectos lutavam pela independência da ilha desde 1895: Joseph Pulitzer, do jornal “World”, e sobretudo William Randolph Hearst, do New York Journal. A campanha era sustentada por homens de negócios americanos que tinham investido muito em Cuba. Todos sonhavam desalojar a Espanha e eliminar os independentistas.
Mas o público americano manifestava pouco interesse por este caso e os jornalistas não mostravam muito mais. Em Janeiro de 1898, o desenhador do New York Journal, Frederick Remington, escreveu de Havana ao seu patrão: “Aqui não há guerra e eu peço para regressar”. Hearst enviou uma resposta que ficou célebre: “Continue aí. Mande os seus desenhos, que eu forneço-lhe a guerra”. E, como por acaso, deu-se a explosão do Maine. Hearst desencadeou uma violenta campanha anti espanhola, evocada em “Citizen Kane”, o filme de Orson Welles (1941).
Ao longo de semanas, dia após dia, consagrou algumas páginas dos seus jornais ao caso do Maine e reclamou vingança, repetindo de forma incansável: “Remember the Maine! Hell with Spain!!!” (Lembrem-se do Maine! Para o inferno a Espanha). Todos os outros jornais o seguiram.

A tiragem do New York Journal passou de imediato dos trinta mil para os quatrocentos mil exemplares, e em breve excedeu regularmente o milhão de exemplares! A opinião pública estava ao rubro e o ambiente tornou-se alucinante. O presidente William McKinley, pressionado por todos os lados, declarou guerra a Madrid em 25 de Abril de 1898. Para maiores lucros da United Fruits e de outros investidores norte-americanos, os Estados Unidos conseguiram facilmente apoderar-se assim de Cuba e das suas riquezas.
Treze anos mais tarde, em 1911, uma comissão de inquérito sobre a destruição do Maine, nomeada pelo Congresso, acabou por concluir ter sido uma explosão acidental na casa das máquinas... A Espanha nada tivera a ver com o caso.

poster da época; os cubanos estão amarrados aos postes da escravatura nas fazendas do açucar, a tropa espanhola persegue-os e fuzila-os, enquanto uma canhonheira norte americana, simbolizando "A Liberdade" aparece providencialmente para os salvar. Sentada no porão, de olhos vendados, está a Opinião Pública embarcada na terra do Tio Sam.

clique na imagem para ampliar

Em tempos de crise a tropa é sempre uma perspectiva de emprego. Nos Estados Unidos, após a declaração de guerra, 200 mil aventureiros voluntários pegaram em armas e alistaram-se no exército regular, atingindo as forças expedicionárias 55 mil homens.
As esquadras norte americanas destruíram a frota espanhola do almirante Cervera ao largo de Cuba a 3 de Julho. Seguidamente os contingentes desembarcaram nas Filipinas, em Cuba e Puerto Rico. A sua progressão, contra populações e soldados em estado bastante empobrecido, assemelhou-se a pouco mais que um desfile em parada militar. Em dez semanas, na guerra contra Cuba, os Estados Unidos tiveram 400 baixas em combate e 4.600 mortos causados por doenças epidémicas. Ao mesmo tempo, na invasão das Filipinas, a última grande colónia espanhola, não perderam um único homem. Depois do triunfo americano, a Espanha, mergulhada numa enorme instabilidade política, aceitou as condições de paz impostas pelo presidente McKinley. A 12 de Agosto de 1898 aceitaram um armistício, assinando a paz consignada pelo Tratado de Paris, quatro meses depois dos factos que se consagrarão como o fim da sua epopeia marítima colonial. O paradigma mudava, outro género de dominação nascia,

o Império de Xanadu construído pelo 4º Poder: o Negócio das Notícias!
Citizen Kane (trailer 9 min.19 seg.)

domingo, junho 22, 2008

Ecologia, da direita à esquerda

Este texto foi escrito por Tom Thomas em 1992 (L`écologie du Sapeur Camembert) e traduzido para português em 1996 (Edições Dinossauro). Passado mais de uma década, não perdeu actualidade, pelo contrário, aplica-se que nem uma luva às práticas do Bloco de Esquerda – justamente o partido que zela pelo futuro do sistema reformista elegendo em Congresso como ponto principal de preocupação a questão do Ambiente – relegando para segundo plano, isto é, aceitando implicitamente, o saque nas periferias sejam eles quais forem os meios empregues para conseguir o equilibrio no centro capitalista, por exemplo, a aplicação de sanções ilegais, o uso da força, a guerra. (que desapareceu do mapa do BE)

“Os ecologistas gostam de repetir que nada têm de comum com os partidos tradicionais, de que se diferenciariam, nomeadamente, num ponto essencial, aos seus olhos: o antiprodutivismo, que não seria de direita nem de esquerda. É uma concepção típica das camadas intermédias, que não se dão conta de que, em política, o “justo meio termo” é um satélite do polo dominante, com maior poder de atracção.
Não só o “produtivismo” não está na raiz dos problemas ecológicos, como o “antiprodutivismo” se limita a uma fórmula vazia. Faríamos o quê? Regressar ao artesanato? Produzir mais moderadamente, preservando a natureza? Deixar de produzir à toa, seleccionando só os bens de “utilidade social”? Mas quem definiria a moderação (quando tantos carecem ainda de tanto), a natureza, as necessidades, a “utilidade social”?
Numa sociedade dividida em classes, divisão que exprime justamente que a massa de indivíduos não são senhores das suas condições de trabalho e estão por isso separados da natureza, sabe-se perfeitamente que essas definições e opções competirão aos poderes do polo capitalista – intelectuais, cientistas, políticos, gestores – os únicos a dispor do seu domínio, que constitui a verdadeira propriedade. De resto, nem esses decidem grande coisa, já que têm por função seguir as instruções dos fetiches: preços, juros, lucros, etc., cujos movimentos e relações guiam a sua conduta com uma precisão semelhante à da cenoura e da chibata para fazer avançar o burro.
A posição “nem esquerda nem direita”, “nem comunista, nem capitalista”, esconde uma realidade bem diferente. Todas as classes sociais têm o seu ponto de vista sobre a ecologia, ou seja, sobre as relações homens/natureza. Todas podem dizer que os desastres ecológicos resultam da actividade humana. Mas nem todas encaram essa actividade da mesma forma, nem a praticam de modo semelhante, nomeadamente quanto ao seu domínio; uns são os remadores acorrentados no porão do navio, outros são os pilotos.
Todas querem renovar a unidade entre o homem e o planeta, mas divergem quanto ao que isso seja, quanto às causas da destruição, quanto ao que deveria ser a humanidade e o planeta.
É verdade que a ala mais radical do movimento ecológico admite que essa unidade passa por uma modificação das relações sociais, tanto nas metrópoles imperialistas como nas relações “Norte-Sul”, e critica a redução da ecologia a um naturalismo. Todavia, esse reconhecimento não vai além de alguns votos piedosos, não chega a assumir a forma de projectos concretos nos programas eleitorais.

Da ala direita do movimento, nem falemos: florescem as mais arcaicas e reaccionárias concepções naturalistas, que o fascismo colocara em lugar de honra, assimilando o homem a um animal movido pela lei da selva e retornando aos mitos pagãos de uma ligação religiosa com as forças obscuras da natureza, os mitos do sangue e da raça. “A terra não mente”, prégava Pétain, exaltando as virtudes da natureza face ao “Mal” da civilização simbolizada pela Cidade corrupta. Sobre este tema, podia tentar captar simpatias, pois estavam em desenvolvimento na época, em reacção contra a miséria humana, toda a espécie de movimentos de regeneração do homem pelo retorno à natureza (aliás, tornados possíveis pelas férias pagas decretadas durante o governo de frente popular de Leon Blum em França): cujas repercussões chegaram cá na forma do escutismo tipo Mocidade Portuguesa, Pousadas da Juventude, a salazarenta FNAT (depois demo-repescada para Inatel), a Colónia Balnear do Século, etc.
Se nos alhearmos desta franja de extrema direita, a grande massa dos ecologistas caracteriza-se, como se disse, por uma concepção reformista típica das camadas médias que querem o capitalismo depurado dos seus “excessos”. O que os une profundamente é essa concepção do interesse geral baseada na ciência como alicerce da racionalidade. Já que os “produtivistas” limitaram a ciência às aplicações técnicas postas aos serviço duma produção desenfreada, os ecologistas vêm moderar estes ardores fundamentando-se em “toda” a ciência, inclusivé a dos ecossistemas e outras biosferas, inclusivé o cálculo económico “completo” que não se limita aos interesses particulares mas toma em consideração os “custos sociais”, o longo prazo: fixar custos à poluição (e à despoluição), tornar os recursos mais caros para estimular a economia”.

sábado, junho 21, 2008

da ratificação

meia dúzia de ratos não podem impedir a desratificação geral da Europa; era só o que faltava. Os irlandeses votaram mal. Frustraram a maioria dos europeus que querem mais Europa, embora não lhes tenha sido dada oportunidade para o dizer.

E além do mais: para que é que a Europa precisa do voto dos irlandeses? que fiquem de castigo, a votar, a votar, votar até se cansarem de dizer não. Tony Blair tinha-nos prometido essa carga de trabalhos; mas o seu sucessor dinástico, que por lapso ou mero acaso nem sequer foi eleito, poupou o frete aos ingleses e salvou-os (salvou-nos a todos nós, europeus desregulamentados dos quatro costados) de novas tormentas e sacudidelas. Afinal, urnas para que vos quero?

Um conselho, dedicado às luminárias maçónicas empreiteiras da “Europa”, ao ritmo scolari com cores de tango, bolero, blues e jazz:

sexta-feira, junho 20, 2008

o mapa das Estratégias para o Outono

A estratégia de disseminação do Terror é uma táctica,
NÃO É um inimigo. Primeiro passo: aterrorize a população interna face à existência de um inimigo externo. And the winner is,,,

Mister McCain, o senador pelo Arizona que é a coisa mais parecida com Bush que se conseguiu encontrar, tem passado as últimas semanas a preparar a redacção de uma série de discursos sobre “aquecimento global”, terreno onde pensa bater-se com Mister Obama (se fôr este o nomeado pela Convenção do partido do Burro) pela conquista de votos dos independentes, um grupo pelo qual ambos os contendores têm vindo a declarar ser os seus melhores defensores – as duas estratégias não deixam dúvidas sobre o próximo paradigma capitalista: a venda de quotas obrigatórias no mercado de carbono que darão direito a poluir, enquanto o grupo restrito de decisores continuarão a usar os combustiveis fósseis, a custos altamente inflacionados para as pessoas e paises de parcos recursos, enquanto para eles, com os preços repercutidos nem paises terceiros, a matéria prima saíria praticamente à borla, não fosse os custos das guerras para manter a exclusividade no acesso a esses recursos. (fonte)

88 vezes mais para armamento

Por cada dólar gasto nos Estados Unidos na luta contra as mudanças climáticas, 88 dólares são gastos com as forças armadas e a luta contra o terrorismo. Em 2008 Washington só consagrará 4,8 mil milhões de dólares às medidas contra as alterações climáticas. Mas 437 mil milhões de dólares serão destinados à Defesa.
(Mo.be)

sinais
Apesar das dificuldades e do aumento dos custos do petróleo, a petrolífera “Royal Dutch Shell” resolveu não cumprir o contrato assinado no ano passado para desenvolver as fases 13 e 14 no campo petrolifero gigante de South Pars no Irão. O projecto da Shell em parceria com a espanhola Repsol e a empresa nacional de petróleos iraniana, situado na fronteira com o Qatar, ultrapassava o valor de 10 biliões de dólares. (fonte)

energias limpas àparte, convém aos bonzos do regime justificar a “manutenção de um poucachinho de Guerra” para se ir alimentando a indústria de destruição e o financiamento do complexo-politico-militar. É nesta perspectiva que a imprensa deu grande ênfase ao acordo de Dublin, como se este tivesse sido uma grande vitória, assinado por 109 países para proibir o uso das bombas de fragmentação. Porém, o acordo não proibe a sua fabricação e muito menos impede os principais clientes do seu uso, a saber: não assinaram o acordo os Estados Unidos, Israel, o Paquistão, Rússia, China e a Índia.

Lady Di: foi por causa de eu andar a dizer estas e outras inconveniências é que me puseram fora de circulação. Entretanto o mercado evoluiu e transferiu-se de Angola - leia-se: quem se tranferiu foi o "terrorismo" para o Afeganistão, Libano Paquistão, etc – que são hoje dos paises com mais bombas por explodir.

implicações jurídicas do terrorismo de Estado

As autoridades judiciárias do Irão disseram recentemente que iriam demandar as entidades internacionais no sentido de incriminar os Estados Unidos e a Grã-Bretanha por terem dado suporte financeiro e estarem por trás das explosões na Mesquita Dourada no ano passado que mataram 14 pessoas e destruiram o monumento e local de culto sagrado para os islamitas iraquianos.
O ministério do Interior iraniano afirmou ter detido 5 ou 6 membros de um grupo terrorista com ligações aos EUA e à Grã-Bretanha, os quais revelaram estar envolvidos nas explosões que também feriram 200 pessoas a sul da cidade de Shiraz. (fonte)
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quinta-feira, junho 19, 2008

"Estou farto de futebol. Aliás, correcção: estou farto de ouvir falar de futebol, que é uma coisa diferente (...) Que raio aconteceu aos portugueses, que, de repente, confundem a felicidade com isto?"
it`s only a game.
vamos lá Ricardo, puxa pelos galões e acaba lá com esta treta

rápido!, não obrigues a nação a deprimir-se ainda mais, ao ter de suportar outra vez "o elogio da excelência da vossa raça" em nova recepção em Belém
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quarta-feira, junho 18, 2008

dossier Terrorismo

a nóvel livraria Byblos no pouco tempo de vida que leva já disse ao que vinha. Desde semanas de propaganda de literatura de ficção israelita ao lançamento de livros do ex-ministro que pariu o actual Código do Trabalho - overdoses sempre muito concorridas e avalizadas pela presença do que há de mais reaccionário na sociedade portuguesa: desde Paulo Portas ao General Eanes, de Maria Barroso ao Rei sem Trono, da inevitável Esther Mucznick a tutti quanti que tenha de algum modo contribuido para a construção da judeologia. A saga culmina hoje (não perca às 21.00) com uma queixa do omnisciente José Manuel Fernandes: Portugal terá tido desde sempre uma falta de simpatia para com a causa de Israel. Vê lá não te engasges. Desde o fim da última guerra que, sem necessidade de grandes secretismos, toda a gente vê que o país se converteu num protectorado judeu-americano. E para concluir o assunto Byblos fica uma questão pertinente: se a mega-livraria não tem clientes, ou tem meia dúzia de gatos quase sempre em número inferior ao dos empregados, se não factura, como se paga todo aquele estadão e a conta da luz para alumiar todas estas luminárias?


"Parem de citar as leis, porque nós é que temos as espadas"
Sila, ditador romano (138 aC - 78 aC)

E como, de cada vez que se fala de Israel se celebram os 60 anos de terrorismo no Médio Oriente, cita-se um velho recorte do Diário de Notícias de 1 de Agosto de 1947 que então titulava “o Terrorismo na Palestina”, (um relato neutral num tom tão verosimil que realça a diabolização dos terroristas de sinal contrário nos dias que correm) quando ninguém mencionava ou falava no então recentíssimo martírio do “holocausto”, uma “epopeia” que só seria ficcionada cerca de duas décadas depois. (e abençoada nas sinagogas mediáticas contemporâneas)

“O Governo inglês reuniu-se para apreciar dois problemas que se referem ao caso da Palestina: o enforcamento de dois sargentos ingleses pelos terrorista judeus e a recusa da maior parte dos 4.500 refugiados israelitas de desembarcarem dos navios britânicos em que se encontram ao largo da costa sul da França. A despeito das vivas controvérsias que surgiram acerca destes refugiados, o Governo britânico não está disposto a mdificar a sua decisão, anunciada ontem à noite em Londres, de não os fazer regressar à Palestina. Nos meios habitualmente bem informados supõe-se que não é provável que sejam transportados para a Grã Bretanha ou para a Alemanha e que, naturalmente, depois de um novo aviso, os navios devem dirigir-se para uma ilha tropical do Império britânico” {note-se!: apesar do “genocidio” o regresso à Alemanha ainda fazia parte das hipóteses postas em cima da mesa”}

A notícia do enforcamento dos sargentos britânicos causou emoção em toda a Palestina e a indignação em Inglaterra, principalmente nas cidades donde eram naturais os sargentos: “Um agente da polícia cortou a corda com que um dos sargentos fora enforcado e quando o corpo caíu no chão produziu-se uma tremenda explosão. É que dentro do saco que o sargento tinha enfiado na cabeça estava uma bomba que rebentou ao contacto com o solo. O corpo do sargento ficou completamente esfacelado, sendo os despojos atirados a grande distância. Alguns dos soldados que estavam próximo ficaram feridos. O outro cadáver foi retirado com todo o cuidado e verificou-se que também havia no saco uma bomba, que não explodiu. Um aviso impresso em inglês e em hebraico, preso a um dos corpos, tinha escrito: “É a sentença da “Irgun Zvai Leumipronunciada pelo seu alto tribunal”. (a seita era chefiada por Menachem Begin e participou na guerra ao lado dos alemães).

"Os médicos tiveram de andar à procura dos despojos do corpo do sargento que foi feito em pedaços quando explodiu a bomba. Supõe-se que toda a área em volta do local onde os enforcados apareceram está minada”. Cerca de 50 soldados ingleses invadiram o pequeno bairro judaico de Pardess Hanna, próximo de Hadera, lançando-se sobre todos os judeus que encontravam no caminho, muitos dos quais foram espancados. Seguidamente os soldados britânicos entraram nos cafés e destruíram todo o mobiliário ali existente, procedendo de modo idêntico nos outros estabelecimentos existentes no bairro (...) o pânico apoderou-se dos seis mil judeus residentes na área de Nathanya”
“Nenhum dos anteriores actos terroristas praticados pelos judeus causou tanta emoção como estes enforcamentos (...) O presidente do municipio de Bristol, cidade natal do sargento Mervyn Price, declarou: “Trata-se de um crime horrível cometido contra a humanidade. Todo o Mundo civilizado deve sentir horror por este nefando crime”
“O secretário colonial Arthur Creech Jones disse hoje no Parlamento: “Na longa história de violência na Palestina nunca se deu um acto mais cobarde do que o assassínio premeditado e a sangue frio desses homens inocentes, depois de terem sido detidos como refens durante mais de 15 dias. O termo “cobardia” foi calorosamente apoiado por toda a Câmara (...) a Palestina nunca poderá ser reconstruída com derramamento de sangue
“O alto comissário Sir Alan Cunnigham permanecerá no seu posto até que a Comissão de Inquérito das Nações Unidas enviada à Palestina se apresente em Nova York em 1 de Setembro com o seu relatório

Apesar das práticas odiosas, como é sabido a ONU, a “comunidade internacional” gerida pelos 4 dragões vencedores da 2ª grande guerra, legalizou o terrorismo como prática de emancipação, decidindo a favor da fundação unilateral do Estado Sionista. A menos que José Manuel Fernandes pense que a História e a Injustiça já estão definitiva e irreversivelmente escritas e gravadas na pedra de monumentos mentirosos, convinha, a bem da lógica e do racionalismo, reconhecer de facto os actuais “terroristas” que lutam pela sobrevivência na Palestina como os futuros governantes de amanhã.

Oxalá!
que é uma corruptela portuguesa da expressão árabe InchAlláh,
"Deus Queira!

terça-feira, junho 17, 2008

Três necessidades vitais em perigo

"Controle-se o petróleo e controlaremos as nações; controle-se os alimentos e controlaremos os povos"
Henry Kissinger

A Crise Global: Alimentos, Água e Combustível
um artigo de Michel Chossudovsky na "Global Research".

versão portuguesa
aqui


















e os principais protagonistas corporativos, entre muitos outros:
Comercio especulativo com o crude:
Goldman Sachs, Morgan Stanley, British Petroleum (BP), Deutsche Bank, Société Générale, Bank of America, Mercuria,
Privatização da agua:
Infraestructuras: Veolia, Suez Lyonnaise des Eaux, Bechtel-United Utilities, Thames Water e RWE-AG
Retalhistas de distribuição de água potável: Coca-Cola, Danone, Nestlé e PepsiCola
Preços de alimentos em sementes genéticamente modificadas:
Monsanto, Syngenta, Aventis, DuPont, Dow Chemical, Cargill, Arch Daniel Midland.
Complexo militar-industrial:
Lockheed Martin, Raytheon, Northrop Grunman, Boeing, General Dynamics, British Aerospace Systems Corporation (BAES)

e os remédios recomendados: Se queremos “salvar o planeta”, temos de erradicar de vez o modelo capitalista de produção -
10 mandamentos para o conseguir
:

1 – Pôr fim ao sistema capitalista
2 – Renunciar à guerra e ao lucro como motor da economia
3 – Optar por um modelo distributivo segundo o mérito, sem imperialismo nem colonialismo
4 – Direito social no acesso aos bens básicos
5 – Desenvolvimento de energias limpas
6 – Respeito pelos condicionalismos da Mãe Natureza
7 – Controlo da função social das empresas no fornecimento de bens e serviços segundo os Direitos Humanos
8 – Combate às desigualdades
9 – Promoção da diversidade de culturas e economias
10 – Viver melhor, não viver bem à custa dos outros
.

segunda-feira, junho 16, 2008

a Ecologia do Absurdo

Barcelona é uma das cidades europeias mais famosas pelo seu cosmopolitismo. Trabalhando (e investindo financeiramente) nessa imagem, um dos últimos ícones arquitectónicos ali concebidos é o gigantesco supositório de vidro configurado na Torre Agbar, situada ao fundo da Avenida Diagonal numa zona de expansão urbanistica com “padrões de crescimento próprios da pós modernidade”, centros comerciais, de marketing cultural, núcleos de serviços, etc.
Como zona que promete preços astronómicos, os terrenos foram conquistados à propriedade social da cidade e vão sendo “limpos” das bolsas de habitantes de antigos bairros periféricos populares.














Não deixa de ser surpreendente mirar os velhos restos de casas de velhos com os inevitáveis garrafões e sacos de plástico cheios de água para afugentar as moscas, estendais e quiosques de churros coexistindo com a espampanante obra. A nova coqueluche mediática da capital da Catalunha é de autoria do arquitecto estrela Jean Nouvell e propriedade do Grupo (privado) Agbar. A Torre que lhe serve de quartel general é um objecto tecnologicamente complexo que promete sustentabilidade:
quando anoitece um intrincado sistema de lâminas amoviveis consoante o grau de inclinação do sol, accionadas por energia solar, vai obscurecendo Barcelona na razão inversa em que o edificio se vai iluminando num grandioso mosaico hi-tech multicolorido. No átrio interior, bem ao estilo de discoteca, há uma loja de souvenirs apta a ser pilhada por turista com vícios Dior. Resta acrescentar que a fabulosa e milionária Torre Agbar funciona em exclusivo como séde da Companhia das Aguas de Barcelona; e que, por um pequeno e lamentável lapso do destino, Barcelona actualmente não tem água para abastecimento público da rede.

A Torre Agbar é um imponente (e dispendioso) lembrete multimédia para todo o passeante que a factura da água chegará, inexoravelmente inflacionada. Há mais de ano e meio que não chove nas bacias dos rios Ter e Llobregat, cujas barragens estão a 22 por cento da capacidade. Na emergência a estação de dessalinização de Almeria e o rios Ebro e Ródano vão garantir fornecimento de água transportada por barco. A moderna e cosmopolita Barcelona vê-se assim confrontada com um problema que remete para um cenário de terceiro mundo: não tem água para enfrentar o Verão e a solução encontrada para o abastecimento custa 180 milhões de euros para 62 quilómetros de condutas a construir, mais 53 milhões para 63 viagens imediatas de 10 barcos cisterna com a capacidade de 20 mil metros cúbicos cada.
Em Maio choveu umas pingas, o nível das barragens subiu para 32,5 por cento e a autarquia aliviou as medidas de urgência; diz Miguel Angel Fraile: “É vergonhoso que se importe água de Tarragona e Marselha que servirá também, sem restrições, para encher as piscinas e para regar jardins e relvados privados dos novos ricos” o que eleva o consumo dos barceloneses para 293 milhões de litros por dia.

Entretanto, ali por perto, inaugurou-se este fim de semana, sob o lema “Água e Desenvolvimento Sustentável”, a Expo Internacional Zaragoza 2008: enquanto a cidade tem em construção o maior entreposto comercial logístico de mercadorias da Europa, cujo sistema de transportes se funda na camionagem por via terrestre e no desmesurado consumo de combustiveis (como processo de “modernização” do capitalismo espanhol), além de concorrer à instalação de uma base de espionagem electrónica da Nato à escala global. Cavaco Silva, que não acerta uma (ou se calhar acerta em todas) lá esteve presente. Enfim, presidente presente, as consequências desastrosas começam a vislumbrar-se.
Em face deste megaevento a Acção Sindical Social Internacionalista (ASSI) e outras trinta organizações de diversos pontos do globo denunciam Estados, Multinacionais e outras organizações públicas e privadas responsáveis por violações sistemáticas dos direitos humanos no que respeita ao uso da água; a direcção da Expo está relacionada com empresas que possuem o controlo da água em inúmeros paises que têm excluido do acesso à água potável milhões de pessoas no planeta. É àqueles que mais água contaminam, roubam e privatizam com políticas criminosas que se legitima o “reconhecimento mundial” com a “etiqueta sustentável

a Expo Zaragoza 2008
faz parte da indústria emergente dos megaeventos e de obras de regime, como tantas outras até aqui, que servem os interesses de empreiteiros, que ocultam a estratégia de saque, acumulação económica e controlo social, com custos ambientais e sociais irreversiveis:

a) O transvase de fundos públicos para mãos privadas e a subjugação das políticas públicas aos ineresses dos capitais locais, regionais, nacionais e transnacionais.
b) A redução no investimento social como consequência dos gastos públicos com este tipo de eventos promocionais
c) O endividamento gerado pela hipoteca do futuro da cidadania a curto e médio prazo.
d) Execução dos diferentes projectos especulativos destinados a expandir artificialmente a cidade implementando a exclusão social.
e) Perpretação de graves agressões ao meio ambiente para levar por diante a Expo com elevados custos energéticos numa feira que dura 3 meses, após o que a área se desertifica
f) Aparato represssivo que acompanha o evento (com o receio de atentados da ETA), com a restrição de liberdades, multiplicação de efectivos policiais, militares e de segurança privada
g) Reprodução de um modelo de cultura-espectáculo elitista, propagandístico e mercantilista.
Elimina hortas cujos custos de rega serão incomportáveis e canaliza o rio Ebro entre infraestruturas megalómanas que nada têm de sustentáveis. Impõe os interesses de uma cidade de 1 milhão de pessoas à totalidade dos 2,6 milhões de habitantes da região. Aprofunda o fosso entre o campo e a cidade. Favorece as multinacionais do “água-negócio” que se apropriam da água das comunidades mais pobres para a vender na forma de serviços potáveis; enfim, sob o falso lema de “uma nova cultura da água”, legitima politicas de privatização da água para as próximas décadas avalizando a mega construção de obras estruturais financiadas pelo Banco Mundial.

Correm os inevitáveis éditos de protesto, manifestando a defesa de:

a) a Água como elemento vital, direito individual e colectivo de todos os seres vivos; e não como mercadoria para especulação.
b) o direito dos povos ao acesso aos seus próprios recursos hídricos e ao controlo dos mesmos
c) a equidade social, ambiental e cultural como factor de sustentação do equilíbrio em contraposição ao conceito neoliberal de “desenvolvimento sustentável”
d) Não à participação directa ou indirecta no evento hipocritamente chamado “Festa da Água

ps: um momento macabro da ExpoZaragoza será, face ao que se passa actualmente na Faixa de Gaza, o Dia Nacional de Israel, ou seja, o dia do maior ladrão de água à face do planeta Terra.

sábado, junho 14, 2008

Rupert Murdoch, o mega-famigerado editor do New York Post, entre muitos outros jornais e cadeias de televisão, notabilizou-se por ter fabricado citações e falsificado notícias com a finalidade de fazer parecer Bill Clinton ainda pior do que ele na realidade (era) é.
Nesta linha editorial uma das sumidades que recentemente desceu do limbo para actuar nas cafurnas dos subcontratados foi o Senador judeu republicano Arlen Spector, para audaciosamente sugerir que Clinton tinha decidido o ataque àquilo que parecia ser uma fábrica de armas quimicas no Sudão e um campo de treino de terroristas no Afeganistão foi uma manobra de diversão do Presidente para desviar as atenções do escândalo que envolveu Mónica Lewinsky. Isto é nada mais nada menos que denegrir a memória dos 12 soldados e cerca de 300 africanos que perderam a vida nos ataques contra instalações militares americanas no Kénia e na Tanzânia, já para não mencionar os 5000 feridos nesses ataques. (citado do New York Post, 21 de Agosto de 1998)

Mesmo velhos e usados, como sempre, os casos repetem-se amiúde. Mais recentemente, a opinião pública tem vindo a exigir a impugnação do vice presidente Cheney (e do boneco do ventriloquo, o estarola Bush) às “Autoridades” (se as houvesse) reclamando agora do ex-porta voz da Casa Branca McClellan que compareça a julgamento para que justifique a sua descrição de que “transmitiu sem saber informação falsa”. O que é certo é que os tribunais, apesar da convocação, não conseguem a sua comparência e quem engoliu as trapaças continua, sem que se faça justiça, com elas atravessadas no miocárdio. (excepção feita a Pacheco Pereira que anda com as mentiras tatuadas na testa a tinta invisivel)
Os gestores mediáticos de serviço à oligarquia precisam de fabricar manobras de diversão ou eventos ficticios, quando não mentiras grosseiras para desviar as atenções dos verdadeiros problemas; Como demonstram as novas hipóteses de democracia, consoante a gravidade dos embustes é preciso agir com os meios disponíveis e repor alguma ordem no sistema:



As imagens são do ano passado (o blogue entrou na programação de Verão) mas adquiriram estatuto perene e universal, logo, são mais actuais que nunca. A deputada Socialista Íris Varela não gostou de ser ofendida e difamada. Como nenhum alvo de “informação” induzida filha-da-puta-mente gosta. E como quem não se sente não é filho de boa gente,,, Zumba!, aconselha-se vivamente este tratamento Vip à maioria dos Pides oficiais que conseguem parir telejornais com os 45 minutos iniciais a perorar exclusivamente sobre futebol, ouvindo e entrevistando toda a qualidade de bicho careto sobre as sensações que o futebol lhes provoca, seguido de intermináveis sessões de terapia ministrada por filósofos de... futebol. Uns pândegos!. No meio do pântano mediático que usa desavergonhadamente meia dúzia de drogados como imagem de marca, até o Nuno Gomes teve um breve lapso de lucidez: “É pena que esta euforia seja ofuscada por alguns problemas que o país atravessa...”
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sexta-feira, junho 13, 2008

Europa neoliberal: aberta mais uma frente de crise

o sr. Silva e o pivot Barroso
REJEITADO O TRATADO EUROPEU !!!
(via Resistir)
Graças ao povo irlandês, a Europa foi salva do Tratado de Lisboa que lhe queriam impor. No referendo realizado dia 12 Junho a maioria do povo celta rejeitou este arremedo de constituição europeia, que em outra versão já fora rejeitado pelos povos francês e holandês.
Em Portugal, o governo Sócrates deu o dito por não dito e recusou-se a efectuar um referendo popular por medo dos seus resultados. Nos demais países europeus, excepto a Irlanda, passou-se o mesmo: recusaram aos povos o direito de se pronunciarem contra a política neoliberal que se tentava plasmar num documento pseudo-constitucional.
A contagem dos votos na Irlanda ainda não acabou, mas já se pode afirmar que todas as sete secções eleitorais rejeitaram o Tratado de Lisboa. Pela última informação o "Não" estava a ganhar por 53,7 por cento dos votos, contra 46,3 por cento favoráveis ao "Sim".

o pivot Barroso insiste na politica do sr. José

quinta-feira, junho 12, 2008

Quem empresta melhora! (caso tenha arregimentado os políticos e a bófia )

1996. Semeia-se na maré alta...
... para colher na maré baixa. 2006.

Depois de Sócrates tomar posse os empresários e banqueiros do "Compromisso Portugal" fazem o diagnóstico da situação: "a vivermos assim estamos falidos dentro de dez anos!"; o nível de produtividade anda nos 55 por cento da média comunitária enquanto o consumo chega aos 75 por cento - ou seja, o nível de consumo é de 30 a 40 por cento superior ao que a produtividade permite pagar". Por osmose com os patrões multinacionais dos quais por sua vez dependem, exigiam: "queremos o nosso dinheiro de volta"; e claro, Sócrates, como bom funcionário da classe social que o investiu, começou a trabalhar no assunto. Mas, como é evidente, não cortou no consumo deles, cortou no nosso. Noutros paises da Europa, as famílias, além de terem um nível de rendimento muito superior ao das portuguesas (o ordenado e pensões mínimas em Itália é de 1000 euros), não dispendem mais de 30 por cento do seu orçamento mensal nos encargos com as habitações.

Há um ditado antigo que diz que quem pede emprestado se converte em escravo de quem empresta. Em termos simples, o dinheiro fresco aparece em circulação através dos sistemas bancários que emprestam dinheiro. Consequências:
- Guerra económica eterna
- Educação falsa, para que se aceite viver gastando mais do que aquilo que as pessoas (ou os países) produzem
- Dependência compulsiva do crédito
- Escasso tempo livre; trabalhar em regime esclavagista para pagar as prestações.
No final do ano passado, os Bancos Centrais emprestaram a entidades dependentes a maior cifra de sempre. Só o Banco Central Europeu sozinho contraiu quase meio trilião de dólares de empréstimos, para que outras entidades bancárias os pudessem re-emprestar sem limites a quem precisa de “crédito para financiar a crise”

a Fraude do século

o Dinheiro é criado como Dívida, não como valor produzido. Uma versão em espanhol do didáctico “Money as Debt”, explica como se cria e funciona o dinheiro. Uma vez visto, o documentário muda radicalmente o entendimento que se pudesse ter de como funciona o nosso agradável mundo financeiro e, por arrastamento, a sociedade. Demonstra a insustentabilidade do actual sistema, que pressupõe o crescimento económico exponencial dentro de um mundo com recursos finitos.
Ficam aqui dois pequenos resumos. A versão integral do documentário (falado em espanhol) c/ 47min, 10seg. está aqui

Parte 1 - 10 min.


Parte 2 – 9,56 min.